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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO

Curso de Extensão - 2004


Prof. Robledo Fernandes Carazzai

DIMENSIONAMENTO DE
CONDUTORES, ELETRODUTOS E
ATERRAMENTO

FACULDADE PITÁGORAS DE LONDRINA


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS EM BAIXA TENSÃO
2014
Prof. Robledo Fernandes Carazzai

Esta apostila tem como objetivo orientar como fazer o levantamento de carga elétrica
projetada e especificar como fazer as especificações dos condutores e eletrodutos a serem
utilizados.

"Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos. Fazer ou
não fazer algo só depende de nossa vontade e perseverança." (Albert Einstein)

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1. Descriminação de cargas projetadas conforme tipo de utilização ............................................... 3


1.1. Iluminação............................................................................................................................ 3
1.2. Tomadas ............................................................................................................................... 3
1.2.1. Tomadas de uso geral (TUG) ....................................................................................... 3
1.2.2. Tomada de uso específico (TUE)................................................................................. 4
2. Divisão das cargas por circuito .................................................................................................... 4
3. Condutores ................................................................................................................................... 5
3.1. Dimensionamento dos condutores do circuito .......................................................................... 6
3.1.1. Dimensionamento do condutor da fase do circuito por queda de tensão ........................... 6
3.1.2. Dimensionamento do condutor de fase do circuito por capacidade de corrente
(ampacidade) ................................................................................................................................ 9
3.1.3. Dimensionamento do condutor neutro do circuito ........................................................... 10
3.1.4. Dimensionamento do condutor de proteção..................................................................... 10
4. Dimensionamento dos disjuntores ............................................................................................. 10
4.1. Dimensionamento dos disjuntores de circuitos terminais ....................................................... 11
4.2. Dimensionamento do disjuntor de circuito de distribuição .................................................... 11
5. Dimensionamento da entrada de serviço ................................................................................... 11
5.1. Aterramento da entrada de serviço..................................................................................... 11
6. Dimensionamento de eletrodutos ............................................................................................... 12
7. Dimensionamento do quadro de distribuição............................................................................. 12
7.2. Dimensionamento dos barramentos do quadro ....................................................................... 13
7.1 Configurações de quadros de distribuição ............................................................................... 13
ANEXO A .......................................................................................................................................... 14
ANEXO B .......................................................................................................................................... 14
ANEXO C .......................................................................................................................................... 14
ANEXO D .......................................................................................................................................... 15
ANEXO E .......................................................................................................................................... 15
ANEXO F .......................................................................................................................................... 16
ANEXO G .......................................................................................................................................... 16
ANEXO H .......................................................................................................................................... 17

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1. Descriminação de cargas projetadas conforme tipo de utilização

A seguir serão descritos a classificação dos pontos elétricos de utilização.

1.1. Iluminação

A potência consumida em cada ponto de iluminação será a potência indicada nas lâmpadas
instaladas multiplicada pelo fator de potência indicado pelo fabricante (no caso de lâmpadas
incandescentes o fator de potência é 1, no caso de lâmpadas fluorescentes a especificação está
no reator).
A potência de iluminação para cômodos ou dependências residenciais e acomodações de
hotéis, motéis, dentre outros similares, deverão obedecer as seguintes características.

ÁREA POTÊNCIA MÍNIMA


≤ 6 m2 100 W
2
≥6m 100 W para os primeiros 6 m mais 60 W para cada 4 m2 adicionais.
2

Obs.: Com pelo menos um ponto de luz fixo no teto controlado por interruptor na parede.
Em banheiros, caso haja pontos de luz na parede, instalar a uma distância mínima de 60 cm do
boxe.

1.2. Tomadas

Em projetos de instalações elétricas utilizam-se dois tipos de nomenclaturas para identificar


as tomadas.
1. TOMADAS DE USO GERAL, chamadas de TUG;
2. TOMADAS DE USO ESPECÍFICO, chamadas de TUE.

1.2.1. Tomadas de uso geral (TUG)

Em residências, hotéis, motéis e similares, as tomadas de uso geral devem der alocadas de
acordo com os seguintes critérios:
- Banheiros, pelo menos uma tomada junto ao lavatório, a uma distância mínima de 60 cm
do boxe;
- Cozinhas, copas, copas-cozinha, áreas de serviço, lavanderias e similares, no mínimo uma
tomada para cada 3,5 m, ou fração de perímetro, sendo que acima de cada bancada com largura
igual ou superior a 0,30 m, deve ser prevista pelo menos uma tomada;
- Subsolos, garagens, sótãos, halls de escadarias, varandas, salas de manutenção, salas de
bombas dentre outros similares, deve ser previsto no mínimo uma tomada. Os circuitos que
atendam estes locais devem-se atribuir no mínimo 1000 VA.
- Demais cômodos ou dependências, para áreas inferiores a 6 m2, pelo menos uma tomada,
para áreas superiores a 6 m2, pelo menos uma tomada para cada 5 m, ou fração de perímetro,
espaçadas uniformemente.
As potências a serem distribuídas às tomadas de uso geral, também dependem das
localizações das mesmas:
- Banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinha, áreas de serviço, lavanderias e similares, no
mínimo 600 VA por tomada, até três tomadas, e 100 VA por tomada, para as excedentes,
considerando cada cômodo em separado;
- Demais cômodos ou dependências, no mínimo 100 VA por tomada.
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1.2.2. Tomada de uso específico (TUE)

Para determinar a potência das tomadas de uso específico deve-se atribuir a maior potência
conhecida do determinado aparelho a ser alimentado.
A alocação das TUE depende da necessidade de cada cômodo ou dependência, como
chuveiros, máquinas de secar roupa, ar-condicionado, dentre outros. Devem ser instaladas no
máximo a 1,5 m do local previsto para o equipamento a ser alimentado.
A seguir encontra-se uma lista de potências médias de alguns equipamentos:

Potência Potência
Aparelhos Elétricos Média Aparelhos Elétricos Média
(Watts) (Watts)
ABRIDOR/AFIADOR 135 GELADEIRA 1 PORTA 200
AFIADOR DE FACAS 20 GELADEIRA 2 PORTAS 300
APARELHO DE SOM 3 EM 1 80 GRILL 900
APRELHO DE SOM PEQUENO 20 IOGURTEIRA 26
AQUECEDOR DE AMBIENTE 1550 LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA - 11W 11
AQUECEDOR DE MAMADEIRA 100 LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA - 15 W 15
AR CONDICIONADO 7.500 BTU 1000 LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA - 23 W 23
AR CONDICIONADO 10.000 BTU 1350 LÂMPADA INCANDESCENTE - 40 W 40
AR CONDICIONADO 12.OOO BTU 1450 LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA - 60 W 60
AR CONDICIONADO 15.OOO BTU 2000 LÂMPADA INCANDESCENTE -100 W 100
AR CONDICIONADO 18.OOO BTU 2100 LAVADORA DE LOUÇAS 1500
ASPIRADOR DE PÓ 1000 LAVADORA DE ROUPAS 500
BATEDEIRA 120 LIQUIDIFICADOR 300
BOILER 50 e 60 L. 1500 MÁQUINA DE COSTURA 100
BOILER 100 L. 2030 MÁQUINA DE FURAR 350
BOILER 200 a 500 L. 3000 MICROCOMPUTADOR 120
BOMBA D´ÀGUA 1/4 CV 420 MOEDOR DE CARNES 320
BOMBA D`ÁGUA 1/2 CV 790 MOSQUITEIRO 80
BOMBA D`ÁGUA 3/4 CV 700 MULTIPROCESSADOR 420
BOMBA D`ÁGUA 1 CV 1140 NEBULIZADOR 40
BOMBA AQUÁRIO GRANDE 10 OZONIZADOR 100
BOMBA AQUÁRIO PEQUENO 5 PANELA ELÉTRICA 1100
CAFETEIRA ELÉTRICA 600 OZONIZADOR 100
CHURRASQUEIRA 3800 PIPOQUEIRA 1100
CHUVEIRO ELÉTRICO 5000 RÁDIO ELÉTRICO GRANDE 45
CIRCULADOR AR GRANDE 200 RÁDIO ELÉTRICO PEQUENO 10
CIRCULADOR AR PEQ/MED 90 RÁDIO RELÓGIO 5
CAFETEIRA ELÉTRICA 600 SAUNA 5000
COMPUTADOR/IMPRESSORA/ESTABILIZADOR 180 SECADOR DE CABELO GRANDE 1400
CORTADOR DE GRAMA GRANDE 1140 SECADOR DE CABELOS PEQUENO 600
CORTADOR DE GRAMA PEQUENO 500 SECADORA DE ROUPA GRANDE 3500
ENCERADEIRA 500 SECADORA DE ROUPA PEQUENA 1000
ESCOVA DE DENTES ELÉTRICA 50 SECRETÁRIA ELETRÔNICA 20
ESPREMEDOR DE FRUTAS 65 SORVETEIRA 15
EXAUSTADOR FOGÃO 170 TORNEIRA ELÉTRICA 3500
EXAUSTOR PAREDE 110 TORRADEIRA 800
FACA ELÉTRICA 220 TV EM CORES - 14" 60
FERRO ELÉTRICO AUTOMÁTICO 1000 TV EM CORES - 18" 70
FOGÃO COMUM 60 TV EM CORES - 20" 90
FOGÃO ELÉTRICO 4 CHAPAS 9120 TV EM CORES - 29" 110
FORNO À RESISTÊNCIA 1500 TV EM BRANCO E PRETO 40
FORNO À RESISTÊNCIA PEQUENO 800 TV PORTÁTIL 40
FORNO MICROONDAS 1200 VENTILADOR DE TETO 120
FREEZER VERT./HORIZ. 400 VENTILADOR PEQUENO 65
FRIGOBAR 70 VÍDEO CASSETE 10
FRITADEIRA ELÉTRICA 1000 VÍDEO GAME 15
Obs.: Caso seja utilizado algum aparelho com potência expressa em HP, 1 HP = 750 W.

2. Divisão das cargas por circuito

O projeto elétrico deve ser dividido em circuitos, pelos quais serão alimentados os pontos
de utilização onde serão instaladas as cargas. Os circuitos devem utilizar sempre o mesmo
condutor e devem estar ligados a um dispositivo de proteção (disjuntor termoelétrico).
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QM QD
Circuito de Distribuição Circuito Terminal
QM – Quadro de Medição
QD – Quadro Distribuição CARGA

Nos sistemas polifásicos, os circuitos devem ser distribuídos de modo a assegurar o melhor
equilíbrio de carga entre fases.
Na prática, faz-se a divisão dos circuitos de tal forma que cada um tenha uma potência de
no máximo 2500 VA na tensão de 127 V ou 4300 VA na tensão de 220 V.

Os circuitos de iluminação devem ser separados dos circuitos de tomadas.


Em residências, hotéis, motéis e similares devem ser observadas as seguintes restrições:
- Prever circuitos independentes para aparelhos de potência igual ou superior a 1500 VA,
sendo permitida a alimentação de mais de um aparelho do mesmo tipo através de um só
circuito;
- Proteções dos circuitos de aquecimento ou condicionamento de ar podem ser agrupadas
no quadro de distribuição geral ou num quadro separado;
- Quando um mesmo alimentador abastece vários aparelhos individuais de ar-condicionado,
deve haver uma proteção para o alimentador geral e uma proteção junto a cada aparelho, caso
este não possua proteção interna própria.

Cada circuito terá seu próprio condutor neutro.


Em lojas, residências e escritórios, os circuitos de distribuições devem obedecer às
seguintes restrições mínimas:
- Residências: 1 circuito para cada 60 m2 ou fração;
- Lojas e escritórios: 1 circuito para cada 50 m2 ou fração.

3. Condutores

Os condutores utilizados em instalações elétricas normalmente são de cobre com


isolamento de PVC(cloreto de polivinil), EPR(Etileno-Propileno) ou XLPE(Polietileno
Reticulado).
A NRB-5410, que é a norma que regulamenta os projetos de instalações elétricas,
estabelece que as seções mínimas para circuitos de iluminação e de força são os seguintes:

Tipo do Circuito Seção Mínima ( mm2)


Iluminação 1,5
Força 2,5

O dimensionamento dos condutores da fase de cada circuito será feito utilizando-se o


critério de queda de tensão e o critério de capacidade de corrente. O dimensionamento do
condutor neutro e do condutor de proteção depende da seção do condutor da fase.

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Os condutores de baixa tensão são normalmente comercializados em rolos de 100 metros
em várias cores, que em uma instalação elétrica devem seguir as seguintes recomendações:

Condutor Cor
Fase Preto, Branco, Vermelho ou Cinza
Neutro Azul-Claro
Condutor de Proteção Verde ou Verde e Amarelo

3.1. Dimensionamento dos condutores do circuito

A seguir será exposto como fazer o dimensionamento de cada um dos condutores de um


circuito, o condutor da fase, do neutro e do condutor de proteção.

3.1.1. Dimensionamento do condutor da fase do circuito por queda de


tensão

Antes de iniciar o dimensionamento deve-se apenas relembrar algumas equações que serão
utilizadas para deduzir a fórmula final da seção do condutor de cada circuito.
A primeira equação é a para determinar a resistência do condutor:

l
R  .
S
onde R – resistência do condutor em Ω
2

 – resistividade em mm
m
l – comprimento do condutor em m

S – seção transversal do condutor em mm2


1 . mm
2

Obs.: A resistividade do cobre é  


Cu 58 m

A segunda equação é a da “Lei de Ohm”:

U  R.I

onde U – tensão em V
R – resistência em Ω
I – corrente em A

A terceira equação é a da potência:

P  U .I

onde P – potência em W ou VA
U – tensão em V
I – corrente em A

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Fazendo a composição das equações da “Lei de Ohm” e da potência pode-se obter:

P U P  R. I
2
e
R

Pela norma NBR-5410 admite-se uma queda de tensão de até 2% para circuitos terminais.

e(%)=2%
QD
Circuito Terminal

CARGA

QD – Quadro Distribuição

Portanto, representando um circuito de uma instalação elétrica como um circuito


simplificado, pode-se representar da seguinte forma:

Rc

+ + Uc - +
Z
Us Uz
- -

onde Us – fonte alimentadora em V


Rc – resistência do condutor em Ω
Z – resistência da carga em Ω
Uc – tensão consumida pelo condutor
Uz – tensão na carga

Observação: o condutor terá duas vezes a distância do quadro de distribuição até a carga, porque
a corrente terá que percorrer o caminho de ida e volta. Por isso a Rc será calculada pela seguinte
equação:
l
Rc  2.. S .i
Como a queda de tensão e(%) é a tensão no condutor sobre a carga total, teremos que

e%  U c  e%  R .i 
c

U s R .i
t

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l
2. . .i
 e%  S  e%   2. . l .i . 1  
 
Rt .i  S   Rt .i 

 e%  2. .  e%  2. .


l l
2

S . Rt
S .U s
P
 e%   2. .
l.P
2
S .U s

Portanto teremos que a seção do condutor será:

.  .  P2 .l 2  P3 .l 3  ...  P N .l N 
N
1
2  P1 l1
S  2. .
e%.U s 1

Pela norma NBR-5410 admite-se uma queda de tensão de até 2% para o circuito de
distribuição.
Para o cálculo da seção do condutor de distribuição supõe-se que toda a carga esteja situada
dentro do quadro de distribuição, ou seja, a distância a ser considerada é a distância do quadro
de medição (QM) ao quadro de distribuição (QD). Caso o circuito de distribuição seja trifásico,
a potência que deverá ser utilizada para efeito de cálculo será a potência total dos circuitos
terminais multiplicada pelo fator 3 , a tensão utilizada será 220V e o cos considerar igual a
1 que é o pior caso.
Pcd  U .I . 3. cos 
Portanto, para se calcular o dimensionamento para circuito trifásico, utilizar a equação abaixo:

.  .  P2 .l 2  P3 .l 3  ...  P N .l N 
N
1
2  P1 l1
S  2. .
e%. 3.U s 1

EXERCÍCIOS
1 – Para o esboço de um projeto elétrico representado abaixo, calcule qual será a seção do
condutor para uma queda de tensão de 2%, utilizando uma alimentação para o circuito de 110 V.

15 m 5m 5m
QD

100 W 600 W 40 W

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2 – Calcule a seção do condutor para o circuito do exercício anterior se a alimentação for de
220V.

3 – Calcule as seções do condutores dos circuitos abaixo, admitindo-se uma queda de tensão de
1% para o circuito de distribuição e de 2% para o circuito terminal, com uma alimentação de
110V.

60 m 15 m 5m 3m 2,5 m
QM QD

100 W 200 W 600 W

300 W

3.1.2. Dimensionamento do condutor de fase do circuito por capacidade


de corrente (ampacidade)

Para fazer o cálculo da seção do condutor de acordo com a capacidade de corrente, deve-se
somar todas as potências dos pontos de utilização do circuito e utilizar a equação de potência
com fator de potência:
P
I
U . cos 
onde I – corrente elétrica em A
P – potência total do circuito
cos – fator de potência

O fator de potência para iluminação é 1, já para circuitos de força (tomadas) é de 0,8, ao


menos que o aparelho que será ligado a esta tomada seja com certeza totalmente resistivo.
Tendo calculado a corrente do circuito, deve-se consultar a tabela do Anexo A.
O dimensionamento do condutor da fase prevalecerá o de maior seção, comparando-se os
dois critérios, o de queda de tensão e o de capacidade de corrente.
Lembrando que o se o circuito de distribuição for trifásico a potência utilizada nos cálculos
será a potência total dos circuitos terminais multiplicada por 3 , a tensão utilizada de 220V e o
cos igual a 1 que é o pior caso, portanto:
P
I
U . 3. cos 

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3.1.3. Dimensionamento do condutor neutro do circuito

O condutor neutro terá sua seção definida utilizando-se como parâmetro a seção do condutor
da fase de cada circuito conforme a tabela do Anexo B.

3.1.4. Dimensionamento do condutor de proteção

O condutor de proteção terá sua seção definida utilizando-se como parâmetro a seção do
condutor da fase de cada circuito conforme a tabela do Anexo C.

4. Dimensionamento dos disjuntores

Para se garantir o bom funcionamento de uma instalação elétrica em quais quer condições,
deve-se pensar em proteger as pessoas que a utilizam, os equipamentos nela conectados e a rede
elétrica de alimentação de riscos provenientes de alterações de correntes, está é a função de um
disjuntor.
Os disjuntores podem ser termomagnéticos e diferencial-residuais. O termomagnético tem
como função principal proteger a instalação de sobre-correntes, já o diferencial-residual
proteger as pessoas que utilizam a energia elétrica, e não, a instalação.
O disjuntor termomagnético é tem um disparador térmico, bimetálico de sobrecargas, que
com a sobre-corrente o material bimetálico aquece sofrendo uma deformação retirando a
alimentação do circuito, ao voltar a temperatura de operação, o mesmo retorna a alimentação do
circuito.
O disjuntor diferencial-residual mede a corrente que entra e sai do circuito, caso haja alguma
fuga para a terra haverá uma diferença entre as correntes que serão detectadas pelo disjuntor que
cortará a alimentação do circuito. As sensibilidades destes disjuntores variam de 30mA a
500mA. Mas este dispositivo deve ter sua sensibilidade bem dimensionada, pois a qualidade da
instalação pode comprometer seu funcionamento.

A NB-3 (Norma Brasileira 3) recomenda:


A utilização de proteção diferencial residual (disjuntor) de alta sensibilidade em circuitos
terminais que sirvam a:
 Tomadas de corrente em cozinhas, lavanderias, locais com pisos e/ou revestimentos não
isolantes e áreas externas;
 Tomadas de corrente que, embora instaladas em áreas internas, possam alimentar
equipamentos de uso em áreas externas;
 Aparelhos de iluminação instalados em áreas externas.
A NB-3 exige:
A utilização de proteção diferencial residual (disjuntor) de alta sensibilidade:
 Em instalações alimentadas por rede de distribuição pública em baixa tensão, onde não
puder ser garantida a integridade do condutor PEN (proteção + neutro);
 Em circuitos de tomadas de corrente em banheiros.

Nota: Os circuitos não relacionados nas recomendações e exigências acima serão protegidos
por disjuntores termomagnéticos (DTM).

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4.1. Dimensionamento dos disjuntores de circuitos terminais

Os disjuntores de circuitos terminais devem ser determinados através da corrente calculada


através da potência dos pontos de utilização do circuito, tomando sempre cuidado para não
ultrapassar a máxima corrente suportada pelo condutor.

4.2. Dimensionamento do disjuntor de circuito de distribuição

Os disjuntores de circuitos de distribuição deve ser determinado através da corrente


calculada através da potência total dos circuitos, no caso de circuito trifásico não esquecer do
fator de potência 3 , a alimentação será de 220 V, levando ainda em consideração o fator de
demanda da edificação, que estão relacionados de acordo com o tipo de edificação na tabela do
Anexo D.
A potência total deve ser multiplicada pelo fator de demanda e por um fator de segurança,
podendo ser considerado 1,20, para então poder ser definido a capacidade de corrente do
disjuntor em questão, não esquecendo que como será um circuito trifásico, deve-se dividir a
corrente por 3 e a alimentação, no caso U, será de 220 V. No Anexo E estão alguns
disjuntores comerciais.

5. Dimensionamento da entrada de serviço


As entradas de serviço são dimensionadas através da potência total do quadro de
distribuição, os padrões monofásicos e bifásicos estão em desuso, com a finalidade de não
desequilibrar as fases do transformador da operadora. São utilizadas entradas de serviços
monofásicos e bifásicos quando o projetista da rede primária, ou seja, de alta tensão, já define os
padrões de entrada de cada terreno, sendo de responsabilidade do projetista fazer o equilíbrio
das fases dos transformadores da rede primária. Os padrões de entrada de energia utilizados pela
COPEL estão descritos no Anexo F.
Portanto as entradas normalmente utilizadas são acima de 50 A trifásica.

5.1. Aterramento da entrada de serviço

O eletrodo de terra deverá apresentar a menor resistência de contato possível, devendo ser
da ordem de 5 Ω e nunca ultrapassar 25 Ω, durante o ano todo. Deverão ser enterradas quantas
hastes forem necessárias interligadas umas com as outras até que se atinja um valor aceitável da
resistência de aterramento.
As prescrições a seguir são aplicáveis às instalações da entrada de serviço. Para as
instalações elétricas internas, deverão ser adotados os esquemas de aterramento que melhor se
adaptem a essas instalações, observando as orientações da NBR 5410.
- O neutro do ramal de entrada deverá ser aterrado num ponto único, junto com o
aterramento da caixa do medidor, empregando-se, no mínimo, um eletrodo de terra.
- As partes metálicas da entrada de serviço que estiverem sujeitas a energização deverão
ser permanentemente ligadas a terra.
- O condutor de aterramento deverá ser tão curto e retilíneo quanto possível, sem emenda
e não deverá ter dispositivo que possa causar sua interrupção.
- O condutor de aterramento deverá ser dimensionado conforme a categoria de
atendimento constante da Tabela do Anexo F.

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- O condutor de aterramento deverá ser protegido mecanicamente por meio de eletroduto,
preferencialmente, de PVC rígido.
- Quando for utilizado eletroduto de aço, o condutor de aterramento deverá ser conectado
ao mesmo em ambas as extremidades.
- Quando o condutor de aterramento for de cobre, de bitola até 10 mm2, o aterramento do
neutro e da caixa do medidor poderá ser feito através deste mesmo condutor.
- Quando o condutor de aterramento for de cobre, de bitola superior a 10 mm2, ou de aço-
cobre, a sua conexão com o condutor neutro deverá ser feita através de conector do tipo
parafuso e a sua ligação à caixa do medidor deverá ser feita com condutor de cobre de
bitola 10 mm2.

Eletrodos de Aterramento
TIPO DIMENSÕES MÍNIMAS OBSERVAÇÕES
Tubo de aço zincado 2,40 m de comprimento e diâmetro
nominal de 25 cm
Perfil de aço zincado Cantoneira de 20 mm x 20 mm x 3 mm
Enterramento
com 2,40 m de comprimento
totalmente vertical
Haste de aço zincado Diâmetro de 15 mm com 2,00 m ou 2,40
Haste de aço revestida de cobre m de comprimento
Haste de cobre
Fita de cobre 25 mm2 de seção, 3 mm de espessura e 10
Profundidade
m de comprimento
mínima de 0,60 m
Fita de aço galvanizado 100 mm2 de seção, 3 mm de espessura e
na posição vertical
10 m de comprimento
Cabo de cobre 25 mm2 de seção e 10 m de comprimento
Cabo de aço zincado 95 mm2 de seção e 10 metros de Profundidade
comprimento mínima de 0,60
Cabo de aço cobreado 50 mm2 de seção e 10 de comprimento

6. Dimensionamento de eletrodutos
Os eletrodutos serão dimensionados de acordo com a quantidade de cabos que serão
instalados no mesmo. O dimensionamento é feito de acordo com a tabela do Anexo G.
Calculando-se toda a área ocupada pelos cabos não deve exceder a 40 % da área útil do
eletroduto.

7. Dimensionamento do quadro de distribuição


Para dimensionar o quadro de distribuição, é necessário que saiba quantos disjuntores serão
utilizados e suas especificações, principalmente sobre dimensões, caso não se enquadre nos
padrões.
Os quadros utilizados são padrões de acordo com o número e capacidade de disjuntores.

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7.2. Dimensionamento dos barramentos do quadro

Na saída do disjuntor geral no quadro distribuição para os disjuntores dos circuitos terminais
são utilizados barramentos de cobre, que devem ser especificados conforme tabela a seguir.

Seção Transversal ( mm ) Corrente ( A )


12,4 x 1,58 60
25,4 x 1,58 120
25,4 x 2,381 170

7.1 Configurações de quadros de distribuição

Ligação Monofásica Ligação Bifásica Ligação Trifásica

EXERCÍCIO

1 – Para o seguinte esquemático de instalação elétrica, dimensione os condutores, disjuntores


e ramal de entrada.
3m 6m 3m 2m 4m
QDS

10m 5m 6m 3m
QDI

25m
3500 500 600 600
W W W W
600 3500 1200
750
W W
QM W W

2 – Faça o dimensionamento de condutores, disjuntores e ramal de entrada da planta baixa do


Anexo H.

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ANEXO A
Tabela de dimensionamento de condutores da fase por capacidade de corrente.

CAPACIDADE DE CORRENTE (A)


Seção Nominal Dois condutores Três condutores
( mm2 ) carregados carregados
1.5 17,5 15,5
2.5 24 21
4 32 28
6 41 36
10 57 50
16 76 68
25 101 89
35 125 111
50 151 134
95 232 207
120 269 239
150 309 272
185 353 310
240 415 364
300 473 419
400 566 502
500 651 578

ANEXO B
Tabela de dimensionamento de condutores neutro, onde S é a seção do condutor da fase.

Seção mínima do
Seção dos condutores-fase
condutor neutro
( mm2 )
( mm2 )
S ≤ 25 S
35 25
50 25
70 35
95 50
120 70
150 70
185 95
240 120
300 150
400 185

ANEXO C
Tabela de dimensionamento de condutores de proteção, onde S é a seção do condutor da fase.

Seção dos condutores-fase Seção mínima do condutor de proteção


( mm2 ) ( mm2 )
S ≤ 16 S
16 ≤ S ≤ 35 16
S > 35 S/2

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ANEXO D
Potência Instalada Fator de
Tipo de Carga
(W) Demanda(%)
Residência (Casas e apartamentos) Até 1000 86
1000-2000 75
2000-3000 66
3000-4000 59
4000-5000 52
5000-6000 45
6000-7000 40
7000-8000 35
8000-9000 31
9000-10000 27
Acima de 10000 24
Auditórios, salões de exposição e semelhantes 86
Bancos 86
Barbearias, salões de beleza 86
Clubes e semelhantes 86
Escolas e semelhantes Até 12000 86
Acima de 12000 50
Escritórios Até 20000 86
Acima de 20000 70
Garagens, área de serviço e semelhantes 86
Hospitais, casas de saúde e semelhantes Até 50000 40
Acima de 50000 20
Hotéis, motéis e semelhantes Até 20000 50
21000 a 100000 40
Acima de 100000 30
Igrejas e semelhantes 86
Lojas, supermercados e semelhantes 86
Restaurantes e semelhantes 86
Quartéis e semelhantes Até 15000 100
Acima de 15000 40

ANEXO E
Disjuntores Termomagnéticos
Corrente TQC
(A)
CÓDIGOS
1 POLO 2 PÓLOS 3 PÓLOS
10 TQC1210 TQC2410 TQC3410
15 TQC1215 TQC2415 TQC3415
20 TQC1220 TQC2420 TQC3420
25 TQC1225 TQC2425 TQC3425
30 TQC1230 TQC2430 TQC3430
35 TQC1235 TQC2435 TQC3435
40 TQC1240 TQC2440 TQC3440
45 TQC1245 TQC2445 TQC3445
50 TQC1250 TQC2450 TQC3450
60 TQC1260 TQC2460 TQC3460
70 TQC1270 TQC2470B TQC3470B
90 TQC1290 TQC2490B TQC3490B
100 TQC12100 TQC24100B TQC34100B

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Disjuntor Diferencial-Residual
Sensibilidade Corrente 2 MÓDULOS 4 MÓDULOS
(A) Nominal (A)
30 mA 25 BDC225/030 BPC425/030
40 BDC240/030 BPC440/030
63 BPC263/030 BPC463/030
80 BPC280/030 BPC480/030
100 BPC2100/030 BPC4100/030
300mA 25 BDC225/300 BPC425/300
40 BDC240/300 BPC440/300
63 BPC263/300 BPC463/300
80 BPC280/300 BPC480/300
100 BPC2100/300 BPC4100/300
500 mA 25 BPC225/500 BPC425/500
40 BPC240/500 BPC440/500
63 BPC263/500 BPC463/500
80 BPC280/500 BPC480/500
100 BPC2100/500 BPC4100/500

ANEXO F
Ramal
prevista (KVA)

Eletroduto do ramal
Disjuntor (A)

Ramal de ligação Embutido ou Aterramento


de entrada
Demanda
máxima

Subterrâneo
Aço-
Cobre PVC 
Cobre Alumínio Cobre Aço-cobre Carbono 
F(N) nominal
nominal
mm2 mm2 AWG Mm2 mm2 AWG mm mm
19 50 10 16 6 10 10 8 25 21
26 70 10 16 4 25 16 4 40 33
38 100 16 25 2 35(25) 16 4 40 33
48 125 25 35 2 50(25) 25 2 60 50
57 150 35 50 1/0 70(35) 35 1/0 60 50
76 200 50 70 2/0 95(50) 60 1/0 75 62

ANEXO G
Tabela para dimensionamento de eletroduto.
NÚMERO DE CONDUTORES
Seção Nominal (
2 3 4 5 6 7 8 9 10
mm2 )
1.5 16 16 16 16 16 16 20 20 20
2.5 16 16 16 20 20 20 20 25 25
4 20 20 25 25 25 25 25 32 32
6 16 20 20 25 25 25 25 32 32
10 20 20 25 25 32 32 32 40 40
16 20 25 25 32 32 40 40 40 40
25 25 32 32 40 40 40 50 50 50
35 25 32 40 40 50 50 50 50 60
50 32 40 40 50 50 60 60 60 75
95 40 50 60 60 75 75 75 85 85
120 50 50 60 75 75 75 85 85 -
150 50 60 75 75 85 85 - - -
185 50 75 75 85 85 - - - -
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EQUIVALENCIA DE MEDIDAS DE DIÂMETRO DE ELETRODUTO


(mm) 16 20 25 32 40 50 60 75 85
(pol) 2/8 1/2 3/4 1 1.1/4 1.1/2 2 2.1/2 3

ANEXO H

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