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Lógica Sentencial
Marco A. Casanova
• Capítulo 1 de [CGF]
• Alfabeto proposicional:
– símbolos lógicos:
• pontuação: (,)
• conectivos: ¬ (negação)
(conjunção)
(disjunção)
(implicação) também se usa “→”
(bicondicional) também se usa “”
– símbolos não-lógicos:
• conjunto enumerável de símbolos proposicionais
diferentes dos símbolos lógicos
• Exemplos de fórmulas:
((¬A) B) ou abreviadamente ¬A B
((A B) ((¬C) D)) ou abreviadamente A B ¬C D
(A (B C)) ou abreviadamente A B C
• Exemplo:
– Afirmação:
“Suponhamos que Sócrates está em tal situação que ele
estaria disposto a visitar Platão, só se Platão estivesse
disposto a visitá-lo; e que Platão está em tal situação que
ele não estaria disposto a visitar Sócrates, se Sócrates
estivesse disposto a visitá-lo, mas estaria disposto a visitar
Sócrates, se Sócrates não estivesse disposto a visitá-lo”
– Pergunta:
“Sócrates está disposto a visitar Platão ou não?”
• Exemplo (cont.):
– alfabeto:
A = “Sócrates está disposto a visitar Platão”
B = “Platão está disposto a visitar Sócrates”
– formalização da afirmação:
“Sócrates está disposto a visitar Platão, se Platão está disposto a visitar Sócrates”
(B → A)
“Platão não está disposto a visitar Sócrates, se Sócrates está disposto a visitar Platão”
(A → ¬B)
“Platão está disposto a visitar Sócrates, se Sócrates não está disposto a visitar Platão”
(¬A → B)
Sócrates: (B → A)
Platão: (A → ¬B) ^ (¬A → B)
• Exemplo (cont.):
– formalização da afirmação:
Situação de Sócrates: (B → A)
Situação de Platão: (A → ¬B) ^ (¬A → B)
Afirmação (como fórmula): (B → A) ^ (A → ¬B) ^ (¬A → B)
– formalização da pergunta:
Qual fórmula é sempre verdadeira, independentemente do significado de A e B?
((B → A) ^ (A → ¬B) ^ (¬A → B)) → A
ou
((B → A) ^ (A → ¬B) ^ (¬A → B)) → ¬A
• Exemplo (cont.):
– formalização da afirmação:
Situação de Sócrates: (B → A)
Situação de Platão: (A → ¬B) ^ (¬A → B)
Afirmação (como teoria): { (B → A) , (A → ¬B) ^ (¬A → B) }
– formalização da pergunta:
Qual fórmula é conseqüência lógica da teoria?
{ (B → A) , (A → ¬B) ^ (¬A → B) } |= A
ou
{ (B → A) , (A → ¬B) ^ (¬A → B) } |= ¬A
• Exemplo:
• Atribuição de valores-verdade:
– seja A um alfabeto com conj. de símbolos proposicionais P
– atribuição de valores-verdades para A:
v: P -> {F,V}
• Tautologias:
• Método da tabela-verdade:
– método sistemático para decidir implicação lógica
– observação básica:
• em um conjunto finito de fórmulas,
ocorre um número finito de símbolos proposicionais
• Exemplo:
– decidir se P |= Q através do método da tabela-verdade, onde
P é a fórmula A → (B →C) e Q é a fórmula (A → B) → (A → C)
• Exemplo:
[A ^ B] [A → B] ¬¬A
| ____|____ |
A | | A
B ¬A B
¬[A ^ B] ¬[A → B]
____|____ |
| | A
¬A ¬B ¬B
[A v B] [A ↔ B]
____|____ ____|____
| | | |
A B A ¬A
B ¬B
¬[A v B] ¬[A ↔ B]
| ____|____
¬A | |
¬B A ¬A
¬B B
• Teorema (consistência):
Se existe um tableau para P {¬Q} tal que todos os seus
ramos estão fechados,
então P |= Q
• Teorema (completude):
Se P |= Q então todo tableau completo para P {¬Q}
possui todos os seus ramos fechados.
5. ¬B . de 1 6. A . de 1
x . de 4, 6
7. ¬A . de 2 8. ¬B . de 2
8. P . de 1 11. ¬P . de 1
9. (Q ^ R) . de 1 12. ¬(Q ^ R) . de 1
10. Q . de 9 x . de 4, 12
11. R . de 9
Exemplo:
1. John likes tea if he is English.
2. John is English unless his father is Scottish.
3. John's father is English, but John does not like tea.
Exemplo: Formalização:
• Exemplo: (P ↔ (Q ^ R))
(P → (Q ^ R)) ^ ((Q ^ R) → P)
• Notação clausal:
– notação simplificada para uma fórmula em CNF
– forma clausal = conjunto finito de cláusulas
– cláusula = conjunto finito de literais
– literal = símbolo proposicional ou a sua negação
• Exemplo:
fórmula: (P ↔ (Q ^ R))
fórmula em CNF: (¬P v Q) ^ (¬P v R) ^ (¬Q v ¬R v P)
forma clausal: { {¬P , Q } , { ¬P , R } , {¬Q , ¬R , P } }
• Notação clausal:
• Exemplos:
fórmula: (P ↔ (Q ^ R))
CNF: (¬P v Q) ^ (¬P v R) ^ (¬Q v ¬R v P)
forma clausal: { {¬P , Q } , { ¬P , R } , {¬Q , ¬R , P } }
fórmula: ¬ ((Q ^ R) → S)
CNF: ((Q ^ R) ^ ¬S)
forma clausal: { {Q}, {R}, {¬S} }
• Exemplo:
• Resolução (binária):
– dada uma cláusula C da forma C1 { p }
e uma cláusula C’ da forma C2 { p },
infira R = C1 C2, o resolvente de C e C’ com respeito a p
• Exemplo:
– cláusulas: { ¬P , Q } e { ¬Q , ¬R , P }
– resolvente c/ respeito a Q: { ¬P , ¬R , P }
• Exemplo:
– cláusulas: { ¬P , Q } e { ¬Q , ¬R , P }
– resolvente c/ respeito a P: { Q , ¬Q, ¬R }
• Teorema:
– P é insatisfatível
se e somente se
existe uma refutação de P por resolução
Resposta: Sim
Refutação: 1. ¬B , A ¬A A, B
2. ¬A , ¬B
3. A,B
4. ¬A B ¬B , A
5. B .4e3
6. A .5e1
7. .6e4 A ¬A
• Exemplo:
Pergunta: { {¬P , Q } , { ¬P , R } , { ¬Q , ¬R , P } , {¬P , ¬Q , S } , {Q}, {R}, {¬S} }
é insatisfatível?
¬S ¬P , ¬Q , S
Resposta: Sim
Refutação: 1. ¬P , Q ¬P , ¬Q Q
2. ¬P , R
3. ¬Q , ¬R , P
4. ¬P , ¬Q , S ¬P ¬Q , ¬R , P
5. Q
6. R
7. ¬S ¬Q , ¬R R
8. ¬P , ¬Q .7e4
9. ¬P .8e5
10. ¬Q , ¬R .9e3 ¬Q
11. ¬Q . 10 e 6
12. . 11 e 5
• Sistema Axiomático
Axiomas: tautologias
Regra de inferência: “modus ponens” (ou “MP”)
A, A → B
B
• Dedução
Uma dedução de uma fórmula Q a partir de um conjunto de
fórmulas P é uma seqüência R1,...,Rn tal que
Rn = Q
• Teorema
Uma fórmula Q é um teorema de conjunto de fórmulas P,
denotado P |- Q, sse existe uma dedução de Q a partir de P
• (Meta)Teorema
Uma fórmula Q é um teorema de conjunto de fórmulas P sse
Q é conseqüência lógica de P
ou seja,
P |- Q sse P |= Q
• Exercício:
– mostre que P |- A , onde P = { (B→A) , ((A→¬B) ^ (¬A→B)) }
– Solução:
1. (B → A) em P
2. ((A → ¬B) ^ (¬A → B)) em P
3. ((A → ¬B) ^ (¬A → B)) → (¬A → B) tautologia
4. (¬A → B) por MP e 2, 3
5. (B → A) → ( (¬A → B) → A ) tautologia
6. (¬A → B) → A por MP e 1, 5
7. A por MP e 4, 6