Você está na página 1de 28

FEBRE

PROPEDÊUTICA

MONITOR: RUHAN CARLOS SANTOS VIEIRA - 201902654447


Ribeirão Preto, 28 de março de 2021
CARACTERÍSTICAS GERAIS

• A febre é definida como temperatura corporal acima da faixa da normalidade.

• A temperatura corporal pode apresentar variações na dependência do local em


que seja procedida sua mensuração. Pode ser:
• Axilar;
• Oral;
• Retal;
• Timpânico;
• Arterial pulmonar;
• Esofágico;
• Nasofaringiano;
• Vesical.
CARACTERÍSTICAS GERAIS

• A faixa de normalidade para a temperatura corporal nos principais locais


de mesuração são:

• Temperatura axilar: 35,5 a 37°C, com média de 36 a 36,5°C;


• Temperatura bucal: 36 a 37,4°C;
• Temperatura retal: 36 a 37,5°C, ou seja, 0,5°C maior que a axilar.
CARACTERÍSTICAS GERAIS

Febre x Hipertermia

• Na hipertermia, os mecanismos de controle térmico falham, então a


produção de calor excede a dissipação do calor.

• Na febre, o ponto de ajuste térmico hipotalâmico aumenta, e os


mecanismos de controle térmico intactos são mobilizados para elevar a
temperatura corporal até o novo ponto de ajuste.
CARACTERÍSTICAS GERAIS

• A termorregulação é realizada através do equilíbrio entre a produção e a


perda de calor.

• Hipotálamo regula o nível em que a temperatura deve ser mantida.

• Na febre, este ponto está elevado. A produção de calor não é inibida.

• A dissipação do calor está ampliada pelo fluxo sanguíneo aumentado


através da pele e pela sudorese.
CARACTERÍSTICAS GERAIS

• Causas
• Transtornos no próprio cérebro;
• Substâncias tóxicas que influenciam os centros termorreguladores.

• As substâncias que causam esse efeito são chamadas pirogênios.

• Esses atuam estimulando a síntese de prostaglandina no hipotálamo.


CARACTERÍSTICAS GERAIS

• Os produtos bacterianos, como o lipopolissacarídio (LPS; chamado


pirogênio exógeno) estimulam os leucócitos a liberarem citocinas como IL-1 e
TNF (chamados pirogênios endógenos) que aumentam os níveis de
cicloxigenases que convertem o ácido araquidônico em prostaglandinas.

• No hipotálamo, as prostaglandinas, especialmente PGE2, estimulam a


produção de neurotransmissores, os quais funcionam para reajustar a
temperatura em nível mais alto.

• Os AINEs, incluindo a aspirina, reduzem a febre, inibindo a cicloxigenase,


bloqueando assim a síntese de prostaglandina.
CARACTERÍSTICAS
GERAIS

Figura 1: Fisiopatologia da febre.


CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE

• Devem ser analisadas as seguintes características semiológicas da febre:

1. Início; 1. F - Fundação;
2. Intensidade; 2. E - Energia;
3. Duração; 3. B - Brevidade;
4. Modo de evolução; 4. R - Rota;
5. Término. 5. E - Encerramento.
CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE

Início (Fundação)

• Súbito: Instala-se de um momento para outro a elevação da temperatura.

• Gradual: A febre pode instalar-se de maneira gradual e o paciente nem


perceber seu início.
CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE

Intensidade (Energia)

• Aplica-se a seguinte classificação, tomando por referência o nível da


temperatura axilar:

• Febre leve ou febrícula: Temperatura até 37,5°C;


• Febre moderada: Temperatura de 37,6° a 38,5°C;
• Febre alta ou elevada: Temperatura acima de 38,6°C.
CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE

Duração (Brevidade)

• Período de tempo entre a instalação da febre e seu término, independente do seu


caráter (contínuo ou intermitente).

• Tem se procurado estabelecer um conceito de febre prolongada, em geral, ela é usada


quando a febre permanece por mais de 1 semana, tenha ou não caráter contínuo.

• Principais doenças que causam febre prolongada: Tuberculose, septicemia, malária,


endocardite infecciosa, febre tifoide, colagenoses, linfomas, pielonefrite, brucelose e
esquistossomose.
CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE

Modo de evolução (Rota)

• A rigor, só se poderá saber o modo de evolução da febre por meio da análise de um


quadro térmico.
• A informação obtida da anamnese pode servir de base para se conhecer essa
característica.

• Quadro térmico

• É elaborado através do registro da temperatura em uma tabela. Unindo-se por uma


linha os valores de temperatura, fica inscrita a curva térmica do paciente.
• O mais comum é a mensuração de temperatura pela manhã e à tarde.
CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE

Modo de evolução (Rota)

• Classicamente descrevem-se os seguintes tipos evolutivos de febre:

• Febre contínua;
• Febre irregular ou séptica;
• Febre remitente;
• Febre intermitente;
• Febre recorrente ou ondulante.
CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE

Modo de evolução (Rota)

• Febre contínua

• Temperatura permanece sempre acima do normal com variações de até 1°C e sem
grandes oscilações.

• Exemplos: Febre tifoide, endocardite infecciosa e pneumonia.


CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE

Figura 2: A temperatura permanece acima do normal, com variações de até 1°C, mas sem grandes oscilações.
CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE

Modo de evolução (Rota)

• Febre irregular ou séptica

• Registram-se picos muito altos intercalados por temperaturas baixas ou períodos de


apirexia.

• Exemplos: Septicemia, abscessos pulmonares, no empiema vesicular, na tuberculose e na


fase inicial da malária.
CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE

Figura 3: Registram-se picos muito altos intercalados por temperaturas baixas ou períodos de apirexia.
CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE

Modo de evolução (Rota)

• Febre remitente

• Há hipertermia diária, com variações de mais de 1°C e sem períodos de apirexia.

• Exemplos: Ocorre na septicemia, pneumonia, tuberculose.


CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE

Figura 4: Hipertermia diária com variações de mais de 1°C, sem períodos de apirexia.
CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE

Modo de evolução (Rota)

• Febre intermitente

• Nesse tipo, a hipertermia é ciclicamente interrompida por um período de temperatura


normal. Pode ser classificada em:
• Febre Cotidiana (periodicidade de 24 horas);
• Febre Terçã (periodicidade de 48 horas);
• Febre Quartã (periodicidade de 72 horas).
• Exemplos: Ocorre principalmente na Malária. Aparece também nas infecções urinárias, nos linfomas
e nas septicemias.

CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE

Modo de evolução (Rota)


• Febre intermitente na Malária
• O agente causador da doença é um protozoário conhecido como Plasmodium.

• No Brasil temos 3 espécies, que são responsáveis por diferentes tipos de febre:
• P. malarie, responsável pela febre quartã que se manifesta em ciclos de 72 horas;
• P. vivax, que provoca a terçã benigna, com ataques febris de 48 horas
• P. falciparum, causador da febre terçã maligna, com ataques febris de 36 a 48 horas.

• Esses ataques febris estão relacionados ao rompimento dos eritrócitos, que acontece
em uma das etapas do ciclo de vida do parasita.
CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE

Figura 5: A hipertermia é interrompida por um período de temperatura normal. Neste caso, configura-se o tipo
terçã, ou seja, em 1 dia ocorre febre e no outro não.
CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE

Modo de evolução (Rota)

• Febre recorrente ou ondulante

• Caracteriza-se por período de temperatura normal que dura dias ou semanas até que
sejam interrompidos por períodos de temperatura elevada.

• Exemplos: Ocorre na brucelose, doença de Hodgkin e outros linfomas.


CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE

Término (Encerramento)

• Crise

• Febre desaparece subitamente. Neste caso costumam ocorrer sudorese profusa e prostração.

• Exemplo típico é o acesso malárico.


CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE

Término (Encerramento)

• Lise

• Significa que a hipertermia vai desaparecendo gradualmente, com a temperatura diminuindo dia a dia,
até atingir níveis normais.

• Observado em inúmeras doença.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Exame clínico / Celmo Celeno Porto, Arnaldo Lemos Porto. 8. ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2017.

• KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran – Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 8. ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
OBRIGADO!!!!

Você também pode gostar