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Anteriormente, as ações dos homens em vida eram atribuídas a Deus, que representa uma
justificativa para todos os fenômenos terrenos. A partir do início da Idade Moderna e do
movimento humanista, o homem passou a tomar as rédeas de sua própria existência,
tornando-se senhor de suas próprias ações, passando as produções literárias a torná-lo o
elemento central de suas temáticas, juntamente aos seus pensamentos e sentimentos
(antropocentrismo).
Tido como o pai da moderna historiografia portuguesa, Fernão Lopes foi responsável pelos
textos pertencentes a um dos gêneros mais proeminentes do movimento literário humanista: as
crônicas historiográficas. Lopes também foi guarda-mor da Torre do Tombo, onde estavam
guardados os documentos do Arquivo Geral do Reino.
Surgida nos ambientes próprios da nobreza e fruto da gradual dissociação entre poesia e
música, esse gênero humanista priorizava aspectos referentes à concepção de mundo dos
mais ricos em detrimento de hábitos e costumes mais populares. A poesia palaciana, portanto,
era um gênero que almejava ser recitado por nobre para nobres.
Fernão Lopes introduziu à prosa historiográfica o povo como sendo um agente histórico ativo,
bem como uma maior fidelidade aos acontecimentos narrados, haja visto que realizava
pesquisas em documentos de época e que, até então, os textos pertencentes a esse gênero
eram formulados por meio de um misto de eventos reais e elementos pertencentes ao
imaginário popular e geralmente relacionados à religião cristã.