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Ijuí
2018
VALDECIR DA COSTA DE LIMA
Ijuí
2018
VALDECIR DA COSTA DE LIMA
Este Trabalho de Graduação foi julgado adequado para a obtenção do grau de Engenheiro
Eletricista e aprovado em sua forma final pela Comissão Examinadora e pelo Colegiado do Curso
de Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul – UNIJUI.
Banca Examinadora:
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Me. Eng. Sandro Alberto Bock – DCEEng / Unijuí
__________________________________________________
Me. Eng. – Taciana Paula Enderle – DCEEng / Unijuí
A minha mulher Aline, a minha mãe Vanusa e ao
meu pai Paulo (in memoriam), que dedico esta conquista.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ainda aos meus pais, Vanusa e Paulo (in memoriam) que sempre me
incentivaram a estudar e me educaram e foram responsáveis pela pessoa que sou hoje.
Não posso deixar de agradecer aos colegas George, Miguel, Everton, Darlei, Marcos,
Rafael e Fernando pelos bons momentos passados juntos nas aulas, assim como em momentos
fora do âmbito acadêmico, o que proporcionou uma amizade para além da universidade.
Agradeço também ao meu orientador Me. Eng. Sandro Alberto Bock, que sempre se
mostrou muito prestativo quando solicitado.
Aos colegas de trabalho também agradeço imensamente, pois sempre que preciso,
trocavam de turno de trabalho para que eu pudesse estudar. Um agradecimento especial aos Eng.
Eletricista Mateus Trevisol, Eng. Eletricista João F. Costa e Eng. Eletricista Bráulio Schussler,
que me auxiliaram no desenvolvimento do trabalho.
“O período de maior ganho de conhecimento e experiência é
o período de maior dificuldade na vida de cada um”.
Dalai Lama
RESUMO
LIMA, Valdecir da Costa. Study of the implementation of lack indicators in a rural feeder.
2018. Course Completion Work. Course of Electrical Engineering, Regional University of the
Northwest of the State of Rio Grande do Sul - UNIJUÍ, Ijuí, 2018. With the increasing
requirement of good quality and uninterrupted energy by consumers and stricter rules in this area
charged by the National Electric Energy Agency (ANEEL), electric power concessionaires and
licensees are obliged to draw up plans that meet the minimum quality requirements of the
electrical system. This work presents an analysis of the proposed installation of fault devices
(short-circuit current passing through a given point) along a rural primary feeder, considering that
this device will have the main function of identifying the part of the primary network that is
permanently defective, thereby reducing the time for the location of the problem by the on-call
teams. The study of the implementation of fault indicator devices (FIs) has the purpose of
proving the economic viability and technical results related to the improvement of quality
indicators, reduction of revenue loss by Non-Distributed Energy (NDT), and failure to generate
electricity at the Nilo Bonfanti SHP, which is connected to the distribution system. For this, an
analysis of a specific permanent defect event will be done in the medium voltage network, and
the indicators (DEC, DIC, DMIC and TMA) of this case and all operational and commercial costs
involved are calculated and analyzed later of the same case taking into account the performance
of the proposed device.
AT Alta Tensão
BT Baixa Tensão
FM Fator Multiplicador
IF Indicadores de Falta
MT Média Tensão
SE Subestação
UC Unidade Consumidora
KM Quilometragem
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 12
Anexo D - custo de km rodado por veiculo – equipe de Santo Augusto ................. 111
1 INTRODUÇÃO
Na época em que se vive as pessoas se tornaram reféns da energia elétrica, pois poucos são
os equipamentos que não necessitam desta energia, da mesma forma poucos são os equipamentos
úteis à população que não sejam elétricos, pois assim como a água potável, a energia elétrica
agora é vital.
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Valdecir da Costa de Lima (Valdecir.eletric@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ,
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para a análise da questão proposta, tem sua formulação especificada neste documento
(PRODIST, Mód. 8, p.4).
Além do impacto nos indicadores, uma rede de distribuição primária desligada, deixa de
vender um montante de energia que não está sendo distribuída, chamada de Energia Não
Distribuída (END), este prejuízo não é reversível, pois a energia que deixou de ser consumida
pelo sistema elétrico, quando este for ligado novamente, não terá como ser consumida a mais.
Como, por exemplo, a iluminação que ficou desligada um determinado tempo, quando esta é
religada novamente, não irá consumir mais energia pelo fato de ter ficado desenergizada, isso
devido às limitações de potência dos equipamentos.
Neste sentido, assim como serão calculados os IND_CONT do sistema analisado, será
também calculado a END da ocorrência, a fim de mensurar o quanto de energia elétrica deixou de
ser faturada no período em que a rede primária ficou inoperante.
Outro fato que evidencia a importância de uma rede de distribuição bem mapeada quando
na ocorrência de defeito, é porque há uma grande quantidade de Pequenas Centrais Hidrelétricas
(PCH) inseridas no Sistema Elétrico de Potência (SEP) com conexão nas redes de distribuição de
média tensão, o que além dos transtornos aos consumidores pelo tempo sem eletricidade, é
extremamente oneroso à empresa geradora de energia elétrica devido a não produção desta
energia, pois assim como a energia não distribuída, uma vez sem gerar, não se consegue
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Nesta ótica, o trabalho trará cálculos do custo operacional envolvido na ocorrência de falta
de energia considerada, sendo feito uma comparação da redução dos gastos operacionais quando
na diminuição das equipes envolvidas no processo devido ao auxílio do dispositivo de sinalização
de falta. Além da amortização no custo operacional da empresa, a liberação de uma equipe é de
grande valia, principalmente em dias críticos, onde o fluxo de reclamações de falta de energia é
alto, agilizando desta maneira o atendimento das faltas de energia.
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Com a base teórica fundamentada, será possível, com dados reais do alimentador rural
estudado, fazer uma análise quantitativa do custo e da melhora do sistema com a instalação de
dispositivos de sinalização de falta.
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A coleta dos dados do alimentador rural de distribuição MT que será estudado se dará via
sistema integrado (USEALL) da CERILUZ, pois este possibilita a pesquisa de ocorrências de
faltas de energia em períodos específicos, quantos consumidores e quanto tempo ficaram sem
energia elétrica.
1.2 JUSTIFICATIVA
Para que isso ocorra às redes de distribuição devem ser constantemente modernizadas e
monitoradas, sejam com a instalação de religadores automáticos, ações preventivas de
manutenção ou inspeções periódicas pelas equipes. Contudo, ainda com todas essas ações, não se
pode garantir que não haja um corte de fornecimento de energia elétrica aos consumidores por
razões diversas, como por exemplo, tempestades com ventos fortes e descargas atmosféricas.
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O capítulo 4 traz dados detalhados sobre a rede de distribuição que será tomada como base
para o estudo, com dados técnicos da estrutura física da rede e seus componentes, região de
atendimento e características operacionais do sistema. Ainda neste capítulo é realizado o
mapeamento dos desarmes com defeitos permanentes ocorridos nesta rede MT.
Já no capítulo 5 são projetados os pontos de instalação dos IFs e feito uma análise dos
IND_CONT, custo operacional e comercial de um evento específico de defeito sucedido na rede
em questão. Após, é desenvolvida a mesma analise anterior, porém agora, considerando a atuação
dos dispositivos propostos, sendo recalculados os IND_CONT, custos operacionais e comerciais
para este novo caso idealizado.
No capítulo 6 é feito as avaliações dos dados obtidos no decorrer do trabalho, bem como é
verificada a viabilidade econômica do projeto proposto. Ainda neste capítulo são realizadas as
considerações finais e sugestões para trabalhos futuros.
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Segundo o ONS, o SIN é constituído pelas empresas da região Sul, Sudeste, Centro-Oeste,
Nordeste e parte da região Norte. O sistema de produção e transmissão de energia elétrica do
Brasil é um sistema hidro-termo-eólico de grande porte, com predominância de usinas
hidroelétricas e com múltiplos proprietários.
Os atuais níveis de tensão de transmissão usuais no país, em corrente alternada (CA), são de
138 kV, 230 kV, 345 kV, 440 kV, 500 kV e 750 kV e em corrente continua (CC) são níveis de
tensão de 600 kV e 800 kV (ONS, 2018, MAPA - SISTEMA DE TRANSMISSÃO).
A Figura 1 mostra o mapa das redes de transmissão que interligam o SIN, evidenciando os
níveis de tensão de transmissão destacados como padrões.
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Os níveis de tensão do sistema de subtransmissão de energia tem um nível mais baixo, tais
como 34,4 kV, 69 kV ou 88 kV e 138 kV. Este sistema interliga, através de subestações
abaixadoras, o SIN, ao sistema de distribuição primária, geralmente com níveis de tensão de 13,8
kV e 23,1 kV na região noroeste do RS, abrangência das redes de distribuição da CERILUZ.
Os sistemas elétricos com tensão igual ou maior a 230 kV são denominados de Redes de
EHV (Extra Alta Tensão), sendo no Brasil chamadas de rede “Básica” de transmissão. As tensões
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entre 138 kV e 69 kV são denominadas de Redes em AT (Alta Tensão) e sistemas com tensão de
1 kV a 69 kV são chamadas de Redes em MT (Média Tensão ou Tensão Primária), sendo as
Redes em Baixa Tensão ou Tensão Secundária, as com o nível de tensão menor que 1 kV.
(ABRADEE, 2018)
As redes de distribuição secundárias (BT) têm níveis de tensões que variam de 110 V a 440
V, é interligada com a rede primária através de transformadores de distribuição, que em sua
maioria, tem o primário ligado em delta e o secundário em estrela aterrado, isso devido a rede
MT ser composta, geralmente, por 3 fios, e a rede BT, composta por 4 fios (fases e neutro). As
tensões de trabalho da rede BT são bem inferiores às redes MT por motivos de segurança aos
consumidores, já que é este nível de tensão que será entregue no ponto de conexão da
concessionária com o cliente caso este seja do grupo B, tensões de fornecimento menor que 2,3
kV, e se este for do grupo A, atendido com tensões iguais ou superior a 2,3 kV, a redução do
nível de tensão para níveis adequados de trabalho fica a cargo do consumidor (REN ANEEL 414,
2010).
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O cálculo da Energia Não Distribuída (END) tem a finalidade de quantificar a energia que
deixou de ser fornecida aos consumidores atingidos por uma interrupção, por um período, e
consequentemente, quanto à distribuidora deixou de faturar.
Conforme abordagem de Cyrillo (2011), a END deve ser entendida como a energia média
que se consumiria se não houvesse uma interrupção no fornecimento, contudo está interrupção
não pode ser demasiadamente longa que possa haver um acréscimo de carga ao sistema.
Com o histórico das curvas de carga coletada pelos equipamentos de medição é possível
mensurar a energia consumida em um determinado período. Outra maneira de obter a curvas de
carga, atualmente, é através dos equipamentos de proteção instalados na rede de distribuição, que
registram o carregamento da rede.
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As distribuidoras determinam o valor efetivo da END por reais por quilowatts (R$/kW)
ou reais por megawatts (R$/MW) para casos isolados ou para um determinado período que pode
ser, por exemplo, trimestral ou anual. O custo da END é calculado via software de gestão de cada
distribuidora, pois este software interliga todos os setores da empresa, financeiro, comercial e
operacional, havendo um cruzamento de informações entre estes, assim, quando há o desarme de
um alimentador, por exemplo, é registrado o tempo em que este ficou sem energia e com os
dados tarifários provenientes do setor financeiro, é obtido via simulação o custo da END.
Segundo Moreira (2011), a energia não distribuída é aquela que supostamente seria
consumida no período dá interrupção, sendo um dado difícil de prever com precisão. Para o
cálculo da END pode ser usada a seguinte equação:
𝑇𝐼𝐸𝑃𝐼𝑥𝐸𝐹 (
𝐸𝑁𝐷 =
𝑇 (1)
Onde:
EF – é a energia fornecida à rede de MT, em MW, obtida a partir do cálculo da energia entregue
pelo operador da rede de transporte e pelos produtores ligados às redes de distribuição;
sendo,
(2)
Onde:
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Fonte: http://www.mfap.com.br/pesquisa/arquivos/20081211152919-31522.pdf
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Fonte: https://www.cpqd.com.br/cadernosdetecnologia/Vol9_N2_jul_dez_2013/pdf/artigo2.pdf
No Brasil não tem empresa especializada neste tipo de produto, sendo de grande valia as
iniciativas de pesquisas no seguimento abordado. No âmbito internacional há empresas
especializadas em produtos no segmento da distribuição de energia elétrica, com linhas completas
de equipamentos identificadores de falta, que possibilitam fácil instalação e sem manutenção, já
que a vida útil dos produtos é projetada em 20 anos.
2.4.1 Evolução
Antes de 1990, os IFs eram dimensionados de acordo com o tipo de rede de distribuição e
suas características. Isso se tornou inviável para o gerenciamento dos dispositivos, foram então
desenvolvidos dispositivos com ajustes automáticos. Tem por princípio de funcionamento a
verificação da variação da corrente no tempo (di/dt), em conjunto com uma ausência de tensão ou
corrente, é acionado o sinalizador.
2.4.2 Parâmetros
Os modelos de IFs são variados, cada qual com seus parâmetros de detecção de faltas e
parâmetros de reset. Os dispositivos que se adaptam as características do sistema (detecção
adaptativa) não necessitam de ajustes, outros têm parâmetros que possibilitam a coordenação com
os equipamentos de proteção a montante.
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No Brasil não tem fabricantes nacionais deste tipo de produto, contudo, há diversos
fabricantes internacionais, com uma gama de modelos de identificadores de falta. Atualmente é
empregado tecnologia de ponta nestes dispositivos, sendo muito confiáveis na detecção de faltas
e durabilidade da bateria interna, tendo a vida útil de alguns equipamentos, sem manutenção, de
até 20 anos. A Tabela 1 apresenta os principais fabricantes e alguns modelos de IFs.
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Figura 5: Exemplos de IFs - (a) Fabricante [Bowdens, 2018] e [Horstmann, 2018], (b) Fabricantes [Nortrol,
2018] e [SEL, 2018]
(a) (b)
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2.4.4 Funcionamento
Com a instalação dos IFs, o caminho da corrente de curto-circuito pode ser seguido, pois
o dispositivo é acionado na passagem dessa corrente de falta. Caso o equipamento esteja emitindo
sinal de defeito, significa que o problema está à jusante; então a equipe verifica o próximo
dispositivo, caso este não se encontre sinalizado, o defeito é a montante, entre o primeiro e o
segundo IF, sendo localizado o trecho de rede defeituoso, consequentemente, apenas este trecho
de rede é inspecionado com maior detalhamento.
A Figura 6 traz um exemplo simples da localização de uma falta com o auxílio dos IFs em
redes de distribuição radial. Na situação idealizada, ocorre um defeito no trecho 4, compreendido
entre as chaves facas CS-2 e CS-3. Os dispositivos instalados nos trechos 2 e 3 indicam a
passagem da corrente de falta. Os IFs alocados nos trechos 4 e 5 permanecem sem atuação.
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Neste caso, a equipe manobraria a chave faca CS-2, deixando-a aberta para isolar o trecho
com defeito, então o equipamento de proteção a montante poderia ser religado, neste caso o RL-
2, restabelecendo a energia elétrica para os consumidores até a chave aberta. Após o conserto da
rede MT pela equipe plantonista, a chave faca CS-2 é fechada, geralmente por chaves “bay pass”,
ou ainda, é feito uma interrupção de energia, desligando o RL-2, para que a chave faca seja
manobrada com segurança.
2.4.5 Instalação
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(a) (b)
A instalação dos IFs na rede é simples e prática, não necessitando de equipe de linha viva.
Com apenas uma vara de manobra isolada (“hot stick”), também chamada de “Vara Pega Tudo”,
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a equipe de manutenção é capaz de conectar o dispositivo no condutor, pois não há grampos para
desmontar e não é preciso nenhum equipamento extra, conforme mostrado na Figura 9.
Figura 9: Instalação do IF
De modo geral, os fabricantes indicam os locais básicos para a instalação dos IFs, conforme
detalhado a seguir:
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Equipamentos mais antigos que ainda podem ser encontrados nas redes de distribuição
das concessionárias eram atuados por um limiar fixo (“Trigger”) que acionava um mecanismo
eletromecânico, que alterava a posição da bandeira de sinalização de falta. Assim, devido ao
carregamento dos alimentadores terem sofrido considerável aumento de carga, o valor pré-
ajustado do trigger era facilmente ultrapassado. Neste caso, as equipes de manutenção, ignoram a
sinalização destes IFs mais antigos, ou até mesmo é feito a substituição por equipamentos de
melhor tecnologia.
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seguida da ausência de tensão na rede, indica uma falta. A Figura 11 mostra a definição de uma
falta permanente interrompida por um equipamento de proteção.
Apesar de este sistema ter um custo maior, pode ser justificado pela rapidez da
localização do trecho com defeito e otimização da alocação das equipes plantonistas na inspeção
da rede.
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A qualidade do produto refere-se aos parâmetros e valores de referência dos níveis de tensão
em regime transitórios ou permanentes. Conforme a ANEEL, os aspectos considerados da
qualidade do produto em regime permanente ou transitório são:
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Cada concessionária de energia tem metas a serem atingidas referentes a cada indicador de
qualidade, no qual se estas não forem alcançadas, a concessionária deve compensar
financeiramente a UC.
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a) SED que possuam número de unidades consumidoras iguais ou inferior a 1.000 devem
ser agregadas a outras, formando um único conjunto;
b) SED com número de unidades consumidoras superiores a 1.000 e igual ou inferior a
10.000 podem ser agregadas a outras, formando um único conjunto;
c) A agregação de SED deve obedecer ao critério de contiguidade das áreas;
d) É vedada a agregação de duas ou mais SED cujos números de unidades consumidoras
sejam superiores a 10.000;
e) Mediante aprovação da ANEEL, poderão formar diferentes conjuntos SED que atendam a
áreas não contíguas, ou que atendam a subestações MT/MT cujas características de atendimento
sejam muito distintas da subestação supridora, desde que o número de unidades consumidoras
não seja inferior a 1.000;
f) Poderão ser divididas, mediante aprovação da ANEEL, SED com redes subterrâneas e
aéreas, devendo os conjuntos resultantes possuir número de unidades consumidoras superior a
1.000 (PRODIST, 2018, Mód. 8, p.46).
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𝑁𝐼𝐸 (7)
𝑃𝑁𝐼𝐸 = 𝑥100
𝑛
Onde:
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TME = tempo médio de execução do serviço até seu restabelecimento pela equipe de
atendimento de emergência para cada ocorrência emergencial, expresso em minutos;
Estes indicadores devem ser apurados mensalmente e enviados a ANEEL até o último dia
útil do mês subsequente ao período de apuração. (PRODIST,2018, Mód. 8, p.47-48).
𝑛
(8)
𝐷𝐼𝐶 = ∑ 𝑡(𝑖)
𝑖=1
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𝐹𝐼𝐶 = 𝑛 (
(9)
𝐷𝑀𝐼𝐶 = 𝑡(𝑖)𝑚á𝑥 (
(10)
𝐷𝐼𝐶𝑅𝐼 = 𝑡_𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 (
(11)
Onde:
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A ANEEL define Dia Crítico no PRODIST Módulo 1 como sendo o dia em que a
quantidade de ocorrências emergenciais, em um determinado conjunto de unidades consumidoras
superem a média acrescida de três desvios padrões dos valores diários. A média e o desvio padrão
a serem usados serão relativos aos 24 (vinte e quatro) meses anteriores ao ano em curso,
incluindo os dias críticos já identificados.
Para a realização dos cálculos de DIC, FIC e DMIC não serão consideradas as seguintes
interrupções:
instalações de terceiros;
Para o cálculo do DMIC, além das interrupções referidas acima, também não deverão ser
considerados aqueles provenientes de desligamentos programados, desde que os consumidores
sejam devidamente avisados e o início e fim da interrupção esteja dentro do programado.
(PRODIST, 2018, Mód. 8)
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Na apuração dos cálculos do DICRI as interrupções não consideradas são as mesmas do DIC
e FIC, com a exceção, no que se refere às vinculadas a programas de racionamento instituídos
pela União.
Os indicadores de continuidade coletivos deverão ser apurados para cada conjunto de UC’s
conectadas ao sistema de distribuição. Estes são divididos em:
∑𝐶𝑖=1
𝑐
𝐷𝐼𝐶(𝑖) (
𝐷𝐸𝐶 =
𝐶𝑐 (12)
fórmula:
∑𝐶𝑖=1
𝑐
𝐹𝐼𝐶(𝑖) (
𝐹𝐸𝐶 =
𝐶𝑐 (13)
Onde:
A ANEEL define que o DEC e FEC devem ser segregados de acordo com a causa
geradora do evento nos seguintes indicadores:
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Na ocorrência de Dia Crítico, as interrupções geradas neste dia podem ser excluídas dos
indicadores mensais DEC e FEC, contudo, este dia terá indicadores específicos, que também
deverão ser enviados à ANEEL, sendo os seguintes indicadores:
Este método de cálculo é usado na apuração mensal das interrupções, sendo as apurações
trimestrais e anuais, também chamadas de apurações globais, conforme ANEEL, calculadas de
acordo com as seguintes equações:
Apuração Mensal:
∑𝐶𝑖=1
𝑐
𝐷𝐼𝐶(𝑖) (
𝐷𝐸𝐶 =
𝐶𝑐 (12)
∑𝐶𝑖=1
𝑐
𝐹𝐼𝐶(𝑖) (
𝐹𝐸𝐶 =
𝐶𝑐 (13)
Apuração trimestral:
______________________________________________________________________________
Apuração Anual:
∑12
𝑖=1 𝐷𝐸𝐶𝑛 ∗ 𝐶𝑐𝑛 (
𝐷𝐸𝐶_𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 =
𝐶𝑐 _𝑚𝑒𝑑_𝑡𝑟𝑖𝑚 (16)
∑12
𝑖=1 𝐹𝐸𝐶𝑛 ∗ 𝐶𝑐𝑛 (
𝐹𝐸𝐶_𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 =
𝐶𝑐 _𝑚𝑒𝑑_𝑡𝑟𝑖𝑚 (17)
Onde:
DECn = valor mensal do DEC apurado no mês n, com 2 (duas) casas decimais;
FECn = valor mensal do FEC apurado no mês n, com 2 (duas) casas decimais;
DECTRIM = valor do DEC no período de apuração trimestral, com 2 (duas) casas decimais;
FECTRIM = valor do FEC no período de apuração trimestral, com 2 (duas) casas decimais;
DECANUAL = valor do DEC no período de apuração anual, com 2 (duas) casas decimais;
FECANUAL = valor do FEC no período de apuração anual, com 2 (duas) casas decimais;
Ccn = número de unidades consumidoras do conjunto faturadas e atendidas em BT ou MT
informado no mês n;
CcMED_TRIM = média aritmética do número de unidades consumidoras
atendidas em BT ou MT, faturadas no período trimestral, com 2 (duas) casas decimais;
CcMED_ANUAL = média aritmética do número de unidades consumidoras atendidas em BT ou
MT, faturadas no período anual, com 2 (duas) casas decimais. (PRODIST, 2018, Mód. 8,
p.60-61)
Caso haja a violação dos indicadores DIC, FIC E DMIC, em relação ao período de apuração
(mensal, trimestral ou anual) a distribuidora é obrigada a calcular o valor da compensação ao
consumidor, inclusive àqueles conectados em DIT, efetuando o crédito na fatura em até dois
meses após a apuração dos indicadores.
O indicador DIDRI também gera compensação ao consumidor, inclusive àqueles conectados
em DIT, sendo compensado por cada interrupção ocorrida em Dia Crítico que ultrapassar o limite
deste indicador. (PRODIST, 2018, Mód. 8, p.64)
Para o cálculo das compensações são utilizadas as seguintes fórmulas:
a) Para o DIC:
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𝐷𝐼𝐶𝑣 𝐸𝑈𝑆𝐷𝑚é𝑑𝑖𝑜 (
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 = ( − 1) ∗ 𝐷𝐼𝐶𝑝 ∗ ∗ 𝑘𝑒𝑖
𝐷𝐼𝐶𝑝 730 (18)
b) Para o DMIC:
𝐷𝑀𝐼𝐶𝑣 𝐸𝑈𝑆𝐷𝑚é𝑑𝑖𝑜 (
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 = ( − 1) ∗ 𝐷𝑀𝐼𝐶𝑝 ∗ ∗ 𝑘𝑒𝑖
𝐷𝑀𝐼𝐶𝑝 730 (19)
c) Para o FIC:
𝐹𝐼𝐶𝑣 𝐸𝑈𝑆𝐷𝑚é𝑑𝑖𝑜 (
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 = ( − 1) ∗ 𝐹𝐼𝐶𝑝 ∗ ∗ 𝑘𝑒𝑖
𝐹𝐼𝐶𝑝 730 (20)
d) Para o DICRI:
𝐹𝐼𝐶𝑣 𝐸𝑈𝑆𝐷𝑚é𝑑𝑖𝑜 (
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 = ( − 1) ∗ 𝐹𝐼𝐶𝑝 ∗ ∗ 𝑘𝑒𝑖
𝐹𝐼𝐶𝑝 730 (21)
Onde:
DICv = duração de interrupção por unidade consumidora ou por ponto de conexão, conforme
cada caso, verificada no período considerado, expressa em horas e centésimos de hora;
DMICv = duração máxima de interrupção contínua por unidade consumidora ou por ponto
de conexão, conforme cada caso, verificada no período considerado, expressa em horas e
centésimos de hora;
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iii. 27 (vinte e sete), para unidade consumidora ou ponto de conexão atendidos em Alta
Tensão. (PRODIST, 2018, Mód. 8, p.65-66)
Em caso de compensação pela violação dos indicadores, deveram ser consideradas as
seguintes situações:
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iii. 120 (cento e vinte) vezes o valor do “EUSDmédio”, no caso de violação de limite anual.
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O RL-226 supre energia elétrica para 604 Unidades Consumidoras (UC’s), com uma
extensão de rede primária de 240,98 km e 59 km de rede troncal, que se estende até a PCH Nilo
Bonfanti, situada na localidade de Coxilha Bonita, Chiapetta/RS. A Figura 14 demostra a
abrangência da rede primária do RL-226, rede sinalizada na cor amarela e com um traçado mais
espesso. As outras cores representam redes MT de outros alimentadores.
______________________________________________________________________________
Esta rede primária de distribuição tem a característica de 95,72% dos consumidores serem
do subgrupo B2 (rural), representando a maior parcela da carga desta rede, conforme
demonstrado na Tabela 2.
Outro dado obtido sobre o alimentador é que a maior carga instalada é representada pelos
consumidores de baixa tensão, o restante da potência instalada, praticamente, refere-se aos
consumidores do grupo A, em sua maioria pivôs de irrigação, informações estas contidas na
Tabela 3.
Devido ao fato da rede troncal ser extensa, esta é seccionada em vários pontos, formando
vários trechos de rede entre uma chave e outra. Isto é necessário para possibilitar o
seccionamento de um determinado trecho da rede, seja para manutenções preventivas ou
emergências, nos casos de defeitos permanentes. A Figura 15 mostra o diagrama unifilar da rede
do RL-226 que está inserido no supervisório de operação do COD. Salienta-se que a figura é
apresentada com a cor do fundo preto devido software de supervisão não ter a opção de mudança
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de cor, o qual seria necessário a solicitação para a empresa que desenvolveu o sistema Scada para
a CERILUZ.
Cada ponto de seccionamento da rede MT é equipado com chaves facas e também com
chaves fusíveis, que tem a função de “bay-pass” quando na necessidade de manutenção ou em
casos emergenciais, em que a rede tenha de ser testada, fase por fase, para identificar qual fase
está com defeito.
______________________________________________________________________________
Observando a Figura 16, nota-se que há um trecho de rede (trecho J) com possibilidade de
ligação em anel ou ainda como uma possível alternativa em caso de defeito no trecho H, visto
que ao final do trecho I tem a conexão da PCH NILO BONFANTI.
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57
4922
3665
2870
1125
O gráfico 2 representa a carga instalada por trecho do alimentador, desta forma sendo
possível analisar quanto de carga instalada foi desconectada do sistema no seccionamento de uma
determinada chave de manobra. Analisando os dados do gráfico pode-se notar que o trecho com
maior carga instalada é o trecho E. A estratificação da carga ao longo do alimentador é de
fundamental importância para a determinação da END.
1745
1257
1125
848 850 795
278 300
A B C D E F G H I
Outro dado importante a ser extraído da rede estudada é o número de UCs, pois sem esta
informação não se consegue fazer os cálculos dos indicadores de continuidade de serviço.
O Gráfico 3 demostra o número de UCs por trecho de rede, trecho estes delimitados na
Figura 16, onde pode-se visualizar a quantidade de UCs no decorrer do alimentador. Fazendo
uma análise das informações do gráfico se nota que no trecho H há uma significativa quantidade
de UCs, o que torna necessária uma ação ainda mais ágil das equipes de manutenção na
ocorrência de um defeito, visto que o grande número de UCs concentradas ao final desta rede
influencia com grande relevância nos resultados dos IND_CONT.
93
86
55 50
35 41
29
15
A B C D E F G H I
Fazendo uma análise dos Gráficos 2 e 3 é possível verificar que no trecho E, do Gráfico 2,
a potência instalada é superior aos demais trechos, contudo, o trecho H do Gráfico 3 mostra que
nesse local concentra-se o maior número de UCs, ou seja, o maior número de consumidores em
uma região nem sempre refletirá em uma maior carga instalada no sistema. Isso mostra que o
estudo de indicadores de qualidade é distinto dos estudos de carga de um sistema para cada
trecho da rede de distribuição.
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A PCH Nílo Bofanti foi construída em 1999, no rio Buricá, no município de Chiapetta. A
capacidade de geração máxima da usina é de 800 kW. A Figura 17 mostra uma foto da barragem
da PCH.
A conexão da PCH com a rede de distribuição primária dar-se-á no final da rede troncal do
RL-226, portando, sempre que há um desarme do equipamento a usina é atingida, deixando de
gerar energia elétrica pelo período em que a rede MT está desenergizada.
______________________________________________________________________________
A venda da energia elétrica gerada pela PCH é comercializada no mercado livre de venda
de energia elétrica por meio de contratos bilaterais, normatizados pela Câmera de
Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), no documento REGRAS DE
COMERCIALIZAÇÃO – Contabilidade – Módulo 3- Contratos.
Devido a cada caso de defeito permanente na rede ter suas peculiaridades, os valores
relacionados à inspeção da rede e tempo de restabelecimento da energia elétrica ter uma variância
grande, foi optado por não usar a Média Aritmética Simples, mas usar o valor Mediano dos
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dados. Isso porque a média é afetada por valores extremos, sejam muito altos ou baixos, o que
não ocorre com a Mediana.
Mas, devido às características da rede e por se tratar de uma rede troncal importante, na
maioria das vezes uma terceira equipe é acionada. Isso é necessário para que o defeito seja
encontrado o mais rápido possível, visto que a extensão da rede para inspeção é
consideravelmente grande. A Tabela 4 mostra o número de processos analisados e a média de
equipes que atuaram na localização e eliminação do defeito. Neste caso foi utilizado a média
simples porque os valores não são discrepantes entre si.
35 3
Com a instalação dos IFs, a uma tendência de redução de equipes para localização do
defeito, de modo que o dispositivo irá sinalizar o trecho com defeito, assim, com menos equipes
______________________________________________________________________________
envolvidas no processo o custo operacional causado pelo defeito será reduzido, além de liberar
mais equipes para outros atendimentos emergenciais.
O tempo que uma rede de média tensão ficará desconectada do sistema depende de vários
fatores, tais como o tipo e local do defeito, número de equipe, relevo do local do defeito e se é dia
ou noite, além da condição climática do momento da execução do serviço.
Do Apêndice A, pode-se extrair que o valor mediano do tempo em que a rede do RL-226
ficou sem energia elétrica nos casos analisados foi de 2 horas e 18 minutos. Em muitos casos, o
tempo de localização do defeito é superior ao tempo gasto pela equipe plantonista no conserto da
rede, o que evidência a importância de uma rede mapeada por IFs, podendo desta forma, diminuir
o tempo total do processo, assim diminuindo, consequentemente, a END e deixando de perder
receita pela não geração de energia elétrica da PCH Nilo Bonfanti, neste caso específico.
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63
A B C D-E F G H I
20,59%
23,53%
2,94%
32,35%
A nomeação dos trechos está definida no item 4.1, na Figura 16, onde cada trecho de rede
MT é compreendido entre duas chaves seccionadoras. O Gráfico 4 é de suma importância, porque
será um dos parâmetros que norteará a escolha dos locais de instalação dos IFs.
Fazendo uma análise mais profunda entre a Tabela 5 e o Gráfico 4, pode-se entender a
falta de dados a partir do trecho G da tabela, pois os defeitos permanentes ocorrem,
percentualmente, mais entre os trechos A e F, sendo poucos os defeitos ocorridos para frente do
trecho G.
Do mesmo modo que o tempo de inspeção entre os trechos será uma informação essencial
para a demonstração de resultados e conclusões do trabalho, a determinação do tempo de
deslocamento entre as seccionadoras, ou seja, tempo de deslocamento no trecho sem uma
inspeção detalhada da rede de distribuição, também é determinante para a apresentação dos
resultados finais.
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Tempo de Deslocamento
Trecho
Cronometrado (minutos)
A 7
B-C 11
D-E 19
F 9
G 5
H -
I -
Com os resultados obtidos das Tabelas 5 e 6 foi elaborado a Tabela 7, que compara os
tempos de inspeção e tempo de deslocamento dos trechos do sistema, facilitando a visualização
da diferença de tempo entre uma rede com IFs e uma rede sem IFs.
Tempo de
Diferença de
Trecho Tempo de Inspeção Deslocamento
Tempo
Cronometrado
A 20,5 7 13,5
B-C 25 11 14
D-E 38 19 19
F - 9 -
G - 5 -
H - - -
I - - -
______________________________________________________________________________
5 ESTUDO DE CASO
Com posse dos dados do alimentador estudado, dos processos de defeitos permanentes
mapeados, dos tempos de inspeção dos trechos e dos tempos de deslocamento entre as
seccionadoras, é possível elaborar um estudo em cima de um evento ocorrido na rede troncal de
distribuição do RL-226, conforme proposto no início deste trabalho.
Para o projeto dos pontos de instalação do IFs será observado a extensão dos trechos da
rede MT, a quantidade de UCs e quantidade de kVA instalado por trecho, e principalmente, os
locais com maiores índices de defeito permanente. A elaboração do projeto dos pontos de
instalação dos IFs visa otimizar os melhores locais para a alocação dos dispositivos, a fim de que
estes estejam instalados em locais que realmente serão funcionais na localização de defeitos.
Na Figura 16, em que são determinados os trechos da rede, pode-se observar que entre o
RL e a primeira chave (CS-227), na ocorrência de um defeito não há manobras a serem
realizadas, deixando todo o alimentador inoperante. Nota-se também que a distância é de apenas
6,18 km, e que o percentual de restabelecimentos de UCs e de potência neste trecho,
respectivamente, é de apenas 15,69% e 8,71%. Por esta ótica, em caso de defeito para frente deste
trecho, entende-se que o tempo de manobra da rede seria dispendioso, visto que a maior parte do
sistema ainda estaria inoperante e ainda, para o religamento desta seccionadora, o RL teria de ser
desligado novamente para que a chave fosse fechada com segurança devido à grande carga do
sistema, além de aumentar o IND_CONT FIC.
Já o trecho B que se estende desde a CS-227 até a CS-742, é responsável pelo incremento
de 10,13 km de rede de média tensão, além da adição de 8,73% da carga do sistema e 14,42% de
UCs. Com a soma dos trechos A e B, referente à carga e UCs, torna-se interessante à instalação
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Valdecir da Costa de Lima (Valdecir.eletric@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ,
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de IFs ao final deste trecho, pois esta parte da rede MT é onde ocorrem 20,59% dos defeitos
permanentes, evidenciando ainda mais a importância do mapeamento deste trecho.
Sendo assim, os IFs deveriam ser instalados ao final do trecho B, próximo a CS-742.
Contudo, devido à pouca extensão do trecho C, com apenas 1,19 km de rede MT, compreendido
entres as CS-742 e CS-238, e este pequeno trecho ter um índice de defeito de apenas 2,94%, além
de haver uma vila de moradores neste local, Vila de Bom Sucesso, significando uma adição de
248 kVA no sistema de distribuição, desta forma, foi avaliada como melhor opção a instalação
dos IFs ao final do trecho D, nas proximidades da CS-238.
Pelo fato do trecho D-E, entre as CS-238 e CS-639 possuírem o maior índice de defeito,
com 32,35% dos casos, a melhor opção de instalação dos IFs é ao final do trecho E, próximo da
CS-639. Pois na constatação da atuação do dispositivo pela passagem de uma corrente de falta,
rapidamente a equipe pode manobrar a CS-639 e ser restabelecido o sistema até este ponto que
detêm 49,40% da carga total e 43,28% das UCs conectadas ao sistema.
O último local projetado para a instalação dos IFs é o trecho F, que representa 23,53% dos
defeitos permanentes, o que indica a necessidade de instalação de IFs também ao final deste
trecho, na CS-778. Neste caso, se o dispositivo não estiver atuado, significa que o defeito está a
montante da CS-778, o que mostra que não é necessária a manobra da mesma, evitando o
desperdício de tempo em manobra em vão.
______________________________________________________________________________
Dentre os processos em que ocorreu defeito permanente mapeados desde 2010 a 2018,
apresentados no Apêndice A, muitos são de difícil analise, pois há muitas variáveis que
influenciam diretamente e indiretamente nos resultados, como por exemplo, manobras de chaves
fusíveis, múltiplos defeitos na rede MT e BT, falta de informações detalhadas de quais equipes
manobraram determinadas chaves e execução de serviço e muitos outros.
Neste sentido, foi examinado processo por processo para que se conseguisse aplicar os
conceitos já mencionados, com a menor complexidade possível, a fim de que as explicações e
resultados sejam de fácil compreensão. Entre os casos verificados, foi escolhido o processo
3537/15, ocorrido em 03/02/2015, no qual houve a ocorrência de um defeito permanente na rede
troncal do RL-226, devido a descargas atmosféricas que danificaram um isolador.
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Para o processo 3537/15 serão calculados os IND_CONT deste evento com base nas
manobras registradas, apresentadas no anexo B. A Figura 20 é um zoom do anexo B, mostrando
os registros das manobras dos seccionadores, para melhor entendimento dos dados que serão
utilizados para os cálculos dos IND_CONT.
transformadores também estão registradas. Isso porque estas chaves estavam desarmadas por
defeitos secundários, sem ligação com o defeito ocorrido na rede principal. Desta forma, os
cálculos dos IND_CONT, levaram em conta apenas as manobras feitas na rede troncal. A fim de
melhorar a visualização das chaves manobradas foi elaborada a Tabela 8.
HORÁRIOS
SECCIONADOR UCs ATINGIDAS UCs RESTABELECIDAS
INÍCIO FINAL
Rede Troncal RL-226 16:38 16:51:00 604 604
Trecho 1 RL-226 17:20 18:17:56 604 221
Trecho 2 CS-238 18:16 19:03:59 0 17
Trecho 3 CS-639 19:02 20:08:41 0 336
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2018.
A Tabela 8 traz os dados dos horários de início e fim das manobras, bem como a
sequência das manobras e o número de UCs atingidas no início da manobra, assim como o
número de UCs restabelecidas após a manobra do seccionador. A primeira manobra da tabela foi
o desarme do RL-226, em que após alguns minutes este foi religado. Contudo, depois de 42
minutos, o RL-226 voltou a desarmar, sendo então iniciadas as manobras de seccionamento da
rede MT.
Como a rede primária teve três trechos em que os horários e UCs foram diferentes,
segundo manobras sinalizam e mais o desarme da rede troncal, que atingiu todas as UCs, os
trechos terão DICs diferentes, conforme cálculos a seguir:
Nota-se que a coluna Início da Falta da Tabela 9 tem o mesmo valor para os trechos 1, 2
e 3 (como estão divididos esses trechos comparativamente a Figura 16), isso, porque é a partir
deste horário que as UCs a jusante ficaram sem energia elétrica até o restabelecimento do trecho.
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Tempo sem
Horários Horas e centésimos de hora
Trecho Manobrado Energia
Início Final Início da Falta Restabelecimento (horas)
Rede Troncal 16:38 16:51:00 16,633 16,85 0,217
Trecho 1 17:20 18:17:56 17,333 18,284 0,951
Trecho 2 18:16 19:03:59 17,333 19,07 1,737
Trecho 3 19:02 20:08:41 17,333 20,144 2,811
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2018.
O tempo sem energia de cada trecho em horas e centésimos de hora será usado para os
cálculos dos DICs de cada manobra.
O cálculo do FIC será realizado para as UCs dos três trechos manobrados neste processo,
ou seja, cada UC correspondente ao seu trecho terá um FIC próprio.
𝐹𝐼𝐶 = 𝑛
𝐹𝐼𝐶𝑇𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 1 = 𝑛 = 2
𝐹𝐼𝐶𝑇𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 2 = 𝑛 = 2
𝐹𝐼𝐶𝑇𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 2 = 𝑛 = 2
𝐷𝐼𝐶 = ∑ 𝑡(𝑖)
𝑖=1
______________________________________________________________________________
1 1
2 2
2 2
2 2
O DIC dos trechos é igual para todas as UCs do mesmo trecho, pois todos os
consumidores de cada segmento da rede ficaram o mesmo período de tempo sem energia.
A seguir serão calculados os DIC dos casos secundários, conforme registrado nas
manobras da Figura 20. Estes valores serão fundamentais para o resultado dos IND_CONT
coletivos.
2 2
2 2
2 2
2 2
2 2
_____________________________________________________________________________________________
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73
2 2
2 2
O resultado do DMIC para este caso, não é muito expressivo, pois está sendo analisada
apenas uma situação, o que não acontece na verificação do DMIC anual, por exemplo, em que é
verificado o tempo máximo que determinada UC ficou sem energia entre todas as ocorrências do
ano, ou seja, o caso mais crítico. Contudo, didaticamente é interessante apresentar a obtenção do
resultado.
𝐷𝑀𝐼𝐶 = 𝑡(𝑖)𝑚á𝑥
𝐷𝑀𝐼𝐶𝑇𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 1 = 0,951
𝐷𝑀𝐼𝐶𝑇𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 2 = 1,737
𝐷𝑀𝐼𝐶𝑇𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 3 = 2,811
Nota-se que o tempo máximo que os consumidores de cada trecho ficaram sem energia
foi o próprio tempo da falta de energia sinalizada pelas manobras.
Conforme o item 3.1.2, o DEC e FEC devem ser segregados de acordo com a causa
geradora do evento. No caso do processo estudado, em que a causa da interrupção foi de origem
interna ao sistema de distribuição, não programada e não expurgável, o indicador será
denominado de DECind e FECind.
______________________________________________________________________________
Para alcance de um valor correto para o DECind e FECind, terá de ser considerado todas as
manobras apresentadas na Figura 20, devido estas serem um índice equivalente de todo o
conjunto de UCs analisadas.
∑𝐶𝑖=1
𝑐
𝐷𝐼𝐶(𝑖)
𝐷𝐸𝐶𝑖𝑛𝑑 =
𝐶𝑐
𝐷𝐸𝐶𝑖𝑛𝑑
((0,217 ∗ 604) + (1,168 ∗ 221) + (1,954 ∗ 17) + (3,028 ∗ 336) + (4,2 ∗ 2) + (2,217 ∗ 10) +
(2,817 ∗ 18) + (3,350 ∗ 2) + (3,550 ∗ 1) + (3,617 ∗ 2) + (0,367 ∗ 2))
=
604
= 𝟐, 𝟓𝟒𝟖
∑𝐶𝑖=1
𝑐
𝐹𝐼𝐶(𝑖)
𝐹𝐸𝐶𝑖𝑛𝑑 =
𝐶𝑐
𝐹𝐸𝐶𝑖𝑛𝑑
(2 ∗ 221) + (2 ∗ 17) + (2 ∗ 336) + (2 ∗ 2) + (2 ∗ 10) + (2 ∗ 18) + (2 ∗ 1) + (2 ∗ 2)
=
604
= 𝟐, 𝟎𝟎𝟎
Tabela 10: Resultados dos cálculos do DIC, FIC, DMIC, DEC e FEC do processo
Além da análise dos IND_CONT, outro ponto que as concessionárias de energia elétrica
estão atentas é o custo operacional.
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Neste sentido, caso a distribuidora tenha um custo operacional alto, o qual se distancie da
meta estabelecida pela ANNEL, o custo excedente será amortizado pela receita da empresa, não
sendo coberto pela revisão tarifária. Por este motivo, o custo operacional deve ser monitorado
pelos gestores da distribuidora, a fim de se manter nos patamares admissíveis para o repasse na
tarifa.
adquirido pela análise dos Gráficos dos anexos C, D, E e F, estes gerados pelo sistema de
gerenciamento de frotas da CERILUZ, operado pelo setor financeiro da empresa.
_____________________________________________________________________________________________
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77
Os custos comerciais serão referidos a END e a não geração de energia da PCH Nilo
Bonfanti pelo período em que o sistema esteve desenergiazado até a resolução do problema e o
restabelecimento total de energia aos consumidores.
No item 2.3 são apresentadas metodologias de obtenção da END, onde esta é definida
como a quantidade de energia que deixou de ser fornecida aos consumidores atingidos por uma
interrupção, consequentemente, quanto à distribuidora deixou de faturar.
Para quantificar a END do processo analisado será utilizada a curva de carga do sistema
elétrico da CERILUZ, divididas nas classes rurais, comerciais e industriais. A caracterização de
carga é definida na seção 2.2 do módulo 2 do Prodist, onde define as diretrizes para as
distribuidoras caracterizarem a carga de suas UCs e o carregamento de suas redes e
transformadores, por informações oriundas de campanha de medição, realizada a cada revisão
tarifária periódica.
______________________________________________________________________________
MW Curvas BT (Ceriluz)
12
10
8
6
4
2
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23
RES RUR COM IP BT-Total
A curva de carga para os consumidores conectados na MT, subgrupo A4, conforme REN
ANEEL 414, tem a curva de carga demonstrada no Gráfico 6, o qual foi obtido do anexo N.
A4-Total (Ceriluz)
MW %Merc= 27,03
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23
A curva de carga para os consumidores da classe rural, subgrupo B2, conforme REN
ANEEL 414, tem a curva de carga mostrada no Gráfico 7, o qual foi obtido do anexo L.
Rur-Total (Ceriluz)
MW %Merc= 57,85
12
10
8
6
4
2
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23
Ao observar a curva de carga rural, nota-se que no início da manhã a potência requerida
do sistema tem uma elevação expressiva, assim como no início da noite, isso ocorre,
principalmente, pela automatização dos serviços na área rural, como por exemplo, as salas de
ordenha do setor leiteiro.
A curva de carga para os consumidores da classe comercial, subgrupo B3, conforme REN
ANEEL 414, tem a curva de carga mostrada no Gráfico 8, o qual foi obtido do anexo M.
Com-Total (Ceriluz)
MW %Merc= 6,80
1,5
0,5
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23
Dem(i)
FM = ∑24 (22)
i=1 Dem(i)
Onde:
O FM surge pelo princípio de que a energia consumida durante o dia multiplicado por um
fator referente a cada horário do dia, com base na curva de carga, onde o somatório da energia
consumida durante as 24 horas deve necessariamente ser igual a energia diária consumida.
Dmáx
Fdem = (23)
∑i=1,n Dnom ,i
Onde:
_____________________________________________________________________________________________
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81
______________________________________________________________________________
O FM de cada curva de carga foi calculado com base nos anexos L, M e N, gerando a
Tabela 14. Pois, quando se trata de curva de carga, a soma de energia consumida durante o dia
multiplicado pelos dias do mês faturado, este somatório necessariamente deve ser igual ao
consumo mensal registrado.
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83
O consumo do mês de fevereiro de 2015 pelas UCs conectadas na rede do RL-226, foi
ratificado por trechos das manobras do processo estudado, a fim de mensurar a END de cada
trecho seccionado. Com os dados de consumo mensal dos trechos, será possível com base na
curva de carga do sistema, obter a END no período considerado. A Tabela 15 traz o consumo de
energia elétrica faturada por trecho.
______________________________________________________________________________
Além do consumo por trecho, para uma análise completa, é preciso levar em
consideração o tipo de consumidor, visto que cada classe tem sua curva de carga. A Tabela 16
mostra os dados estratificados por classe de consumo.
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85
Teria que analisar bem essa relação, porque a fórmula que caracteriza a energia é obtida a
partir da demanda máxima multiplicada pelo fator de carga, nesse caso você está multiplicando a
energia consumida pelo fator Multiplicador.
Onde:
Para uma melhor visualização dos dados os cálculos da END referente ao processo
analisado serão manipulados na Tabela 17:
______________________________________________________________________________
Energia
Horários Estratificação dos Trechos por Classe de Consumida por TSE
FM END (kWh)
Consumidores dia (ECD)
Início Final kWh horas
Rural 7.949,70 0,03995
16:38 16:51 Rede Troncal Comerc. E Serv. E Pod. Público 252,50 0,217 0,07557 112,57
A4 4.201,23 0,04334
Rural 2.453,63 0,071
17:20 17:59:00 Trecho 1 Comerc. E Serv. E Pod. Público 26,17 0,4 0,6604 78,48
A4 114,37 0,04126
Rural 2.453,63 0,0567
18:00 18:17:56 Trecho 1 Comerc. E Serv. E Pod. Público 26,17 0,179 0,04597 25,93
A4 114,37 0,0395
Rural 1.074,50 0,071
17:20 17:59:59 Trecho 2 Comerc. E Serv. E Pod. Público 52,10 0,4 0,6604 83,60
A4 2.382,27 0,04126
Rural 1.074,50 0,0567
18:00 18:59:59 Trecho 2 Comerc. E Serv. E Pod. Público 52,10 1 0,04597 157,42
A4 2.382,27 0,0395
Rural 1.074,50 0,0931
19:00 19:03:59 Trecho 2 Comerc. E Serv. E Pod. Público 52,10 0,059 0,02434 10,12
A4 2.382,27 0,02945
Rural 4.421,57 0,071
17:20 17:59:59 Trecho 3 Comerc. E Serv. E Pod. Público 174,23 0,95 0,6604 474,36
A4 1.704,60 0,04126
Rural 4.421,57 0,0567
18:00 18:59:59 Trecho 3 Comerc. E Serv. E Pod. Público 174,23 1 0,04597 326,04
A4 1.704,60 0,0395
Rural 4.421,57 0,0931
19:00 19:59:59 Trecho 3 Comerc. E Serv. E Pod. Público 174,23 1 0,02434 466,09
A4 1.704,60 0,02945
Rural 4.421,57 0,08013
20:00 20:08:41 Trecho 3 Comerc. E Serv. E Pod. Público 174,23 0,14 0,02166 57,83
A4 1.704,60 0,03228
Total de END 1.792,44
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2018.
Na Tabela 17, os trechos e horários que as UCs ficaram sem energia foram divididas por
período de hora, visto que cada período de hora tem um valor de FM. Ainda, cada trecho tem
início as 17 horas e 20 minutos, isso porque foi a partir deste momento que os trechos ficaram
sem energia até o restabelecimento.
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Outro dado indispensável para mensurar o valor deixado de arrecadar pela distribuidora
devido a uma interrupção de fornecimento de energia é o preço da TUSD praticado pela
cooperativa, pois, este é a receita que a distribuidora arrecadará por kWh fornecido. O valor da
TUSD praticado pela CERILUZ era de R$ 0,25178/kWh. O valor do prejuízo em reais é dado
pela equação a seguir:
Com a desconexão do sistema do RL-226, a PCH Nilo Bonfanti deixa de gerar energia
elétrica, pois está conectada na extremidade final da rede de distribuição deste alimentador.
O cálculo da energia não gerada por causa do defeito sucedido na rede será realizado com
base no histórico de geração de energia elétrica da PCH no momento da falta de energia, assim,
mensurando o prejuízo à CERILUZ pela não geração da energia elétrica. O Gráfico 9 mostra a
geração de energia pela PCH até o momento da queda de energia.
400 404,64
300
200
100
51,6
0 0 0 0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
x1
Fonte: CERILUZ Geração, 2018.
______________________________________________________________________________
Observando os dados contidos no Gráfico 9, verifica-se que a PCH estava gerando 633
kW no momento do desarme da rede. Após o restabelecimento de energia elétrica no sistema, a
PCH pode ser religada e injetar energia elétrica no sistema de distribuição novamente, conforme
pode ser visto no mesmo gráfico.
Para o cálculo do montante de energia elétrica não gerada, basta usar a equação a seguir:
Onde:
𝐸𝑁𝐺 = 633𝑥3,8
Além da quantidade de ENG, o valor que a energia elétrica estava sendo comercializada é
fundamental para o cálculo do quanto de receita a cooperativa deixou de receber. Na data do
processo analisado, o MWh era comercializado em R$172,1001, como pode ser verificado no
anexo J. Desta forma, com a multiplicação da ENG pelo R$172,1001/MWh, o valor que a
CERILUZ deixou de arrecadar é dada por:
Para a análise de caso considerando a instalação dos IFs na rede de distribuição, nos
pontos projetados no item 5.1, será seguido os mesmos passos do item 5.2, porém, considerando
a atuação do dispositivo proposto.
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Caso o AL estivesse mapeada com os IFs, conforme Figura 21, o trecho defeituoso teria
sido identificado em um menor tempo de atuação, pois, o primeiro trecho da rede inspecionada,
compreendida entre o RL-226 e a CS-238, não teria tido uma inspeção detalhada, o que agilizaria
a manobra da CS-238 pela equipe, pois o deslocamento até esta seria um deslocamento direto do
RL-226 até a CS-238.
______________________________________________________________________________
O segundo trecho manobrado, entre a CS-238 e CS-639, também teria uma redução de
tempo gasto em inspeção detalhada do sistema, cerca de 41,30% menor, já que a equipe partiria
da CS-238 direto para a CS-639, identificando a atuação do dispositivo sinalizador, o que
indicaria que a falta do sistema estaria à jusante deste ponto.
No momento em que uma das equipes abrisse a CS-639 para isolar o trecho defeituoso, a
segunda equipe poderia rapidamente fechar a CS-238, restabelecendo o fornecimento de energia
elétrica até a CS-639, agilizando em 61,60% o religamento deste trecho. Ressaltando, novamente,
que o trecho seria restabelecido com a certeza de não apresentar curto-circuito, o que evita gastos
desnecessários de elos fusíveis e distúrbios na rede de distribuição, podendo estes ocasionar a
queima de equipamentos dos consumidores conectados ao sistema.
Após a abertura da CS-639 pela primeira equipe está se dirigiria direto para o último IF
instalado, próximo da CS-778, o qual não estaria atuado. Desta forma, sinalizando que o defeito
seria a montante deste ponto. Neste intervalo de tempo a segunda equipe já teria se deslocado da
CS-238 até a CS-639, esperando apenas o seccionamento da CS-778 para o teste deste trecho.
Contudo, devido os IFs mostrar o trecho com defeito, a CS-639 não seria testada, evitando os
problemas à rede de distribuição já citados anteriormente. Além disso, a equipe poderia iniciar
imediatamente a inspeção deste trecho, com a primeira equipe fazendo o percurso contrário do
fluxo da rede e a segunda equipe indo de encontro à primeira, ou seja, duas equipes concentradas
no mesmo trecho de rede para a identificação do defeito.
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HORÁRIOS
SECCIONADOR UCs ATINGIDAS UCs RESTABELECIDAS
INÍCIO FINAL
Rede Troncal RL-226 16:38 16:51:00 604 604
Trecho 1 RL-226 17:20 17:41:00 604 221
Trecho 2 CS-238 17:39 18:00:00 0 17
Trecho 3 CS-639 17:58 19:04:41 0 336
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2018.
Com os novos horários de manobras é possível refazer as análises feitas dos itens 5.2.1 a
5.2.3.
Como as explicações referentes aos IND_CONT foram bem detalhadas no item 5.2.1,
neste item será partido direto para os cálculos dos indicadores DIC, FEC, DMIC, DEC e FEC,
utilizando a Tabela 18 como base dos tempos das interrupções.
Tempo sem
Horários Horas e centésimos de hora
Trecho Manobrado Energia
Início Final Início da Falta Restabelecimento (horas)
Rede Troncal 16:38 16:51:00 16,633 16,85 0,217
Trecho 1 17:20 17:41:00 17,333 17,683 0,35
Trecho 2 17:39 18:00:00 17,333 18 0,667
Trecho 3 17:58 19:04:41 17,333 19,067 1,734
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2018.
O tempo sem energia de cada trecho em horas e centésimos de hora será usado para os
cálculos dos IND_CONT.
______________________________________________________________________________
𝐹𝐼𝐶 = 𝑛
𝐹𝐼𝐶𝑇𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 1 = 𝑛 = 2
𝐹𝐼𝐶𝑇𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 2 = 𝑛 = 2
𝐹𝐼𝐶𝑇𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 2 = 𝑛 = 2
𝐷𝐼𝐶 = ∑ 𝑡(𝑖)
𝑖=1
1 1
2 2
2 2
2 2
Os DIC dos casos secundários serão considerados iguais os obtidos no item 5.2.1.
O cálculo do DMIC terá variação, pois se mudaram os tempos máximos que as UCs
ficaram sem energia, sendo os novos valores apresentados a seguir:
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𝐷𝑀𝐼𝐶𝑁𝑜𝑣𝑜 = 𝑡(𝑖)𝑚á𝑥
𝐷𝑀𝐼𝐶𝑇𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 1 = 0,35
𝐷𝑀𝐼𝐶𝑇𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 2 = 0,667
𝐷𝑀𝐼𝐶𝑇𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 3 = 1,734
Para alcance dos valores destes indicadores, são consideradas todas as manobras
realizadas no processo, tanto os horários novos de manobras da rede troncal quanto os horários
das manobras secundárias.
∑𝐶𝑖=1
𝑐
𝐷𝐼𝐶(𝑖)
𝐷𝐸𝐶𝑖𝑛𝑑_𝑁𝑜𝑣𝑜 =
𝐶𝑐
𝐷𝐸𝐶𝑖𝑛𝑑_𝑁𝑜𝑣𝑜
((0,217 ∗ 604) + (0,567 ∗ 221) + (0,884 ∗ 17) + (1,734 ∗ 336) + (4,2 ∗ 2) + (2,217 ∗ 10) +
(2,817 ∗ 18) + (3,350 ∗ 2) + (3,550 ∗ 1) + (3,617 ∗ 2) + (0,367 ∗ 2))
=
604
= 𝟏, 𝟓𝟕𝟗
Assim como o FIC não teve alteração porque a sequência de manobras foi a mesma, o
indicador FEC também não terá alterações.
∑𝐶𝑖=1
𝑐
𝐹𝐼𝐶(𝑖)
𝐹𝐸𝐶𝑖𝑛𝑑_𝑁𝑜𝑣𝑜 =
𝐶𝑐
𝐹𝐸𝐶𝑖𝑛𝑑_𝑁𝑜𝑣𝑜
(2 ∗ 221) + (2 ∗ 17) + (2 ∗ 336) + (2 ∗ 2) + (2 ∗ 10) + (2 ∗ 18) + (2 ∗ 1) + (2 ∗ 2)
=
604
= 𝟐, 𝟎𝟎𝟎
______________________________________________________________________________
DIC DIC_Novo FIC FIC_Novo DMIC DMIC_Novo DEC_ind DEC_ind_Novo FEC_ind FEC_ind_Novo
Trecho 1 1,168 0,567 2 2 0,951 0,35
Trecho 2 1,954 0,884 2 2 1,737 0,667 2,548 1,579 2 2
Trecho 3 3,028 1,951 2 2 2,811 1,734
DEC FEC
Redução
38,03% 0,00%
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2018.
Analisando a tabela acima, pode-se verificar que a redução dos IND_CONT com a rede
mapeada pelos IFs foi alcançada, ainda, levando em consideração que a análise foi realizada
apenas para um caso de desarme por defeito permanente, podendo esta redução ser maior se
analisado todas as ocorrências anuais.
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A atuação do plantão de Santo Augusto não se justifica para este caso, devido este, iniciar
seu deslocamento para o processo, da cidade de Santo Augusto, cerca de 25 km de distância do
final da rede troncal, de onde esta equipe iniciaria a inspeção, no sentido do fluxo inverso da
rede. A equipe Manutenção C também não seria acionada devida esta ter o mesmo início de
partida da equipe Manutenção B, não sendo necessária a atuação de duas equipes para a manobra
de uma chave seccionadora. A Tabela 22 traz o novo custo operacional referente ao deslocamento
das duas equipes envolvidas neste novo cenário.
Fazendo uma comparação das Tabelas 11 e 22, pode-se verificar que a redução de
despesas por deslocamento foi diminuída em 32,03 %, evidenciando a eficácia do dispositivo
proposto. Além da redução do custo de deslocamento, duas equipes de manutenção foram
______________________________________________________________________________
liberadas para a atuação em outros processos emergenciais, melhorando assim, o índice geral dos
IND_CONT da cooperativa.
Para a obtenção dos custos das equipes envolvidas no processo, será considerada, assim
como no item 5.3.2.1, a equipe de Catuípe e a equipe Manutenção B. Na Tabela 23 é apresentado
o custo total das equipes que trabalham no conserto da rede MT. Assim como nas demais
despesas já contabilizadas, percebe-se que o custo total referente às equipes, diminuiu cerca de
22,30%.
Com a redução do tempo total de falta de energia na rede principal, devido à atuação dos
IFs, são evidentes os reflexos positivos na END e na geração de energia pela PCH Nilo Bonfanti.
Pois ao restabelecer o sistema de imediato o consumo de energia elétrica e a PCH pode ser
religada novamente.
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Energia
Horários Estratificação dos Trechos por Classe de Consumida por TSE
FM END (kWh)
Consumidores dia (ECD)
Início Final kWh horas
Rural 7.949,70 0,03995
16:38 16:51 Rede Troncal Comerc. E Serv. E Pod. Público 252,50 0,217 0,07557 112,57
A4 4.201,23 0,04334
Rural 2.453,63 0,071
17:20 17:41:00 Trecho 1 Comerc. E Serv. E Pod. Público 26,17 0,21 0,6604 41,20
A4 114,37 0,04126
Rural 1.074,50 0,071
17:20 17:59:59 Trecho 2 Comerc. E Serv. E Pod. Público 52,10 0,4 0,6604 83,60
A4 2.382,27 0,04126
Rural 4.421,57 0,071
17:20 17:59:59 Trecho 3 Comerc. E Serv. E Pod. Público 174,23 0,4 0,6604 199,73
A4 1.704,60 0,04126
Rural 4.421,57 0,0567
18:00 18:59:59 Trecho 3 Comerc. E Serv. E Pod. Público 174,23 1 0,04597 326,04
A4 1.704,60 0,0395
Rural 4.421,57 0,0931
19:00 19:04:41 Trecho 3 Comerc. E Serv. E Pod. Público 174,23 0,067 0,02434 31,23
A4 1.704,60 0,02945
Total de END_nova 794,37
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2018.
Com a obtenção da END referente aos novos horários de manobras, pode-se calcular o
valor que a cooperativa deixaria de arrecadar pela energia distribuída, como mostrado a seguir:
______________________________________________________________________________
o tempo total de falta de energia nesta rede MT do processo analisado foi reduzido em
aproximadamente uma hora, o tempo em que a PCH iria ficar sem gerar energia elétrica seria 2,8
horas.
Para o cálculo do montante de energia elétrica não gerada, basta usar a equação (26):
𝐸𝑁𝐺 = 𝑃𝐺𝑥𝐻𝑠
Para o cálculo da receita que a cooperativa deixou de arrecadar pela não venda da energia
elétrica, basta multiplicar o valor em R$ do MWh comercializado pela ENG, conforme mostrado
a seguir:
Devido a atuação mais rápida das equipes de manutenção, proporcionado pelos IFs, a
CERILUZ teria o prejuízo pela não geração de energia elétrica amenizado em 27,4%,
considerando se a rede estivesse mapeada com os dispositivos propostos.
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Entre os 10 eventos anuais de desarme do RL 226, cerca de 50% são devido a defeitos
permanentes, com as mesmas características do evento estudado. Assim, para a análise da
viabilidade econômica da instalação dos IFs em relação aos custos operacionais e comerciais,
serão considerados eventos de mesma característica ocorridos nesta rede MT, com a mesma
percentagem de economia do processo avaliado.
______________________________________________________________________________
O custo de instalação foi calculado com base na distância em que a equipe percorreria e o
tempo gasto para a instalação dos IFs, tendo como referência o custo de quilometragem rodado
pelo veículo e o custo da hora trabalhada (R$/h) da equipe de Catuípe, que é plantonista da
região. A Tabela 27 mostra o retorno de investimento por desarmes da rede MT devido a defeitos
permanentes, considerando defeitos de mesma característica do ocorrido nesta rede estudada.
Salienta-se ainda, que a perspectiva de vida útil do equipamento é de 20 anos, conforme
datasheet do dispositivo no Anexo I.
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Retorno de Investimento
Invest. Inic. = R$ 8.898,04
Amortização por desarme= R$ 524,77
Desarmes Retorno Prejuízo
1 -R$8.374,00 -R$524,77
2 -R$7.849,23 -R$1.049,54
3 -R$7.324,46 -R$1.574,31
4 -R$6.799,69 -R$2.099,08
5 -R$6.274,92 -R$2.623,85
6 -R$5.750,15 -R$3.148,62
7 -R$5.225,38 -R$3.673,39
8 -R$4.700,61 -R$4.198,16
9 -R$4.175,84 -R$4.722,93
10 -R$3.651,07 -R$5.247,70
11 -R$3.126,30 -R$5.772,47
12 -R$2.601,53 -R$6.297,24
13 -R$2.076,76 -R$6.822,01
14 -R$1.551,99 -R$7.346,78
15 -R$1.027,22 -R$7.871,55
16 -R$502,45 -R$8.396,32
17 R$22,32 -R$8.921,09
18 R$547,09 -R$9.445,86
Outro fato a considerar é que a carga do sistema, assim como o número de UCs
conectadas tem um aumento gradativo ao passar dos anos, representando um benefício devido à
instalação dos IFs ainda maior se analisado sobre essa ótica.
______________________________________________________________________________
7 CONCLUSÃO
Ao longo do trabalho foi possível demostrar, com os dados reais e a metodologia abordada, a
eficiência do dispositivo proposto. Mostrou-se uma alternativa atrativa, principalmente, no que se
refere à IND_CONT, isso, porque os IF’s atuam diretamente na redução do tempo de localização
do defeito ocorrido na rede, consequentemente, o tempo total que o sistema ficará sem energia
também será menor, impactando na redução dos IND_CONT.
Os IND_CONT são observados com atenção pelas distribuidoras, já que esses refletem a
eficiência operacional da empresa e impacta fortemente na imagem perante seus consumidores. A
ANEEL por meio de metas trançadas para cada distribuidora, as quais, se não atendidas, podem
gerar penalidades a estas como compensações financeiras aos consumidores que tiveram os
índices violados. Assim, juntamente com pesquisas de satisfação dos consumidores que geram
ranking entre as empresas, garante uma busca constante de aperfeiçoamento neste sentido por
parte das distribuidoras.
Outro fato a considerar foi à redução dos custos à cooperativa envolvidos em uma falta de
energia, sendo explanado e calculado todo o processo, desde custos com equipes e veículos até o
custo da END e da ENG pelo fato do sistema estar inoperante.
Portanto, pode-se concluir que o objetivo do trabalho foi integralmente realizado, podendo
ser aplicados todos os conceitos teóricos vistos em um caso real, que exigiu muita análise técnica
e financeira dos resultados obtidos.
O profissional que atua na área da Engenharia deve ter a capacidade de propor soluções às
problemáticas encontradas no dia-a-dia onde está inserido, a fim de eliminar ou atenuar os efeitos
onerosos à empresa e a sociedade pelos eventos que causam danos ou prejuízos.
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benefícios que o projeto pode trazer para os associados da CERILUZ conectados na rede
estudada, a cooperativa também terá um prejuízo menor, pelo fato da rede MT poder ser
restabelecida com mais agilidade devido à atuação dos dispositivos propostos.
Como as análises preliminares dos benefícios retornados pela instalação dos IFs na rede
de distribuição foram bem detalhadas e trouxeram resultados satisfatórios, o próximo estudo
poderia ser sobre um projeto de instalação de dispositivos com comunicação remota com o COD.
Seria um estudo um tanto complexo, pois usaria conceitos de telecomunicação, para o envio e
tratamento dos dados enviados pelo equipamento e automação, pela necessidade de criação de
um supervisório de operação e visualização dos dados recebidos pela central.
Outro trabalho que poderia ser feito é a expansão da análise feita para a rede do RL-226
para as demais redes da CERILUZ, mapeando assim, os casos em que a instalação dos IFs teria
mais impacto sobre os IND_CONT e os custos causados pelo desarme de uma determinada rede
MT.
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REFERÊNCIAS
LOPEZ, Ricardo Aldabó. Qualidade na Energia Elétrica: Efeitos dos distúrbios, diagnósticos
e soluções. 2. ed. São Paulo: Artiliber, 2013. 527 p.
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