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MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

# PARTE 01 – CONTABILIDADE PARA INVESTIDORES #

AULA 01 – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


> Contabilidade é a linguagem dos negócios. Para analisar qualquer ação / business, deve-se ter
noções essenciais de contabilidade.
> Demonstrações financeiras são relatórios contábeis que apoiam a tomada de decisão dos
gestores das empresas.
-São importantes também para a apuração dos valores do imposto a pagar das Sociedades
Anônimas.
-Sintetizam os resultados das empresas, e dão todas as informações necessárias em
relação aos números da empresa num determinado período. Os diretores, conselheiros,
tomam decisões baseadas nesses números.
-A empresa apura o lucro que ela teve em um determinado período e calcula o imposto em
cima disso a serem pagos, sem gerar problemas fiscais.
> Demonstração de Resultado do Exercício (DRE):
-Demonstração financeira mais importante, já que se trata do lucro da empresa em um
determinado período. Parte da receita, e apura todos os custos / despesas até alcançar o
lucro.
> Balanço Patrimonial (BP):
-Todos os ativos (direitos) e passivos (deveres, obrigações à terceiros) da empresa, e
quanto que sobra de patrimônio para o socio no final.
> Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC):
-O caixa é uma linha tão importante da empresa, que há um documento exclusivo para se
tratar do caixa da empresa. Entradas e saídas da empresa, e como ele foi alterado no
período.
> São realizadas trimestralmente.

> Aprovação dos Relatórios:


ITR’s: analisados pelo conselho fiscal da empresa trimestralmente;
DFP’s: aprovado pelo Conselho de Administração anualmente.
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> Onde encontrar as demonstrações financeiras?


-Site de Relacionamento com Investidor da empresa (todas as empresas listadas na bolsa
devem obrigatoriamente ter um Site de RI).
-Central de Resultados

ITR 3T2018: relatório completo formalizado (mais técnico)

Press Release: documento com os resultados utilizando uma linguagem fácil e acessível (ler primeiro)
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AULA 02 – DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DE EXERCÍCIO (DRE)


> Lançamentos contábeis são apurados nos períodos que ocorrem, mas não necessariamente nos
períodos de recebimento, sob a ótima de Regime de Competência.
-Registro de lançamento mensal.
EX.: empresa pagou aluguel de sua sede administrativa de 1 ano, à vista em Janeiro (ou até
no final do contrato em Dezembro), por R$ 1.200.000. No DRE, a despesa entrará pro-rata,
mensalmente, no valor de R$ 100.000 ao longo dos meses no ano.
> “Filme” que retrata o resultado da empresa em um determinado período (mensal, trimestral,
anual).
-Mostra quanto da Receita da empresa, em um determinado período, gerou de lucro após
os gastos. A DRE mostra como a empresa apurou o lucro líquido do período (que acaba se
refletindo nas cotações).

Receita Bruta: tudo o que a empresa vendeu e tudo que ela recebeu efetivamente.
ICMS/ISS: dedução de impostos da receita bruta; devoluções; descontos.
Receita Líquida: tudo o que efetivamente a empresa receitou ao final do dia.
CPV (custo dos produtos vendidos): todos os custos que você consegue atribuir à uma empresa no
que se refere ao valor de cada produto que ela produziu. (EX.: fabricação de calçado. Inclui a conta
de energia e individualiza entre a quantidade de calçadas, salário de funcionários ratiados, etc. Via
de regra, esse custos são tudo aquilo que está dentro da fábrica da empresa efetivamente).
*OBS¹: a empresa apenas contabiliza o CPV dos produtos que foram vendidos pela empresa para
chegar ao lucro bruto daquela operação de vendas! Os demais produtos produzidos e que não
foram vendidos serão discriminados nas contas de estoque da empresa, que está no Balanço
Patrimonial.
Lucro Bruto (resultado do chão de fábrica):
Despesas com Vendas, Gerais e Administrativas (Despesas VG e A): despesas com marketing,
bônus de funcionários, salários de funcionários da parte administrativa (diretor, conselheiros),
aluguel. Ou seja, tudo aquilo que gera despesa e que não está dentro da fábrica da empresa.
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EBIT (Lucro operacional OU Earns Before Interests and Taxes): qual resultado que a empresa tem
puramente com as suas operações. Se a empresa não tem esse resultado positivo, ela não
consegue gerar lucro nem com a “atividade fim” dela. Maioria das empresas divulga também o seu
EBITDA, que seria o EBIT + Depreciações e Amortizações (que inclui, por exemplo, depreciação
de um carro comprado pela empresa que perde 20% ao ano do seu valor).
Resultado Financeiro: soma ou subtrai o resultado que a empresa teve com os juros das suas
aplicações financeiras (rendimento do caixa aplicado) e os juros que a empresa paga das dívidas
contraídas entram como uma despesa financeira. Ou seja, o EBIT se trata puramente das
operações daquela empresa, já que não conta com esse dado. Pode ser positivo (mais caixa que
dívida, o rendimento do caixa vai ser superior aos juros da dívida) ou negativo (mais dívida que
caixa gasta mais com juros do que ganha rendimentos do caixa).
Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR)
Imposto de Renda de Contribuição Social: geralmente de 34%, com algumas empresas tendo
isenções fiscais sobre esses impostos.
Lucro Líquido: no final, tirando todas as despesas, é isso o que sobra para os donos da empresa
(SÓCIOS / ACIONISTAS).
*OBS²: as empresas subsidiárias que são controladas totalmente ou parcialmente devem ser
consolidadas no resultado!
Participações minoritárias: caso uma empresa tenha controle sobre outra (mesmo sem ser sócia
majoritária controladora dessa empresa) ela deve subtrair essas participações sobre o lucro líquido.
Apesar disso, a grande parte das empresas da nossa bolsa possuem participações minoritárias de
outras empresas pouco expressivas, e o Lucro Líquido acaba refletindo o resultado final para o
sócio/acionista daquela empresa.
> O ideal é ter uma empresa saudável na parte operacional da empresa! A parte do resultado
financeiro pode ser arrumada mais pra frente com emissão de novas ações, redução de dívida,
etc., apesar dela precisar possuir uma dívida equilibrada.
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AULA 03 – INDICADORES FUNDAMENTALISTAS DA DRE


> Obtidos a partir dos resultados da DRE. Ajudam na interpretação dos resultados da empresa, e
como uma empresa funciona e como o seu resultado é composto.
> Margem Bruta: mede quanto o Lucro Bruto representa da Receita Líquida. Pode ser considerado
como resultado “chão de fábrica”, ou seja, resultado da empresa considerando apenas os custos
da fábrica.

> Margem Operacional: mede o quanto da Receita está sobrando para a empresa, devido
puramente às suas operações. Pode ser considerado o que a empresa conseguiu gerar de
resultado, durante o período.

> Margem Líquida: mede o quanto da receita está sobrando para a empresa, depois de considerar
todas as despesas e custos, operacionais e financeiros. O que gera retorno para o acionista é o
lucro líquido. Do lucro líquido, a empresa determina a parcela a ser distribuída de dividendos e a
parcela a ser mantida na empresa para reinvestimentos.

> Grau de Alavancagem Operacional (GAO): mede o quanto a receita pode ter de variação
negativa até que a empresa comece a então ter prejuízo operacional. Mostra o peso das despesas
em relação aos custos de uma empresa.
-Quanto maior, mais difícil é a empresa ter um prejuízo operacional, decorrente das suas
vendas.
-Nível de sensibilidade nos resultados da empresa. Quanto ela pode flutuar a receita dela
até que gere um prejuízo operacional ou não. O resultado desse indicador significa quantos % a
Receita de uma empresa deve reduzir para que ela passe a “zerar” o seu operacional. Se
cair mais do que isso, passa a operar em prejuízo.

> Empresas com mais vantagens competitivas conseguem ter margens maiores.
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AULA 04 – ANÁLISE PRÁTICA DE UMA DRE


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AULA 05 – BALANÇO PATRIMONIAL (BP)


> Mostra os ativos e passivos da empresa em uma determinada data específica.
-Ativos: bens e direitos contra terceiros, vendas que ainda vai receber, um carro, fábrica,
maquinário, etc.
-Passivos: dividas e obrigações com terceiros, comprou mercadoria de fornecedor mas vai
pagar a prazo, dívidas bancárias, debêntures.
> Patrimonio Líquido: participação referente aos acionistas.
> Diferente da DRE que se trata de uma “filmagem” das receitas de um período, o BP é uma
“fotografia” dos bens, direitos, deveres e obrigações da empresa. São informações estáticas
diferentes da DRE.
> Estrutura de Capital: forma como a empresa financia os seus ativos.
-Ativos sempre estão do lado esquerdo
-Passivos: lado esquerdo
-Patrimônio: também do lado esquerdo, pois não deixa de ser um dever da empresa com os
acionistas que financiaram a empresa em determinado momento.
> Ativos circulantes (ativos passivos de serem realizados em um período inferior a 1 ano):
-Caixas e Equivalentes
-Contas a receber de clientes
-Estoques
> Ativos não-circulantes
-Ativos realizáveis em um prazo maior de investimento (CDB’s, etc)
-Imobilizados da empresa: imóveis, indústrias
> Passivos circulantes (obrigações e direitos que a empresa tem em menos de 1 ano)
-Obrigaçoes trabalhistas (salário do funcionário que terá 13º,
-Fornecedores
-Empréstimos e financiamentos
> Passivos não-circulantes:
-Empréstimos e Financiamentos (prazos longos, que não vencem dentro de 1 ano)
> Patrimônio Líquido:
-Capital Social: capital dos sócios que foi integralizado dentro da empresa
-Reserva de lucros: lucros acumulados da empresa, que agrega ao patrimônio
(bonificações, por exemplo, que são a transferência de capital da reserva de lucros para
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dentro do capital social da empresa, sendo um dinheiro mais difícil de sair da empresa e que
não vai ser distribuído em forma de proventos)
PATRIMONIO LÍQUIDO NA EMPRESA = ATIVO – PASSIVO
AULA 06 – INDICADORES FUNDAMENTALISTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL (BP)

> Indicadores obtidos a partir das informações do BP, que ajudam na interpretação dos resultados
da empresa, principalmente de sua alavancagem (endividamento), e ajudam também a entender
como a empresa financia os seus ativos e o nível de risco decorrente desse endividamente.
-Alguns indicadores utilizam dados da DRE da empresa.
> Dívida Bruta = Dívidas de Curto Prazo + Dívidas de Longo Prazo
-Outros passivos da empresa, como obrigações trabalhistas, fornecedores, etc, não entram
nessa conta porque não possuem “custo” (JUROS). Então, apenas essas duas modalidades
de dívidas são incluídas na dívida bruta da empresa, apesar dos outros passivos também
fazerem parte das obrigações da empresa.
> Dívida Bruta / Patrimônio Líquido: indicador que mostra a proporção de endividamento da
empresa, em relação ao seu patrimônio líquido.
-Varia muito de empresa para empresa, e deve ser analisado em conjunto com outros
indicadores da empresa (grau de alavancagem, margens, etc.)
-Dá uma ideia de quanto a empresa tá pegando dinheiro de terceiros em relação à quanto
ela captou de dinheiro dos sócios.
-EX.: DB / PL = 2, pra cada 1 real de PL que a empresa tem, ela tem 2 reais de dívida.

> Dívida Líquida = Dívida Bruta – Caixa e Equivalentes a Caixa


> Dívida Líquida / EBITDA (últimos 12 meses): indicador que mostra a proporção do endividamento
líquido da empresa, em relação ao seu resultado operacional dos últimos 12 meses.
-Utiliza-se o EBITDA para ver em quantos anos a empresa seria capaz de pagar a dívida
caso ela usasse todo o resultado operacional dela para isso. Depreciação e amortização não tem
efeito caixa.
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-Representa também quantos anos seriam necessários de resultado operacional, para que
a empresa quitasse suas dívidas.
-Caso a empresa tenha mais Caixa do que dívida, o resultado desse indicador é ZERO.

> ROE (Return On Equity) = Lucro Líquido / Patrimônio Líquido: proporção para saber quanto o
lucro líquido da empresa representa do patrimônio líquido dela.
-Desvantagem: geralmente o patrimônio da empresa é subavaliado. As normas de
contabilidade fazem com que os ativos da empresa sejam minorados (registrados num valor
menor por precaução), e sempre tende-se à subvalorizar os passivos (a contabilidade é
conservadora quanto à contabilidade da empresa).
> ROA (Return On Asset) = Lucro Líquido / Ativos: quanto a empresa gera de lucro líquido em
relação a todos os ativos que ela tem. Espécie de retorno sobre os ativos da empresa.
-Desvantagem: ativos geralmente são subavaliados (contabilmente, alguns bens da
empresa que são depreciados dentro dela são “zerados” dos balanços. EX.: um carro que eh
de posse da empresa).
> ROIC (Return On Invested Capital) = Resultado Operacional Líquido / Investimentos: ter ideia de
qual que é a rentabilidade dos investimentos que a empresa tá fazendo nas operações dela.
-Desvantagem: os investimentos têm prazo de maturação. Normalmente não se consegue
ver exatamente qual que é o resultado gerado por cada um dos investimentos porque a
empresa não segrega esses resultados (EX.: fábrica nova de uma empresa não tem seu
retorno constado separadamente).

*OBS: SEMPRE comparar indicadores de empresas de um mesmo setor!


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AULA 07 – ANÁLISE PRÁTICA DE UM BALANÇO PATRIMONIAL


> Análise de Grendene:
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AULA 08 – DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA (DFC)


> Fluxo de Caixa: os lançamentos contábeis são apurados somente no recebimento. Mostra a
movimentação do caixa da empresa em um determinado período de tempo.
-Caixa: dinheiro vivo que a empresa tem na conta do banco (sem contar aplicação
financeira). Consta dentro dos ativos do Balanço Patrimonial.
-Quanto que entra e quando que sai pra cada tipo de despesa.
-Diferentemente da DRE, as despesas são contadas integralmente!
> A DFC é um filme que retrata o fluxo de caixa da empresa em um determinado período.
-Ela mostra separadamente os fluxos referentes às operações, aos investimentos, e aos
financiamentos que a empresa toma.
-Mostra como a empresa teve eu caixa alterado em um determinado período.
> Fluxo de Caixa Operacional (FCO): é o somatório de entradas e saídas do caixa da empresa em
um determinado período, referente às suas operações.
-Normalmente tem valor positivo nas empresas saudáveis, já que a empresa gera caixa
através de suas operações.
-Principais entradas: 1) Venda de mercadorias

2) Prestação de serviços
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-Principais saídas: 1) Pagamento de funcionários

2) Pagamento de despesas VG&A

3) Compra de estoque

> Fluxo de Caixa de Investimentos (FCI): geralmente é negativo em empresas saudáveis, já que a
empresa usa dinheiro do caixa para realizar novos investimentos. Somatório das entradas e saídas
do caixa da empresa referente aos investimentos em um determinado período.
-Principais entradas: 1) Venda de ativos imobilizados

2) Resgate de aplicações financeiras

3) Juros de aplicações financeiras

-Principais saídas: 1) Compra de ativos imobilizados (CAPEX)

2) Aplicações financeiras

> Fluxo de Caixa de Financiamento (FCF): transações da empresa com o socio e com os credores.
Somatório de entradas e saídas das empresas referentes aos financiamentos em um determinado
período. Pode ter tanto valor positivo como negativo.
-Principais entradas: 1) Emissão de novas ações

2) Captação de dívidas

-Principais saídas: 1) Pagamento de empréstimos

2) Juros e Proventos pagos para os acionistas

> Fluxo de Caixa Total: fluxo ou positivo ou negativo do período a depender dos fluxos acima
padronizados para melhor organizar a DFC.
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AULA 09 – INDICADORES FUNDAMENTALISTAS DA DFC

> Indicadores obtidos a partir da DFC, ajudam na interpretação dos resultados da empresa,
principalmente dos seus investimentos, além de ajudar também à entender o nível de
investimentos atuais de uma empresa. Alguns indicadores utilizam dados provenientes da DRE.
> CAPEX: investimentos em ativos imobilizados.
> CAPEX / FCO: indicador que mostra a proporção entre os investimentos da empresa e a sua
geração de caixa operacional.
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> CAPEX / D&A: indicador que mostra a proporção entre os investimentos da empresa e a
depreciação dos seus ativos.

RENNER: reinveste em ativos imobilizados 72% do FCO dela,


sendo 192% da depreciação e amortização que gera em um
determinado período (expansão).

WEG: precisa de muito mais capital pra crescer do que a Renner.


Ainda cresce, mas usando menos a geração de caixa dela.

ULTRAPAR: investe 92% em ativos imobilizados e 2x o valor da


D&A.
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RIACHUELO: investe 271% do FCO dela, sendo 114% da


depreciação e amortização. Investe bastante do fluxo de caixa,
mas representa apenas um pouco mais do que a depreciação e
amortização dela. O caixa pode ter vindo fraco em um
determinado ano, podendo distorcer o indicador.

ENGIE: no momento, investe mais do que sua concorrente (a


empresa vem aumentando a dívida ao longo dos anos, ficando
isso bem claro pelo CAPEX / FCO para onde os empréstimos
estão indo). Dívida ainda assim mais equilibrada que a AES TIETÊ.

AES TIETÊ: já se alavancou bastante há um tempo, agora apenas


reinveste o seu fluxo de caixa.

> Indicadores que mostram os níveis de investimento das empresas.


> Analisar os indicadores em conjunto com outros sempre.
> Não são indicadores excelentes, mas sim de entendimento. É importante analisar como os
indicadores estão andando aos longos dos anos para entender o momento da empresa
(investimento, maturação).

AULA 10 – ANALISE PRATICA DE DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA (DFC)


> Método indireto: método contábil que você pega o lucro liquido da empresa, ajusta com
alterações de contas do balanço patrimonial, e chega ao fluxo de caixa.
-É utilizado pelas empresas brasileiras para elaborar o FCO.
-Não se consegue extrair muita informação com relação ao Fluxo de Caixa Operacional.
-Para o acionista, isso não eh problema, devendo-se olhar para o valor final gerado ao longo
dos anos.

FLUXO DE CAIXA DE INVESTIMENTOS (GRDN3)


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FLUXO DE CAIXA DE FINANCIAMENTOS (GRDN3)

FLUXO DE CAIXA TOTAL (GRDN3)

CAPEX / FCO = 16% (CAPEX baixo em relação ao que a empresa investe operacionalmente, a
empresa está investimento pouco no momento).
CAPEX / D&A = 131% (empresa simplesmente mantendo as operações dela)
*OBS: SEMPRE analisar os indicadores no Longo Prazo!

# PARTE 02 – MÚLTIPLOS #

AULA 01 – O QUE SÃO MÚLTIPLOS?

> Múltiplos são uma forma simplória de precificação de ações. São mais informativos sobre uma
característica especifica da empresa, do que um indicador que vai auxiliar na tomada de decisão
para o momento de compra da ação.
-São indicadores que relacionam o valor de mercado da empresa com os seus resultados.
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> Dados das Demonstrações Financeiros + Dados de Mercado (cotações) = Múltiplos

P / L (preço / lucro): valor de mercado dividido pelo lucro dos últimos 12 meses, pra saber quantas
vezes ela vale o lucro anual dela.
EV / EBITDA (Enterprise Value / Earns Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization):
semelhante ao P / L, mas avalia mais a parte operacional da empresa.
P / VPA (preço / valor patrimonial da ação): cotação da ação por quanto de patrimônio que a
empresa tem pra cada um das ações e comparar com o valor de mercado atual da empresa.
Div. Yield: quanto a empresa distribuiu de dividendos nos últimos 12 meses em relação ao seu
valor de mercado. Sensibilidade de quanto será recebido de dividendos em 12 meses caso seja
feito um investimento sobre aquela empresa.

> Métricas simplórias de precificação de uma empresa, pois considera-se apenas o momento atual
da empresa e o valor de mercado que tá sendo negociada a ação. Logo, diz à respeito do
momento atual da empresa, mas não sobre o seu futuro!

AULA 02 – RELAÇÃO PREÇO / LUCRO (P/L)

> Relação entre o valor de mercado de uma empresa (número de ações x valor da cotação atual) e
o seu lucro dos últimos 12 meses. Também é calculado como a cotação de uma ação, dividida pelo
seu Lucro por Ação (LPA).
-“Quantos anos demoraria para retornar o seu capital investido considerando que a empresa
vá ter o mesmo lucro de agora?” Alguns investidores enxergam o P/L por essa ótica, porém,
as empresas tendem a sempre ter algum tipo de crescimento. Logo, se tratando de uma
empresa boa, o seu retorno se dará em um tempo inferior ao calculado pelo P/L!
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> O P/L pode ser interpretado como o número de vezes que uma empresa vale, em relação ao seu
lucro anual.
> Payout: é a porcentagem do lucro distribuída em forma de dividendos.

-Quanto maior o Payout, menor é o crescimento da empresa! E quanto menor o Payout,


maior é o crescimento da empresa. Quanto mais ela distribui para o seu acionista, quanto maior é
a proporção do lucro que vai para o acionista, menos ela vai crescer, pois precisa reter uma
parte do lucro para reinvestir e crescer futuramente!
> A relação P / L também reflete uma expectativa de retorno futuro! Quanto maior eh a expectativa
de crescimento da empresa e dos resultados, maior essa relação, pois o mercado se antecipa á
isso! Se o mercado sabe que a empresa vai investir pesadamente nos próximos anos e que o lucro
dela deve crescer muito nos próximos anos, o valor desse múltiplo eh maior hoje!
-Quanto menor essa expectativa, menor é esse indicador.
-Empresas de crescimento geralmente tem o P/L alto!

ENGIE: distribuiu mais que 100% do lucro nos últimos 12 meses (distribuiu um pouco do caixa).
Como ela distribui muitos proventos (geradora de energia só consegue crescer com novos
investimentos), o mercado precifica ela com P/L relativamente baixo. A Engie, pra crescer, precisa
se alavancar.
RENNER: distribuiu só 35% dos lucros, retendo boa parte para continuar investindo e abrindo
novas lojas. O mercado precifica esse crescimento e bota o valor muito maior pra empresa em
relação ao seu lucro. Consegue crescer reinvestindo seus lucros.
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AMBEV: distribui praticamente todo o seu lucro para o seu acionista (entre 80~100%) e tem uma
relação P/L superior à da Engie, por exemplo, mesmo sem previsibilidade de crescimento tão alta
(pelo seu MarketShare). Seu P/L é superior devido à qualidade da empresa!

> O P/L também pode ser alto devido à qualidade da empresa! Quanto maior a qualidade dos
ativos, da gestão, das vantagens competitivas, do Market share, das marcas, menor é o risco da
empresa!
-Quando o mercado vê que a empresa tem um risco muito baixo, ele costuma precificar a
empresa em múltiplos maiores.
-O P/L portanto é também inversalmente proporcional ao risco inerente à empresa: quanto
maior o P/L, menor o risco da empresa. Quanto menor o P/L, maior o risco da empresa!
-Além disso, existe também as possibilidades futuras da empresa, como expansão de novos
mercados, atuação em outros países e desenvolvimento de novos produtos.

EMPRESAS COM P/L ALTO POR QUALIDADE

WEG: P/L maior que o da Ambev, com boa distribuição de resultados para os acionistas, e
crescimento pequeno, mas o mercado precifica ela a múltiplos altos devido às vantagens
competitivas dela.
M DIAS BRANCO: P/L alto relacionado principalmente à qualidade, com boa distribuição de
proventos, além de crescimento bom de 11%.
EMPRESAS COM P/L ALTO POR CRESCIMENTO

RAIADROGASIL: P/L alto, já negociou à aprox. 70, com crescimento médio de 17% ao ano nos
últimos 3 anos.
LINX: resultado operacional alto de 11% nos últimos anos, além de bom pagamento de proventos.
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AREZZO: está entre uma empresa pura de crescimento uma empresa de qualidade. O mercado
precifica que ela ainda vai crescer nos próximos anos, mesmo ainda distribuindo boa parte do seu
lucro aos acionistas.

> P/L é um indicador que combina qualidade da empresa e as expectativas futuras de retorno e
crescimento. A avaliação sobre quanto o P/L indica qualidade ou crescimento é subjetiva, devendo-
se analisar usando os outros indicadores das demonstrações financeiras.
> Nos EUA, empresas como Coca-Cola, Johnson & Johnson, que são multinacionais bem
estabelecidas no mercado, vemos que os múltiplos são muito altos, e a empresa não tem nenhuma
expectativa de crescimento pois ela já eh uma empresa gigante no seu segmento, com bastante
qualidade!

AULA 03 – RELAÇÃO EV / EBITDA


> É a relação entre o valor da firma (EV) de uma empresa e o seu Lucro Operacional (EBITDA) dos
últimos 12 meses.
-Parecido com o P/L, é um múltiplo que leva em consideração o valor de mercado da
empresa, ajustado pelo caixa e dívidas, e sua comparação com o Lucro Operacional
(EBITDA).
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> O EV / EBITDA pode ser interpretado como o numero de vezes que uma empresa vale, ajustado
pelo seu caixa e suas dívidas em relação ao seu Lucro Operacional (EBITDA).

> Tanto o EV / EBITDA quanto o P / L não possui relação com o valor futuro de uma empresa, com
vários estudos acadêmicos mostrando isso.

Ao longo do tempo, o P/L oscila, mas anda de maneira relativamente constante, enquanto que o valor de mercado da
empresa vai aumentando enquanto que os lucros da empresa vão aumentando.
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Nos gráficos acima, percebe-se que as cotações estão muito mais relacionadas com o resultado operacional do que com
o P / L. As duas barras pretas do primeiro gráfico mostram a oscilação do P / L mas dentro de uma banda dos valores.
Ou seja, quando a gente tem uma relação P/L ou EV/EBITDA razoavelmente constante pra empresa, conforme o
resultado dela melhora, o mercado continua precificando ela nesse mesmo múltiplo. O valor de mercado tá muito mais
relacionado ao crescimento do resultado operacional e líquido em função de uma relação P / L razoavelmente constante.

> O indicador EV / EBITDA combina a qualidade da empresa e as expectativas de futuro de retorno


e crescimento. Então quanto maior o EV / EBITDA, maior a expectativa de crescimento e qualidade
da empresa.
> Tanto o EV / EBITDA quanto o P / L são mais consequência do que causa:
Valor de uma Empresa = Lucro x Preço / Lucro
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-Lucro é variável no longo prazo, concretização das atividades das empresas (constante no
curto prazo, visto que só importa de 3 em 3 meses).
-P / L: constante no longo prazo, em função das expectativas de crescimento e qualidade da
empresa, mas no curto prazo ela oscila no curto prazo visto que o preço oscila
frequentemente.
> Quando a gente olha o P / L de uma empresa, nunca interpretar se a empresa tá cara ou barata,
ou em quanto tempo você terá o seu investimento de volta; esses indicadores são mais
informativos dentro da realidade da empresa pra entender como o mercado precifica o ativo e o
nível de risco e expectativa de crescimento da empresa no longo prazo!
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AULA 04 – RELAÇÃO P / VPA


> Relação entre o valor de mercado da empresa e o seu patrimônio líquido.

> Pode ser interpretado como quantas vezes a empresa vale o seu valor patrimonial.
> Era muito usado em décadas passadas em estratégias de compra da empresa com liquidação
total. Warren Buffet comprava empresas que tinham uma relação de valor de mercado muito baixo
em relação ao seu valor patrimonial e ele liquidava a empresa, ou seja, demitia funcionários, vendia
os ativos, pagava todas as dívidas, e sobrava um valor muito maior do que ele tinha pago!
> Apesar disso, é um indicador que possui altas distorções, porque as normas contábeis são
conservadoras, de forma que os ativos das empresas são subavaliados e os passivos das
empresas são sobreavaliados, gerando um Patrimônio Líquido menor do que o real!

Como foi observado com o P / L e o EV / EBITDA, ele oscila ao longo dos anos, e observamos que não existe relação
entre cotação futura e Valor Patrimonial. As cotações acompanham os resultados da empresa!

> Então, é um indicador distorcido já que o patrimônio é sempre avaliado por um valor inferior, e é
também um indicador com pouca qualidade. Faz mais sentido entender o P / L e EV / EBITDA, que
traduz os resultados da empresa, do que esse indicador que compara um pontual da empresa.
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AULA 05 – DIVIDEND YIELD


> Relação entre os dividendos distribuídos por ação nos últimos 12 meses, dividido pela cotação da
ação. Dá uma ideia de quanto você receberá de dividendos, caso compre uma ação naquela
cotação e caso os dividendos se mantenham constantes.

> Quanto maior for a expectativa de crescimento da empresa, menor é o Dividend Yield.
> Quanto maior a qualidade de uma empresa, menor o Dividend Yield.
-De acordo com a relação P / L, o Dividend Yield também considera o Lucro da empresa.
Então pode traduzir algo relacionado à isso.

Engie: com múltiplos baixos, tem DY maior. O mercado não espera que ela não cresça mais nada,
pois a empresa precisa investir pesado pra crescer. Logo, o mercado precifica o DY dela tão alto!
Ainda distribuiu mais de 100% dos lucros como proventos, o que também gera essa distorção.
Renner: expectativa grande do crescimento de resultados futuros, e o mercado precifica ela a
múltiplos altos. Logo, os dividendos representam pouco em relação ao valor da empresa.
Ambev: pouca expectativa de crescimento futuro, mas como o mercado precifica ela a 22 P/L
aprox., e mesmo com o Payout alto, o DY dela não fica tão elevado.

> O Dividend Yield não eh um valor que sai do céu! Ele sai do caixa da empresa para o bolso do
investidor. Ele é uma forma de renda passiva, mas não é algo “de graça”, ele sai do caixa, e o
mercado corrige o valor da empresa de forma que você continue com o mesmo valor financeiro. O
que remunera o sócio é o lucro da empresa. Se ela vai distribuir ou reinvestir, isso que vai gerar os
resultados futuros.
-Os dividendos, bonificações e subscrições são indiferentes para os acionistas, pois o
dinheiro tá saindo da empresa e indo pro seu bolso. Se ele tá na empresa, você continue com
aquele aporte porque você é sócio da empresa! Ex.: você retirar dinheiro do caixa de uma
MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

padaria que você é dono diretamente para a sua poupança! O valor da empresa passa a ser
um pouco menor depois da distribuição porque agora aquele caixa tá com o acionista.
-Comprar empresa porque ela vai distribuir dividendo não é uma boa estratégia. Dividendo
é sempre uma consequência!
> O Dividend Yield da maioria das empresas é menor do que os juros de longo prazo dos títulos
públicos, exatamente pela expectativa de crescimento!
-Havia um conceito muito difundido até a década de 1970 nos EUA que as empresas
deveriam distribuir mais dividendos do que os juros de títulos públicos, pois elas seriam
mais rentáveis. Mas isso se inverteu à medida que os juros lá foram reduzidos à 1-2%.
-Quando a expectativa de retorno não é grande, o DY costuma ser maior.
-Via de regra, as empresas saudáveis que tem perspectiva de crescimento tem DY entre 1-
5% para as empresas negociadas na nossa bolsa.

Quanto maior o Payout da empresa (maior a % do lucro em forma de dividendo), maior é o seu DY. O mercado ve que a
empresa não tem mais perspectiva de crescimento. Quanto menos a empresa distribui do lucro, menor é o DY, porque tá
ficando muito dinheiro no caixa da empresa e isso também tá sendo precificado.

Pontos fora da curva: empresas que distribuem o lucro inteiro + caixa, com DY’s absurdos, por eventos de não
recorrência na empresa! Lembrar que existe perspectiva de crescimento para algumas empresas, e outras não (podem
ser essas empresas com DY elevado).

> Não é um indicador que garante distribuições futuras.


MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

AULA 06 – DESCONTO DE FLUXO DE CAIXA


> Não é um múltiplo, mas também é uma metodologia para se avaliar o valor de mercado de uma
empresa.
-É realizado usando projeções futuras dos resultados das empresas, partindo de premissas.
-Após as projeções futuras serem realizadas, os valores são descontados a uma taxa
proporcional ao risco da empresa, até o momento presente.
-Metodologia em que se faz várias especulações sobre o futuro da da empresa, com taxas
descontadas de acordo com o valor presente da empresa avaliando-se o risco da empresa!
> Método falho, apesar de ser extremamente usado!
> O comportamento do futuro de uma empresa pode ser dividido em 2 partes:
-Crescimento da empresa: ganho de Marketshare
1) Crescimento da Receita ano a ano;
2) Comportamento das margens;
3) Níveis de investimento para o crescimento;
4) Prazo do crescimento (quando a empresa irá atingir sua maturidade).
-Perpetuidade da empresa: empresa mantém a sua fatia de mercado
1) Crescimento da Receita (mais comum é colocar que a receita só vai crescer a inflação)
2) Margens (constante);
3) Níveis de investimento para o crescimento (constante);
4) Prazo de perpetuidade (especula-se que seja para sempre).
> Após as projeções futuras da empresa, desconta-se os resultados a uma taxa chamada Weight
Average Cost of Capital (média de custo de capital ponderado), que seria quanto custa para a
empresa se financiar considerando o capital dos sócios e dos credores (bancos, debêntures).
Custo do capital de terceiros (dívidas) = Custo da Dívida (Kd, kost of debit)
Custo do capital dos sócios = CAPM (Ke, kost of equity)
CAPM: Ke = Rf + (Prêmio de risco)
-Prêmio de risco da bolsa + Beta (volatilidade, oscilação da empresa em relação ao mercado).
> O modelo mostra um valor muito próximo aos valores que as ações são negociadas. Alcança-se
valores distintos dos negociados no mercado quando utiliza-se premissas que não são condizentes
com as previstas pela empresa no passado!
> Principais falhas:
-Modelo extremamente simplista dada à tamanha complexidade do mercado;
-Exige projeções futuras de muitas variáveis, e que são extremamente sensíveis ao
resultado do valuation.
-Prazo pra estimar os indicadores é muito longo!
MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

AULA 07 – EFICIÊNCIA DE MERCADO (HME)


> Eficiência de Mercado foi proposta pelo economista Eugene Fama, em 1970. Ele foi laureado
com o Prêmio Nobel em 2013 por suas contribuições relativas à estudos sobre a precificação de
ativos do mercado.
> A Hipótese de Mercado Eficiente (HME) é uma teoria de investimentos onde os preços dos ativos
refletem toda a informação disponível, sendo impossível encontrar “ativos descontados” no
mercado.
-A hipótese postula:
VALOR DE MERCADO = VALOR INTRÍNSECO = VALOR JUSTO
-Dessa forma, seria impossível encontrar ativos super avaliados e ativos sub avaliados.
-A postulação dessa hipótese implica em que para se obter retornos maiores, é necessário
tomar mais risco proporcionalmente.

Relação de risco vs retorno, mostrada no gráfico acima.


> Ao longo dos últimos anos, também foi proposta e observada a hipótese do passeio aleatório
(Random Walk) das ações. Ou seja, as cotações se comportam de forma aleatória, sendo
imprevisível qualquer previsão dos seus eventos futuros.
-Como o mercado incorpora todas as informações de maneira aleatória, o preço obedece a
mesma regra sendo precificado da mesma maneira.

A empresa do Buffet até 1998-2000, a empresa abriu grandes distancias do S&P-500. Desde lá,
ela não consegue bater o índice da Bolsa, justamente pela HME, com o advento da internet,
informações difundidas, planilhas de Excel sincronizadas com os múltiplos do mercado, etc.
MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

À medida que os gráficos são encurtados no intervalo de tempo de comparação da Berkshire


Hathaway vs SP500, o rendimento é praticamente o mesmo. Logo, com os mercados se tornando
mais eficientes, nem Warren Buffet conseguiu ser superior ao índice das 500 maiores empresas da
economia americana!
MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

> Como investir em ações considerando que o mercado é eficiente?

Dimensionar a carteira sob a ótica do risco: quanto maior o risco, menor a porcentagem da carteira!
Não há problema em investir em empresas de Turnaround, porém comprometendo uma pequena
parte do seu capital!
> Para o investidor que desejam ter um percentual da carteira em ativos de maior risco:
-Ter vários ativos de cases de Turnaround (10-15 empresas), para que cada uma delas
represente pouco na sua carteira, pois a maioria dela vai dar errado!
-Invista em uma empresa não pelo plano de Turnaround, mas entre na empresa para que
caso ela consiga sair do vermelho, você queira ficar com aquele ativo no longo prazo! Ou
seja, passar a empresa para a parte das empresas High Quality.
MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

# PARTE 03 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO #

AULA 01 – PASSO A PASSO PARA ANÁLISE DE UMA EMPRESA

PASSO 01: ESCOLHER A EMPRESA


> Selecionar a empresa que será analisada, conhecer a empresa, o setor, filtros, liquidez,
endividamento, e histórico de resutados.
-Separar o joio do trigo.
-Análise Top-Down inicial pra separar as empresas endividadas e que possuem resultado
operacional.

PASSO 02: ENTENDER O CASE DA EMPRESA


> Entrar no site de RI da empresa: toda empresa listada na bolsa tem esse site onde bota todas as
informações que ela julga necessária o acionista saber, além de dados obrigatórios conforme
normas da CVM.
> Antes de ver as operações, olhar a apresentação institucional da empresa / ou de evento da
empresa (Ex.: “Renner Day”, “Eztec Day”, etc), em que a empresa divulga o que a empresa faz,
os negócios, onde ela atua, qual o setor dela, o tamanho dela, quantas unidades ela tem,
adquirindo uma visão geral do que a empresa faz.

PASSO 03: ANALISAR OS FUNDAMENTOS E RESULTADOS


> Contexto da empresa dentro do setor que ela atua (se ela é líder do setor, se ela é pequena, etc).
> Evolução dos resultados e indicadores ao longo do tempo e como estão indicando hoje;
> Analisar o endividamento
> Perenidade (subjetivo, mas há duas formas objetivas de avaliar esse parâmetro).
> Vantagens competitivas;
> Riscos relacionados à empresa
MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

AULA 02 – REGRA NÚMERO 1 DOS INVESTIMENTOS

> Invista somente naquilo que você entenda! Investir em ativos que você entende é primordial para
conseguir investir com tranquilidade e a obter os resultados desejados.
> Evitar tipos de ativos que não conhecemos a sua estruturação e os seus investimentos finais.
-COE: mistura de renda fixa com derivativos que te possibilita ter um ganho em um
determinado prazo, por exemplo. 99% dos COE são furadas, pois geralmente os ativos em
que eles investem são extremamente mal precificados.
-CRI: formatadas com várias nuances e especificidades de cada um desse tipo de ativo,
com estruturação diferente, peculiar entre eles.
-Debêntures
-Fundos de ações e fundos de multimercado
> Em renda variável, devemos investir em empresas que entendemos seu modelo de negócio:
1) O que a empresa faz?
2) Quem são seus principais clientes?
3) Quem são seus fornecedores?
4) Como é o mercado em que a empresa atua (concorrência, diferenciação)?
5) Como a empresa gera lucro ou caixa?
-Saber explicar em poucas palavras isso você provavelmente sabe bem como a
empresa atua no segmento.
> Por isso, cada investidor, baseado em seus conhecimentos específicos, poderá ter uma carteira
de ações diferente.
-Quanto mais você entende da empresa, mais você deve tê-la em carteira. Quanto menos
você entende o case, menor deve ser a sua exposição naquele ativo.
MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

AULA 03 – ANÁLISE S.W.O.T.

> Criada por Albert Humphry, na década de 70, é uma técnica de análise utilizada para avaliar os
pontos fortes, fracos, limitações, oportunidades e ameaças de um projeto ou empresa. Por ser
extremamente simples e eficaz, é uma técnica de análise que pode ser utilizada para avaliar
qualquer tipo de projeto, desde a construção de uma casa, um site na internet, ou uma
multinacional.

> Análise qualitativa e subjetiva sobre uma empresa para entender melhor, e permite que a gente
continue avaliando a empresa para entrada ou saída do Buy and Hold ao longo dos anos.
MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

AULA 04 – VANTAGENS COMPETITIVAS DURADOURAS DE LONGO PRAZO

> Michael Porter é professor de administração de empresas na Harvard Business School. Publicou
em 1979 na Harvard Business Review o artigo "As cinco forças competitivas que moldam a
estratégia". O artigo mostra as 5 principais forças e vantagens i competitivas duradoras de longo
prazo que uma empresa pode ter, sob a visão de Porter.

1ª – RIVALIDADE ENTRE CONCORRENTES


> É uma análise normalmente setorial, que avalia o nível de concorrência entre as empresas de um
mesmo setor.
> Setores com muita concorrência normalmente estão relacionados a produtos ou serviços de
baixa diferenciação, e margens baixas.
-Ultrapar distribui combustíveis (rede Ipiranga) = 2,5%
-RaiaDrogasil (medicamentos) = 5,3%
-Carrefour (supermercados) = 5,9%
-Essas empresas não conseguem elevar o preço do seu produto por ele não ter uma
diferença entre os concorrentes. Se subir, o cliente compra no concorrente. Por isso a margem
baixa.
-WEG = 14% / M. Dias Branco = 15% / Ambev = 32% : somente elas negociam o produto
que oferecem, ou possuem Marketshare grande no mercado capaz de ajustar o seu próprio
preço como é o caso da Ambev.

2ª – PODER DE NEGOCIAÇÃO DOS CLIENTES


> É o poder de negociação dos clientes contra a empresa.
> Quanto mais diferenciado e mais desejado, menor é o poder de negociação dos clientes contra a
empresa.
-Somente a empresa fabrica o produto?
-Existe uma marca que garanta qualidade ou status?
-Existem muitos produtos equivalentes substitutos?
-A empresa possui poucos ou muitos clientes?

3ª – PODER DE NEGOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES


> É o poder de negociação dos fornecedores contra a empresa.
> Quanto mais diferenciado é o produto do fornecedor, menor é o poder de negociação com eles.
-A empresa compra commoditie e agrega valor?
MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

-Existem vários fornecedores vendendo esses produtos?


4ª – ENTRADA DE NOVOS CONCORRENTES
> É a atratividade à entrada de novos concorrentes em um determinado setor.
> Quanto maiores as margens, menor a diferenciação, e menor o investimento inicial, mais atrativa
é a entrada de novos concorrentes!
-WEB, M. Dias Branco, Ambev: marcas fortes, com margens altas que atrai concorrentes,
mas em contrapartida, há um investimento inicial muito grande que seria necessário para
entrar no setor industrial, além de serem empresas consolidadas nos seus setores.

5ª FORÇA – AMEAÇA DE PRODUTOS OU SERVIÇOS SUBSTITUTOS


> É a existência de produtos ou serviços de concorrentes que possam ser facilmente substituíveis.
> Está relacionado também ao poder de barganha com clientes.
-Quantos produtos concorrem no mercado?
-Quais as vantagens e desvantagens dos produtos concorrentes?
-Existe grande diferenciação entre os produtos e serviços?
-Se a M. Dias Branco subir o preço do macarrão, os consumidores migram de produto para
outra marca. Se a Ambev subir muito o preço das cervejas dela, a Heineken que comprou a
Brasil Kirin consegue ganhar clientes com isso.
-No caso da WEG, é a única que possui produtos que não são facilmente substituíveis
(turbinas de geração de energia, geração eólica). Ela possui grandes concorrentes
internacionais, mas os clientes não migram de forma tão fácil já que trata-se de produtos
extremamente especializados, específicos, de alta tecnologia e de alto valor agregado.

> As 5 forças de Potter ajudam a entender o mercado de atuação das empresas, ajudam a
identificar vantagens competitivas das ações, e conversam com o modelo de análise SWOT.
MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

AULA 05 – EMPRESAS FRÁGEIS E ANTI-FRÁGEIS


> Frágil: sistemas que possuem grande dependência de um único fator, que tem grande influencia
e poder sobre tal. Quando esse fator é atacado, todo o sistema é compromedito.
-EX.: sistema de transporte público, governo (forte influência sobre todo o país), emissão de
moedas do governo central, Back-up em um HD externo (todos os arquivos lá são
comprometidos caso o sistema do HD externo quebre).
-Empresas que possuem um único contrato: Wiz, Smiles, Multiplus (3 empresas que tiveram
problema com o único contrato que elas tinham). Sempre evitar empresas que dependam
de um único contrato!
-Empresas que dependem muito do controlador: Amazon (depende muito do Jeff Bezos,
seu fundador, que passou por um divórcio onde sua ex-esposa passará a ser sua segunda
maior acionista), Qualicorp (principal acionista mostrou interesse em sair e gerir uma concorrente,
e a empresa teve que pagar uma indenização para que ele continuasse lá).
-O investidor de longo prazo deve evitar empresas que apresentem fragilidade muito alta,
mas nada impede que você invista nesse tipo de empresa com uma parcela pequena do
seu patrimônio (por exemplo, boas empresas com único contrato com vencimento para 2030).
> Anti-frágil: sistemas que possuem pouca dependência com um único fator, em que múltiplos
fatores são interdependentes e substituíveis. Ou seja, quando esse fator é atacado, o restante do
sistema compensa, e quando ele é atacado, o sistema termina melhor do que quando começou!
-EX.: Nassim Taleb usa a Hydra como exemplo, que a cada cabeça cortada dela, surgem
duas novas cabeças (melhor do que antes da cabeça cortada).
-Não existe ponto central em um sistema anti-frágil.
-Sistema de transporte compartilhado (no Uber, se um carro quebra, ele simplesmente
chamará outro veículo para transportar o cliente), municipalização do governo (menos poder
ao governo federal para que não concentre-se os recursos), Back-up do HD em uma nuvem
(seu arquivo está multiplicado em vários locais ao redor do mundo, há uma “redundância”,
“repetição de informação” do seu arquivo caso o sistema sofra ataque de hackers).
-Empresas que não possuem controle definido (Renner, Kroton possuem capital
pulverizado).
-Empresas que não dependem de um único contrato (possuem vários clientes);
-Empresas que não dependem de um único fornecedor (quanto menos diferenciado, e
“commoditizado” o produto for, melhor para a empresa).
-Empresas que não apresentem gargalos operacionais (não há 1 hub especifico que
comprometa distribuição da empresa, por exemplo).
-Empresas que possuam uma variedade razoável de produtos (Apple depende
majoritariamente de um único produto, o Iphone, que apesar das vantagens competitivas,
há uma certa fragilidade por trás disso).
> A anti-fragilidade ajuda a entender as chances de um cisne negro (evento de baixa probabilidade
no curto prazo mas que traria um grande impacto no setor) acontecer no longo prazo; lembrar que
uma empresa com pontos frágeis não eh necessariamente um impeditivo de investimento (sempre
MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

dimensionar isso VS o risco). Sempre focar em empresas que possuam poucos pontos de
fragilidade para o longo prazo.
AULA 06 – ANÁLISE DOS RESULTADOS

✓ Investir naquilo que você entende;

✓ Análise SWOT

✓ Forças de Porter

✓ Fragilidades

✓ Resultados e indicadores

> Demonstração de Resultado do Exercício: mostra a Receita, Lucro Bruto, Lucro EBIT
(operacional), Resultado Financeiro, Lucro Líquido, e daí que saem os indicadores que vão
conversar com o balanço patrimonial.
-Observar a evolução dos resultados ao longo dos anos e o resultado atual, para saber
como a empresa tá performando hoje em relação aos anos anteriores. A empresa que vem
crescendo de forma eficiente e contínua, tende a continuar crescendo. Da mesma forma
que as empresas que tem um resultado ruim, ele não melhora de uma vez, ela diminui os
prejuízos até se recuperar e começar a melhorar.
-Histórico: 3-5 anos atrás (longo prazo) e também dos trimestres anteriores (curto prazo).
> Balanço Patrimonial: Relação dívida / patrimônio + Relação dívida líquida / EBITDA.
-Conseguir analisar como a empresa tá se alavancando, sua estrutura de capital, e seu
endividamento ao longo dos anos.
-BP é uma fotografia de um determinado momento. Geralmente você acompanha o
resultado atual e seu resultado futuro, trimestre por trimestre. Não se observa diferenças muito
drásticas entre eles a curto prazo, mas acompanhando os balanços subsequentes.
> Demonstração de Fluxo de Caixa: Capex e indicadores de investimento
-Expectativas futuras de retorno em relação ao que ela está investindo agora.
-Funciona como um filme, comparando-se ano VS ano, pois os investimentos de grande
porte, planos de expansão não se dão trimestralmente. Você olha melhor quando vê o consolidado
do ano.
MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

AULA 07 – CRIANDO UMA CARTEIRA DE AÇÕES SOB A ÓTICA DO RISCO

✓ Estudou, analisou e selecionou os ativos:

> Como compor esses ativos em uma carteira?


-Nenhum ativo deverá ter menos que 0,5% do seu patrimônio (considerando todo seu
patrimônio em mercado financeiro). O tempo investido na análise e estudo naquele ativo
não terá representatividade na sua carteira.
-Nenhum ativo deverá ter mais de 3-5% do seu patrimônio total.
-Nenhum setor isolado deverá ter mais de 30% da sua carteira. Nós sabemos que certos
setores no Brasil são regulamentados (energia elétrica, por exemplo).
> Ótica do Risco: quando montamos uma carteira de ações sob essa ótica, dimensionamos a
quantidade e peso dos ativos em função do risco de cada um deles. Quanto maior o risco, menor o
peso, e vice-versa.
> Como identificar e quantificar o risco de cada uma das empresas?
-Critérios subjetivos e qualitativos:
Matriz SWOT
Forças de Porter
Conhecimento da empresa individual
-Critérios quantitativos:
Beta (nível de risco).
> O Beta é um indicador estatístico que mede a volatilidade leva em conta a oscilação das ações.
No curto prazo, as oscilações têm a ver com as perspectivas que o mercado tem para determinado
ativo. Quanto maior o risco, maior são as oscilações no curto prazo, para empresas mais
arriscadas com resultados não tão perenes e instáveis.
-Medida que vê quanto que um ativo sobe quando o mercado em geral sobe, e quanto ele
cai quando o mercado de forma geral cai também. O mercado é representado pelo índice de
ações, logo, você vê o comportamento da empresa com a oscilação desse índice.
-O principal fator que influencia no índice Beta é o endividamento da empresa. Quando os
projetos da empresa dão certo e ela está alavancada, eles dão muito retorno aos acionistas.
Se der errado, o prejuízo é grande para a empresa, pois ela tem que pagar as dívidas e
empréstimos antes de remunerar o acionista.
-Em segundo, quanto mais arriscado é o setor, maior é o Beta da empresa.
-Em terceiro, o risco especifico da empresa dentro do setor dela: se ela é líder do mercado,
se ela tem marketshare, etc.
MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

-Indicador que pode ter qualquer valor, sendo difícil ter Beta’s em valor < -2 ou > + 5.

Beta > 1 (oscila mais que o mercado)


Quando o mercado sobe, ela sobe muito mais, e quando o mercado cai, ela cai
mais que o mercado também.

Beta = 1 (oscila exatamente igual ao mercado)

Beta = 0 (não tem nenhuma relação com o mercado)


Investimento em RF ou poupança tem Beta = 0 com a bolsa (o rendimento da
poupança nada tem a ver com o rendimento da bolsa).

Beta = -1 (oscila exatamente ao contrário do mercado)


Quando o mercado sobe, esse ativo cai. Quando o mercado cai, esse ativo sobe.
Geralmente empresas que exportam muito, e cuja receita está exposta em dólar
sem fazer a proteção cambial.

Beta < -1 (oscila mais que o contrário do mercado)


Se o mercado “cai 10”, ela sobe 20. Se o mercado “sobe 10”, ela cai 20 caso o
ativo tenha um Beta -2, por exemplo.

-A análise qualitativa ela conversa com a análise estatística. Você nunca vai fazer uma
análise qualitativa da empresa, verificar várias forças de Porter e vantagens no longo prazo
com anti- fragilidade, perceber pouco risco (empresa redonda), e ver um Beta muito alto. O
contrário segue a mesma premissa para empresas ruins e instáveis, que não terão um Beta
baixo. Você usa o Beta pra saber se a sua análise qualitativa está de acordo com o que o mercado
vê também.
MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

Em tese, quando a bolsa sobe 10%, as ações de Banco do Brasil (empresa pública e muito
alavancada), tendem a subir cerca de 20%. Quando a bolsa cai 10%, elas caem 20% também.
> A força com que as ações oscilam (volatilidade) está relacionada à perenidade e constância dos
resultados da mesma. Quanto mais constante e perene os resultados da empresa, menos ela
oscila no mercado, e menor é o seu Beta.

-Beta maior para empresas cíclicas, que sofrem com ingerências do governo, empresas de
commodities, com endividamento alto. Ou seja, perfil de risco maior oferecido pelos ativos!

> Sugestão de classificação de ativos:


A = 5% (ativos de menor risco)
MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

B = 3% (risco intermediário)
C = 1% (maior risco, mas que você queira correr na sua carteira, com menor peso)

AULA 08 – FAZENDO APORTES NOS ATIVOS DA CARTEIRA

✓ Definidos os ativos

✓ Definidas as % de cada ativo

✓ Alocar conforme a % definida

> Uma carteira com vários ativos nunca ficará exatamente com a % definida para cada ativo devido
à oscilação do mercado.
> O objetivo é utilizar os novos aportes para equilibrar e chegar próximo da % definida.
> Dessa forma, sua carteira sempre estará indo de encontro com o nível de risco definido por %.

***AULA DE USO DA PLANILHA PARA CONTROLE DE APORTES EM RF E RV***


MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

AULA 09 – QUANDO E COMO VENDER UMA AÇÃO?

> No longo prazo, vender uma ação significa deixar de ser sócio de uma empresa.
> Por quê deixar de ser sócio de uma empresa:
-Perdeu suas vantagens competitivas
-Apresentou prejuízos recorrentes
-Piora significativa dos resultados é fundamental
-Ou seja, investimento perdeu o seu valor!
-Lembrando que as empresas podem piorar os seus resultados e fundamentos, mas
continuarem boas para o acionista. Não significa que 1 semestre ruim implicará na perda de
fundamentos. Todas as empresas possuem trimestres melhores e piores ao longo da sua
existência, e essas oscilações são normais no longo prazo!
> Quando devemos avaliar esses parâmetros?
-Conforme as empresas divulgarem seus resultados (trimestralmente e anualmente)
-Preferencialmente anualmente. Verificar se a empresa mantém as mesmas características
que fizeram você se tornar sócio em um primeiro momento.
> Estratégia de Venda Rápida:
-Vender toda a posição de uma vez, ou em um curto espaço de tempo.
-Vantagem: acertar timing de saída da empresa antes que os resultados piorem muito.
-Desvantagem: girar a carteira muitas vezes, sair de uma empresa que está em uma crise
momentânea, e o risco de estar errado (a empresa supera as dificuldades).
> Quarentena com possível venda (Estratégia A):
MÓDULO 04 – ANÁLISE DE EMPRESAS PARA SER SÓCIO

-Avalia se futuramente você vai vender ela, parando de fazer aporte, mas não vende!
-Vantagens: avaliar com calma a evolução da empresa, não tomar decisões bruscas na sua
carteira, e vender futuramente a posição pouco a pouco.
-Desvantagens: caso a empresa piore muito, as cotações já terão acompanhado os
fundamentos; venda no fundo; não aportar nas baixas do mercado.
> Quarentena eterna (Estratégia B):
-Você só vai tirar a empresa da quarentena caso ela melhore os resultados.
-Vantagens: avaliar com calma a evolução, poder voltar a comprar as ações futuramente,
não vender as ações no fundo, tranquilidade na tomada de decisões para o investidor.
-Desvantagens: não aportar as baixas do mercado, perda do total do capital investido na
pior das hipóteses.

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