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Apostila Teoria Eletro I
Apostila Teoria Eletro I
São Paulo
ELETRICIDADE APLICADA I
Revisão Técnica
Colaboradores
1
Eletricidade Aplicada I
2
Eletricidade Aplicada I
A matéria é algo que possui massa e ocupa lugar no espaço. A matéria é constituída por
partículas muito pequenas chamadas de átomos. Toda a matéria pode ser classificada
em qualquer um desses dois grupos: elementos ou compostos. Num elemento, todos os
átomos são iguais. São exemplos de elementos o alumínio, o cobre, o carbono, o
germânio e o silício. Um composto é formado por uma combinação de elementos. A água,
por exemplo, é um composto constituído pelos elementos hidrogênio e oxigênio. A
menor partícula de qualquer composto que ainda contenha as características originais
daquele composto é chamada de molécula.
3
Eletricidade Aplicada I
Como certos átomos são capazes de ceder elétrons e outros capazes de receber elétrons,
é possível produzir uma transferência de elétrons de um corpo para outro. Quando isto
ocorre, a distribuição igual das cargas positivas e negativas em cada corpo deixa de
existir. Portanto, um corpo conterá um excesso de elétrons e a sua carga terá uma
polaridade elétrica negativa, ou menos (-). O outro corpo conterá um excesso de prótons
e a sua carga terá uma polaridade positiva, ou mais (+).
Quando um par de corpos contém a mesma carga, isto é, ambas positivas (+) ou ambas
negativas (-), diz-se que os corpos têm cargas iguais. Quando um par de corpos contém
cargas diferentes, isto é, um corpo é positivo (+) enquanto o outro é negativo (-), diz-se
que eles apresentam cargas desiguais ou opostas. A lei elétrica pode ser enunciada da
seguinte forma:
atraem.
Cargas iguais se repelem, cargas opostas se atraem
Se uma carga negativa (-) for colocada próxima a uma carga negativa (-), as cargas se
repelirão. Se uma carga positiva (+) se aproximar de uma carga negativa (-), elas se
atrairão.
4
Eletricidade Aplicada I
A classificação dos materiais sólidos em condutores e isolantes é feita com base no fato
dos elétrons da camada de valência (os mais afastados do núcleo) se movimentarem de
átomo para átomo ao longo do material quando sujeito a um campo elétrico.
- - -
- - -
- - - -
- - -
- -
- - -
1.5
1.5 Lei de Coulomb
F=Q1 x Q2 (1)
Utilizando uma balança de torção, após repetidas verificações, Coulomb concluiu que a
intensidade da força de atração ou de repulsão entre duas cargas puntiformes Q1 e Q2,
distantes d entre si, é inversamente proporcional ao quadrado da distância que as
separa, isto é:
1 (2)
F=
d2
Q1 x Q2
F=
d2
Q1 x Q2
F= K Newton (N)
d2
6
Eletricidade Aplicada I
N m2/C2.
1.6 Campo
Campo Elétrico
Campo Elétrico
F
Q
F1
F2
Linhas de força
7
Eletricidade Aplicada I
Quando duas cargas idênticas são colocadas próximas uma da outra, as linhas de força
repelem-se mutuamente como mostra a figura abaixo.
d
A
Q
1 Q
VpA =
4 πε d
Onde:
8
Eletricidade Aplicada I
V = VpA [ VpB
Onde:
Convencionou-se indicar uma diferença de potencial por uma seta que aponta sempre
para o maior potencial,
VpA
Q V
VpB
- - -
[ - - - - +
- -
- - - -
- - - - -
- - - - - -
- - -
[ +
V
9
Eletricidade Aplicada I
Fluxo convencional
Fluxo de elétrons
- - -
[ - - - - - - +
- - - - - -
- - -
- - - - - -
- - -
[ +
V
10
Eletricidade Aplicada I
- - -
[ - - - - +
- -
- - - - - -
- - -
- - - - - -
- - -
[ +
V
Lembrando que ∆ Q = n . qe
Onde:
n - é o número de elétrons; e
1.10.1
1.10.1 Resistência Elétrica e a Primeira Lei de Ohm
11
Eletricidade Aplicada I
deduzir que existe alguma coisa no condutor que resiste à corrente elétrica e que segura
os elétrons livres até que uma força suficiente seja aplicada. Baseado nesse fato Ohm
iniciou seus estudos.
Vamos imaginar suas experiências e tentar analisar os problemas que ele enfrentou e o
que concluiu, Lembre-se que alguns fatos que vamos descrever a seguir são apenas
suposições.
O seu objetivo era escrever algo inédito, e ele resolveu focar suas experiências nos
conceitos conhecidos sobre a eletricidade. Podemos dizer que naquela época não se
conhecia muito a esse respeito. Ele tinha a sua disposição as fontes de tensão, o
conhecimento dos condutores e aparelhos que mediam tensão e corrente. Sendo assim,
montou o seguinte circuito:
Condutor A
Com este circuito era possível medir a tensão (V) e a corrente (I) variando os tipos de
condutores.
Podemos concluir, conhecendo o resultado dessa experiência, que existiam vários tipos
de condutores, mas Ohm observou que alguns em particular, resultavam em valores de
tensão e corrente que, plotados em um gráfico, resultavam numa reta passando pelo
zero e todos os pontos estavam alinhados.
12
Eletricidade Aplicada I
Curva característica
V (V)
VN
V2
V1
α
I1 I2 IN I (A)
A conclusão não era válida para qualquer bipolo (dispositivo elétrico com dois
terminais: os condutores são bipolos elétricos) somente alguns bipolos particulares
apresentavam estas características. Pela observação do gráfico pode-se concluir que:
Ou seja: neste bipolo o quociente da tensão pela corrente é uma constante, isto é, se a
tensão aplicada for mudada, muda como consequência a corrente, de tal forma que o
quociente permanece constante.
Nestas condições concluímos que esta constante é uma característica própria do bipolo
(condutor) já que não depende da tensão aplicada ou da corrente que o percorre.
Com estas considerações Ohm enunciou a seguinte Lei, válida para bipolos que possuem
o comportamento acima descrito:
Simbologia elétrica:
R
13
Eletricidade Aplicada I
Todas essas observações levou Ohm a descrever, ou melhor, a desenvolver uma equação
que relacionava todas essas variáveis no valor da resistência dos então denominados
resistores.
a) Comprimento do resistor
- - -
- - - S
- - -
- - - - - -
- - -
- - - - - -
- - -
[ +
14
Eletricidade Aplicada I
L1
- - - - -
- - - - - - S
- - - -
- - - - - - - - - -
- - - - -
- - - - -
- - - - -
- - - - -
[ +
Podemos notar que para uma mesma tensão aplicada as cargas elétricas do condutor de
comprimento L1 deverão percorrer um caminho mais longo do que o de comprimento L,
sendo assim podemos concluir que quanto maior o comprimento do resistor, maior a
dificuldade de passagem da corrente elétrica, portanto maior a resistência elétrica. A
resistência elétrica e diretamente proporcional ao comprimento do resistor.
- - -
- - - S
- - -
- - - - - -
- - -
- - - - - -
- - -
[ +
- - -
- - - -
- - S1
- - - -
- -
- - - -
- -
- - - - - -
- - - - - -
- - -
[ +
V
15
Eletricidade Aplicada I
Podemos notar que para a mesma tensão aplicada (V), as cargas da seção S1 que
possuem um caminho mais livre e também que nessa seção teremos um número maior
de cargas elétricas livres que na seção S, então podemos concluir que quanto maior a
seção menor é a resistência. A resistência elétrica é inversamente proporcional a área da
seção transversal.
c) Resistividade do material
Dentro dos materiais caracterizados como condutores se pode notar diversas diferenças
intrínsecas relativas à sua densidade, número atômico, distância dos elétrons ao núcleo,
isto é cada material difere do outro, como se cada um possuísse um “DNA” diferente.
Sendo assim é quase que obvio concluir que dependendo do material a resistência deve
variar. Essas características são classificadas de forma a nos fornecer um valor chamado
de resistividade do material. A resistividade do material é representada pela letra grega
(rô) ρ.
resistividade
A resistência elétrica é diretamente proporcional à resistividade do material.
Onde:
16
Eletricidade Aplicada I
ρ = ρ0 . [ 1 + α (θ - θo) ]
Onde:
R = R0 . [ 1 + α (θ - θo) ]
17
Eletricidade Aplicada I
m
τab
ha m
hb
Epa Epb
- - -
- - - - S
- -
- - - -
- ΔQ- - - -
- - - - - -
- - -
τab = V . ΔQ (1)
mas pela definição de corrente ΔQ = I . Δt (2)
τab = V . I . Δt (3)
18
Eletricidade Aplicada I
τab = R . I2 . Δt (5)
τab = (V2/R) . Δt
Da equação (3):
Por ser o Joule (J) uma unidade muito pequena adotou-se para medida de consumo de
energia elétrica o kWh (quilowatt hora) onde:
P = Δτ / Δt
Não devemos confundir potencia com energia, pois a energia depende do tempo em que
esta sendo consumida e a potencia é calculada para um dado intervalo de tempo, razão
pela qual podemos ter motores de diferentes potências consumindo a mesma
quantidade de energia. Tudo depende do tempo em que ficam ligados.
P= V . I . Δt / Δt
P=V.I
ou
P = R . I2 . Δt / Δt
P = R . I2
19
Eletricidade Aplicada I
ou ainda
P = [(V2/R) . Δt/ Δt
P = V2/ R
Tomando P= V. I temos:
1 HP =746 W
1 CV =735 W
Motor ideal
PF=746 W
PU = 1 HP
> = 100%
(Energia elétrica)
elétrica) (Energia mecânica)
Em qualquer sistema real, elétrico ou não, a energia fornecida é maior do que o trabalho
útil por ele realizado, devido as indesejáveis e existentes perdas das mais diversas
origens a depender do sistema, tais como atrito e efeito joule.
20
Eletricidade Aplicada I
τF Sistema
τu
Energia fornecida Energia útil
τd
Energia dissipada
> = τu / τF
> = Pu / PF
21
Eletricidade Aplicada I
Qualquer dispositivo elétrico que possua dois terminais acessíveis. Dependendo de sua
função no circuito pode ser classificado em Ativo ou Passivo.
Um bipolo elétrico será dito ativo, quando estiver fornecendo energia. Por convenção, os
seus sentidos de tensão e corrente são concordantes. Ex: bateria, gerador, pilha etc.
Simbologia:
+
V I
[
Um bipolo elétrico será dito passivo, quando estiver recebendo energia, ou ainda,
quando chegarmos à conclusão que os seus sentidos de tensão e de corrente são
discordantes.
Simbologia:
+
V I V I
[
22
Eletricidade Aplicada I
Define-se como circuito elétrico qualquer conjunto de bipolos interligados de tal forma a
permitir a passagem de uma corrente elétrica.
Exemplo:
H
A G
B I F
C E
D
Define-se como ponto elétrico qualquer conjunto de condutores ideais que possuam o
mesmo potencial. Podemos ainda entender, como sendo ponto elétrico qualquer
caminho que possa ser realizado tomando-se somente condutores ideais interligados
entre si em um circuito.
2.2.2 Nó
Definimos como nó qualquer conexão existente entre três ou mais condutores ideais em
um circuito.
23
Eletricidade Aplicada I
2.2.3 Ramo
Definimos como ramo qualquer trecho com ou sem bipolo compreendido entre dois nós
consecutivos de um circuito.
2.2.4 Malha
Definimos como malha qualquer contorno fechado, de cada região em que fica dividido
um plano, quando neste plano, colocamos um circuito elétrico.
No exemplo temos as seguintes malhas internas: ABIHA, BCDIB, IDEFI, IHGFI e a malha
externa ABCDEFGHA.
Esta Lei se aplica exclusivamente aos nós de um circuito elétrico. Ela afirma que em um
nó a somatória das intensidades de corrente que chegam deve ser igual à somatória das
intensidades de corrente que saem deste nó.
Matematicamente teremos:
I3 I2
I1
I4 I7
B I F
I5
I6
I8
24
Eletricidade Aplicada I
No exemplo teremos:
Nó B →I3 + I8 = I4
Nó D→I6 + I8 = I5
Nó F→I1 + I5 = I7
Nó H→I2 + I3 = I1
Nó I→I2 + I4 + I6 = I7
Note que para cada condutor ligado, que faz parte do nó existe uma corrente. Sendo
assim a equação para o nó terá o numero de correntes igual ao número de condutores.
No exemplo o nó B tem três condutores interligados, portanto teremos três correntes
diferentes na equação, já no nó I temos quatro condutores e, portanto na equação temos
quatro correntes diferentes.
Esta Lei, unicamente aplicável às malhas afirma que a soma algébrica das tensões ao
longo de uma malha qualquer do circuito é igual à zero. Para montarmos essa equação
devemos levar em consideração o sentido das tensões. Podemos definir, por convenção,
para cada malha um sentido de percurso e a partir dele considerar positivo ou negativo
os sentidos encontrados das tensões ao longo desse percurso.
Exemplo
25
Eletricidade Aplicada I
V5 V4
V3
Percurso
adotado
V6
V2 V1
V7
V2 + V6 + V5 + V4 + V3 - V1 -V7 = 0
No exemplo:
V9 V8 V7 V6
H
A G
I3 I2
V5
2 1 I1
V10
V2 V1
I4 I7
B I F
V12 I5
V11
3 I6 4 V15
I8 V4
C E
D
V13 V14
V3
Malha 1: V2 + V10 + V7 + V6 + V5 = V1
26
Eletricidade Aplicada I
Sendo dada uma associação qualquer com n resistores ligados entre si, poderemos
calcular o resistor equivalente a todos os demais e substituí-lo por este, de tal forma que
o equivalente quando submetido à mesma tensão V aplicada na associação original será
percorrido pela mesma corrente I total da associação.
Exemplo
R2
R1 R3
R5 RN V I REQ
R4
V I
27
Eletricidade Aplicada I
V1 V2 V3 VN
R1 R2 R3 RN
REQ
Notemos que:
A corrente que percorre R1, R2, R3,....,Rn é a mesma (definição de série) e ainda igual á
corrente que percorre o resistor equivalente REQ.
V = V1 + V2 + V3 + ...+ VN
V1 = R1 x I
V2 = R2 x I
V3 = R3 x I
VN = RN x I
V = REQ x I
28
Eletricidade Aplicada I
teremos:
REQ x I = R1 x I + R2 x. I + R3 x I + ... + RN x I
ou ainda:
REQ = R1 + R2 + R3 + ...+ RN
Caso particular:
RS = n. R
I1 I2 I3 IN
V I R1 V R2 V R3 V RN V
29
Eletricidade Aplicada I
V I REQ
A tensão que é aplicada em R1, R2, R3, ..., RN é a mesma (definição de paralelo), e ainda
igual á tensão que é aplicada no resistor equivalente REQ.
I = I1 + I2 + I3 +... + IN;
teremos:
30
Eletricidade Aplicada I
A A
R1 R2 REQ
B B
Portanto
REQ = R / n
2.5
2.5 Técnicas de Resolução de Circuitos
2.5
2.5.1 Resolução por Associação de Bipolos
Este método poderá somente ser aplicado a circuitos que por associação de bipolos
podem ser reduzidos a uma única malha e um único gerador.
Com o objetivo de demonstrar esse método vamos resolver passo a passo, um exemplo
de um circuito elétrico.
Exemplo:
31
Eletricidade Aplicada I
6Ω 10,5 Ω 5Ω
6Ω
12 Ω 1,8 Ω 30 Ω 5Ω
6Ω
180 V
Para podermos resolver este circuito, devemos calcular seu resistor equivalente total
REQT. Para isso vamos simplificar o circuito.
A simplificação deve ser feita por partes e para melhor entendimento e visualização de
todos os passos, a cada associação feita redesenha-se o circuito substituindo a
associação por seu REQ.
REQ1 = 6 + 6
REQ1 = 12Ω
REQ2 = 5 + 5
REQ2 = 10Ω
6Ω 10,5 Ω
12 Ω 12 Ω 1,8 Ω 30 Ω 10 Ω
180 V
32
Eletricidade Aplicada I
12 x 12
REQ3 =
12 + 12
REQ3 = 6Ω
30 x 10
REQ4 =
30 + 10
REQ4 = 7,5Ω
6Ω 10,5 Ω
6Ω 1,8 Ω 7,5 Ω
180 V
REQ5 = 6 + 6
REQ5 = 12Ω
E ainda:
33
Eletricidade Aplicada I
REQ6 = 18Ω
12 Ω 1,8 Ω 18 Ω
180 V
Agora, o correto será fazer REQ7, que é 12Ω em paralelo com 18Ω.
CUIDADO é muito comum, e errado fazer 1,8Ω em paralelo com 18Ω ou 12Ω, não
podemos fazer essa simplificação, pois esses resistores não estão em paralelo. Somente
os resistores de 18Ω e 12Ω estão ligados nos mesmos dois pontos A e B. Entre o resistor
de 1,8Ω e o ponto B temos uma fonte de 180V.
12 Ω 1,8 Ω 18 Ω
180 V
Após esta observação, vamos retomar a resolução do circuito exemplo, calculando REQ8.
12 x 18
REQ8=
12 + 18
REQ8 = 7,2Ω
34
Eletricidade Aplicada I
1,8 Ω 7,2 Ω
180 V
E por ultimo faremos REQT que é igual a associação série de 1,8Ω com 7,2Ω,
REQT = 9Ω
180 V 9Ω
NOTA:
35
Eletricidade Aplicada I
180 V 20 A 9Ω 180 V
V=RxI
V= 7,2 x 20 = 144 V
V = 1,8 x 20 = 36 V
180 V 20 A
Seguindo a mesma ideia, o resistor de 7,2Ω é resultado da associação paralelo entre 12Ω
e 18Ω, como na associação paralelo teremos a mesma tensão, então vamos calcular as
correntes que percorrem os respectivos resistores.
36
Eletricidade Aplicada I
I = I1 + I2
12 + 8 = 20 (OK)
12 A 8A
20 A 180 V
V=RxI
V= 6 x 12
V = 72V
V1 = V3 + V6
144 = 72 + 72 (OK)
V = 10,5 x 8
V = 84V
V = 7,5 x 8
V = 60V
37
Eletricidade Aplicada I
72 V 84 V
12 A 6 Ω 10,5 Ω 8A
72 V 6Ω 36 V 1,8 Ω 7,5 Ω 60 V
20 A 180 V
Neste ponto iremos calcular as correntes em cada um dos resistores de 12Ω. Como a
tensão sobre eles é a mesma, suas correntes serão iguais
12 = 6 + 6
Verificando:
8 = 2 + 6 (OK)
72 V 84 V
6A 6A 6Ω 12 A 8 A 10,5 Ω 2A 6A
72 V 12 Ω 72 V 12 Ω 36 V 1,8 Ω 60 V 30 Ω 10 Ω 60 V
20 A 180 V
V=RxI
38
Eletricidade Aplicada I
V= 6 x 6
V = 36V
Como a série e composta por dois resistores iguais suas tensões também serão iguais
Verificando:
72 = 36 + 36 (OK)
O mesmo raciocínio deve ser aplicado na serie composta pelos dois resistores de 5Ω.
V=RxI
V= 5 x 6
V = 30V
Verificando:
V=V+V
60 = 30 + 30 (OK)
72 V 84 V 30 V
6A 6A 6Ω 12 A 8 A 10,5 Ω 2A 5Ω 6A
36 V 6Ω
72 V 12 Ω 36 V 1,8 Ω 60 V 30 Ω 5Ω 30 V
36 V 6Ω
20 A 180 V
2.6
2.6 Verificações
39
Eletricidade Aplicada I
Tomaremos agora nosso circuito resolvido e analisaremos cada uma de suas malhas
para verificar se os resultados obedecem a Lei das Malhas, caso isso não aconteça com
certeza existe algum erro no circuito.
72 V 84 V 30 V
6A 6A 6Ω 12 A 8 A 10,5 Ω 2A 5Ω 6A
36 V 6Ω
1 72 V 12 Ω 2 36 V 1,8 Ω 3 60 V 30 Ω 4 5Ω 30 V
36 V 6Ω
20 A 180 V
Malha 1: 36 + 36 = 72 (OK)
Malha 4: 60 = 30 + 30 (OK)
Pg = 180 V x 20 A = 3.600 W
PC = V x I
40
Eletricidade Aplicada I
36 x 6 = 216 W
36 x 6 = 216 W
72 x 6 = 432 W
72 x 12 = 864 W
36 x 20 = 720 W
84 x 8 = 672 W
60 x 2 = 120 W
30 x 6 = 180 W
30 x 6 = 180 W
∑ = 3600 W
Pg = Pc
41
Eletricidade Aplicada I
3.1.
3.1. Tensão Alternada
De todas essas, a senoidal é a que tem um maior interesse, pois a quase totalidade dos
sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica trabalha com tensões
e correntes variáveis senoidalmente no tempo. Isso se deve ao fato de:
• Os alternadores (geradores de CA) são mais simples e têm melhor rendimento que os
dínamos (geradores de CC).
42
Eletricidade Aplicada I
3.2.
3.2. Tensão Alternada Senoidal (ou simplesmente
simplesmente tensão alternada)
alternada)
Gráfico representativo
v (t)
+Vmax
∝
-Vmax
43
Eletricidade Aplicada I
Onde:
v(t)
Valor Instantâneo - v(t
Também designada por valor de pico, é o valor instantâneo mais elevado atingido pela
grandeza (tensão, corrente, f.e.m., etc.). Para as grandezas tensão e corrente, este valor
pode ser representado pelos símbolos Vmax e Imax. Podem considerar-se valores máximos
positivos e negativos. Dado em volt (V)
Lembrando que a todo fenômeno cíclico ω está associado um período e uma frequência
relacionados da seguinte forma:
ω = 2π
2π.f = 2π
2π / T
Período - T
Frequência - f
Esta relacionada ao número de ciclos que ocorre dentro de um intervalo de tempo. Dada
em Hertz – Hz (ciclos/segundo).
f = 1/T
44
Eletricidade Aplicada I
Exemplo:
Quer isto dizer que a tensão de que dispomos nas tomadas de nossas casas descreve 60
ciclos num segundo, mudando de sentido 120 vezes por segundo.
Convém ressaltar que outros países adotam sua frequência em 50 Hz.
3.3
3.3 Valor Eficaz (V)
O valor eficaz de uma grandeza alternada é o valor da grandeza contínua que, para uma
dada resistência, produz num dado intervalo de tempo, o mesmo Efeito de Joule
(calorífico) que a grandeza alternada considerada. Dado em volt (V)
No caso de grandezas alternadas senoidais, o valor eficaz é vez menor que o valor
máximo, independentemente da frequência, ou seja:
V= Vmax/ (2)
3.4.
3.4. Gerador de Tensão
Tensão Alternada
É um dispositivo que impõe entre seus terminais de saída, uma tensão alternada de
valor constante quaisquer que sejam suas condições de funcionamento.
45
Eletricidade Aplicada I
Símbolo
+
v (t)
-
3.4.1
3.4.1 Geração de uma tensão alternada
No gerador simplificado que aparece na figura abaixo, a espira de material condutor gira
através de um campo magnético uniforme e intercepta suas linhas de força para gerar
uma tensão CA induzida através de seus terminais (Lei de Faraday). Uma rotação
completa da espira é chamada de ciclo. Analise a posição da espira em cada quarto de
volta durante um ciclo completo conforme figura abaixo. Na posição A, a espira gira
paralelamente ao fluxo magnético e consequentemente não intercepta nenhuma linha de
força. A tensão induzida é igual a zero. Na posição B, a espira intercepta o campo num
ângulo de 90°, produzindo uma tensão máxima. Quando ela atinge C, o condutor está se
deslocando novamente paralelamente ao campo e não pode interceptar o fluxo. A onda
de A até C constitui meio ciclo de rotação. Em D, a espira intercepta o fluxo novamente
gerando uma tensão máxima, mas aqui o fluxo é interceptado no sentido oposto. Assim a
polaridade de D é negativa. A espira completa um quarto de volta retornando à posição
A, ponto de partida do ciclo.
46
Eletricidade Aplicada I
π/2 B D
A C A
π 0
3π/2
0 π/2 π 3π/2 2π ωt
1 ciclo
3.5.
3.5. Corrente Alternada
3.6.
3.6. Representação de uma Grandeza Alternada por um Fasor
Denomina-se fasor de uma função senoidal, ao número complexo cujo Módulo é igual ao
valor eficaz da função é cujo argumento é igual a sua fase inicial, assim temos:
=A ∝ como
omo fasor de f(t) = A sen (ωt T ∝)
47
Eletricidade Aplicada I
Convém notar que o fasor não caracteriza por completo a função correspondente, pois
embora ele forneça o valor eficaz da função e sua fase inicial ele não fornece nenhuma
informação a respeito da frequência.
3.7.1
3.7.1 Introdução
Como bipolos alimentados por uma tensão alternada tem comportamentos diferentes, a
exceção do resistor, faz-se necessário um estudo particularizado para cada um deles
utilizando a forma fasorial da Lei de Ohm.
3.7.2
3.7.2 Impedância -
48
Eletricidade Aplicada I
3.7.3
3.7.3 Forma fasorial da Lei de Ohm para o resistor
vR (t) = R . iR(t)
= /
V ∝
=
V ∝
R
= R 0° = R (Ω)
Observando seus fasores representativos verificamos que as fases são iguais, ou seja:
“No resisto
resistor a tensão e a corrente estão sempre em fase”.
Tensão v(t)
Corrente i(t)
Tensão/Corrente
ωt
3.7.4
3.7.4 Indutor
a b c
50
Eletricidade Aplicada I
Quando aplicamos uma tensão contínua V entre os terminais de um indutor, este fica
percorrido por uma corrente I que estabelece um campo magnético B, praticamente
constante, no interior do indutor. Esse campo magnético promoverá o surgimento de um
fluxo magnético ϕ através das espiras do indutor, diretamente proporcional à corrente
que por ele circula. Sendo assim temos:
Φ ~ I, ou seja, ϕ/I = constante
B +
V V
-
Suponhamos que a corrente que percorre um indutor sofra uma variação elementar di
num intervalo de tempo dt. Em consequência, ocorrerá uma variação dϕ do fluxo
magnético no intervalo de tempo dt. Da lei de Faraday, sabemos que uma tensão v será
induzida nos terminais do indutor, dada por:
v= dϕ/dt
dϕ/dt
v= L. di/dt
Portanto:
51
Eletricidade Aplicada I
Deste resultado, pode-se concluir que nos circuitos de corrente contínua, onde I=cte e di
= 0 e então a tensão nos terminais do indutor é nula. Assim, excetuando-se o transitório,
ou seja, o intervalo de tempo durante o qual se estabelece o fluxo magnético no interior
do indutor, um indutor em corrente contínua comporta-se como um curto-circuito.
3.7.4.1
3.7.4.1 Forma fasorial da Lei de Ohm para o indutor
=I ∝
Lembrando que
=ωLI ∝ + 90°
= /
ωLI ∝ T 90°
=
I ∝
onde:
ωL
52
Eletricidade Aplicada I
∝-90°
Tensão v(t)
Corrente i(t)
Tensão/Corrente
ωt
3.7.5
3.7.5 Capacitor
53
Eletricidade Aplicada I
(a ) (b)
Um capacitor é caracterizado por uma grandeza chamada de capacitância (C) a qual está
associada à capacidade que o capacitor tem de armazenar cargas. Quanto maior a
capacitância maior a capacidade de armazenar cargas. A capacitância depende da área
das placas e da espessura do dielétrico. No caso de um capacitor de placas planas e
paralelas a capacitância é dada por:
contínua
Capacitor em corrente contínua
Ao ser ligado a uma tensão CC, devido à tensão aplicada elétrons se deslocarão de uma
placa para a outra enquanto houver d.d.p, vide figuras abaixo. Quando a tensão entre as
placas for igual à tensão da fonte cessará o movimento de elétrons. Nessas condições
dizemos que o capacitor estará carregado. O capacitor ficará carregado com uma carga
Q cujo valor é função da tensão aplicada e de uma característica do capacitor chamada
de capacitância (C). Desta forma, pode-se definir a capacitância como :
C= Q/V
54
Eletricidade Aplicada I
+ + ++ +
V C V Q -- - C
- -
movimento dos elétrons movimento dos elétrons
a b
+ ++ +
V Vc = V Q -- - C
-
Observe que não existe corrente através do capacitor, mas pelo circuito externo.
dQ= C dv
55
Eletricidade Aplicada I
I = C . dv/dt
Portanto:
Deste resultado, pode-se concluir que nos circuitos em corrente contínua, onde V= cte,
dV=0 e então não haverá corrente no capacitor. Assim, excetuando-se o transitório, ou
seja, o intervalo de tempo durante o qual o capacitor se eletriza, um capacitor em
corrente contínua comporta-se como um circuito aberto.
aberto
3. 7.5.1
7.5.1 Forma fasorial da Lei de Ohm para o capacitor
=V ∝
Lembrando que
=ωCV ∝ + 90°
= /
V ∝
ωCV ∝ + 90°
56
Eletricidade Aplicada I
onde:
1/ ωC
1/ω C = XC reatância capacitiva dada em Ω (ohm)
adiantada
“No capacitor a corrente esta adiantada de 90° em relação à tensão”.
∝+π/2
∝
Tensão v(t)
Corrente i(t)
Tensão/Corrente
ωt
57
Eletricidade Aplicada I
1ª Lei de Kirchh
Kirchhoff – Lei dos nós CA
=0
Ou ainda:
chegam ao nó = saem do nó
2ª Lei de Kirchh
Kirchhoff – Lei das malhas CA
=0
Ou ainda:
58
Eletricidade Aplicada I
59
Eletricidade Aplicada I
Este método, assim como já estudado em CC, poderá somente ser aplicado a circuitos
que por associação de bipolos podem ser reduzidos a uma única malha e um único
gerador.
Com o objetivo de demonstrar esse método vamos resolver passo a passo, um exemplo
de um circuito elétrico.
Exemplo
10Ω
10Ω
10Ω
10Ω 10Ω
10Ω
v (t)
(t
26,53 mH 265,2 µF
60
Eletricidade Aplicada I
Lembrando que a expressão v(t) = V sen (ωt + α) pode ser representada pelo seu
10 0° = 10 (Ω)
+ 90° ou =jωL
+ 90°
ou j 377 . 26,53 . 10 -3
+ 90° ou = j 10 Ω
= 1/ ωC - 90° ou = - j 1/ω
1/ωC
= 10 - 90° ou = - j 10 Ω
10Ω
10Ω
+ 10Ω
10Ω 10Ω
10Ω
200 0°
-
j 10Ω
10Ω -j 10Ω
10Ω
61
Eletricidade Aplicada I
A simplificação deve ser feita por partes e para melhor entendimento e visualização de
todos os passos, a cada associação feita redesenha-se o circuito substituindo a
associação por seu .
= 14,14 45°
= 14,14 45°
10 Ω
+
14,14 -45°
0°
14,14 45°
200
62
Eletricidade Aplicada I
200 0°
20
10 Ω
10Ω
10Ω
v (t)
(t 10Ω
10Ω
v (t)
(t 20Ω
63
Eletricidade Aplicada I
= gerador /
= 200 / 20
= 10 A
10 0°
+
200 0° 0°
20Ω 200
-
100 0°
10Ω
10Ω
T
200 0° 10 0° 10Ω
10Ω 100 0°
-
64
200
0°
-
T
10 0°
100
10 Ω
0°
100 0°
100 0°
65
Eletricidade Aplicada I
Eletricidade Aplicada I
Referências Bibliográficas
Pagliaricci, Mario
Eletrotécnica Geral
Nery, Norberto
Eletricidade Básica
Edminister, Joseph
Circuitos Elétricos
Ferrara, Arthemio
Circuitos Elétricos I
Gussow, Milton
Eletricidade Básica
Bartkowiak, Robert
Circuitos Elétricos
66