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Revista Sul-Americana de Filosofia e Educagao — RESAFE DENEGRINDO A EDUCACAO: UM ENSAIO FILOSOFICO PARA UMA PEDAGOGIA DA PLURIVERSALIDADE Renato Noguera" RESUMO: 0 objetivo deste trabalho 6 apresentar algumas reflexoes filoséficas em favor de uma educacao antiracista. A proposta pode ser descrita como uma declaragao filos6fica afroperspectivista, isto é, um exercicio que da visibilidade as pesquisas afticanas e aftodiaspéricas. Um ensaio que é atravessado pelo paradigma da pluriversalidade na busca do exercicio de denegrir a educacao. Palavras-chave: Pluriversalidade; denegnir; filosofia afroperspectivista, RESUMEN: Esto trabajo intenta presentar algunas reflexiones filos6ficas en favor de una educacién anti-tacista. La propuesta puede ser descripta como una declaraci6n filosofica afroperspectivista, es decir, un ejercicio que da visibilidad a las investigaciones africanas y afrodiaspéricas. Esto texto esté atravesado por el paradigma de la plutiversalidad en bisqueda de ejercicio para denegtir a la educacién. Palabras claves: Pluriversalidad; denegiir; filosotia aftoperspectivista Abertura, O ponto de partida deste ensaio é uma inflexao. E preciso prevenit leitoras ¢ leitores que se trata de um ensaio curto de cardter introdutério. Vamos empreender uma incursao filoséfica afroperspectivista, trabalhando © conceito de denegtir como possibilidade de encontrar sentidos relevantes para uma educagio pluriversal. Considerando que a educagao atravessa uma série de tensdes em tomo da ideia de que o acesso as instituigoes de ensino ¢ um direito social de todas as pessoas e, a0 mesmo tempo, o respeito as diferencas exige a diversidade de narrativas, de légicas e epistemologias no cuniculo. Um dos desafios esté na busca da equidade das perspectivas culturais e no efetivo exercicio da interculturalidade. * Professor de Filosofia do Departamento de Educagiio ¢ Sociedade (DES) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Coordenador do Laboratério de Estudos Afro-Brasileiros ¢ Indigenas (Leaffo) da UFRRJ, Doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRI). renatonoguera@uti.br NOGUERA, Renato. Denegrindo a educagao: Um ensaio filos6fico para uma pedagogia da pluriversalidade. Revista Sul-Americana de Filosofia e Educacéo. Numero 18: maio- out2012, p. 62-73 Revista Sul-Americana de Filosofia e Educacao - RESAFE Em outros termos, a escolarizagao nao pode ser entendida como a busca por um “modelo” nico, um elogio ingénuo da mononacionalidade. Na sociedade brasileira, © desafio pode ser desctito como © esforgo de escapar da concepgao abstrata de igualdade, do cuniculo universal que se alicergava no métito e na neutialidade tendo como fiador a visao monocultural das sociedades ocidentais. E contra a monocultura e a monomacionalidade na educagao que sugerimos — inspirados na oralitura de nossos ancestrais afticanos, nos trabalhos de Ptahotep, George James, Cheikh Anta Diop, Abdias do Nascimento, Molefi Asante, Ama Mazama, Marimba Ani, Mogobe Rarose, Clyde Ford, Dismas Masolo, Sandra Harding, Sobonfu Somé, nas narrativas do griot de Oswaldo Cruz, 0 Seu Wilson’ — um exercicio filos6fico para denegnir a educagao A pluriversalidade da filosofia O filésofo ugandense Dismas Masolo (2010) fomece uma poderosa pista sobre um dos argumentos-chave que suleia® nosso trabalho. Masolo (2010, p. 317) explica que uma relevante distingao entre as pessoas esta no uso mononacional ou polimacional das habilidades cognitivas e intelectuais. Um sul importante deste trabalho esta no enegrecimento® acerca da diferenga entre pessoas monorracionais ¢ polinacionais. Uma questao incontornavel se apresenta: para delimitar estes conceitos - mononacional, polirracional, universal pluriversal - 6 preciso trabalhar com a filosofia africana. Os trabalhos filosOficos ocidentais parecem nao ter essas questoes no centro de suas pesquisas. O que teitera que as linhas e escolas filoséficas curopeias e estadunidenses nao respondem adequadamente aos nossos propésitos; 2 Wilson Nunes (1923-1994) foi um eximio contador de hisérias, avd do autor que ouviu suas incomtéveis, parrativas por 21 anos. 2 sSulear” aparece aqui numa diseta contraposicto ao termo “nortear". Na esteira das leitwas de Boaventura Santos, concordamos que as conotagdes ideologicas articulam as ideias de Sul ¢ Norte como ¢m desenvolvimento versus desenvoivido, birbaro versus civilizado, peiferia versus centro. °°O verbo “enegrecer” deve ser lida coma sinénimo de “elucidar". E mais comnm encontrarmos ~esclarecer” denotando elucidagao: mas, 0 lexi proposto por este trabalho caminha num sentido diverso © coatrahegemdnico. Namero 18: maio-outubro/2012 63 Revista Sul-Americana de Filosofia e Educacao - RESAFE principalmente no que diz respeito & diversidade epistémica como subsidio para a educagao. Nos estamos de acordo com 0 filésofo sul-afiicano Mogobe Ramose. Ele afirma que “a divida sobre a existéncia da Filosofia Africana é, fundamentalmente, um questionamento acerca do estatuto ontolégico de seres humanos dos africanos” (RAMOSE, 2011, p. 8). Uma maneira de abordar isso ¢ através da defesa do dieito e da legitimidade de filosofias que nao sejam ocidentais, problematizado inclusive a hegemonia dos tés supostos modos de fazer filosofia na contemporaneidade, a filosofia continental, a filosofia analitica e 0 pragmatismo (NOGUERA, 2011, p. 22). Pois bem, 0 egiptélogo, linguista e historiador Theophile Obenga natural do Congo tem um belo trabalho sobre historia do continente africano que subsidia os trabalhos filoséficos de Ramose, converge com as pesquisas de dames e Asante. O argumento comum em todos esses autores é 0 de que a filosofia nao foi uma invengao grega. Ora, 0 cAnone da historiografia filoséfica da como certo que o berco grego. A filosofia seria universal e de origem grega. Pois bem, para os nossos objetivos, 0 conceito de universal 6 inadequado. Considerando que “universal” pode ser lido como uma composi¢ao do latim unjus (um) e versus (altemativa de.. fica claro que o universal, como um e © mesmo, contradiz a ideia de contraste ou altemativa inerente a palavra versus. A contradicao ressalta o um, para a exclusao total do outro lado. Este parece ser o sentido dominante do universal, mesmo em nosso tempo. Mas, a contradigao é repulsiva para a légica. Uma das maneiras de resolver essa contradigao é introduzir 0 conceito de pluriversalidade (RAMOSE, 2011, p. 10). Para Ramose (2011, p. 10), o conceito de universo coube na ciéncia modema, um paradigma que tinha como referencial o cosmos dotado de um centro e periferia, “Neste ensaio optamos por adotar esta mudanga de paradigma e falar de pluriverso, ao invés de universo” (Idem). A partir das leituras de Ramose (1999, 2010, 2011), entendemos a pluriversalidade como a assungao da primazia das patticularidades especificas na configuracao dos saberes. A pluriversalidade é 0 reconhecimento de que todas as perspectivas devem ser vilidas; apontando como equivoco © privilégio de um ponto de vista, Com efeito, cabe-nos sustentar que a Nimero 18: maio-outubro/2012 64 Revista Sul-Americana de Filosofia e Educacao - RESAFE filosofia é um exercicio pluriversal de pensamento; objetando sua universalidade. “Reivindicar que 86 hé uma filosofia ‘universal’ sem cultura, sexo, religiao, historia ou cor, é afirmar que a particularidade é um ponto de pattida valido para a filosofia” (RAMOSE,2011, p.11). Mas, sem divida, esta defesa “nao 6 explicitamente reconhecida com frequéncia pelos protagonistas da ‘universalidade’ da filosofia” (Idem) Em termos pluriversais, filosofia ¢ 0 conjunto da multipilicidade de filosofias particulares (RAMOSE, 2011, p. 12). Pois bem, em termos bem simples: a filosofia entendida como universal estaria ligada & educacao entendida como um tenitério com centro e petiferias. Por outro lado, a pluriversalidade filosofica aqui defendida concebe a educagao como um exercicio policéntrico, perspectivista, intercultural que busca um polididlogo considerando todas as particulatidades, Na nossa reivindicacao pela pluriversalidade da filosofia, nés trazemos a baila a filosofia afroperspectivista. (NOGUERA, 2011a, 2011b) com o intuito de denegrir a educagao. Filosofia afroperspectivista é uma expresso conceitual guarda-chuva, isto 6, retne diversas perspectivas ¢ olhares, significando neste caso: “a reuniao de produgées filos6ficas afticanas, afrodiaspéricas e comprometidas com 0 combate ao racismo epistémico” (NOGUERA, 2011, p. 44). Em outtas palavias, filosofia afroperspectivista é todo exercicio filos6fico protagonizado por pessoas com pertencimentos marcados principalmente pela afrodidspora*. No bojo da pluriversalidade, a racionalidade humana nao pode mais ser pensada como “A” razdo e bem diferente da ideia kantiana de uma “Razao pura te6rica”; nés concordamos com Masolo (2010), a racionalidade tem varios modos de funcionamento, modelos operacionais distintos que so. construfdos em contexios culturais especificos. Com efeito,existitiam, nos termos do filésofo ugandense, as pessoas monorracionais insistem no uso de um modelo; as pessoas polinacionais que conseguem “utilizar altemadamente miiltiplos modelos” * Um de nossos trabalhos (NOGUERA, 2011, p.26) apresenta a affodispora como os processos de migracao forgada dos povos negro-afticanos a partir do século VIII € a imposicto do modelo de Estado- Nagio para as sociedades afficanas. Dito de outro modo, afrodiaspora & um processo de imposigzo de ‘modelos politicas, culturais e epistémicos na colonizacao seja no continente africana e desterrtorializacao ¢ deslocamento softido pelos descendentes de afficanas c africanos que foram escravizadas(os) entre os séculos IX e XIX fora do continente europeu. Namero 18: maio-outubro/2012 65 Revista Sul-Americana de Filosofia e Educacao - RESAFE (MASOSLO, 2010, p. 317), De modo resumido podemos dizer que a monomacionalidade ¢ do Ambito da universalidade, uma patticularidade que esquece a sta condigao. Por outro, 0 uso politracional das habilidades cognitivas humanas fortalece ¢ proprio da pluriversalidade, do reconhecimento de muiltiplas perspectivas para abordar, ler, interpretar, criar modos e organizar a vida. Denegrir como conceito filoséfico E propicio um mergulho no conceito de denegrir ou mais especificamente nos conceitos: negra e negro. Sem diivida, a mitologia tem sido uma interlocutora privilegiada da filosofia, Platio usou vatios mitos gregos para dar curso as suas reflexdes filoséficas; num didlogo entre os mitos das almas gémeas e de Eros, elaborou um conceito de amor que se transformou numa das mais decisivas perspectivas sobre o tema na cultura ocidental. Max Horkheimer e Theodor Adomo em Dialética do esclarecimento estabeleceram uma conexao entre a trajetoria de Ulisses na Odlsséia com 0 projeto do Ocidente, um exercicio de conquista e dominio, uma busca sistematica por novos tertitérios, subjugacao do ‘outro e recorte dos objetos - dentro da relacao epistemolégica entre sujeito de conhecimento e objeto a ser conhecido. O proprio Freud se serviu de Edipo para pensar complexo gerado pela disputa entre pai e filho pelo desejo da mulher- esposa-mae. Pois bem, 6 oportuno trazer luz significados esquecidos para os termos negro e conelatos. Com 0 objetivo de desnudar 0 conceito de denearir, palavra que literalmente s6 significa: tornar-se negra(o), isto 6, enegrecer. Em linhas muito gerais, na mitologia egipcia, Nut é a deusa do céu e Geb, deus da terra. Enquanto esta 6 masculina, 0 céu é feminino. O céu é fecundado pela tema para que possa dar luz as primeiras deusas e primeitos deuses e o mundo sequir seu curso. Pois bem, o céu tem uma rotina importante que deve ser acompanhada pelos seres humanos. Nut engole o sol todos os dias no creptisculo sobre as montanhas do oeste e da luz na aurora. A terra é negra ¢ 0 sol precisa da negrura do ventre de Nut pata ser revitalizado e renascer no dia que viré. Num direto espelhamento da acao continua de Nut de engolir ¢ patir 0 sol, 0 habito Namero 18: maio-outubro/2012 66 Revista Sul-Americana de Filosofia e Educacao - RESAFE humano deve ser sonhar, dormir tem o sentido de enegrecer, isto 6, acolher 0 sol ou simplesmente, viver no mundo dos sonhos. Num registro, negro, negra, preta, preto ¢ escuridao sao sinnimos de lugar que revitaliza, fertilizante, fértil, de criagao ¢ renovacao. Em outro, negro, negra, preta, preto @ escuridao sao sindnimos de sonho. Clyde W. Ford no belo livro O heréi com rosto africano faz, entre outros, um mapeamento etimolégico da palavra “negro”. Na Grécia, melan que é a raiz de melanina. Por um lado, refere-se & Melanto, deusa grega, responsdvel pela fertilidade da tema. Neste sentido, a negrura é sindnimo de fertilidade, criatividade, capacidade de gestagao, nascimento e florescimento de vida. Por outro lado, conforme Ford (1999, p. 35-36), alguns linguistas sublinham que melan é uma variagao de uma palavra egipcia “que se escreve 7777, que significa simplesmente ‘Montanha no Oeste’. (FORD, 1999, p. 36). Com um vasto elenco de mitologias afticanas, o afticano-americano Ford explica que a refetida montanha do oeste é 0 lugar de descida do sol, teritorio onde os humanos devem descer para se tornarem divinos. O “ciclo diario da consciéncia humana do mundo iluminado pelo dia para © mundo escuro dos sonhos” (Idem). Ou seja, negra, negro so termos que remetem ao mundo dos sonhos, tenitério de revitalizacao da existéncia. Segundo Ford, outro vocabulo da raiz de negro e negra é Niger. Uma palavia latina que batiza um tio e derivaria de ngr= palavra de origem semita - que significa “aqua que corre areia adentio” (Idem). Bemal (1988) também nos ajuda a pensar no sentido de ngr; a aqua que cone areia a dentro é o poder de regeneracao da terra rida, Afinal, retomando 0 mito egipcio, se a deusa egipcia Nut engole sol no oeste, fazendo dele objeto de sua gestacdo, é para © nascimento renovado na aurora. Cabe aos humanos encontrar no sonho, no enegrecimento, a possibilidade de renovacao da vida, isto 6, regeneracao. Negra e negro denotam a morada do sol a tera fértil. Nos termos de Ford, “a ditegao do sol poente, simbolizado a imerséo da consciéneia humana no sonho |...) uma nogio diferente de preto, negro, como um simbolo poderoso de renovacao e transformacao” (FORD, 1999, p.38-39). Portanto, denegrir é definido Namero 18: maio-outubro/2012 67 Revista Sul-Americana de Filosofia e Educacao - RESAFE como regeneragao. Ou seja, tomar-se negra, tornar-se negro significa revitalizar a existéncia. Nit, deusa do céu e Geb, deus da terra Fonte: http,/\www. othosdebastet.combr/bastet_mitologiaegipeia. htm Pois bem, a relevancia da inflexao filoséfica de “denegrir” nos sugere um conjunto de reflexdes. Sem davida, algumas leitoras e alguns leitores podem questionar a “simpl6ria” mudanga de sentido da palavra “denegrin”. Mas, qual é 0 efetivo impacto de tesignificar uma palavra? Pois bem, o problema filosdfico que esta em jogo é de ordem epistémica. Na area da filosofia existe uma subarea que se ocupa das condicées objetivas, subjetivas, intersubjetivas no processo de produgao e validagéo do conhecimento. © filésofo porto-riquenho Nelson Maldonado-Torres (2010) nos ajuda a entender como a colonizacao politica e econémica é insepardvel de um projeto epistemolégico ocidental. Para Maldonado-Tones, a epistemologia hegeménica que relega os outros tenitérios epistémicos @ outras culturas a0 plano da subaltemidade, entendendo por “outras culturas”, as perspectivas culturais ndo-ocidentais. O que est em jogo é a colonialidade e o epistemicidio sistematico que a acompanha, desqualificando o que podemos denominar de territ6rios epistémicos colonizados. Na _esteira_ do pensador peruano Anibal Quijano (1993a, 1993b), colonialidade diz respeito. ao enredamento entre diversas modalidades de dominagao, subaltemizagao nas sociedades modemas através de um sistema de classificagao mundial marcadamente étnico-racial, de género, sexual que disputa e controla: a) 0 trabalho, os seus meios e seus produtos; b) 0 sexo e a reproducao da espécie; c) a subjetividade e os seus produtos, principalmente os saberes que circulam na sociedade; d) a autoridade e os seus meios para regular e reproduzir o padrao estabelecido das relagdes socials (QUIJANO, 2010, p.8). 0 escopo deste ensaio Namero 18: maio-outubro/2012 68 Revista Sul-Americana de Filosofia e Educacao - RESAFE esta justamente no item (c). Neste sentido, o exercicio filoséfico supostamente universal (postulando a exclusividade ocidental) é um tipo de invisibilizacao da plutiversalidade filosofica. A filosofia afroperspectivista que propde a inflexao do conceito de denegrir vem de encontro a invisibilidade e ao epistemicidio® De volta ao significado de denegrir, tornar negro e enegrecer. O que toma relevante pode ser descrito na defesa da pluriversalidade, Nossa propostas, redes tramas em favor de uma educacao pluriversal antirracista passa por um exercicio filos6fico antirracista. No caso, denegrindo © pensamento e o tenitério epistémico. Em termos mais precisos, se tata de amplificar a capacidade ctiativa e regeneradora como método. Ou seja, nao se trata de dividir e divorciar os elementos, mas, compreendé-los de modo articulado, policéntrico, dentro de um polididlogo, uma efetiva pluriversalidade. Denegrir é pluriversalizar as abordagens, revitalizando e regenerando as redes de relacionamentos politicos, econémicos, etniconaciais, de género, exercicios de sexualidade etc. Denegrir indica um processo de dissolucao das modalidades de dominagao e subalternizagao baseadas em ctitérios etnicomaciais, geogréficos, de género, na orientagao sexual ou exercicios de sexualidade, etc. Portanto, denegrir tem como alvo © abandono das disputas e controles dos bens materiais e imateriais, visando uma cooperacao e construgao compartilhada dos poderes. Desfecho: Por uma pedagogia da pluriversalidade (ou denegrindo a educacao) Denegrir a educagao pode significar um exercicio intercultural, uma revitalizac&o existencial aberta & pluriversalidade. Por exemplo, na sociedade brasileira os mais diversos setores do Movimento Negro através de estratégias, negociacées, ponderagdes e aliancas protagonizaram a formulacao da Lei 10.639/2003 (Ensino de Histéria e Cultura Afto-Brasileira e Afticana), além do apoio decisivo, cinco anos depois, da Lei 11.645/2008 (Ensino de Historia e Cultura Afto-Brasileiza, Africana e Indigena), esta, por sua vez, um resultado das articulagées dos poves indigenas. As referidas Lei institufram, respectivamente, a Assassinato, recusa de um teritério epistémico ou de epistemologias nto-hegeménicas, Namero 18: maio-outubro/2012 69

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