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  • Literatura-E-Pintura - Clarice Z Cortez

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    Literatura-e-pintura - Clarice Z Cortez

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    Copyright © 2005 para ox toes 3 Bio 2009| Ja. rcimpresso da 3. Ea. -2009 2 crs da 3a. 2001 “Todos rss reer, Poids a reproduc, mesmo parcial, por guakuce proces mecinic, clenieo reprogico ct, somsatorizagio, po esr, dos stares Talason irs exer dt digo 2009 para Educ evita grate Airs Hein ray Actin Ago esis "Normalizago: Ata Crisina Hina Jeger rojotogrifico edlagramacso: Marcos Cipriano da Siva, Maren Kasei Saka (Capa itusagdo: Tia Machado Capa ate faa: Licino Win da Siva Imagens: Forces pelos atores Fichseatalogrsties: Elson Danasio (CRBO1123) Fonte: Aldne4O1 BT ‘Tirogom (versio impress} 300 exempbes ‘Dados Internacionais de Catalogacio-na-Publicacio (CIP) (Edyom -UEM, Maringé—PR, Brasil) ae TSE Teor Mterdrla: abordagene Metéeicas @.tendénciae contempordneas / organicagte Thomas ‘oe pee ty Ee : =| =e SOI vem -Ealtora da Universidade Estadual de Marings [Az Colombo, 5790 Boro 40 = Canis Uniti = 47020900 - Mang arn ope (Bef) A10S =F (Oe) 311-1392 Ste: htpuhwwneedacrsscmbr = El edoem@vsrnbe | LITERATURA E PINTURA Clarice Zamonaro Cortez ‘A imagem, segundo os criticos mais renomados, exerce, is sociedades contemporiineas, Jum protagonismo evidente. A relagio entre a palavra e a imagem, entre a palavra ¢ as coisas ic a sua representacio) tem sido um tema constante nos processos de comunicagio entre os homens. Desde os mais remotos tempos, essa ideia de fraternidade das artes esteve presente no pensamento humano, justificando algo muito mais profundo do que a mera especilacio. Mario Praz (1982) aponta esse fato para uma sondagem esclarecedora do mistério da criacio jrvistica, argumentando que, desde os tempos pré-historicos, as ideias foram traduzidas sm sinais abstratos tragados na peda, seguindo-se-Ihes s hier6glifos e simbolos da escrita gipcia, Na Era Clissica, 0s textos mésticos, draméticos ¢ cientificos também foram ilustrados, do mesmo modo que as iluminuras complementaram a escrita na Idade Média, atenclendo 3s necessidades de comunicacio da época. Eram livros escritos a mio eqlecorados com pinturas © ornamentos de diferentes tipos. A palavra “iluminura” vein do uso do verbo latino iluminare, ‘em conexio com o estilo oratério ou narrative, significando “adornar” (Figura 1). @ Esse paralelismo entre as letras e as artes plisticas, em geral, atinge o seu ponto culminante nos séculos XV e.XVI, respectivamente. Entre as infimeras preocupacées dos humanistas italianos, destaca-se conselho de Leone Battista Alberti (1404-1472) aos pintores, sugerindo uma familiarizagio com os poetas € ret6ricos, que resultasse no recebimento da inventio, ou no estimulo a descoberta de temas pictéricos. Hi o registro, nesse sentido, de que Agnolo Poliziano (1454-1494), poeta e humanista italiano, tenha sido o conselheiro do pintor Sandro Botticelli (1445-1510), famoso pelas suas telas em que se evidencia uma leitura pict6rica da mitologia clissica. Partindo dos versos de Poliziano, contidos em suas Estancias, Botticelli criow um espaco simbélico em sua tela (1,842.85) para concretizar a leitura ea interpretacio do nascimento de Venus, segundo a narrativa mitolégica ¢ os versos do poeta italiano: ‘Una donzela non on uno mano voto ¢h Zefer liv spn 2 proda sir sour un ccs par eile ne gods (FRANCASTEL, 182) Os textos de Poliziano, entretanto, resultam da intertextualidade com os de Anacreontes, Hesfodo, Ovidio ¢ de hinos homéricos: Contes FE Affodite bela virwoss que quero cans (© sopro do vem vest tosse-2 10 a Chipre, as ita com as margens anja de wag. Eas horas corodas de ouro acolhcram-na com alegria(PRANCASTEL, 192) sda espuma gue fort po cims do mar prof Rese biting cc fre + els fr efie j egieseenetce 6 ca fotonprnféverrvepe6 Seco MEET esp aime quepe® py Figura 1. [lominura Epitre D’Othéa, 1410, Critine de Pisam- Comentando 0 exemplo acima, fica claro que o pintor passou da nafi nascimento de Venus (o dito) para 0 pict6rico, 20 produzir a tela O Nascimentl famosa, hoje, no Museu Galleria degli Uffizi, em Florenca. Considerada a di formosura e de todas as gracas e delicias pelos antigos, os autores fazem meng Cicero, no livro De natura deorum), mas os poetas costumam confundiclas © se A que finge haver nascido da espuma do mar, de onde, possivelmente, fo ondas do mar em uma concha (Figura 2) \Vénus foi uma manifestagio das ficetas femininas para a culeura grega eli beleza, da reprodugio, da protecio, da seducio, da pureza e do erotismo. E, coma afrescos das paredes, pintada em vasos ¢ anforas, esculpida em urmas fuera Correspondeu a cinones que Policleto ¢ Praxisteles elaboraram ao buscar wt Esse cinone era codificado em medidas, tis como a que media a distincia

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