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siorae synornogTe enone to en? 2 mak Organizagao de Isabel Hub Faria, Emilia Ribeiro Pedro, Inés Duarte, Carlos A. M. Gouveia CAMINHO colecgéo universitaria série LINGUISTICA ah por ‘iis Raquel Delgo Mains indice Lista do autores - — - 9 Anteodgio (habe! Tih Pari, Erie Bibsiro Pedro, lags Duarte 8 Carl A.M. Gost) maneneetnnincnnncnnnnen Resuanos dos capes ns vs 4 tht ante pin eg one mt ec eton at te es y's Sl aa ice geaeces miata ca tie Iie etal On saaniaysemem Unc se ovaios pm gn el sae soars momen Lingua gestual: ums Unguagem alkernativa (Maria Rague! BEd come en ie Rn ngoucha A Laatieick oma 8 soaTycussn Caplio 3 stags arene com Tile Ut nnd Mt itd criaricnnaeee.. : orn Seg J este aul hese Capitulo ¢ Rae Ti tl ig on te ae coe ro en ne ff i eae aun Seaiou as ‘struts, © papel que as propredades categoria e femticas de cada item lexical im na detesminagio da fora das combinagdes de pelaveas, as condigies sobre dependincias a longa distacic, a disirlbuigao das exptes- 5805 nominais em funglo das suas propriedades referencias. ‘A procuca das propriedades univessas ds Finguager humana, L 2, do sistema de conbecimeuto earacterisico da expécie humana que, fob) cestimulagdo apropriada, evolui parm o coubecimento de uina Tingus pant cular lovou a uma mudanga de enfoque: do esada de regras destitivas de consumes espeeticas passou-se part © esiudo de prineipies eomuns 25 gramdileas das Unguas raturats © dos pardineos respoasveis pela varie fa lipokigica ow particular, esturascomplementarest DBRESNAN. 2, 1982, GAZDAR, GT. KLEIN, G. K PULLUM € 1. $80. 1985; HAEGEMAN. L, 1591; HALE, K., 198; MORAVCSIK, Be 2. WIRTH for. toy NFWMViR, & tng. 988 DUTIALLA I. 199% RAPOSD. HB. 195 AREINHAKE, ©, 19% STOWELL, T, 195 sid Aspectos da sintaxe do Portugués Brasileiro Danie Lucchesi "Tania Lobo © conbecimenic interalzado que os falsais tm de sua lingua pode set fornalizaio em tans do que se chim gramétien particular de Oma fingua. Desse mind, a granica paticlarepte-se & gramética eniver- sol, que rede 4 estas comms 2 todas agua nats & 0 1- tmalzagio dos mecanismos e processes da meats fusiana que constitiem {faculdade da linguagem. Enquanto 1a consituigao de ma gram’ tien particular se pee iskumar a inerveniéneia de fators Bistéicos cultrais que a indvidualizam fence As derais gramdtoas partiulares, ® grnmitica univetsal a represeatpéo de escuuras que coasitea ol s2do genético da espécit humane, sendo, pois, eomum a todos os ini iduos dessa expéciee o panto de patida de Kodo 0 fiémeno tng, tanio Go porto de visa oxingsnttien quanto Uo pont de vss Miogené. te. ‘A formalzagio do concelto de gremitica particular, 0 Sabito da Grae ition Generativa,inserese no objetivo perseguido na tadigdo Ingiitica de alesagar uns expresso TingUisica formal para a idsia comer de ine ua, A defnigao dos aspectos siniéticos que, para além ds base lngsien comum, individualizam a gramica de uma iingoa fente & gramélicas de comtcas Knguas pode ajudar a eselarecer © que dlfeeacia, por exetmple, © soahesimento Ungtition imuivo de um falante do Inglés do.conhecimento lings intitivo de un falante do Alemio- ‘Se ent liagoas como o Aleiio ¢ © Inglés, malgrado 0 seu «pasea- tescon ingistica, a dstingao entce duas Knguas, ou entre dmas gramtica, parece evigent, em ontras eases, o& limites so suliientementeLEnucs para provocar bastamte polémice, sinda mais que este tipo de quesiaa gofte sem pre uina sétie de influnos de natutezs politica e ieolégien. No mundo IusofGaio, 20 quel nos inserimns, esias quoat6es sie partieniameate rele- ‘antes: 0 Galego e 0 Pariugués so lnguas distin, ow nfo? Fala-se @ mesma lagna em Portugal e no Brasil? £ qual é a stage nos desis ales onde a lingua oficial & 0 Porasgués? a ‘A teansposigio do problema para o pisno de gramlica visa a deixar tum pouco 6 tertene socio-histdrico da lingua, em que uma sbordagem ex- elusivameate Fingisties e formal nfo seria suficiente para dae conta da questo, para o tereno do coahecimeato impliio do flare individual, em Que a sgisica formal pode caminhar com roais segoranga, cestralizan- do na medida do possvel as interferéncias de arden policae ideoligien. Assim, no Smbite mais geral de que se define como Tinga portuguesa, ‘enfondida como um ebjeta seciohistérico, pade-se falar de geaméticas ferencindas, com base nas diferengas sinfticas que se observam no conhe- cimento de falantes congregedos em uma mesma entidade de natureza politica « collurl Em busca de uma gramética brasileira A tieor, podese dinar que 0 Posmguts eemegoss a 80 diferenciar em cistimss medalidades desde 0 momento em que se de sua transplans- ‘¢80 para as coldnias de além-mar. Tal é 0 que se dex, por exemplo, com «8 colonizacio co Brasil inicinda em mendas do século XvI. Ateavés de ‘xbnicas de visjontes dos séenlos XVM e xVIl, j# podemos notar o interes- = despertado pelas diferengas ¢ semelhingas que se obsecvavam entre o falar da ColSnia ¢ 0 da Metrdpole. Contudo essa questio s6 vai aleangar rmsior notoriedade na seguada metade do sécolo XIX. Envolvida em fortes sentimentos nacionalistas deconrentes da independéncia politica do Brasil, ‘ocorrida em 1822, chegaré a set propugnaca 2 existvcia de uma Ungua brasileira, em oposigio 8 lingua portuguesa da ex-Minipofe. No obstanle as conolages ideoldgicas dessa proposigéo, a coustiwigao de wna nagdo ‘ont insttuiges, imprensa, literatura © colivtas propcins fatalmente doter rminaria profindamente 0 procesto histrico de deseavolvimento da linge falda no Brasil Essa diferenciagao da Tingua falada no Brasil, em relagio modali- dade européin, destcada a partir de enfBo, seria objeto, tanto das manifes- tagGes claramente impressionistas e/ow marcadas por fories conotagoes ‘deolégicas, quanto das diversas correntes que s¢ sucederam nas tradigbes fingtistco-Flolégicas porusgucsa e brasileira, que busearam dar um tra- tamento exclusivamsente lingistico 4 quesifo, Recenlemente, suree, dentro dessa segunda linha, ume formulagdo que tenta expressar sistematice- mente essax diferengas gue se obsesvam no «poxtugués dPaguéns e d'além ‘map ‘A partir do conccito de geamétiea, exbogado no inicio desta seg, “Tarallo (1993) postularé «a emorgéneia de uma geamética braslefra gue, a9 Final do séeulo XTX, mostrava claras diferengas esictarais em relagdo & ie i t } i | grantticn portuguesa», Além de definir o seu objato de estiddo como as) ‘gramétiea(s) da Iingua, 3 €., 0 conheciroento intuitivo dos fatantes (a lin ‘gua interna), ¢ nfo a Iitgua extema, concentrando os seus estudos no nf- vel da sintaxe — entendida como o ndcleo dessz gramtica —, Tartio vai ‘buscar fimamentar a sua posigdo com estudes empiricos de process0s de rrudanga que se verificam no desenvolvimento hisiGrico da lingua Seguado essa posigio, a varingio nos aspectos da sintaxe poderia ex- plicar melhor as diferengas existentes entre gramiticas de linguss diferen- tes, ol enlse graméticas de urna acestoa Lingua (ef. Tarallo e Kato, 1989), Neste caso, dudes 2 esudes de base quantiativa poderiam demonsirar que tessas difereneas reflectriam mudaneas eperadas no conhecimenta lingistico dos falantes da Hogue. Assim a configuragio de uma grantica basleir no final do século 2%, ainda segundo Tarallo (1993: 70), decorreria de quatro grandes mudangas sintticas: (@ a implementagao de objetos mulos eo aumento da frequén- cia de sujeltos lexieais. esultante de um seorganizacio do sistema pro- ‘nomial (i) a mudanga nas estratégins de construgdo de oragies relativas: Gil) a mudanga nos padrGes semenciais bésicos, com um enrijecimento da ‘ordem SVO; (iv) a mudanga, nas porguntas diretas e indirotas, de um pa- drfo semtencial VS para um padrio SV. Aspectos sintéticos que caracterizam, 2 gramatica brasileira Nao obstante essas mudangas que se observam na lingua falada no Basil, 0 ensino da lingua materna nas escolas aiuda se fundamenta em um modelo de lingua fortomente decalcado do padido curopou, 0 que leva al guns linglcias «falarem mesmo em uma siluagdo de diglossia entre a lin- {ua Colada pelo aluz ao entrar na escola e o padrio esctto ensinado nessa escola (of, por ex., Coméa, 1991), Assim, a caracterizagio de alguns as- pectos do Portugués do Brasil que se fard 1 seguir no diz respeito & nor- ‘ma lingtfstica encostrada nas graméticas normativas brasileira, mas a estrituras que podem ser facilmante observadas na fala das camadas de pouca ou neuhuma eseclarizacio, bem como na fala espontinea da cama- da definida como eulta, ‘Os aspoctos de sintaxe destacados a seguir slo os seguintes: 1) a rea- fizagiio do sujeito a Rexio verbal: 2) a realizagao variavet do objeto direto; 3) a colocago dos elticas; 4) as oragies relativas; e 5} a oxdem doz consutointes na sentenga, 1, Sujcito nulo/sujeito texical e a flexi verbal Um dos aspectos destacados por Chomsky (1981) patn distinguit as grumiicas das diferentes tinguas é a opel de ndo se tenizarlesicalmente © sujeito, denominado desée entéo paraweteo do sujeito nulo. Assim, 0 Poitugués ¢ caracterizado como uma lingua de sujeito mulo (ou ume lite gain provdrop) pois permite a no realizagdo lexical do sujeito, seja cle referencia, ou nao: (2) Estoa muito cansado, (2) Chove muito durante o invemo. Jao Francés constiuiria uma excego no quadro das linguas Romni- cas, pois nessa lingua a realizagio lexical do sujeito obrigaréria: (3) (@) Je suis ts fatigus. () "Suis ues fatigus, 4) Gi Il pleut beaucoup pendant hives, (b) * Pleut beaucoup pendant Mhiver. A comelagdo entre a riqueza dos paradigmas flesionais do veibo ¢ @ ccorténcia do sujeito mule tem sido um dos aspectos mais enftizados. na temativa de carseterigar @ naruteza das chamadas Nyguas pro-drop. Dea ‘co do conjunto de mudangas sintaticas por que estania a passar o Porti= 8s do Brasil (doravante PB), cefere-se como sendo dag mais importants a evolugdo de «tina marearZo posiiva para una mareagao negativa den- tro do parinwero pro-drop, feoiucidindo) com anv signifiativa redugio ou simpliicagdo nos paradigms flexionais» (Duarte, 1993: 107). Cardeterizade por uina reslidade socilingtistica profundamecote est lifceda, © PB, a partir do paradigma flexional de 6 formas previsio pela norm padrio, apresenta foe, na sua realdede ora, 3 paradigms distin- tos, resulantes de crescentes processas de simplificagdo: (ex camo; vocélele ama; nés amamos; voodsteles aman Gi) eu amo; voc8lelela gente ama; voctseles aman Gil) ex ama; vooSielela gente/voc8sfeles. cnn A distribuigio desses 18s paradigmas por entre os falantes porle set .g7osso modo assim caracterizedn: (i) corresponds i Kngua escrita c 2 fala ‘dus geragées mais velhas ou das meis novas, em conlesto formal: (i) & fala 56 das geragies mais jovens e A das geragGes mais vellas, em comexto ite formal; ¢ (ii) € observado apenas entre falantes snalfabetos ou entre pes 50as com baixo nivel de escotarizagao, A simmpliticagio ds morfologia vesbal, segundo Duarte (op cit), teria detonado © processo de midanga na fixagio do parimetto prontrap. Esse procesto, ainda no concluido, configuracia sincronicamente 0 que Roberts (1993) define como um sistema de sujeito nolo wielectivon. Nesse siste- ma, peeserva-se ainda a ocorréncia categsrica do sujfto malo nio referen- cial ~~ conforme (2), acima. Pc onto lado, aids segurcio Dune (op. cit: 123), a identiicagio do sujeto oulo referencial, minoritério em ocorténcins, passou a estar depen- dente de algo exterior & concordincie: para a 2. pessoa, haveria a interfe- réncia do contexto pragmético; para a 3" pessoa, a ocorncia do sujeito rmulo dependeria, na maioria dos casos, da correforéncia com um SN jé ‘mencionado vo discursor e, finalmente, a L.* pessoa, por ae eontar com tum reforgo para além da concordancia, apreseniaria 0 estégio nisis edian- tado de mudanga, sendo, em muitos casos, a realizagio do pronome lexies! eu anpiamente maicritiria, 2. A realizagéo varidvel do objeto direto: clitica acusalivo, pronome nominative € objeto nulo No PB, a realizagéo do objeto direls correferente com ura SN mencio- nado a0 discurso & ux) fendmeno lingifstice vasidvel, em decoméucia de uma mudange em curso que se verifica na estrutura da fingua. Essa mudan- ‘4 resulta do processo de pers do eiftico acusative de 3° pessoa — ofs), 4a{s) —, dando margera a duas estratégias de preenchimento da posigo de. objeto direto: (® a ocorréncia de objetos nutos [e] nos mais diversos contexios sintiticas, sendo 0 antecedente um SN (cf. 5) ou uma sentenga ef. 6) (5) Conte aquela piads nova para © Jofe, Voed jé conan fe] para cle? (©) O Pedro disse que vai passar no este. Eu acho dificil Ie}, (8) a wilizagio da forma naminativa de 3. pessoa em fungdo de ecusatiso (A Paula esté vino; eu: jé cham: ela Duarte (1989), «0 avalisar os condicionamentos de natureza i dessa variagio, observa que a opgio pelo objeto nulo ¢ favovecida quanda © anlevedeme € marcado pelo trago seméntico [-animado), independente- mente da estrutura sititica em que ocoria: (8) Bu compre’ o dicionério © emprestei fe] wo Jofo, (9) Voc€ refoga a cums e deisa [e} ecorinhar bastante A opgtio pelo uso da forma ele como acusativo seria. a mais freqiiemte fem estrituras sittiticas com predicalivo ou estruturas em que 0 objeto & tambéin sujeito de uma orago subordinada — em associagio a um anle- ccedente, marcade pela trago temfntico [+animado|: (10) Bu no tenho nenbuma queisa contra o professor. Bar ache ole smaravilhoso, (11) Amanba, 0 men filhe visjacd part Sto Paulo, Ex deixei ele ir sorinho, 3. A colocagio dos eliticos Quando perspectives diacronicamente, as diferengas que se observam na eolocagio dos citficos entre o Portugués Europeu (¢oravanic PE) e o PB devem ser caracterizadas como resukantes de processos de madanga que 36 operant tanio em im quanto em outa caso (et. Lobe, 1992) Todavia, « aspecto mais importante « salientar-sa no que diz respeito 420 desenvolvimento histérico divergente da PB é a generalizagio do uso da colocagdo pré-verbal do clio, subvertendo-se, assim, ressigées im ppostas pela estruturasintética da fiase que se vorficavam em {eses pas. sadas da Hoga portuguesa e que se mantiverar, ainda que outras, 10 PE contsimportien (doravante PEC). A ocoréncia do clitico em posigao int cial absoluta € 9 exemplo mais significaivo das wntdingas ocorsidas ro PB: (12) Me empreste 0 seu five. As roudanyas que ocorreram na colocagfo dos elitiees atingitam nfo apenas us estruluras sentencinis marcades por fomas simples do verbo, como também as que apresentam sequdncins verbsis. Nessts, pascowse a adotar come paciio geval de colecagio do ollica a sua anteposigao a se- me ‘gunda forma verbal, portanto & forma nito Finite do verbo. Assim, fiema- ramese como gerais'na lingua, us0s dos seguintes tipos: (13) Bu estava the-contando a histsria (14) Vamos nos-encontrar amanha A tarde (15) Os politicas haviam se-corompido A cotecacko pés-verbal do elilico, nie tendo sida de toda banida do PB contemporaneo (doravame PBC), tom 0 seu uso definido sobretudo por fauores de natureza extrafinglstica, estando associzda, por exempla, a fae iantes com um nivel mais elevado de escolaridadle ou de faixa elaria mais elevads, & também acs registios mais formas de comunicagao. 4. As estratégias de relativizagio ‘A-nomms padio prevé as seguintes construg6es para as orades relatvas: (16) O menino que caiu esti chorando, (17) O rapaz a quem deste 0 livro & meu conbecido, Bssas esteaturas sto comuns aa PE e sfo analisadas a partir do. movi mento de um sintagma-Q (ef. Dependéncias locais e movimento de cons- tituintes, neste capitulo). 14 no PB, as estratégins mais comens de telativizagio s80 as exemplificadas abaixe: (18) (2) Eu tenho usna amiga que [e) & Sima () Eu tenho wma amiga que ela € dtimma. (19) (a) © vestido que eu saf fe) ontem esta sujo. (b) O vestido que eu saf com ele ontem esti su. Em seu estudo sobre esse aspecto da gratntice do PB, Taralla (1983) isttibui essas construgoes em trts tipos: @teiativa com lacuna — (8a), Gi) relative com pronome fembrete — (180) © (19b); il) telatva cortadora — (19a) A relativa com lacuna € pelo menos superficialmente ientica ao patrio 36 ocore quando o processo de relaliviagdo se cd partir d= Juma posigto de sujeto ou objelo direto. Ha relativu com pronome fem. boete (ou resuingtvo) em que a posigSo de Iacuna 6 preenctile por urn SN — preposicionado, ou no — comreferente cont o SN antecedente da tela- tiv, acon com todas Tungdes sinttias. A relaiva cortedora, que ococre com as posigées objeto indireto, abliquo e gentivo, se diferencia da rela. tiva com pronome lembvete correspondente (ef, 19) pela ausdncia, tate do SN comreferente quanto da preposigio que © rege. ‘Segundo Tarallo (1983), essas construgbes, resutantes de um processo de muadange que atinge um estégio signficaiva no final do séevlo passe. do, wiv derivam de unin regra de movimento, camo gcorre com as cons. trugées do pacirio, Nas relativas com lacuna e eertadora, ocorre om spagamento dos constituinies in situ, enquanto nas celaivas com pronome lembret essa posigio & ccupada pelo SN correferente. En toes elas, 0 (que deve set analisado como ura complementedor (ot sj, como uma esl Jungio integrate), © nao como um pronome relative. Devse modo, a5 Ia unas identificadas nas das primeizas construgbes devent sec vistas como eategorias vacias — [2] —, semelhanies aos pronomes niles. ‘Awalmente, em termos sociolingisticos, pode se dizer que a varianle conadora tende a sex implementada, ji que a vacionte com pronome lem- tete ainda € em certa medida estigmatiznda 5. A ordem dos constituintes na sentenga ‘As mudangas relaivas ao auinento da frequéucin de sujetos lexicals combinado come 9 crescimento de objetos nolos, acima desritis, provace- fiam @ alteragio dc um outeo aspecto da sintaxe do PBC: a oriem dos consttwintes na sentenga, Assim, nota-se, na gramitica do PBC, 1m cnrijecimento da ordem sujeito-verbo-objeia — S(O) — aye se manifesta tanto nas sentengas declarativas quauto nas orag6es interogativas. Bm soa pesquisa diacrOnica, Betlinck (1989) observa gue a froquéncia de ocoréx cia de sentengas declarativas. com a oréem VS — como em (20) — cai nha PB de 42% no sSeulo XVI para 21% nos dis do hoje, ou sefa, re uzida 3 metade, (20) Naquete momento, encontrou © Jodo a solugio de todos os sous problensas Contudo, a mudanga mais significative 6 a que se pode observar nas semtengas interrogativas. Duarte (1992) constats que © padrio VS, calsgé= ae Fico n9 sGeulo XVul, € sroplamente subverido no PB, de mode que atusl tmenle a frequdncia do padeio SV nessas sentengas € de ros de 90%. Assim 0 PBC difere radicalmente do PEC, no qual, em quase todas as interrogitivas, 9 movimento de V para wita posigdo a esquerda de S obyigatétio, deixando um vestigio [¥] na sua posigie originel, como ox: (21) © que comprou 0 Jodo (vy? (22) Onde est a Laisa (09? Essa & basicamente a siluagfa que {ambéin se observa no Portugués do século XVI, como se pode observar no exemple abaixo (extraldo de Rossi, 1993): (23) Que dizeis v6s (v)? (Gil Vicente) No PBC, além do predominio da orem SV tanto nas interrogativas com elementos © (cl. 24 e 25) quanto nas interrogativas sim/ndo (cf. 37), verifica.se igualmente » possibilidade de interrogativas-Q sem nenhur movimento. (ef. 27 e 28): (24) Onde o Pedro estuda? (25) © que esta cooperativa produz? (26) A Maria wabalha na Faculdade? 27) 0 Joto fot pare onde? (28) Vocd esta endo 0 qué? Na modalidade oral espentinea do PRC, além das construgses interrogativas com a expressio, dita expletive, «é que» (cf. 29) sto muito freglientes a8 consttugdes em que o sintagima-Q & acompanhado por ura quer na posigo de mieleo (ef. 30, 34): (29) © que & que essa cooperativa produz! (30) O que que voo® fez ontem? G1) Onde que esta o listo? a

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