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argila laterti a serem consideradas no capftulo 6, 42 ESCOLHADESOLOS-AGREGADOS PARA BASES DE PAVIMENTOS 4.2.1 Consideragies Preliminares solo-agregado deve possuir um conjunto de propriedades para que possa ser usado em bases, suub-bases ou reforgo do subleito, Tradicionalmente, as propriedades exigidas, que variam de acordo com 0 ‘uso espectfico do solo-agregado, so em geral fixadas pela consideragao das seguintes caracteristicas: a) granulometria, que geralmente deve estar dentro de uma faixa granulométrica, limitada por curvas de sgranvlometria continua (isto é, misturas de solo- agregado que possuam graos de dimensdes varia- das), de maneira que os menores se encaixem nos vazios intergranulares dos maiores, seguindo apro- ximadamente as condigdes estabelecidas por Fuller e Thompson (1907) e Talbot e Richard (1923); ) limite de liquidez e indice de plasticidade, da fra- gfio que passa na peneira de 0,42 mm, situados en- tre limites fixados, sendo mais usados os seguintes valores: LL < 25%, IP < 6%; ¢) resisténcia dos gries, retidos na peneira de cer- ca de 2,00 mm de abertura; 0 ensaio mais utiliza do, entre nés, para avaiiar essa resistencia é 0 en- saio de abrasdo Los Angeles; 4) equivalente areia, um valor minimo exigido por apenas algumas instituigdes. A exigéncia de um valor numérico minimo para resisténcia ou capacidade de suporte para o solo-agregado compactado nao é comente, pois tradi- cionalmente, nos pafses ndo-tropicais. admite-se que uma vez satisfeitas as condicdes discriminadas nas ineas a), b) €€) acima, essa exigéncia fica automa- icamente satisfeita. Quando se procurou utilizar os critérios tradici- ‘onais para escolha dos solos-agregados nas regiGes tropicais, surgiram intimeras dificuldades, 0 que deu origem a vérias propostas de alteragdes e adigoes ‘nos mesmos. Inicialmente, procurou-se sobretudo am- pliar as faixas consideradas admiss{veis, introduzindo- se, além disso, uma ou mais condigdes relativas & ca: pacidade de suporte ou de resisténcia e expansibilida- de do solo-agregado compactado. Até o presente, es- sas propostas tém tido um cardter essencialmente lo- cal, regional ou, no maximo, nacional; resultaram elas, da consideragao de varios fatores, destacando-se os seguintes i) dificuldade de encontrar materiais “in natura” que satisfagam as condi¢des impostas pelas especifica- es tradicionais. A adigio de outros solos ou de agregados (areia, pedregulho, brita, etc.) para cor- rigir as suas deficiéncias implica em acréscimo con- sideravel no custo da misturas ii) constatagdo de que as bases de solo-agregado, em- bora nao satisfazendo as imposigdes tradicionais, tiveram frequentemente desempenho satisfatério, quando utilizados como componentes nas misturas solos de comportamento lateritico. Essas misturas, muitas vezes, tiveram resistencia ou capacidade de suporte considerada satisfat6ria quando adequada- ‘mente compactadas. A vista do exposto, o desenvolvimento de um critério mais apropriado para escolha do solo-agrega do, nas condigdes tropicais, constitui um problema re- levante cuja solugao ainda ndo esta suficientemente consolidada. Por esse motivo, nos itens seguintes, se- ro abordados alguns aspectos que poderdo orientar 0 estabelecimento de solugdes mais apropriadas. 4.2.2 Limitagies dos Critérios Tradicionais 4.2.2.1 Consideragdo da Granulometria 5 critérios tradicionais exigem que o solo-agre- gado tenha uma densidade elevada, gragas ao preen- chimento adequado de grande parte dos vazios inter- granulares pelos seus gros constituintes. Esse pre- enchimento assegura grande niimero de contatos in- tergranulares, que implicaria em elevada resistencia & agio das cargas aplicadas externamente. As curvas granulométricas que resultam em den- sidades elevadas foram estudadas empiricamente para o concreto de cimento (Fuller e Thompson, 1907; Talbot e Richard, 1923) ¢ obedecem & expressao seguinte: 105, poin( 3) Pporcentagem da frago com grios de didmetro menor que d; D=diametro maximo dos gros constituintes do ma- terial; coeficiente que depende das peculiaridades geo- métricas do material, geralmente entre 0,33 €0:50. ond prof, Santana (1983) discute detalhadamente as condigdes geométricas dos gros constituintes das misturas solo-agregado que obedecem & expressdo As faixas granulométricas recomendadas pela AASHTO, ASTM, TRRL, LCPC-SETRA e muitas outras entidades apresentam uma semelhanca morfo- lgica com as curvas que se obtém pelo uso da ex- presto acima. Observe-se que, para a finalidade em sta, hd necessidade de se impor uma condigao re- lacionada com a execugo de camadas compactadas no campo. Geralmente, essa condigio fica satisfeita utilizando-se materiais com dimetro maximo compre endido entre 25mm e 2mm, Disso resulta que tam- bém a fragdo que passa na peneira de 0,075 mm deve apresentar ma porcentagem méxima admissivel ¢ um valor de coeficiente de uniformidade (Cu= Dyy/ Dy» em que D,,€ 0 diametso correspondente & porcenta- ‘gem que passa igual a 60% € D,, idem para porcen- tagem que passa igual a 10%) maior do que um cer- to valor. ‘Sem diivida alguma, a imposigao granulométsi- a tradicional tem significado independente da nature- za dos componentes finos do solo-agregado, Contudo, a pratica tem mostrado que, no caso de solo-agrega- do contend finos lateriticos, a deficiéncia gramulo- métrica fica compensada pela melhor qualidade dos referidos finos. Dos exemplos em que esse fato foi constatado, parece-nos significativo citar os seguintes: a) 0s solos arenosos finos lateriticos que passam integralmente na peneira de 2,00 mm ou menor (0.42 mm em muitos casos), com coeficiente de uni- formidade (Cu) baixo (1,8 a 2,5) e coeficiente de curvatura (Ce) baixo (da ordem de 1), tém sido usa- dos satisfatoriamente em bases de pavimentos (Utiyama et al., 1977). A faixa granulométrica dos solos considerada tipica para os ocorrentes no Es- tado de So Paulo esté representada em pontilha- 106 do na Fig, 4.1, Verifica-se que essa faixa é bem distinta da faixa hachurada, correspondente & gra- duagio F da ASTM-D 1241-68, que é a mais fina dessa especificagtio; b) as misturas solo-brita de granulometria descon- tinua com uso de solo arenoso fino lateritico t&m sido usadas satisfatoriamente mesmo para bases de pavimentos com trafego pesado (Villibor e Nogami, 1984). O limite inferior da faixa desse tipo de mistura est representado em linhas pontilhadas na Fig. 4.1; «) 0s solos-agregados constituidos essencialmente de pedreguthos lateriticos com finos lateriticos, de ‘granulometria descontinua e com excesso de finos, tm sido usados satisfatoriamente como base de pavimentos, mesmo em trechos de tréfego pesado (Committee on Tropical Soils of [SSMFE, 1985, Chapter 4.2.4; Santana ¢ Gontijo, 1987), Além dos exemplos acima expostos, tem-: constatado que muitas bases de solo-agregado cons- tituidas de solo saprolitico de quartzito, com granu- lometria descontinua e excesso de finos, contendo fragdo retida na peneira 2,38 mm com abrasio Los Angeles acima da especificada tradicionalmente, tive- rai desempenho satisfat6rio, sobretudo na area geo- légica conhecida genericamente por Embasamento Cristalino no Brasil (DER-SP, 1957) Os motivos que jutificam o comportamento ex- cepcional desses solos-agregados residem, principal- ‘mente, no seguinte: i) 05 finos lateriticos compensam as deficiéneias gra- ‘nulométricas nos trés primeiros exemplos acima ci- tados. Assim € possivel utilizar materiais de granu- Jago mais fina, mal graduados e de gros arredon- dados, contra-indicados pelos critérios tradicionais. Cabe observar que 0 uso de agregados com essas caracterfsticas implica certa reducdo da capacida- de de suporte do solo-agregado, porém torna-o ‘menos critico relativamente & quantidade de finos € possibilita o uso de maior porcentagem de finos. Maiores detalhes sobre o assunto encontram-se nia segiio 4.2.2.2 e em Nogami e Villibor (1985b); ii) 0 fato dos solos-agregados constituidos de pedregu- thos lateriticos e saproliticos, que, apesar de niio sa- tisfazerem as condigdes impostas pelas especifica- Ges tradicionais, sobretudo no que se refere a re~ fencia dos seus gros e a faixa granulométrica, possem frequentemente um bom desempenho 100 "ABERTURA DE PENEIRAS (mm) 0074 09 042 1192.00 416 9.52 254 381 90 80 ” cr) 50 0 30 PORCENTAGEM QUE PASSA NA PENEIRA 20 10 oo A\B.C-- LIMITE SUPERIOR DAS MISTURAS ESTUDADAS. Figura 4.1 - Curva granulométrica de solos-agregados com finos lateriticos ‘como material de base devido, em parte, & frag- mentago parcial dos gréios durante os trabalhos de compactagao no campo. Essa fragmentacao pode contribuir para ocasionar um elevado grau de centrosamento & camada compactada, A simulagio esse processo, em laborat6rio, é ainda um proble- ‘ma no resolvido de maneira definitiva. Isso expli- ca porque as especificagdes tradicionais exigem para os solos-agregados apropriados para bases, além de granulometria dentro de uma faixa perfei- tamente delimitada, uma elevada resisténcia dos gros. 42.2.2 Considerago do Limite de Liquidez e do A imposicdo de um valor maximo admissivel para o limite de liquidez (LL) e para o indice de plas- ticidade (IP) decorre da necessidade de se evitar a perda de suporte ou a expansdo excessiva do solo- agregado, quando esse, apss 0 termino das operagdes construtivas da camada (base, sub-base, reforco do subleito), for submetido ao aumento de umidade, por infiltragao d’agua ou degelo. A validade dessa impo- sigdo foi verificada, ainda na década de 30, nos Esta- dos Unidos, de maneira empirica, tendo sido propos- tos os valores até hoje utlizados como méximos admis- siveis de LL e IP, para que os solos-agregados supor- tem apropriadamente os efeitos da infiltragao d’égua edo degelo. Wooltorton (1954), deu uma explicagio sobre o significado teérico desses valores, admitindo-se que um solo-agregado imune aos efeitos do aumento de umidade deve possuir vazios suficientes para abrigar © aumento de volume dos seus finos constituintes, quando os mesmos passam do estado corresponden- te ao limite de plasticidade para o de limite de liquidez. Estabeleceu-se, entao, uma relagdo entre a granulo metria e massa especffica dos grios, de um lado (que condiciona os vazios no solo-agregado compactado), 107 0 IP LL. dos seus finos, de outro lado. Segundo essa concepedo, 0 IP e LL méximos admissiveis deveriam vvariar em fungdo da porcentagem dos finos e dos va- zios disponiveis. Para essa finalidade, propés duas ine- ‘quages que permitem calcular a porcentagem dos fi- nos e os valores méximos de IP e de LL. A aplicabilidade da hipdtese de Wooltorton, bem. como a adogdo dos valores limites tradicionais para LL e IP para as condigGes tropicais, foi posta em diivida face ao desempenho das bases de solos-agregados nas regides tropicais € aos valores das propriedades ‘mecénicas ¢ hidrdulicas desses materiais quando com- pactados nas condigdes similares &s de campo. Efetivamente, as argilas lateriticas e os solos argilosos lateriticos, apesar de possuirem elevados va- lores de LL e IP, quando apropriadamente compa tados, mesmo em contato com a 4gua livre, ndo se ex- pandem e no perdem sensivelmente a capacidade de suporte. Além disso, nas condigdes tropicais, mesmo com pluviosidade relativamente elevada, o teor de umidade nas bases dos pavimentos raramente atinge (5 niveis elevados constatados no degelo da primavera, em regides nio-tropicais. \Varias hip6teses foram sugeridas para explicar esse comportamento considerado anormal e, até hoje, ainda nao existe unanimidade a respeito. De qualquer maneira, 0 fato esta ligado as peculiaridades fisico- james [wo ulm ul u » 0 @ ® mos | e | t| b Limite de Liquidez (%) pow (be: Os nmtos jut doe nbs ‘Sidi porceitpes de foce Recast sets eam ‘AGAO MCT aig. 42° A100 ° 05 10 18 20 25 30 Coeficiente c! ura 43 - Grifico de plasticidade e classifica MCT das misturas constantes de Fig. 4.2 M1 20 ® 20 fF Pi s 5 & g we 4 os os o basrumascdamewzas cnet | avian oa Cac on AASHO i: “ tect puna Le 0 Sse es 150 150 abs B22 130 330 a : a 0 naa © g 3 » g » k 2 z edema 7 wae Cw Figura 4.4- Variagdo de propriedades de misturas de: a) fracio fina de um solo saprolitico com areia quartzo- sado mesmo solo, b) solo saprolitico natural (mesmo de a), com adigdes de areia de quartzo e areia de mica Verifica-se, pelo exame dos grficos, que a adi- ‘do de areia de mica implica, ao contrério do que acontece com a adigao de areia de quartzo, em uma sensivel redugao da capacidade de suporte e da massa Barros (1990), apresentou resultados de 22 mis- turas de solos saproliticos, devidamente comrigidos quer ‘no que diz respeito & granulometria, quer no concer- nente a0 LL e ao IP, a fim de satisfazer as exigénci- as da ASTM D 1241-68 (1979), com areia exclusiva- ‘mente quartzosa (14 misturas) ¢ areia quartzosa com mica (8 misturas). Verificou que 08 solos corrigidos com areia quartzosa com mica apresentaram sensivel redugdo no valorde CBR, embora contendo apenas 1% de mica em relagdo & massa total da mistura. OCBR ‘médio, obtido para umidade étima e massa especifica aparente seca méxima da energia “intermedidria”, das 14 misturas corrigidas com areia quartzosa, foi de 30,8%, a0 passo que, coi as 8 misturas corrigidas com ‘areia quartzosa com mica, foi de 15.4%. O efeito da adi- do de 1% de mica, em relacao & massa total da mis- ‘ura, no médulo de resiligncia de uma das amostras, foi determinado mediante execugdo do ensaio triaxial com repetigao de carga. Com adigao de mica, essa amostra teve 0 seu médulo de resiliéncia reduzido de cerca de 2 800 kgfiem? para 2 000 kgf/cm?,para pres- sfo de confinamento e tensdo desvio de I kgf/ent. 42.28 Consideragio da Capacidade de Suporte (ou Resisténcia) e Expansio ‘Tradicionalmente, nao tem sido usual a exigén- cia, em terinos quantitativos, de um valor ménimo para sua capacidade de suporte (ou resisténcia) e méxi- ‘mo para expansio, quando a amostra compactada & imersa em Agua. Isso porque admite-se que, uma ve7, satisfeitas as exigéncias consideradas nos itens 42.2.1 4.2.2.2, a capacidade de suporte (ou resistencia) € ‘a expansio ficariam devidamente controladas. Algu- mas instituigdes, como o U.S. Army Corps of Engi- neers, California Division of Highways e Texas Highways Department, suplementaram as exigéncias tradicionais com valores de suporte (expressos em CBR) ou resistencia (caso das duas tltimas institui- ‘bes referidas) e expansio. Devido aos problemas surgidos com discrepan- ccias de comportamento e de propriedades em solos- agregados utilizados nas regides tropicais, tem sido ‘muito adotada, além das exigéncias tradicionais, a con- sideracdo de um minimo de suporte (ou resisténcia) maximo de expansao. Para essa finalidade, utiliza- se, nas regides tropicais, sobretudo, o ensaio CBR (ou de determinago do ISC, isto é, indice de Suporte Ca- lif6mnia) fixando um valor mfnimo de suporte e expan ‘io maxima admissivel, geralmente com base nos va- lores adotados pelo U.S. Army Corps of Engineers (adotado pelo DNER em seu método de projeto de pavimentos, conforme Souza, 1966. 1979). [Nas regides tropicais, tem havido uma tendén- cia de se considerar a determinagao do valor de su- porte, apés imersio em gua dos corpos de prova por quatro dias, como_ndo representativa das condigdes mais desfavoréveis do solo-agregado, quando utiliza- do em bases de pavimentos. Varios critérios tém sido sugeridos adotados, todavia, apenas local ou regio- nnalmente. Recentemente, tem havido tendéncia de se levar em consideragao as propriedades de deformabilidade dos solos-agregados nos projetos de pavimento. De- vido a dificuldade de se determinar diretamente essa propriedade, tem sido utilizada, com muita frequéncia, a sua correlacao com 0 CBR. No caso particular de solos-agregados utilizando materias tipicamente tropi- cais (finos argilosos lateriticos ou siltosos caoliniticos c/ou micéceos saproliticos, gros de areia e de pedre- gulho constituidos de concregdes ou couragas laterf- ticas) essa correlago pode afastar-se daquelas de- senvolvidas para componentes tradicionais nio-tropi- cais, como aquela proposta por Heukelon e Foster (1960), referida na segao 3.9.4.4 4.2.2.6 Ensaios ¢ Propriedades Diversos Vérias propriedades e ensaios tém sido acres- centados aos tradicionais, dentre os quais se destaca © equivalente de areia, que € um ensaio empirico desenvolvido na Califonia por Hveen (1953), utiliz vel especialmente a solos-agregados pobres em finos argilosos e/ou siltosos. Sendo um ensaio empirico, a sua aplicagdo para solo-agregados com componentes possuindo peculiaridades tropicais limita 0 uso de mui- 10s tipos considerados satisfat6rios pelo seu desempe- niho. E 0 caso dos “solos arenosos finos lateriticos (SAFL) que, de uma maneira geral, nao satisfazem & condigdes minimas exigidas. 1B Assim, segundo 0 LCPC-SETRA (1974) 0 equivalente de areia minimo admissivel varia de 30 a 40, valores esses que nao Sao atingidos pelos SAFL. Segundo Serra (1987), 14 solos arenosos fi nos lateriticos, usados com sucesso em bases de pa- vimentos em estradas do DER-SP, apresentaram EA médio de cerca de 11 € valores extremos compreen- didos entre 2e 28. Um ensaio desenvolvido especificamente para estudo de solos tropicais é 0 de expansibilidade do LNEC (Laborat6ria Nacional de Engenharia Civil de Portugal eta.,1969). Segundo pesquisas efetuadas por essa instituigdo, a parte fina dos pedregulhos tateriti- cos deve ter uma expansio menor que 10% nesse ensaio, para que possam eles ser usados sem proble- ‘mas em bases de pavimentos, mesmo que no satis- fagam as condigdes tradicionais de limite de liquide e de indice de plasticidade. Esse critério foi adotado pelo DNER (ES-P47-74), porém nao o foi pela mai- ‘ria das organizagdes que desenvolveram especifica- es para os pediegulhos lateriticos (Committee on ‘Tropical Soils of ISSMFE, 1985, section 4.24), O LNEC et al.(1969), acima referido, também. adotou a razio silica-sesquidxidos da fracdo argila dos solos para verificar a natureza latertica dessa fra- 40. Essa razao foi considerada pelos pedslogos como um indice relevante para a avaliagio do estado de la- terizagio dos solos, porém a sua importancia tem sido diminuida nas ltimnas décadas, para a caracterizagio geral dos solos, O uso dessa razdo apresenta um: rie de dificuldades para estudo dos solos-agregados, de maneira que s¢ espera 0 seu abanddono nas espe— cificagdes que a adotaram, como a especificagso DNER-ES-P 47-74, 43 UTILIZACAODAMETODOLOGIA MCT NAESCOLHA E DOSAGEM DOS SOLOS-AGREGADOS 43.1 Consideracdes Gerais A utilizagdo de critérios tradicionais ou adapta- «Bes dos mesmos nio tem sido satisfatéria para a es- colha, no Estado de Sao Paulo, de solos arenosos de granulaeio fina e de natureza lateritica, conhecidos la abreviadamente por SAFL (Solo Arenoso Fino Late- ritico), apropriados para uso sem qualquer aditivo além. jgua, em bases de pavimentos rodovidrios, Procu- rou-se, entdo, desenvolver novos critétios, baseados na determinagao de propriedades mecnicas ¢ hidréu- Jicas em corpos de prova compactados, de dimensdes reduzidas (50 mm de didmetro). Os detathes dessa merodologia constam da seco 3.6. Para a finalidade em vista, dispdem-se de dois, ‘grupos de procedimentos: 1) Mini-CBR e Associados - trata-se do primeiro pro- cedimento desenvolvido, que utiliza basicamente corpos de prova de dimensoes reduzidas (50 mm. de didmetro, altura de cerca de 50 mm), compat tados segundo o procedimento tradicional (fixagdo de uma energia de compactagio, tear de umidade variando em tomo do étimo de compactacao, desig- nada genericamente de Mini-Proctor). Os corpos, {de prova obtidos sao submetidos a uma série de en- saios como: capacidade de suporte Mini-CBR e ex- panstio sob diversas condigdes, contragiio, perme- abilidade, infiltrabilidade, etc. Il) Mini-MCY e Asociados - de desenvolvimento posterior 20 acima caracterizado e que uti beim, corpos de prova de dimensdes reduzi rém compactados segundo o procedimento desen- volvido por Parsons (1976) do Transport and Road Research Laboratory da Gra-Bretanha. Esse pro- cedimento de compactagio utiliza uma ampla fai- xa de energia de compactagao e de teor de umi- dade, de amplitudes maiores que aquelas geralmen- te adotadas no procedimento Mini-Proctor. Os corpos de prova obtidos so submetidos ao ensaio de Perda de Massa por Imersio c, eventualmen- te, a alguns ensaios adicionais, ja referidos no pro- cedimento 1). Obtém-se sobretudo uma classi «glo geotécnica do solo ensaiado, bem como a va riago das propriedades determinadas em fun: do teor de umidade e da energia de compactagio utilizadas. Inicialmente, foram fixados, com fundamento 1nos resultados de ensaios executados segundo 08 cri- \érios acima referidos, valores numéricos para esco- Tha de solos naturais lateriticos, de granulago fina (passam totalmente na peneira de 2,00 mm ou que possuem uma pequena porcentagem de fragiio retida nessa peneira, designados abreviadamente de SAFL), is sem quaisquer corregdes granulométricas, em bases de pavimentos destinados a transito de leve a médio. Os detalhes dos critérios adotados para a escolha desses solos encontram-sena segao 5.3.2. Em seguida, foi desenvolvido um critério para aescolha de SAFL utilizével em misturas solo-brita para bases de pavimentos que suportam traiego pe sado, assunto que sera motivo de breve considera- 30 na secdo 4.3.3 €, mais detalhadamente, no capi- tulo6. Objetivando a dosagem de misturas artificiais, de solos-agregados de granulagdo fina (pasando ma peneira de 2,00 mm), desenvolveu-se um critério que sera objeto da seco seguinte. Finalmente, sugerem-se, na segio 4.3.4, proce-

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