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Pontifícia Universidade

Católica de Goiás

Índices Físico

Disciplina: Geotecnia 1
Geotecnia I

Profa. : Melina Freitas Rocha


O ESTADO DO SOLOS
Índices físicos entre as três fases: os solos são constituídos de
três fases:
• Partículas sólidas;
• Água;
• Ar
O comportamento de um solo depende da quantidade relativa
de cada uma das três fases (sólidos, água e ar).
Geotecnia I

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O ESTADO DO SOLOS
Índices físicos entre as três fases: os solos são constituídos de
três fases:
• Partículas sólidas;
• Água;
• Ar

 TEOR DE UMIDADE (w):


• dependem do tipo de solo; Pw
• dado em %; w= ×100
Ps
Geotecnia I

• variam de 10 a 40%
• com exceções de solos muito secos e úmidos.

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ÍNDICES FÍSICOS

 ÍNDICE DE VAZIOS (e):


• adimensional; Vv
• varia de 0,5 a 1,5; e=
• argila orgânica (e > 3); Vs
• não é obtido, mas sim calculado;
• não pode ser zero.

 POROSIDADE (n):
• unidade em (%);
• varia de 30 a 70%;
Geotecnia I

• não pode ser 0 nem maior que 100%.


Vv
n= ×100
V
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ÍNDICES FÍSICOS

 GRAU DE SATURAÇÃO (S ou Sr):


Vw
• unidade em (%); S= ×100
• varia de 0 a 100%. Vv
 PESO ESPECÍFICO DOS GRÃOS OU SÓLIDOS (γS):
• unidade em (kN/m³);
Ps
• varia de 24 a 30 kN/m³.
γs =
Vs
 PESO ESPECÍFICO DA ÁGUA (γw):
Geotecnia I

Pw
γw =
• unidade em (kN/m³);
• função da temperatura;
• valor adotado de 10 kN/m³. Vw
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ÍNDICES FÍSICOS

 PESO ESPECÍFICO NATURAL (γn):


• unidade em (kN/m³); P
• varia de 17 a 21 kN/m³; γn =
• exceção argilas moles com 14 kN/m³. V
 PESO ESPECÍFICO APARENTE SECO (γd):
• unidade em (kN/m³);
• varia de 13 a 19 kN/m³; Ps
• exceção argilas moles com 4 kN/m³. γd =
V
 PESO ESPECÍFICO SATURADO (γsat):
Geotecnia I

• unidade em (kN/m³);
Psat
• da ordem de 20 kN/m³. γ sat =
V
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ÍNDICES FÍSICOS

 PESO ESPECÍFICO NATURAL (γsub):


• unidade em (kN/m³);
• cálculos de tensões efetivas;
• da ordem de 10 kN/m³.

γ sub = γ nat − γ w

 RELAÇÃO ENTRE OS ÍNDICES


Apenas três dos índices apresentados são obtidos diretamente
Geotecnia I

em laboratório: w, γs e γn .
Os demais são calculados por correlações (equações).

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ÍNDICES FÍSICOS

• Vs = 1
Geotecnia I

• Vv = e
• Vw = S.e

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ÍNDICES FÍSICOS

 RELAÇÕES DIRETAS:

e γ s (1 + w) γs γ s + eγ w
n= γ= γd = γ sat =
1+ e 1+ e 1+ e 1+ e

 EQUAÇÕES DEDUZIDAS:
γn γs γs ⋅w
γd = e= −1 S=
1+ w γd e ⋅γ w
Geotecnia I

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ÍNDICES FÍSICOS

 VALORES TÍPICOS
Geotecnia I

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ÍNDICES FÍSICOS

 TODAS EQUAÇÕES PODEM SER ESCRITAS EM


TERMOS DE MASSA ESPECÍFICA (ρ)
ρ s (1 + w) ρd =
ρs
ρ=
1+ e 1+ e Densidade relativa:
ou ou γs ρs
Gs = ou
Gs ρ w (1 + w) Gs ρ w γw ρw
ρ= ρd =
1+ e 1+ e
ρ s + eρ w
ρ sat =
1+ e
Geotecnia I

ou
(1 + w)Gs ρ w
ρ sat =
1+ e
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ÍNDICES FÍSICOS

Exercício 1: O peso específico natural de um solo


é 16,5 kN/m3. Sabendo que w = 15% e Gs = 2,7,
determine:
a) Peso específico seco
b) Porosidade
c) Grau de saturação
Geotecnia I

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ESTADO DAS AREIAS - COMPACIDADE
O estado em que se encontra uma areia pode ser expresso pelo
seu índice de vazios.
• para se saber o estado é necessário comparar o e com relação ao emax e
emin .
• emax é obtido colocando-se cuidadosamente o material, com uma queda
controlada. Determina-se o peso específico e calcula-se o emax
• emin é obtido vibrando-se a areia dentro de um molde.

Os índices de vazios máximos e mínimos dependem das características das


areias.
Descrição da areia emin emax
Areia uniforme de grãos angulares 0,70 1,10
Geotecnia I

Areia bem graduada de grãos angulares 0,45 0,75


Areia uniforme de grãos arredondados 0,45 0,75
Areia bem graduada de grãos 0,35 0,65
arredondados

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ESTADO DAS AREIAS - COMPACIDADE

Estando as duas areias com e = 0,65. Qual areia é mais


compacta?
Geotecnia I

COMPACIDADE RELATIVA

Dr ou CR =
emax − enat
Dr ou CR =
(1 − nmin ) ⋅ (nmax − n )
emax − emin (nmax − nmin ) ⋅ (1 − n )
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ESTADO DAS AREIAS - COMPACIDADE
Quanto maior o CR, mais compacta é a areia.
CLASSIFICAÇÃO CR
Areia fofa abaixo de 0,33
Areia de compacidade média entre 0,33 e 0,66
Areia compacta acima de 0,66

Areia compacta:

maior resistência;

deformabilidade
Geotecnia I

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ESTADO DAS AREIAS - COMPACIDADE

Exercício 2:

No campo obteve-se que um solo arenoso foi


compactado numa massa específica úmida de 1.720
g/cm3 e num teor de umidade de 9,0%. Em
laboratório, determinou-se que Gs = 2,66, emax = 0,82
e emin = 0,42. Pede-se para determinar sua
compacidade relativa quando compactado.
Geotecnia I

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ESTADO DAS ARGILAS - CONSISTÊNCIA
Característica relacionada a firmeza, aderência e resistência.
A resistência das argilas é expressa por meio do ensaio de
compressão simples, devido a isso tem-se:

CONSISTÊNCIA RESISTÊNCIA, EM kPa


Muito mole <25
Mole 25 a 50
Média 50 a 100
Rija 100 a 200
Muito rija 200 a 400
Dura >400
Geotecnia I

 Arranjo entre os grãos;


 Índice de vazios.

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ESTADO DAS ARGILAS - CONSISTÊNCIA
 SENSITIVIDADE DA ARGILA
Quando se manuseia as argilas, a resistência diminui, consistência
(amolgada), com índice de vazios constante, essa argila pode ter menor resist.
que no estado natural (indeformado). Esse fenômeno é conhecido como
sensitividade da argila.
Rindeformado
S=
Ramo lg ado
Resistência medida pelo ensaio de compressão simples.
Geotecnia I

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ESTADO DAS ARGILAS - CONSISTÊNCIA
 SENSITIVIDADE DA ARGILA

SENSITIVIDADE CLASSIFICAÇÃO
1 Insensitiva
1a2 Baixa sensitividade
2a4 Média sensitividade
4a8 Sensitiva
>8 Ultra-sensitiva (quick clay)

Indica que se argila vier a sofrer uma ruptura, sua resistência


após esta ocorrência é bem menor.
Geotecnia I

Região dos mangues → natural aterro de 1,5m → amolgada


0,5m

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ESTADO DAS ARGILAS - CONSISTÊNCIA
 Índice de consistência
Como a maioria das argilas encontra-se saturada, o seu estado
costuma ser expresso pelo teor de umidade.

Da mesma forma que o e, por si só das areias não diz nada, o


teor de umidade, por si só, não indica o estado das argilas.
(Limites de consistência)
Indica a posição relativa da
wp w w
umidade aos limites de mudança
Argila B
L
de estado.

wL − w
wp w wL

IC =
Geotecnia I

Argila A

wL − w p

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ESTADO DAS ARGILAS - CONSISTÊNCIA
 Índice de consistência
CONSISTÊNCIA ÍNDICE DE CONSISTÊNCIA
Mole < 0,5
Média 0,5 a 0,75
Rija 0,75 a 1,0
Dura > 1,0

Exercício 3: Com os dados de uma argila apresentados a


seguir, determine seu índice de consistência e sua
sensitividade:
◦ wnatural = 50%;
◦ wL = 60%;
Geotecnia I

◦ wP = 35%;
◦ Rnatural = 82 kPa;
◦ Ramolgado = 28 kPa.
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PROSPECÇÃO DO SUBSOLO
Para projetos de engenharia, deve ser feito um
reconhecimento dos solos:
 Identificação;
 Avaliação do estado;
 Amostragem (ensaios de lab.)

 SONDAGEM DE SIMPLES RECONHECIMENTO (NBR-6484)


A sondagem consiste em dois tipo de operação: PERFURAÇÃO E
AMOSTRAGEM.

PERFURAÇÃO ACIMA DO NÍVEL D’ÁGUA


-Furos com trado (10cm de diâmetro);
Geotecnia I

-Esforço da penetração dá ideia da consistência ou compacidade do solo;

- Utiliza-se tubo de revestimento para amostragem.

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PROSPECÇÃO DO SUBSOLO
PERFURAÇÃO ABAIXO DO N.A:
 Atingido o N.A a perfuração pode continuar com a
técnica de circulação de água (percussão e lavagem);
 Uma bomba d’água injeta água na extremidade do
tubo, através de uma haste;
 A água sai sobre pressão;
 Quando ocorre alteração do solo, recolhe-se amostra
para um identificação prévia.
Geotecnia I

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PROSPECÇÃO DO SUBSOLO
AMOSTRAGEM

 Na sondagem com amostrador padrão, utiliza-se um


tubo com 50,8 mm de diâmetro externo e 34,9 mm de
diâmetro interno, com extremidade cortante biselada.
Geotecnia I

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PROSPECÇÃO DO SUBSOLO
AMOSTRAGEM

- Coleta de amostra de
Geotecnia I

metro em metro.
- Exame tátil-visual

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PROSPECÇÃO DO SUBSOLO
AMOSTRAGEM

-Escavação do 1° metro
(trado);
- Cravação (1,00-1,45m):
- Contagem de golpes para
15cm.
Geotecnia I

- Fase de avanço
- 65kg; (1,45-2,00m):
- 75 cm de queda livre;
- alteamento manual;
- penetração de 45cm.
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PROSPECÇÃO DO SUBSOLO
RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO – SPT (Standard
Penetration Test) – NBR 6484/97

 Durante a cravação são anotados os golpes para cravar


cada trecho de 15 cm do amostrador;
 O primeiro 15cm é desprezado e define-se resistência à
penetração como sendo o número de golpes necessários para
cravar 30cm do amostrador;
 Resistência a penetração = N SPT (relação direta com o
estado do solo)
 A cravação é interrompida antes dos 45cm quando:
Geotecnia I

- em qualquer dos 3 segmentos de 15cm, o n° de golpes


ultrapassar 30;

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PROSPECÇÃO DO SUBSOLO
RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO – SPT (Standard
Penetration Test) – NBR 6484/97

- um total de 50 golpes tiver sido aplicado durante toda


cravação (impenetrável ao SPT);
- não se observar cravação durante 5 golpes
consecutivos.
Critérios de parada:
- quando, em 3m sucessivos, se obtiver 30 golpes para
penetração dos 15 cm iniciais;
- quando, em 4m sucessivos, se obtiver 50 golpes para
Geotecnia I

penetração dos 30cm iniciais;


- quando, em 5m sucessivos, se obtiver 50 golpes para a
penetração dos 45cm.

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PROSPECÇÃO DO SUBSOLO
RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO – SPT (Standard
Penetration Test)
Resistência à Compacidade
penetração (NSPT) da areia
0a4 Muito fofa
5a8 Fofa
Compacidade
9 a 18
média Resistência à Consistência da
18 a 40 Compacta penetração argila
(NSPT)
Acima de 40 Muito compacta
<2 Muito mole
Geotecnia I

3a5 Mole
6 a 10 Consistência média
11 a 19 Rija
>19 Dura
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PROSPECÇÃO DO SUBSOLO
SPT (Standard Penetration Test)

C:\Users\MELINA\Desktop\Projetos\Sond 134-08\SPT01.xls

C:\Users\MELINA\Desktop\Projetos\Sond 134-08\SPT02.xls
Geotecnia I

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PROSPECÇÃO DO SUBSOLO
SPT – NÚMERO, LOCAÇÃO E PROFUNDIDADE DOS
FUROS

NBR 8036/83 – Programação de sondagens de simples reconhecimento


dos solos para fundações de edifícios

- NÚMERO DE FUROS: f (área projetada da construção)


Geotecnia I

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PROSPECÇÃO DO SUBSOLO
SPT – NÚMERO, LOCAÇÃO E PROFUNDIDADE DOS
FUROS – NBR 8036/86

- LOCAÇÃO DOS FUROS: devem cobrir toda a área


carregada. A distância entre furos não deve ser superior a 30 m.
Geotecnia I

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PROSPECÇÃO DO SUBSOLO
SPT – NÚMERO, LOCAÇÃO E PROFUNDIDADE DOS
FUROS - NBR 8036/86

- PROFUNDIDADE DOS FUROS: deve considerar a


profundidade provável das fundações e do bulbo de tensões gerados pela
fundação prevista e as condições geológicas locais.

VANTAGENS DO SPT:

- Custo relativamente baixo;


-Facilidade de execução e possibilidade de trabalho em locais de difícil
acesso;
Geotecnia I

- Permite obter o perfil estatigráfico do local e coletar amostras;


- Fornece o índice de resistência a penetração;
- Possibilita determinar o NSPT

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OUTROS MÉTODOS DE PROSPECÇÃO DO
SUBSOLO
Determinam parâmetros mais confiáveis que o SPT, mas
não permitem coleta de amostras e são onerosos.

 CPT (Cone Penetration Test);


 Sondagem rotativa (rocha);
 Ensaio Pressiométrico (PMT);
 Dilatômetro de Marchetti (DMT);
 Ensaio de palheta (Vane Test).
Geotecnia I - 2012

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OUTROS MÉTODOS DE PROSPECÇÃO DO
SUBSOLO
 CPT (Cone Penetration Test)
Geotecnia I

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OUTROS MÉTODOS DE PROSPECÇÃO DO
SUBSOLO
 SONDAGEM ROTATIVA
Geotecnia I

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OUTROS MÉTODOS DE PROSPECÇÃO DO
SUBSOLO
 Dilatômetro de Marchetti (DMT)
Geotecnia I

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OUTROS MÉTODOS DE PROSPECÇÃO DO
SUBSOLO
Ensaio de palheta (Vane Test).
Geotecnia I

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