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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE GOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

GABRIELE CRISTINA DUARTE OLIVEIRA

RESENHA

Salvador
2021
GABRIELE CRISTINA DUARTE OLIVEIRA

RESENHA

Resenha apresentada ao Departamento de Geografia, Universidade Federal


da Bahia, como forma de avaliação parcial da disciplina de Geografia do
Brasil GEO084.

Professor: Wendel Henrique Baumgartner

Salvador
2021
RESENHA

SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil. Território e Sociedade no início do


século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001 a, 473 p.

C. 1: a questão: o uso do território

O artigo “As mutações do mundo do trabalho na era da mundialização do capital” foi


escrito pelos professores universitários Ricardo Antunes (professor titular do Instituto de
Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas) e Giovanni Alves
(Professor-doutor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP),
campus de Marília-SP). Ambos sociólogos e simpatizantes do Marxismo.
O objetivo central do artigo é identificado logo no início do mesmo, sendo este
analisar as mutações no mundo trabalhista gerando um novo debate referente aos discursos
sobre o fim da classe trabalhadora e, por sua vez, do trabalho. O artigo é bem sucinto e de
fácil compreensão leitora, o que acaba gerando uma boa fixação da temática.
Os autores defendem a tese de que a classe trabalhadora mudou, não no sentido de
seu significado, mas de como ela está inserida na estrutura capitalista atual. Com isso, eles
afirmam que a classe trabalhadora está compreendida hoje através do salário gerado a partir
da força de trabalho empregada pelos mesmos.
Os argumentos que sustentam essa tese são enumerados e observados. O primeiro
deles é o de que após a queda dos modelos produtivos como fordismo e taylorismo, o
proletariado dependente desses modelos foi reduzindo e perdendo sentido na lógica do capital
dando lugar a um novo formato no qual a desregulamentação de trabalho se torna uma
realidade e acaba por delimitar os trabalhadores que vão se estruturar em empregos formais.
No entanto, há que destacar que há uma crescente na quantidade de trabalhadores
terceirizados ou subcontratados no mercado. Antunes e Alves vão dizer que essa tendência
ganha corpo em países subordinados de industrialização como o Brasil, que passaram a atingir
grandes índices de desindustrialização após anos de expansão industrial. O resultado é o
crescimento de trabalhos temporários, informais e principalmente, desempregados.
Outro tocante é aumento do trabalho feminino em condições precárias. Isso por que,
apontam Antunes e Alves que além de ser uma condição histórica, as mulheres são
desvalorizadas no mercado e por isso, exigem menos preocupações relacionadas à
remuneração salarial.
Devido também a desindustrialização e reestruturação das indústrias há um aumento
de trabalhadores nos setores de serviços. Com esse fato, houve uma alteração no que se refere
às áreas antes consideradas improdutivas que se tornaram grandes objetos para lógica do
capital.
O artigo de Antunes e Alves é um interessante material de estudo, uma vez que
proporciona uma leitura agradável e boa compreensão do assunto. Trazem importantes
contribuições no quesito de oferecer uma visão mutável do mundo do trabalho e suas relações
com os sujeitos da atualidade, sendo eles os trabalhadores e o sistema do capital.

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