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Por que Jesus é chamado nazareno se

ele nasceu em Belém da Judéia?

De fato Jesus nasceu em Belém (Mateus 2,1; Lucas 2,4), a cerca de 100 quilômetros de
Nazaré. Porém, como sublinha a narração evangélica (veja Lucas 2), José era de Nazaré
e, por causa de um censo, encontrava-se, com Maria, em Belém, quando Jesus nasceu.

Se buscamos “Nazareno” na Bíblia, aparece 17 vezes (Almeida), nos evangelhos e em


Atos. O grego usa “nazoraios” (Mateus, João e Atos) e também “nazarênos” (em Marcos e
Lucas, que usa também “nazoraios”). Nazaré também aparece diversas vezes e o
vocábulo grego usado é “Nazaret”. Basicamente Jesus é apelidado de “Nazareno”.
Também os primeiros cristãos eram chamados assim pelos judeus. No mundo grego
prevaleceu o adjetivo “cristão” para designar os seguidores de Jesus.

Normalmente se identifica o adjetivo “nazareno” ao nome da localidade onde teria vivido


Jesus com sua família, antes de sua missão pública. Há algumas hipóteses, baseadas
sobretudo em Mateus 2,23, que defendem outra origem para esse adjetivo. O texto de
Mateus diz: “E chegou, e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o
que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno.” Não sabemos a qual oráculo
profético Mateus se refere. Alguns pensam em Isaías 11,1, onde o profeta usa “neçer”
(rebento), ou em Isaías 42,6 e 49,8, onde é utilizado o vocábulo “naçar” (guardar), do qual
deriva “naçur” (o resto).

Há algumas hipóteses alarmistas que falam que Nazaré nem existia e que portanto
“Nazareno” teria a ver com “nazireu”, pessoas que faziam um voto a Deus. Os
testemunhos históricos são inúmeros e confirmam a existência da cidadezinha da Galiléia.
Provavelmente, no tempo de Cristo, era um lugar pequenino. Os cristãos, contudo, há
muito tempo visitam o local e recordam ali a vida da infância e juventude de Cristo. Isso foi
confirmado pelas descobertas arqueológicas feitas nos anos 60, quando foi construída a
atual basílica da anunciação.

Creio que não há suficiente argumentação para questionar a ligação de “Nazareno” com
“Nazaré”. Aquilo que poderíamos aceitar é o uso do adjetivo, por parte de Mateus, para
sublinhar o aspecto messiânico de Jesus, anunciado pelos profetas.

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