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UNI VERSI DADE DE SÃO PAULO

Escola de Engenharia de Lorena – EEL

PROCESSOS QUÍMICOS INDUSTRIAIS – I

UD 02: Tratamento de água

Prof. Lucrécio Fábio

Prof. Lucrécio Fábio

Atenção: estas notas destinam-se exclusivamente a servir como roteiro de


estudo. Figuras e tabelas de outras fontes foram reproduzidas estritamente com
Atenção: estas notas destinam-se exclusivamente a servir como roteiro de estudo. Figuras e tabelas de outras
fins didáticos.
fontes foram reproduzidas estritamente com fins didáticos.
Introdução

Estação de tratamento de água de Guandu – Rio de Janeiro


Finalidade do Tratamento

 Higiênica - remoção de bactérias, elementos


venenosos ou nocivos, mineralização excessiva,
teores elevados de compostos orgânicos;

 Estética - correção de cor,


turbidez, odor, sabor;

 Econômica - redução da corrosividade das tubulações,


diminuição de doenças veiculadas pela água.

De modo geral, visa a melhoria da qualidade da água para abastecimento.


Sistema de abastecimento
Bacia hidrográfica

Reservatório de
acumulação

captação
adução

tratamento

reservatório

distribuição
captação tratamento

indústria lazer/consumo humano

tratamento
de
efluentes
Processo de Tratamento

Em geral são os seguintes:

Captação coagulação floculação

decantação ou
filtração desinfecção
sedimentação
(cloração)

fluoretação
Processo de Tratamento
Processo de Tratamento
Captação

Captação de água da Represa Billings – São Paulo


Processo de Tratamento
Coagulação
É o processo que transforma as partículas em suspensão, em estado
coloidal e algumas que se encontram dissolvidas, em aglomerados
que possam ser removidas pelos processos de decantação e filtração.
Esses aglomerados se reúnem produzindo a floculação.

Reagentes
Compostos de alumínio ( sulfato de alumínio, polímeros a base de
alumínio - policloreto de alumínio)

policloreto de alumínio
sulfato de alumínio
Processo de Tratamento

Coagulação

Agitação rápido do sistema de coagulação


Processo de Tratamento

Floculação
Teoricamente, o sulfato reagindo com a alcalinidade natural da água.

Al2(SO4)318H2O + 3 Ca (HCO3)2 Al(OH)3 + 3CaSO4 + 18H2O + 6CO2

Floculadores
Processo de Tratamento
Decantação
É o processo pelo qual se verifica a deposição de matérias em
suspensão pela ação da gravidade.
Lei de Stokes
Vs = 1 . g . d1 - d2 . D2
18 ʋ d2
Força de
atrito
Vs = velocidade de sedimentação (m/s)
Velocidade de
sedimentação g = aceleração da gravidade (m/s2)
ʋ = viscosidade cinemática da água (m2/s)
d1 = densidade da partícula (kg/m3)
d2 = densidade do líquido (kg/m3)
Força
gravitacional D = diâmetro da partícula (m)
Processo de Tratamento

Aplicação
Calcular a velocidade de sedimentação de uma partícula, tendo-
se os seguintes dados:
velocidade de sedimentação : Vs = ? m/s
aceleração da gravidade : g = 9,81 m/s2
viscosidade cinemática da água : ʋ = 0,90 x 10-6 m2/s
densidade da partícula : d1 =2650 kg/m3
densidade do líquido : d2 = 1000 kg/m3
diâmetro da partícula : D = 0,7 mm = 0,7 x 10-3 m

Resposta: 0,48m/s
Processo de Tratamento
Decantação

T=V/Q
T = tempo de detenção (h)
V = volume do tanque (m3)
Q = vazão (m3/h)
Processo de Tratamento

Aplicação

Qual o tempo de detenção de um decantador que tem volume de


3000m3 e cuja vazão de água é de 0,8m3/s

T=V/Q
T = 3000m3 / 2880m3.h-1
T = 1,04h
Processo de Tratamento
Filtração
A filtração da água consiste em fazê-la passar através de
substâncias porosas capazes de reter ou remover algumas de
suas impurezas.

Classificação dos filtros


De acordo com a taxa ou velocidade de filtração
 filtros lentos: funcionam com taxa média de 4 m3/m2/dia
 filtros rápidos: funcionam com taxa média de 120 m3/m2/dia

Quanto à pressão, os filtros rápidos podem ser de 2 tipos:


 de pressão: fechados metálicos, nos quais a água a ser
filtrada é aplicada sobre pressão.
 de gravidade: os mais comuns
Processo de Tratamento
Filtração

Tipos de filtros

Corte de um filtro lento


Processo de Tratamento
Filtração

Corte de um filtro rápido


Processo de Tratamento
Filtração

Filtro rápido/gravidade
Processo de Tratamento
Filtração

Filtro rápido/pressão
Processo de Tratamento
Filtração
Processo de Tratamento
Desinfecção

A desinfecção nas ETAs é feita com cloro e, por isso, o termo


desinfecção é comumente substituído por cloração.

A cloração pode ser feita com:


•Cloro puro
•Hipoclorito de sódio ou cálcio
Processo de Tratamento

Fluoretação

A fluoretação das águas de abastecimento público auxilia na produção


natural de dentes mais resistentes, proporcionando-lhes mais saúde.
Os dentes são ossos mortos, portanto a ação benéfica do flúor para
efeitos preventivos ocorrerá com mais vantagem na sua formação.
Processo de Tratamento

Ação do Flúor
• aumento da insolubilidade da parte mineralizada do dente,
tornando-o mais resistente às bactérias;
• maior concentração de fluoretos na cavidade oral, inibindo os
processos enzimáticos, que dissolvem substâncias calcificantes do
dente;
• sua presença torna o meio impróprio ao desenvolvimento de “
Lactobacillus Acidophillus”

Materiais
• Fluoreto de sódio comercial;
• fluorssilicato de sódio;
• ácido fluorssilícico
Tratamento de água para caldeira

Clarificação
O processo consiste em coagulação, floculação e filtração da água
com vistas a reduzir a presença de sólidos suspensos.

Abrandamento
Ou “amolecimento” da água, consiste na remoção total ou parcial dos
íons de cálcio (Ca++) e magnésio (Mg++) nela presentes, geralmente em
forma de bicarbonatos, sulfatos e cloretos.
Tratamento de água para caldeira

Abrandamento

• processo de troca iônica ou desmineralização


Tratamento de água para caldeira

Desgaseificação
•Tem duas finalidades:
- aquecimento da água
- desprendimento de elementos gasosos

Desaerador
Teste de jarro

Passos do tratamento
• Preparo de soluções
- cal
- sulfato
- hipoclorito
• realização do jar test (teste de jarro)
Teste de jarro

Aparelho de jar test

Instrumentação
de apoio
Teste de jarro
Bibliografia
Carlos A. Richter e José M. de Azevedo Netto. Tratamento de Água. 5ª ed. São
Paulo Edgard Blucher. 2003.
Luiz Di Bernardo. Tratamento de água para abastecimento por filtração direta. 1a
ed. Rio de Janeiro. Abes. 2003.

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