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Telecomunicações
Conceitos e Tecnologias
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Fundação Instituto Nacional de Telecomunicações – Finatel
Telecomunicações
Conceitos e Tecnologias
Equipe Multidisciplinar
2019
Lista de Ilustrações
ϕ - fase do sinal
ω - 2π f - frequência
f c - Frequência central
λ - Lambda; Comprimento de onda
p (t ) - Portadora
A/D – Analógico/Digital
AM – Amplitude Modulation
ATSC – Advanced Television Systems Committee
BER – Bit Error Rate
DMB – Digital Multimedia Broadcasting
DQPSK – Differential Quadrature Phase Shift Keying
DVB – Digital Vídeo Broadcast
EDTV – Enhanced Definition Television
FM – Frequency Modulation
fps – Frames per seconds
HDTV – High Defintion Television
IMAX – Image Maximum
ISDB – Integrated Services Digital Broadcasting
ISDB-Tb – Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial Brazilian
ITU – International Telecommunication Union
LDTV – Low Definition Television
MPEG – Moving Pictures Experts Groups
M-QAM – M-ary Quadrature Amplitude Modulation
NBC – National Broadcast Company
NTSC – National Television System Committee
OFDM – Orthogonal Frequency Division Multiplexing
PAL – Phase Alternated Line
PAL-M – Phase Alternated Line Monocromatic
PCM – Pulse Code Modulation
PM – Phase Modulation
QPSK – Quaternary Phase Shift Keyng
RGB – Red-Green-Blue
SDTV – Standard Definition Television
TV – Televisão
UHDTV – Ultra High Definition Television
Sumário
Bons estudos!
Vídeo 1 - Boas Vindas!
Capítulo 1 - Transmissão de Rádio AM e FM
Antenas
Estação Estação
Transmissora Receptora
Transmissor Receptor
Anotações
Capítulo 1 - Transmissão de Rádio AM e FM 11
Anotações
12 Capítulo 1 - Transmissão de Rádio AM e FM
Para compreender como é realizada uma transmis- esse sinal na faixa de 3 KHz, é necessário conhe-
são de áudio por uma emissora de rádio, é neces- cer o processo de modulação, no qual alteram-se
sário conhecer o conceito de modulação, pois é as características do sinal de informação tornando
através desta técnica que se realiza uma transmis- possível a transmissão em uma antena com dimen-
são adequada do sinal em meio às adversidades sões adequadas e superando as adversidades do
do meio de comunicação. Mas, não somente devi- canal de comunicação.
do às adversidades do canal se justifica fazer uso A modulação é a alteração sistemática de
das modulações. Ao relembrar a relação entre o uma onda portadora de acordo com a mensagem,
comprimento de onda e a frequência (Equação 1), denominada de sinal modulante, ou sinal modula-
vê-se que quanto menor a frequência, maior será dor. Em grande parte, o êxito de um sistema de
o comprimento de onda. Os sistemas de rádio AM, comunicação para uma dada finalidade depende
trabalham com sinais que podem ser compreendi- da modulação, o que faz com que o tipo de mo-
dos em uma faixa de frequência que vai de 525 a dulação seja uma decisão fundamental no projeto.
1705KHz, para as transmissões de ondas médias. Sendo assim, muitas técnicas diferentes de modu-
Já os sistemas FM, operam em uma banda de fre- lação são utilizadas para satisfazer os diversos re-
quência entre 87,8 e 108 Mhz. quisitos e especificações de um sistema.
Apesar da grande variedade, é possível iden-
c tificar dois tipos básicos de modulação de acordo
f = (1) com o tipo de onda portadora: a modulação de
λ
onda contínua, na qual a portadora é simplesmen-
te uma onda senoidal (analógico), e a modulação
Para se obter uma irradiação eletromagnéti- por pulsos, na qual a portadora é um sinal discreto
ca eficiente necessita-se de antenas com o tama- (digital). Esses dois tipos caracterizam basicamen-
nho equivalente ao comprimento de onda ( λ ) a te as modulações analógicas e as modulações di-
ser transmitido. Imagina-se agora um exemplo de gitais. Como o sistema de rádios AM/FM caracte-
uma aplicação em que se deseja transmitir uma riza um sistema analógico, serão então analisadas
informação de voz na faixa de frequência de 3 KHz. as modulações analógicas utilizadas na transmis-
Através da Equação 1, é possível calcular o tama- são de áudio pelas emissoras de rádio.
nho da antena para irradiar esse sinal.
c 3 x108
λ= = 3
= 100 x103 m = 100 Km Glossário
f 3 x10
Anotações
Capítulo 1 - Transmissão de Rádio AM e FM 13
A modulação analógica também é conhecida então, caracterizado por uma translação em fre-
como modulação de onda contínua, na qual a quência, isto é, o espectro da mensagem é des-
portadora é uma onda senoidal (ou co-senoidal) locado para uma nova e maior faixa do espectro.
e o sinal modulante é um sinal analógico (ou Independente do tipo, a modulação deve ser um
contínuo). O sinal modulado varia em proporção processo reversível, de modo que a mensagem
direta ao sinal modulante e, a portadora senoi- possa ser recuperada no receptor pela operação
dal possui uma frequência muito maior do que de demodulação. A Figura 2 mostra o conceito
o sinal modulante. O processo de modulação é, para o processo de modulação e demodulação.
m Canal de m
Fonte Modulador Demodulador Destino
transmissão
Para que ocorra a modulação, é necessária Variando qualquer uma das características
a introdução de uma nova frequência denominada da portadora, seja amplitude, frequência ou fase,
f c , a qual recebe o nome de portadora ou frequ- pode-se apresentar diferentes tipos de modula-
ência central. O sinal que será transmitido é o pro- ções. A Figura 3 ilustra os três componentes a se-
duto do sinal modulante (informação) com o sinal rem alterados na portadora.
da portadora variando no tempo (t). Esta portado-
ra p (t ) pode ser representada matematicamente
pela equação 2.
p (t ) = A cos(ωt + ϕ ) (2)
Anotações
14 Capítulo 1 - Transmissão de Rádio AM e FM
ω = 2π f = frequência
A
ϕ = fase do sinal
Pode-se citar então, três técnicas de modu- Modulation) e Modulação em Fase (PM – Phase
lação analógica como sendo as principais: Mo- Modulation). Serão apresentadas a seguir, breves
dulação em Amplitude (AM – Amplitude Modula- conceituações sobre as modulações AM e FM,
tion), Modulação em Frequência (FM – Frequency que são utilizadas pelas emissoras de rádio.
Sinal Modulante
(informação)
Modulador AM Sinal Modulado
Uma vez obtido o sinal modulado, o sistema tempo. Pode-se observar o sinal modulante, a por-
pode transmitir esta informação sem que ela sofra tadora de alta frequência e o sinal resultante, ou
com as adversidades do canal de comunicação seja, o sinal modulado que trafegará pelo canal de
e ainda respeitando a infraestrutura do sistema, comunicação até o receptor de destino.
como a dimensão de uma antena, por exemplo.
A Figura 5 demonstra o processo de modu-
lação através dos respectivos sinais no domínio do
Anotações
Capítulo 1 - Transmissão de Rádio AM e FM 15
Sinal
Modulante
(informação)
Sinal Modulador
(Onda Portadora de
alta frequência)
Sinal
Modulado
Anotações
16 Capítulo 1 - Transmissão de Rádio AM e FM
Sinal
Modulante
(informação)
Sinal Modulador
(Onda Portadora de
alta frequência)
Sinal
Modulado
Anotações
Capítulo 1 - Transmissão de Rádio AM e FM 17
SAIBA MAIS!
SWITCH-OFF DA TV ANALÓGICA
O Brasil deu início ao processo de desligamento do sinal analógico de televisão. Este processo
se fez necessário pois vários canais de televisão analógicos ocupam frequências na faixa 700
MHz, que será utilizada para outra finalidade. Além disso, a melhor qualidade do sinal digital é um
dos motivos para justificar o procedimento.
O desligamento do sinal analógico destes canais e o remanejamento dos digitais para ou-
tra faixa vai permitir que operadoras de celular utilizem essas frequências para melhorar o serviço
de 4G oferecido no território nacional.
Quando a TV digital começou a ser implantada no Brasil, em dezembro de 2007, a ideia era
desligar os canais analógicos em todo o país, ao mesmo tempo. Mas o processo acabou sendo
definido de forma diferente: o início do desligamento foi previsto para 2015 e o término do pro-
cesso estipulado para acontecer gradualmente, estado por estado, até 2018.
De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, os mora-
dores de 97 municípios brasileiros que vão ter o sinal da TV analógica desligado em 26 de julho
de 2017, começaram a ser avisados sobre a transição para o sistema digital através da campanha
de desligamento da TV analógica, que começou um ano antes da implantação do sistema digital
em cada município. Nesse período, quem assiste à televisão aberta pelo sinal analógico recebe
avisos na tela sobre a transição do sinal, que se tornam mais frequentes à medida que a data da
mudança se aproxima.
No início da campanha, os telespectadores começam a ver um logotipo na tela de TV com
a letra "A". Esse símbolo indica que o sinal da TV é analógico. Além disso, tarjas informativas sobre
o desligamento serão inseridas durante a programação. Cartelas informativas começarão a ser
exibidas 6 meses antes do prazo final e vídeos informativos, com 75 dias de antecedência.
As pessoas que visualizarem o "A" e a tarja em suas telas devem tomar algumas providên-
cias para continuar assistindo a TV aberta no formato digital. Se a televisão é antiga, daquelas
grandes, de tubo, será preciso adquirir um conversor digital e, possivelmente, uma antena apro-
priada até a data de desligamento do sinal analógico para garantir a recepção do sinal digital.
Após realizar testes em Rio Verde, em Goiás, no início de 2016, Brasília e nove cidades
goianas próximas à capital federal passaram pelas mudanças de sinal até novembro de 2016. O
Ministério informou ainda que no decorrer de 2017, será a vez de todas as capitais da Região
Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória), Goiânia, Salvador, Recife e Forta-
leza. Outras cidades do Estado de São Paulo e do Nordeste também passarão pela mudança no
próximo ano. Já em 2018, a transição para o sinal de TV digital vai incluir as capitais e importantes
cidades das regiões Sul, Centro-Oeste e Norte, todo o interior dos Estados do Rio de Janeiro e
de São Paulo.
Anotações
Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
SAIBA
MAIS
História
da TV
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.
Anotações
Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV 19
Antes de conhecer esses sistemas, se faz neces- ser humano consegue captar e ter uma experi-
sário conhecer alguns aspectos que são comuns ência com as imagens sendo reproduzidas pelos
para ambos os sistemas, seja ele analógico ou aparelhos de TV. São elas: a Percepção Lumino-
digital. São características da percepção huma- sa, Acuidade Visual, Persistência Visual e Rela-
na com relação às imagens transmitidas, ou seja, ção de Aspecto.
aspectos que dizem respeito à maneira como o
A cor e a intensidade da luz formam a percepção (110 a 130 milhões contra 6 ou 7 milhões de Co-
visual provocada pela incidência de um feixe de nes), são responsáveis pela intensidade da luz, ou
fótons sobre as células fotossensíveis encontradas seja, seu brilho. As informações são recebidas em
na retina. Estas células, conhecidas como cones forma de luz por essas células, são convertidas em
e bastonetes, existem aos milhões e se agrupam pulsos elétricos e enviadas de forma simultânea ao
na região da fóvea. Os Cones são os responsá- cérebro, através do nervo óptico, para a correta in-
veis pela captação das cores. Já os Bastonetes, terpretação da sensação visual. A Figura 7 ilustra
que existem em muito maior número que os Cones a composição interna do olho humano.
Retina
Íris
Cristalino
Córnea
Nervo óptico
Anotações
20 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
O local entre a junção da Retina com o Nervo os cones possuem a rodopsina, proteína sensível
Óptico é denominado Ponto Cego, pois neste local à luz. Porém são encontrados com três pigmenta-
não existe a formação de imagem. Nos bastonetes, ções diferentes, proporcionando uma visão tricro-
é encontrado um tipo de proteína que é sensível à mática. Para cada uma das pigmentações existe
incidência de luz e não possui nenhum tipo de pig- um valor de máxima sensibilidade em torno de cer-
mentação. Com isto, implica que os bastonetes não tos comprimentos de onda que correspondem às
possuem a capacidade de distinguir as cores, e sim faixas de frequências visíveis, as quais possibilita-
somente a intensidade da luz que incide sobre eles. ram a descoberta e desenvolvimento da teoria das
Os Cones respondem aos níveis de alta in- três cores primárias, vermelho, verde e azul, que
tensidade luminosa. Igualmente aos bastonetes, são a base de qualquer sistema em cores.
SAIBA MAIS!
DALTONISMO
Glossário
Anotações
Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV 21
A acuidade visual é a capacidade do olho huma- uma imagem de televisão deve ter, ou seja, o nú-
no de distinguir as formas e os contornos de dois mero de linhas que o aparelho é capaz de exibir
objetos muito próximos. Em sistemas de televisão, com exata nitidez.
devido a características das estruturas naturais dos O valor aproximado do número de linhas
cones e bastonetes, define-se como referência a para um aparelho de televisão pode ser calculado
acuidade visual mínima da ordem de um semiarco envolvendo a distância (D) entre o observador e o
de 1 minuto de grau, que equivale a 0,0167 graus. quadro de imagem, a altura (H) do quadro de ima-
Em outras palavras, quando se tem uma imagem gem e o menor ângulo ( α ) referente à acuidade
menor que a capacidade mínima do ângulo de visual que vale, como visto, um minuto de grau.
abertura da visão humana, é impossível distingui- Estes componentes podem ser observadas atra-
la. Esta definição implica na resolução mínima que vés da Figura 8.
α
H
Anotações
22 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
Anotações
Animação 1 - Acuidade Visual e Persistência Visual
24 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
SAIBA MAIS!
A relação de aspecto é uma medida que relaciona
as dimensões horizontais com as dimensões ver-
ticais da tela de exibição das cenas. Nos sistemas
convencionais que ainda trabalham com os sinais de IMAX
forma analógica, essa relação é de 4:3, ou seja, uma
proporção de 4 unidades de medida horizontal e 3 Do inglês Image MAXimum ou Máxima Ima-
unidades de medida vertical. O sistema de televisão gem, utiliza película de filme com o dobro
digital em alta definição (HDTV) possui uma relação do tamanho normal. Desta forma, apesar da
de 16:9. Essa relação de aspecto é a que mais se relação de aspecto ser aproximadamente
assemelha à relação de aspecto humana, que é de 4:3 (igual da TV standard), cada quadro tem
69,6 mm x 48,5, ou seja, uma área de ima-
aproximadamente de 15:6 e amplamente utilizada na
gem quase 10 vezes maior do que o de filme
indústria do cinema, embora existam outros forma-
padrão de 35 mm (22 mm x 16 mm). E ainda,
tos, como o IMAX, por exemplo.
para aproveitamento máximo do filme, não
A relação de 16:9 leva muito mais informações da
tem a trilha sonora, que é gravada separa-
área do campo visual. A definição de uma imagem damente em 6 canais. Por causa dessa alta
está diretamente ligada ao número de elementos resolução, é possível uma projeção em uma
que formam uma imagem por unidade de área, ou tela gigante, de aproximadamente 30 metros
seja, a quantidade de pixels por uma determinada de altura, criando a sensação de se estar
região. As relações de aspecto podem ser obser- dentro do filme.
vadas na Figura 9.
3 9
4 16
Figura 9 – Relações de aspecto utilizadas na televisão.
Glossário
Anotações
Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV 25
L = 16/9 h
L = 4/3 h L
h=9/16 L
h=3/4 L
h
Anotações
26 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
A televisão, basicamente, reproduz imagens está- formam um elemento de imagem. Este elemento
ticas. Todavia, a apresentação em sequência des- de imagem é chamado de pixel (Picture Element).
tas imagens em rápida sucessão, nos dá a sen- A junção de diversos pixels forma o conteúdo visu-
sação de movimento. Cada uma das imagens, ou al da imagem. Esse conceito pode ser observado
quadros, é formada por uma sucessão de pontos através da Figura 11 e da Animação 2.
luminosos, sendo que cada um desses pontos
Anotações
Animação 2 - Pixels
28 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
Anotações
Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV 29
O processo pode ser descrito da seguinte feixe, que ocorre simultaneamente ao horizontal.
maneira. Primeiramente, o feixe de elétrons percor- A escolha do número de linhas de varredura
re uma linha horizontal passando por todos os pi- consiste em uma solução de compromisso envol-
xels de imagem desta linha. Ao final de cada linha, vendo requisitos conflitantes de largura de faixa,
o feixe retorna rapidamente para a esquerda a fim cintilação e resolução. No sistema PAL-M são uti-
de iniciar a varredura da próxima linha. O tempo lizadas 525 linhas em cada quadro, sendo que a
para varrer uma linha é chamado de traço e o tem- exibição de cada quadro (ou imagem) é realizada
po de retorno de retraço. Durante o retraço, nenhu- em duas etapas. Na primeira etapa, realiza-se a
ma informação visual é obtida, ou seja, a imagem é leitura das linhas ímpares (Campo Ímpar) e na se-
apagada nesse intervalo. Quando o feixe atinge o gunda etapa realiza-se a leitura das linhas pares
lado esquerdo, sua posição vertical está um pouco (Campo Par), dando origem a uma composição
mais baixa, de forma que possa repetir o processo entrelaçada (Varredura Entrelaçada). Na Figura 13
para a próxima linha e não refaça a mesma. Esse e na Animação 3, pode-se observar a composição
processo é realizado pela varredura vertical do da imagem através da varredura entrelaçada.
Campo Ímpar
Quadro
Campo Par
Anotações
Animação 3 - Sistemas de Varredura: Progressiva e Entrelaçada
Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV 31
A solução da varredura entrelaçada foi toma- escolhidos inicialmente nos Estados Unidos porque
da para “driblar” o problema da cintilação, pois o a maior parte das residências lá é servida pela rede
tempo para a varredura completa de um quadro de de distribuição elétrica que opera na frequência de
525 linhas é de 1/30 segundos (33,33ms ) , logo as 60 Hz. Esta frequência é a mesma trabalhada na rede
imagens são repetidas com uma frequência de 30 elétrica do Brasil. Em países em que a distribuição
quadros por segundo. Esta frequência de exibição de energia elétrica é em 50 Hz, a taxa de repetição
de quadros não é suficiente para evitar as cintilações de quadros é de 25 Hz e, portanto, a frequência de
nos níveis de luz produzidas na tela de imagem. Com campos é de 50 Hz. Esse cuidado foi tomado, pois,
a presença dos dois campos (Ímpar e Par), a frequên- dessa forma, é possível minimizar as interferências
cia de repetição será de 60 campos por segundo, e da rede elétrica.
torna-se uma frequência de repetição suficientemen- O número de linhas horizontais varridas em um
te alta para eliminar o efeito de cintilação. Observa-se campo é metade das 525 linhas de um quadro, já
que a frequência de campos é de 60 por segundo, e que cada campo contém metade das linhas de um
a frequência de quadros, de 30 por segundo. quadro, resultando então em 262,5 linhas para cada
A frequência de varredura vertical é a frequ- campo vertical. Pode-se então definir o número de li-
ência de campo, ou seja, uma frequência de 60 Hz. nhas por segundo, que será a frequência com a qual
Portanto, os circuitos de deflexão vertical dos apa- o feixe de elétrons faz um ciclo completo de movi-
relhos de televisão operam a 60 Hz, que é a mes- mento, da esquerda para a direita e retornando para
ma frequência da rede elétrica. Esses valores foram a esquerda. Tem-se então, através da Equação 4:
(4)
Esta frequência de 15,75 KHz é a frequên- operam. A Tabela 2 mostra os principais parâme-
cia na qual os circuitos de deflexão horizontal dos tros especificados para os processos de varredura
aparelhos de televisão e das câmeras analógicas horizontal e vertical para o padrão PAL-M.
Tempo de retorno
16% = 10,16 µ s 8% = 1,33 ms
(previsto por norma)
Glossário
Anotações
32 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
Azul
(Cor primária)
Magenta
(Cor composta)
Cian
(Cor composta)
Luz
Branca
Anotações
Animação 4 - Sistema de cores aditivas RGB
34 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
Anotações
Vídeo 2 - TV Analógica do preto e branco para a colorida
36 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
Os mesmos princípios de transmissão na difusão sinal de áudio, logo deve-se reduzir a largura de
de ondas sonoras nos rádios AM e FM são utiliza- faixa ocupada. O sinal de áudio é modulado em
dos no sistema analógico de televisão por radiodi- frequência. Os sinais de áudio e vídeo são trans-
fusão. O que pode-se observar é que além de mo- portados por portadoras separadas, e devem estar
dular o sinal de áudio, é necessário modular o sinal distanciadas de 4,5 MHz. Existe ainda a presen-
de vídeo. Estes dois sinais são modulados sepa- ça da portadora do sinal de croma (sinal de cor)
radamente por portadoras diferentes e translada- que deve estar distante de 3,58 MHz do sinal de
dos para outra região do espectro eletromagnético vídeo. A Figura 15 mostra como são alocadas as
destinado a essa transmissão, devendo obrigato- portadoras de áudio (Pa), croma (Pc) e vídeo (Pv)
riamente ocupar um espaço máximo de 6 MHz que dentro do canal de 6 MHz de televisão. Note que
corresponde à largura de um canal de TV. a representação da figura está no domínio da fre-
Para modular o sinal de vídeo, utiliza-se a quência, ou seja, os sinais são observados sendo
modulação em amplitude. A utilização da modu- dispostos em posições específicas de frequência
lação AM para o sinal de vídeo deve-se ao fato do espectro eletromagnético.
desse sinal possuir muito mais informações que o
Pv
Pa
Pc
3,58
1,25 4,5
6
[MHz]
Anotações
Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV 37
Transmissão Recepção
Antena Antena Tubo de imagem
Câmera RGB
Transmissor Sinal de
Amplificador
do sinal de vídeo para a
de vídeo
imagem imagem
Circuitos
Varredura e de som e Varredura e
sincronismo imagem sincronismo
Transmissor Sinal
Amplificador
do sinal de de som
de áudio
som
Microfone Alto-falante
Anotações
38 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
SAIBA MAIS!
MIGRAÇÃO DAS AM’S PARA A FAIXA DE FM
Anotações
Quiz 1
Chegou a hora de fazer um pequeno teste para avaliar o
que você aprendeu. Responda as questões abaixo e confira
as respostas corretas no final do livro.
Este questionário não é avaliativo, mas sim para fixação do conteúdo.
a) Informação, transmissor, roteador e b) Informação, transmissor, cabo coaxial e c) Informação, transmissor, antenas e
receptor. receptor. receptor.
a) Implantação simples, custo operacional b) Implantação simples, custo operacional c) Implantação simples, custo operacional
baixo e baixa flexibilidade para expansão. baixo e alta flexibilidade para expansão. baixo e distância de operação limitada
(ambiente urbano).
3 – Nome dado à técnica utilizada para adequar o sinal e transmiti-lo em uma determinada faixa de frequência:
4 – Sinal de alta frequência somado ao sinal de informação a fim de transladar esta informação para uma
nova faixa no espectro.
5 – As modulações podem se mostrar de diferentes formas, para isto pode-se variar três características da portadora,
que são respectivamente:
6 – Modulações analógicas empregadas por emissoras de rádio para a transmissão de ondas sonoras.
Qualquer que seja o padrão de televisão di- • Melhor qualidade de imagem e som: A
gital, este deve ser capaz de prover as principais imagem digital permite a transmissão de
características vantajosas que justifica o avanço imagens com maior número de detalhes e
tecnológico se comparado ao sistema analógico. som multicanal de alta definição.
Pode-se citar as seguintes vantagens em um siste- • Interatividade dos telespectadores: No
ma de TV Digital: mundo digital é possível uma comunicação
de interatividade entre o gerador de conteú-
do e o telespectador.
Anotações
42 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
Anotações
Vídeo 3 - Migração da Tv analógica para a digital
44 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
A TV de alta definição (HDTV – High Definition de aspecto de 16:9 com uma resolução de
Television) é um sistema de televisão digital que 1280x720. É a típica resolução dos DVDs
apresenta melhor qualidade de imagem, quando convencionais.
comparada aos sistemas tradicionais de televisão. • HDTV (High Definition Television): É a te-
A HDTV permite a transmissão de imagens com levisão de alta definição. Aqui, consegue-
maior número de detalhes, maior largura do qua- se a melhor definição de imagens em ter-
dro (relação de aspecto 16:9) e com som multica- mos de televisão por radiodifusão. A alta
nal em alta definição, permitindo a utilização em definição é apresentada em uma resolução
diversos idiomas, dentre outros serviços. de 1920x1080 em uma relação de aspecto
A fim de obter uma visão geral das resolu- de 16:9. O termo Full HD, como é conhe-
ções de imagem empregadas no serviço de radio- cido por muitos usuários, trata-se apenas
difusão de televisão, citam-se quatro tipos de reso- de um nome comercial para diferenciar o
luções. São elas: EDTV do HDTV.
Anotações
Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV 45
Embora ainda esteja muito no início, vale des- da SONY em parceria com SHARP, especialmente
tacar o televisor criado pela Sony em 2003 conheci- para cinemas do Japão e da SONY em Hollywood,
da como 4K UHD. Ultra-alta definição – UHDTV que possui 7680 pixels × 4320 pixels (33,2 megapixels).
dispõe de uma resolução de 3840 × 2160 pixels (8,3 Mas, somente a 4K se destina a televisores. Além de
megapixels) e, a já desenvolvida 8K UHD, também chegarem ao mercado com um preço para poucos.
As câmeras são os instrumentos utilizados no pro- sistema de captação de imagens que capta a luz in-
cesso de captação de imagens do sinal de vídeo. cidente e tem, em sua saída, os sinais RGB. Esses
São compostas por elementos ópticos e eletrôni- sinais devem ser transmitidos através de um canal de
cos. Nos sistemas para TV Digital, uma das mudan- comunicação. As câmeras tricromáticas são equipa-
ças mais significativas ocorridas foi nas tecnologias das com três sensores, um para cada cor primária. O
empregadas na produção dos sensores, o que au- alto desempenho no resultado final da reconstrução
mentou suas áreas úteis para captação de imagens da imagem é o ponto forte dessa tecnologia, que faz
com resolução e relação de aspecto maiores. Con- uso de um conjunto de prismas que funcionam como
sequentemente, o número de elementos de imagem divisores de feixes, usados para reduzir as reflexões
(pixels) para produzir um vídeo em alta definição e perdas dos raios de luz que compõem a imagem.
também aumentou. Outra consideração para uma Por este fato, para realizar as gravações, as câmeras
captação de imagens em alta definição são as len- com três sensores necessitam de mais luz do que as
tes utilizadas, nas quais o grau de pureza dos vidros câmeras convencionais com um único sensor. Isso
deve ser muito maior do que nas câmeras conven- explica a necessidade da presença de um sistema
cionais analógicas. de iluminação adequado dentro dos estúdios de tele-
Uma câmera tricromática pode ser compre- visão. Na Figura 18, pode-se ver o esquema de fun-
endida como um equipamento composto por um cionamento de uma câmera tricromática:
Conjunto de prismas
Anotações
46 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
Estes prismas, ao serem polarizados correta- correspondente às cores do sistema RGB, cada
mente, separam o comprimento de onda desejado sensor é revestido com um filtro, pois na polariza-
e deixam passar todos os outros. Os comprimen- ção dos prismas podem ocorrer variações. Com
tos selecionados são aqueles das cores primárias isso, cada sensor capta a intensidade luminosa
em que cada comprimento de onda incidirá em das componentes das cores primárias de forma
seu respectivo sensor. Para se obter a cor exata individual, gerando o sinal RGB.
Como já visto no item 2.2.1, a forma de reprodução pela letra “p”, do inglês progressive (Progressive
de uma imagem de televisão, cujos pontos são or- Scan). Neste método de varredura, todas as linhas
denados inicialmente da esquerda para a direita e são apresentadas de uma única vez, e esse é o
de cima para baixo, é chamada de varredura ho- grande foco a ser explorado por apresentar uma
rizontal. Também foi visto que no sistema analó- melhor qualidade final da imagem reproduzida.
gico de televisão, os processos de varredura são Pode-se então exemplificar uma situação em
gerados através de dois conjuntos de varreduras que dois sinais de TV Digital são difundidos nos
com linhas alternadas. Essa forma de varredura formatos 720p e 1080i. Significa então que para o
é conhecida por varredura entrelaçada, originada sinal em 720p são varridas progressivamente 720
do termo inglês interlaced (Interlaced Scan), repre- linhas horizontais, e para o sinal 1080i são varridas
sentado pela letra “i”. de maneira entrelaçada 1080 linhas horizontais.
Apesar de alguns problemas apresentados, Apesar de haver uma diferença significativa entre o
esse sistema de varredura serviu muito bem duran- número de linhas horizontais que são escaneadas,
te anos. Para o sistema de TV Digital, o método de o resultado das imagens obtidas por meio do 720p
varredura utilizado é o progressivo, representado e do 1080i é muito semelhante.
Na televisão analógica, o sistema depende di- não se tem uma referência relativa à fonte. A
retamente do sinal original, ou seja, dos sinais Animação 5 apresenta a influência do ruído nas
de áudio e vídeo em formatos analógicos. Es- transmissões analógica e digital.
ses sinais mantêm suas características ao longo
de todo o meio de transmissão. Possíveis alte-
rações na informação analógica geradas pelas
condições do meio de transmissão refletem di-
retamente em sua qualidade e essas alterações
no sinal analógico são irreversíveis, uma vez que
Anotações
Animação 5 - Influência do ruído nas transmissões analógica e
Animação
digital
48 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
O sistema de TV Digital parte do processo digital encontra-se neste ponto. Como os dados
de discretização da fonte, ou seja, converter os transmitidos são informações binárias, pode-se
sinais de origem de áudio e vídeo para o domínio detectar a presença ou não de um erro através de
digital. Ao longo da transmissão, os bits sofrem códigos específicos de comparação. Através des-
distorções, sendo assim, na etapa de recepção, o tes códigos pode-se não só detectar a presença
sistema pode cometer um erro ao decidir por um de um erro, como ainda corrigi-lo.
bit “0” ou “1”. O grande diferencial do universo
7
6
5
4
3
2
1
0
0 1 1 1 0 0 1 0 0 1 1 1 1 0 1 1 0 0 0
1 0 1 0 1 1 0 1 0 1 1 0 0 1 0 0 1 0 1
0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 1 0 1 0 1 0 1 0
Sinal Digital
Glossário
Anotações
Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV 49
Frequência de
amostragem
Filtro para o sinal
Câmera passa-baixa de Luminância
Tricromática
A Y = Sinal de Luminância
R D digitalizado
Matrix
G A Cb = Sinal de Crominância
D blue digitalizado
B
A Cr = Sinal de Crominância
D red digitalizado
Frequência de
amostragem
para o sinal
de Crominância
Anotações
50 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
Filtro
passa-baixa
Right 16 Bits
A 768 Kbps
D
Frequência de
amostragem = 48 KHz
15 ............ 20 KHz
Largura de banda
(voz) + 1,5 Mbps
Filtro
passa-baixa
Right 16 Bits
A 768 Kbps
D
Frequência de
amostragem = 48 KHz
Anotações
Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV 51
Os sinais de áudio e vídeo digital não comprimidos mão de ferramentas que comprimam tais sinais.
são utilizados em ambientes como estúdios de Essas ferramentas são implementadas através da
televisão, em que se pode manusear estes sinais codificação de fonte.
dentro do ambiente da emissora através de interfa- A questão fundamental é encontrar formas
ces digitais sem a necessidade de transmissão ou de realizar a compressão dos sinais de vídeo e áu-
capacidade de armazenamento, visto que o sinal dio, evitando o comprometimento da experiência
se encontra em sua origem. Dessa forma, este si- do usuário em termos de qualidade. Ou seja, evi-
nal não é apropriado para transmissão em radio- tando a perda de qualidade na recepção.
difusão devido ao tamanho final digitalizado, ne- O princípio básico que sustenta um siste-
cessitando de uma elevada largura de banda para ma de compressão é que, uma vez realizado um
transmissão no canal de 6 MHz da televisão, o que algoritmo de compressão, este deve ser capaz
torna todo o processo inviável. Mesmo conside- de reconstruir a informação em sua totalidade na
rando somente o sinal de vídeo, este não caberia recepção através do processo inverso chamado
no canal de 6 MHz. Logo, faz-se necessário lançar de descompressão.
Glossário
Codificação de fonte:
modificação das
características que
compõem a informação
Redundância
Espacial
para torná-la mais
Redundância Temporal apropriada para um
armazenamento ou para
uma transmissão.
Figura 22 – Ilustração das redundâncias temporais e espaciais.
Anotações
52 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
A redundância espacial pode ser compreendi- de início e de fim do deslocamento do avião. Nos
da através da análise de uma imagem estática. A com- quadros intermediários, são enviadas apenas as
pressão espacial aproveita a similaridade entre pixels diferenças entre os quadros subsequentes.
adjacentes de uma imagem e através dos algoritmos
de compressão, pode-se perceber quais pixels são
correlacionados, encontrando-se a redundância da
informação. No início da codificação espacial, é re-
alizada uma análise e, desta forma, percebe-se que
em amplas faixas da imagem, os pixels adjacentes
têm o mesmo valor. Na Figura 23, pode-se perceber
que existe um alto grau de correlação entre determi-
nado pixels da imagem. Se considerar a transmissão
que ilustra a Figura 23, é possível uma altíssima com-
pressão, pois grande parte dos pixels da imagem são
idênticos e compõem o céu azul, não havendo neces-
sidade da transmissão de todos eles. Apenas uma re- Figura 24 – Ilustração dos conceitos da redundância
ferência de localização entre os pixels de igual valor. temporal.
Anotações
Vídeo 4 - TV Digital e Compressão de Vídeo
54 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
Modelagem
Psico-acústico
Anotações
Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV 55
Diante do diagrama da Figura 25, pode-se Uma das características do bloco de quanti-
perceber que o bloco do banco de filtros é utiliza- zação e codificação é a de manter o ruído abaixo
do para decompor o sinal de áudio de entrada, a do limiar de mascaramento. Para padrões de com-
qual irá resultar na melhor interpretação dos estí- pressão de áudio MPEG, é realizada, nesse bloco,
mulos auditivos. a codificação PCM (Pulse Code Modulation).
Na modelagem psico acústica, utilizam-se No bloco da codificação do fluxo de bits, são
os valores dos limiares de mascaramentos, tanto acrescentadas as informações relacionadas ao siste-
do domínio da frequência quanto do domínio do ma de áudio e formatados em um único fluxo de bits.
tempo, para eliminar as componentes de frequ-
ências que não serão devidamente interpretadas
pelo ouvido humano.
2.3.6 Interatividade
Anotações
56 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
Dados de
Interatividade
Sistema de Recepção Interativo
Antena de Recepção
Televisão Digital
Usuário
Plataforma de
Canal de Retorno Programação Digital
Software
Processo de
Interatividade
Glossário
Anotações
Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV 57
A etapa de codificação de canal pode ser compre- que o receptor, através de algoritmos, consiga de-
endida como uma etapa em que se deseja mode- tectar e corrigir erros que ocorrem no canal.
lar o canal para que o sinal digital consiga trafegar No sistema de TV Digital, a etapa de codifica-
por este, sem sofrer grande influência das caracte- ção de canal se mostra com um altíssimo grau de
rísticas degradantes do canal. Essas técnicas de relevância, pois através de códigos corretores de
processamento de sinais são visualizadas como erros é possível obter um ganho expressivo de de-
estratégias do sistema de comunicação para atin- sempenho e operação frente aos cenários de co-
gir certos pontos de desempenho. Mais precisa- municação extremamente adversos, como o am-
mente, a codificação de canal implementa um pro- biente multipercurso que caracteriza a recepção
cesso de codificação dos sinais para transmissão, do sinal de TV Digital no dispositivo móvel.
de tal forma que, o receptor possa executar um
algoritmo de detecção e correção de possíveis er-
ros na recepção. Enquanto a codificação de fonte
Glossário
possui o objetivo de abstrair e remover vários tipos
de redundâncias que existem na informação a ser
Multipercursos: termo técnico para representar
transmitida, a codificação de canal realiza uma in- múltiplos percursos, ou múltiplos caminhos ou
serção controlada de redundâncias possibilitando rotas que um sinal pode percorrer no espaço.
Anotações
58 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
Glossário
Anotações
Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV 59
-3 -1 +1 +3 I
-1
-3
Anotações
60 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
O mapeamento da modulação 64-QAM é seme- sistema, ou seja, maior taxa de transmissão. Por
lhante ao apresentado pela modulação 16-QAM. outro lado, quanto maior for a taxa de transmis-
A diferença entre eles está no número de bits são, maior é o número de símbolos enviados por
para formação de um símbolo, no qual são ne- tal modulação, tornando os símbolos mais próxi-
cessários seis bits ( Log 2 64 = 6) para formar um mos uns dos outros na constelação, resultando
símbolo da constelação. Percebe-se que tal mo- em um aumento da probabilidade de erro de bit.
dulação permite transmitir maior taxa de bits, A taxa de erro de bit (BER – Bit Error Rate) é um
porém apresenta menos robustez perante as parâmetro extremamente relevante no estudo
degradações apresentadas pelo canal de comu- das modulações digitais, em que nos mostra a
nicação. A Figura 29 ilustra o mapeamento dos probabilidade de um bit ser interpretado errado
bits, através da constelação 64-QAM. na recepção da mensagem. Essa é a relação de
Pode-se concluir que quanto maior for compromisso que o sistema de transmissão em
o número de símbolos apresentados por uma TV Digital deve sempre considerar. Ganha-se na
modulação digital, maior é a quantidade de bits taxa de transmissão (vazão), mas perde-se na
enviados, resultando em uma maior vazão do confiabilidade da recepção (robustez).
Q
(100000) (100010) (101010) (101000) (001000) (001010) (000010) (000000)
+7
-7 -5 -3 -1 +1 +3 +5 +7
I
-1
(110100) (110110) (111110) (111100) (011100) (011110) (010110) (010100)
-3
(110101) (110111) (111111) (111101) (011101) (011111) (010111) (010101)
-5
(110001) (110011) (111011) (111001) (011001) (011011) (010011) (010001)
-7
(110000) (110010) (111010) (111000) (011000) (011010) (010010) (010000)
Anotações
Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV 61
A multiplexação por divisão de frequências orto- subportadoras equivaleria à vazão com uma única
gonais (OFDM) é uma técnica de transmissão por portadora. Como a taxa de transmissão em cada
múltiplas portadoras, ou seja, transmitem-se múlti- um desses feixes paralelos nas subportadoras é
plos sinais que são multiplexados realizando uma pequeno, isso resulta no fato de que tal subpor-
divisão na frequência de forma ortogonal. tadora não ocupará uma grande largura de faixa.
A ideia do OFDM consiste em separar o feixe A Figura 30 ilustra o conceito básico para a
de dados de transmissão em um feixe de dados formação do sinal OFDM, na qual pode-se perce-
paralelos, modulando diversas subportadoras, ca- ber a presença de “n” símbolos sendo multiplica-
racterizando uma transmissão paralela. Tais sub- dos por “n” subportadoras. As subportadoras são
portadoras operam com uma taxa de transmissão multiplexadas gerando o sinal (ou símbolo) OFDM:
menor, ou seja, a soma da vazão dessas diversas
S1
X
P1
S2 X
Σ Sinal OFDM
P2
Sn X Sn = n Símbolos
Pn = n Portadoras
Pn
Anotações
62 Capítulo 2 - Sistemas de Transmissão de TV
P1 P2 P3 P4 ... Pn
Anotações
Capítulo 3 - Considerações Finais
Anotações
64 Capítulo 3 - Considerações Finais
SAIBA MAIS!
SMART TV
As Smart TVs herdaram esse apelido dos smart phones que, além de serem telefones con-
vencionais, possuíam uma série de funcionalidades extras. E é exatamente o que é uma
Smart TV. Quando ela está funcionando como uma TV, ela é uma TV convencional como
qualquer outra. Mas, ela possui algumas funcionalidades a mais que possibilitou esse
apelido. Uma smart TV é capaz de navegar na internet, abrir aplicativos e redes sociais,
visualizar fotos e vídeos, compartilhar arquivos com o computador, celular ou um HD ex-
terno, interatividade, enfim, uma Smart TV, assim como um computador, possui inúmeras
funções específicas além, é claro, de exibir a novela e o futebol de domingo.
Todas as Smart TVs possuem uma página ini-
cial que permite o acesso a diferentes fun-
ções, inclusive um link para uma loja de apli-
cativos específicos.
Smart TV possuem aplicativos de diversas ca- Fotos
Músicas
Smart TV
Vídeos
Web
Anotações
Vídeo 5 - Revisão
Quiz 2
Chegou a hora de fazer um pequeno teste para avaliar o
que você aprendeu. Responda as questões abaixo e confira
as respostas corretas no final do livro.
Este questionário não é avaliativo, mas sim para fixação do conteúdo.
a) NTSC, PAL-M e Secam. b) ATSC, DMB, DVB, ISDB e ISDB-Tb. c) NTSC, DMB, DVB e ISDB.
a) 16 b) 4 c) 2
7 – Padrão utilizado para digitalização e compressão de áudio no sistema ISDB-Tb.
a) QPSK, 16-QAM e 64-QAM b) 8-VSB, 16-QAM e 64-QAM c) AM, FM, QPSK, 16-QPSK e 64-QAM
10 – Técnica de transmissão utilizada no sistema ISDB-Tb de TV Digital, em que se utiliza múltiplas portadoras.
Quiz 1
Questão Alternativa
1 c
2 b
3 b
4 a
5 b
6 c
7 c
8 a
9 a
10 b
Quiz 2
Questão Alternativa
1 b
2 c
3 b
4 c
5 a
6 c
7 a
8 b
9 a
10 b
Bibliografias
ALENCAR, Marcelo Sampaio de – Televisão Digital; 1ª Edição – São Paulo: Érica, 2007
ASIMOV, Isaac – The Human Brain; New York: Hermus, 2002
FAGIANI, Anderson – Material para realização de Treinamentos em TV Digital, Inatel Competence Center, 2010
Ginga – (on-line) Disponível na internet. URL: http://www.ginga.org.br, 2013
GROB, Bernard – Televisão e Sistemas de Vídeo; 5ª Edição – Rio de Janeiro: Guanabara, 1989
NETO, Vicente Soares – Telecomunicações, uma Visão Sistêmica: Sistemas de Modulação; 3ª Edição –
São Paulo: Érica, 2012
ROCHA, Carlos Augusto – Notas de aula da disciplina de Sistemas de Radiodifusão Digital do curso de
Graduação em Engenharia de Telecomunicações, Inatel, 2013
SILVA JUNIOR, Ricardo Augusto da – Televisão Digital: Sistemas – Curso modalidade EaD, Inatel, 2012
WATINKSON, J. – The MPEG Handbook; Oxford: Focal Press, 2003
WINKLER, Stefan – Digital Vídeo Quality Vision: Models and Metrics; Switzerland: Jhon Wiley & Sons, 2005