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Sass psi dar gue weenie qe sexs noo ‘Srna ao dea qe lini da jeidide ea ‘Stet que vem cml, dene den cea ‘Stemonfeqao tue vers, oda ant ine ne inburdewis uno re aid, fala fps es dn lls © trabalho de campo € pte dem cup epstemoigico ro qual eto envolvos no 9 o trabalho da esta, mas Tambim o significado do ois do etatlogo em campo. Haj ‘sta 0 que nos dzo antropcogo Evans richard (17, p 305, sobre o significado de sss expeséncasetnogrfcas em ‘utr cura: eu dia que aprend mais sobee a natureza de ese noss condo humana cam os ner do que com tudo ‘que me ensnaram em css E arescena Geertz (2001, p43), “otahalho de campo € un experincia edacava complet, Olé decir 0 que foi aprendio". Nao hi como negae ‘valor dessa lgdes antropolicas todo aquele qu qucia Gpvendr um pooco is da sun propia socedade e clu. ar tanto presacssr dels, mesmo de modo imagini, Se quisernasreaimente compcendl-se, assim, quer se, porennos exercer ae de Yaar epatcaro fii do thar Immopologio, Nese sentido, devenoslangar um olhar 30 Te o fazer anropoloico a fim dese observar até que ponto auilo que dae que fzem est em sonia com aquilo gue, Cetivment, fzem quando fazem antropologa. Eno, pergunts de Geer, o que 0 antopélogo fa?) € enor ais do que wma espera prota e acabada, representa wm feforgo de problemaizao em tomo do pensimento © da tics antrplogica Igual tengo deve ser dspensad a conc de cu ‘objeto do prose capitulo, CCutTuRA como TEORIA MéTODO cultura # educagso A historia do conceito de Caluraremonta 30 pens mento grecolatino cisco, Part as romanos, cultura (do lam cole cukise significa o ato de cavaro espiito (utara anim. Asst, ocukado com as plantas eo clivo td tera Gagcult, com 08 deuses e @ sagrado (culo fstendase também is exlangss (poericuura, 20 semido cmplo de edueagio (Paidela. Durante 0 periodo medieval 2 forte presencs da religio vinculou a cultura ao processo e Fmago das alas A parte do sculo XV, o concelto de clara passou 2 antcuarse, ort posta ort negatvament, com 0 conceto {de ciuiizago, Incialmente,o conceto de clzaco refer se a0 que er “iil” entendido como orem social compasta te homens edocados ¢ poldos, Mas nio demoeou muito pra que otermo vilzaio pasasse também a designar um ‘tig ov uma etapa do desenvolvimento istic ockdental feqivalente a progresso, Desde eno, a0 aproximarse do foncelto de Gvilzagio, cultura paseo expen os aspetos ‘So desenvolvimento material da sociedad oie mock ‘Nese context, clturs ers entendl como expresso lire diario eda vontadeexlarweda, algo separado do reino ns tun do mundo das causa cs eis mocinicas que o rege, Operavase, a pai dese momento, uma dsincio entre a Imatéin © 0 espitio, versa a0 pensamento greco-romano. tc ue itd tei ‘Sodnixar sume vs oma do da ned inf etal icads Dn fiicd quando dequeceuin © tabalho de campo ¢ pane de um campo epstemaigicn no qual eto envelidos no 6 o trabalho da ese, mas Tatum o significado do ofc do emndlogo em campo Hsia fist que nos deo anvopslogo Evans Prichard (978, p oo) soe o ncaa de suse experéncias emogrifcas em ‘utr clu: eu ia que aprendl mas soe a natweza ce erate nena candigdo mana com os nuer do quecomtdo ‘que me ensnaram em cia” Eacescenta Gertz (2001, p43), ‘mh de cmp & ua expesincia edvcava comple, O cia € dec o que fo! aprendido". Nao hi como newt ‘valor dessa lgdes antropoigicas a todo aque que ques render um pouco mas a ss propia sciedadee cul. Tr tint preaanos sir dels, ese de modo magni, Se uisemosreimente compreend-is ssi, quem se, ppodermon exercer a ate de ie patcar 0 ofc do liar Enuopologico, Nese sentido, devas langar um alae 80 Teo fuze anropologie a fim dese obervar até que ponto lla que dzem que faze ex em sntonia com allo qe, Cleivamente, faze quando fzem antropolog Eno, & pergunta de Geet, o que o anropdlogo fu) 6 etnograia a do que uma respesta ponte acabada, representa Un taforgo de problemtizasio em tomo do pensamento © ct prc azopolenica, Igual atengo deve ser dspensad ao conceit de cul objeto do proximo capitulo. Lotro w CCutTura como TEORIA € METODO ultra edueagio A intr do coneito de Cultura remont 20 pens mento greco-tino cisco, Para os romanos, cultura (do Inti color cultvan sigiicava o aa de cutivaro espito (Guitura anim, Asim, o cidade coms plants eo cultvo dd tera (agricltur), com of deusese 0 sagrado (cto) fetendiise também is criancas (puericltur), n0 sentido mplo de educagio (dela, Durante o period medieval {fone presensa ds religio vinculou a cultura a0 processo e formacio das almas. partir do século XV, © concelto de cultura passou a anticular-se, ora postva ort negatvamente com 0 concetO te civilzago, Iniialment,o conceito de cilzagd rele Se a0 que er “ci enenddo como oem social composta de homens educidos © polidas, Mas nio demorou muito pare que o temo cviizacio pasasse também a designar um ‘Stigo ou uma etapa do desenvolvimento hisérico ocdental ‘equtaleme a progesso, Desde enti, ao aproximarse do onceta de civilzagto, culra pasion expos aspectos ‘do desenvolvimento mater da sociedad cedental moderna esse context, cultura era ented cons expresso livre sda aro eda vontide excuecid, algo separ do eno na tural, do mundo das cusase das les mecncas que o rege ‘Operavacse, 4 pai desse momento, uma disingzo entre a ‘mate © 0 espinito,inversa 40 pensamento greco-romand Rompia-se assim com a ideia de uma harmonia césmica ra qual os contirios estabeleciam a harmonia do mus do, idealizada pelos gregos, De acocdo com Muniz Sodré (4985, p. 21-22), de pd, plo sian oslo TV 4, co © depos de ctr nino pros de omaqiohuatics ‘meds ies de waa edigio pus os sas. Poser de ‘Edo east pang conuem apo campo cu CCoube a Brasmo de Roterdam (1467-1836) 0 desenvo- viento di ides de “cvittade” coma expresso de bons costumes, regs de compocamento, eam, eigueta social, preconirando 0 inicio dt pedagops infiniti em su Epocs. Enmbors a clanga no fowse desconhecids © esata 30 Imaginirio medieval, Philippe Ars observa em su Histrta Social da ering e da fama que "0 século XV surgi, ‘dois tipes noves de repeesentacio da innca 0 retato © 0 puto. Crane |] ndo exava ausente da Kade Média, 20 ‘menos a pane do século XI, mas nunca era‘© modelo de ‘um retato, de um retrato de uma eran rea,” 1986, p58) A manga er até eno imaginada como ajo ou sant. Na por aciso&descoberta da infincs, logo surgram as escolas com ensino io edvididas por de, bem como as preo ‘cupagbes lenin pedagpeas com o métodovisindo un melhor proceso de conhecmento ensino-sprendiager, [Ness cio €suficlente lena os noms de René Descaes (1596-1650) com ose Disco metodo 167), no campo a edna, e Didactica magna (1657, de Comenis (1582 1670, consderado 0 “pl. pedagogia modmns ‘cultura, em sentido amplo do temo, carga em sua ise uma este ansociagto com a dca e,ponantn, com a fomacio do individ. Asin, ma perp dese ‘eli or Norbert Has, 0 proceso ates psc omacio de omanpie complex ser elas Patt do qua se deseolve uns nova semble, Tate de tm proceso de desig as pues on cones tvolvendo desi as manetas de saree mess pando Peloshtes de higenecpretzagi do ox, nde iment de epns de sca ahs deseo a owen dtc social ura a eo de ome do Antigo Regie na Europe, © rou se oon tran, pairio de um mo Homem,v homer eo cit, qe lem de teem mare 0 deere ‘evi dn og de coer av soa eanben dsenole ma apis atomic desc acto {esas emogdes «patos em pil. No conf ‘acho exes no some 0 denne tal Tigao as bon manana ego cma omg do Ho sem, mast devenlime ate dacee Sa ing os eer. Ak cae ts oes {ue set enpreao pr “expewar 2 connec ae Seiden tm ene aes Hs C90 p25) En cntas pleas, to ee proce hat de cost tuo de una nota sensi po dun 0 omen conespond, vere ao pce de cons ‘to dracon no mundo mdm a, em poo fo concto de ciao tl crm oslo «fences © concebiam,enquntn renin propese aa pelo ken pls oni, nema ar Sa Wea de Rut; como expr de ego en Sus Pepin elias no prop sey Nov a sme (Sst daca pontndo pan o fe dee tin .1 3m conte, const leo dear yee pos] Eng o conc deca naa ao “courcho venns x wveAeH0" nance de una apo que tre de scar consi ‘io prat repeis wens prpotar + est: ha ‘Srnente mast ends? 8, p25) (© quadko ababeosinttza a concepet0 de identdade cba nos conceitos de elvizaga0 cultura, dentto ths tadgoesinglesae francesa e, em oposigio alems, respectivamente Conccwon | Taco | Woninentes | Goncepco Ambas as tradges desde edo, contaram coma colabo- rag de outros conceitos que, aqui, podemos indica ua felevinca, Tate dos conceltos de naclo e de denidude. Epistemologiamente, conceit de sentidade parece estar cognivamente et sntona com 0 expirio modemist do ando-Nacio regido por prncpios cenfcos (abstatos) ‘clone (consent) universal Ggultro), no passo que {ular remete para os mcvos da “cor lea", do dbs de {om pove, do plano das experiénclas cians, efi, pra 0 ‘ampo d tragto. Quando apicaos a contexts histricos ‘Spectces,descobrimcs o quanto € dif a compreensio tie cass como o sociedad beara cuj inlugnci ds trades € incoatestive “Apes de todo, 0 conceto de cultura permaneces s rnin de civlizagio por muto tempo. Mas os indmezos tentidos atid a colura no context histrico do sé NIX apontam para 8 sua abertia de seid dese enti, tal € 0 que nos sugere Raymond Wiliams (1969, p. 18) em Cultura e soto: 1780-1950. Anteronnente signi, primordialnene, tndéncta de ‘raiment natura depts, por soa, poem Se {Ses abtainete, curs de agua cso, alee, 90 in asco mtr, tal epi Veo & Postronmente, conceit de cura gal ainda in meres outs significado, a0 mesmo tempoem que assumia diversi distngBesteoieas a pat do trabalho analiico de sntropalogos, ocslogoschistoriadores come, por exemplo: fokelore, culrrasubjtivae cultura objet, cukura material cultura nto mera, cultura ena ¢ colura popula, Cultura de mass ¢subcultur, et. Cnceko prviegado no campo da investigate antropolégic, a cultura eige-se em ‘onceito totemico™,sinibolo distinvo da pia antopo- Jogi. cultura, no vente amplo, sigiica a maneiea teal de vver de unt grupo, una sociedad, um pas om pes sea, No entanto, no se trata aqui de uma defesa da posi segundo 4 qual cultura € tudo, Mas sim aides de que, 3 ‘eemplo de um to social tot, impoe se aexigénca de isc a totaldade do fenémeno cult, sia pare das rcagdes ene o antplogo e o mato, sea eas miliplas felgdes que se esabclocem ene cultura, # economia, 2 pole, a religito, ete. No esudo de um fenémeno cual ‘qualquer, tide deve ser observado, anotado, vide, ale Sc, mesmo amuilo que ao es (eta e aparentemente) Tico a0 fendmeno em estudo. Por outro lado, 2 deta de wtalidade representa em relagao culture uma eseita rela de Klenidade na mela em que se mesteaeapaz de elimina as diferengs ntemas de um grupo, petting traduzie melhor as diferencas ere "968 € os oto, asi resgatar a nossa humanidade no outro a do auto em nds rmesmes. Nesse sentido, a eutura pode ser pensida como tum “modo de reacionamento huano com se rel" sen do que o real, resistindo a toda caractesizacio absolit, se presenta como estamene singula, como Unio”, salenta Sodké (1983, p. 4849). Numa defnico, em antropaogia socal e cull,“ cukura € um mapa, um recetutio, un digo através do qual as pessoas de um dada grupo social peasim, cassia, estudam © modificam © mundo © a si rmesmas’ (Dadar, 1965, p. 123). Pars usemos de urna retfora, eutua € uma expécie de éculos por melo do ‘qual erxegamos © mundo, vemos “outro eolkames para 16s mesmos, dando sentido nossa existencia e ax noses cexperigncias de vid, im resuo Bm suma, antes de se falar em Culkora, com letra maiscula © como um fendmeno daieo © homogéneo, deveros pensar em cultuas, no plural, enquaato sistemas de significadose simbolos desenvotvides historiamente Anal, 0 significado de cultura mo € 0 mesmo de sem re, a compreensio dessa mung pode ser conguist- dda por meio da comparagio entre cltrss © da andlice histrica. Como categoria do pensimentoantropolegico, Cultura revels a manciea como o campo do confeciment

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