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Os extremos rondam o mundo

Parece que o mundo cansou de ser democrático, ou parte dele dificilmente será. Quanto a isso se chama de
tradicionalismo, ou de conservadorismo, o que é diferente de tradição, uma vez se veste do dogmático e
exagerado. Quando isso se alia a uma espiritualidade ultrapassada, o sistema seguido tende ainda mais a ser
prejudicial as pessoas, ou a um grupo. A mulher se vê de todo o lado humilhada, seja pela cultura que a torna
objeto, seja pela cultura que a protege de todo o mundo, a colocando numa bolha. Na política ressurgem
partidos extremistas, surgem absurdos como o fascismo, travestido de alguma admiração a antigo regime, como
ocorreu na Alemanha esses tempos, onde cidadão levantou a mão em saudação nazista. Ucrania, Polônia e
outros abraçam ideologias extremistas e ditas conservadoras, usando do cristianismo ou outra religião de
desculpa para a suas perseguições a minorias e diversidade. Já no Oriente Médio se vê o partido ligado ao
Rambo norteamericano do passado ressurgir, causando novamente conflitos no Afeganistão, heróis antes, hoje
vilões perante a democracia. O capitalista da liberdade tenta desafiar a tradição oriental, mas não percebe que
não se quer democracia por lá, que se quer manter na teocracia. A lógica oriental é diferente da ocidental.
Tentou-se jogar as cartas com mesmas regras, quando nãop são. Já por aqui ressurge algo estranho,
combinando pseudo-integralismo, pseudo-messianismo, pseudo-cristianismo, pseudo-evangelismo e outros
pseudos. No meio disso que é sacrificado é o povo mais necessitado, uma vez que se planeja acabar com bolsa-
família, bem como se já vem reduzindo direitos trabalhistas, de aposentadoria, acabar com a escola pública e
assim por diante. No mundo já devem se planejar novas guerras. Os extremos rondam o mundo, e o Brasil veste
a mesma camisa, se dizendo patriota.

Mariano Soltys, advogado e filósofo

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