LIBERTÉ 02

O QUE ESTA EDIÇÃO TRÁS

S E T E M B R O 2 0 2 1 | A N O 1 | E D I Ç Ã O 1 2

03 04 14
Quem somos nós Peça de arquitetura: Peça de arquitetura:
45 ANOS DA RECONCILIAÇAO A Maçonaria e a PNL
DA IGREJA COM A MAÇONARIA

17 19
Conheça uma loja:
Curiosidades da
20
União e Trabalho Conversa entre irmãos
Maçonaria
n° 22 - GLEB

22
Lazer no salão dos
passos perdidos
 03

Quem somos nós

Somos a eterna pedra em lapidação, somos mais um elo da corrente de união e a cima de tudo
eternos aprendizes.

Completamos nosso primeiro ano, ao olharmos
para trás vemos tudo que percorrermos,
superamos, aprimoramos e os laços que foram
formados.
A cada edição uma conquista, a cada edição um
novo "tijolo" foi colocado na construção do
nosso conhecimento maçônico.
A Liberté é um projeto de irmãos para irmãos
sem fins lucrativos, qualquer Maçom de
potencia regular que desejar enviar um artigo
para publicação ou divulgação de uma Loja,
Capitulo, Bethel ou seu trabalho no mundo
profano basta entrar em contato pelo e-mail
contato@lojaliberdade.com.br

Agradecemos a todos os irmãos que leem,

compartilham, contribuem a cada edição.

T.F.A
Ir∴ Diego Lomanto - Liberdade N° 1 - GLEB
Ir∴ Marco Cordeiro - Liberdade N° 1 - GLEB
Ir∴ Aderbal Santos - Liberdade N° 1 - GLEB
Ir ∴ Eugenio Tschelakow - Liberdade N° 1 - GLEB
 45 ANOS DA RECONCILIAÇAO
DA IGREJA COM A MAÇONARIA
I R . E U G E N I O ∴
∴ ∴ ∴ ∴ ∴
T S C H E L A K O W - A
1 , G L E B - S A L V A D O R
Visita do Arcebispo Primaz do Brasil Cardeal Dom Avelar Brandão Vilela à Loja Maçônica
Liberdade em 1976.
INTRODUÇÃO
Este capítulo trata de dois acontecimentos fundamentais
para uma futura reconciliação entre a Igreja Católica e a
Maçonaria. Primeiro, foi a Missa ministrada pelo Cardeal
Primaz do Brasil Dom Avelar Brandão Vilela para a
Família Maçônica da Loja Liberdade no Natal de 1975,
celebrada na catedral de Salvador. Posteriormente, em 11
de junho de 1976 o Arcebispo, a convite da Loja
Liberdade, é recebido no Salão Nobre da Grande Loja da
Bahia, acompanhado dos monsenhores Sadock e Eugenio
Veiga, sendo homenageado com o diploma de “Grande
Benfeitor da Maçonaria”. O jornal A Tribuna da Bahia
assim relatava esta visita na sua edição do dia 12 de
junho: “Na passagem de Dom Avelar, os guardas do
templo uniram suas espadas para que o Cardeal passasse
sob elas, enquanto as senhoras da Ala da Fraternidade
jogavam pétalas de rosas sobre sua cabeça. Logo foi
conduzido ao Trono de Salomão onde se encontravam as
mais altas autoridades da Maçonaria”.
Estes dois eventos constituem o maior acontecimento na
história das relações entre a Maçonaria e a Igreja
Católica desde a primeira Bula de Excomunhão, “In
Eminenti Apostolatus Specula” do Papa Clemente XII em
1738.
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R G B L S L I B E R D A D E N °
- B A
Esta afirmação se apoia nas seguintes considerações:
a) Foi a primeira e única visita oficial, no mundo todo,
de um Arcebispo Primaz da Igreja Católica Apostólica
Romana à Maçonaria. Com efeito, nunca antes de 1976,
nem depois, um Arcebispo Primaz da Igreja Católica
visitou oficialmente uma Grande Loja Maçônica;
b) a relevância deste fato é ainda mais interessante se
consideramos ser Brasil o maior país católico do mundo
e,
c) o mais importante é que em 1975 estava vigente o
antigo artigo 2.335 do Código Canônico de 1917 que
estabelecia que "aqueles que dão seu nome à seita
maçônica, ou a outras associações do mesmo gênero, que
maquinam contra a Igreja ou contra as potestades civis
legítimas, incorrem ipso facto em excomunhão
simplesmente reservada à Sede Apostólica”, ou seja,
proibia aos católicos de filiar-se à Maçonaria sob pena
de excomunhão.
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SETEMBRO 2021 | ANO 1| EDIÇÃO 12
IGREJA E MAÇONARIA: ENFIM RECONCILIADAS
Assim titulava a imprensa da época a histórica visita do
Arcebispo Primaz do Brasil, Cardeal Dom Avelar Brandão
Vilela ao Templo Magno de Salomão da Grande Loja
Maçônica do Estado da Bahia, no dia 11 de junho de 1976.
O Arcebispo, acompanhado dos monsenhores Sadock e
Eugenio Veiga, foi homenageado com o diploma de
“Grande Benfeitor da Maçonaria”. O jornal A Tribuna da
Bahia relatava: “Na passagem de Dom Avelar, os guardas
do templo uniram suas espadas para que o Cardeal
passasse sob elas, enquanto as senhoras da Ala da
Fraternidade jogavam pétalas de rosas sobre sua cabeça.
Logo foi conduzido ao Trono de Salomão onde se
encontravam as mais altas autoridades da Maçonaria,
sentando-se ao lado direito do Grão-Mestre, Florival
Bastos Ferreira. No trono se encontravam também o
Venerável da Loja Liberdade Antônio Portela, o Past.
Grão-Mestre Adjunto Ângelo Lírio e o Grão-Mestre do
Grande Oriente da Bahia Clemenceau Teixeira. ”
Pela primeira vez na história, a máxima autoridade
católica do maior país católico do mundo, o Arcebispo
Primaz do Brasil, realizava gestos inequívocos de
reaproximação, em caráter oficial, entre ambas as
instituições.
Seis meses antes, esses entendimentos começaram com a
também histórica celebração da Missa Solene para a
família maçônica da Bahia, comemorativa do 30°
aniversário da Loja Liberdade N° 1, a primeira da Bahia e
uma das mais antigas do Brasil. Era o Natal de 1975 e o
local, a Catedral Basílica de Salvador. Nesse sentido a
Revista Veja na sua edição de 7 de janeiro de 1976
escrevia: “Maçons na Missa. Católicos e maçônicos
terminaram o ano em paz- pelo menos na Bahia. E citava
o Grão-Mestre da Grande Loja Unida da Bahia, Florival
Bastos Ferreira: ‘Nossa terra é o ponto de partida para a
união mundial da Igreja e da Maçonaria’, e também ao
Cardeal dom Avelar Brandao Vilela: ‘Esse encontro vale
como atestado de nossos propósitos comuns de bem
servir a Deus a ao próximo’. Já o Jornal A Tarde, de
Salvador, titulava: “Igreja e Maçonaria reconciliam-se no
Natal” e publicava o Convite da Maçonaria para a missa,
com o “De acordo” do Cardeal Vilela. E acrescentava:
“Trata-se de um documento histórico, de real
significação, pois representa um passo decisivo na
reconciliação entre a Igreja e a Maçonaria. ”
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BREVE SÍNTESE DA ORIGEM DA MAÇONARIA
Na Idade Média, as corporações de maçons – em francês
e inglês: construtores- estavam totalmente vinculadas à
Igreja Católica, como também o estavam outros grêmios
tais como os sapateiros, alfaiates, as costureiras etc. Suas
normas, estatutos, propósitos e acionar estavam regidos
pelos bispos e até pelo Papa. Nesse sentido, podemos
dizer que a Maçonaria operativa era a filha direta da
Igreja. Inclusive, depois da Reforma Protestante, as
corporações e guildas da Idade Média continuariam
mantendo, em seus estatutos e nos usos e costumes, a
fidelidade á Igreja da região ou pais onde atuavam.
Existem dezenas de supostas explicações sobre a origem
da Maçonaria, tais como a Atlântida, os Lêmures, os
construtores das Pirâmides egípcias ou Maias, os
druidas, os celtas, os essênios, o círculo íntimo de Jesus
Cristo, e muitos outros mais. Os que cobraram certa
relevância foram a influência dos Cavaleiros Templários
e a teoria da transição entre Maçonaria Operativa e a
Especulativa. A Grande Loja da Inglaterra afirma que a
origem da Maçonaria se “perde nos tempos”. Descartados
os argumentos que carecem de análise cientifica, só
temos como válida, a princípio, a teoria da transição:
como escreveu o historiador Harry Carr, “a maçonaria
não é milenar, ela é medieval”. Desta maneira, a maioria
dos historiadores chama de “Maçonaria Especulativa” a
instituição nascida em 1717, entendendo que seria uma
continuação, uma transição, da Maçonaria Operativa,
nascida na Idade Média, para a Maçonaria moderna como
hoje a entendemos. Dito de outra maneira, uma transição
entre os antigos pedreiros e os novos gentil homens. O
historiador David Stevenson demonstra que em 1710
existiam em Escócia registros de 25 Lojas operativas e
que quase nenhuma virou “especulativa”. Todavia, temos
a antiga Loja de Edimburgo (Mary’s Chapel) n°1, que
mantem em seu museu o primeiro ritual de cunho
especulativo, O Register House de 1697 como assim
também o original do primeiro Estatuto Shaw de 1598; e
temos a Grande Loja de York, anterior a Grande Loja de
Inglaterra, que praticamente já não tinhas a funções de
corporação da construção e sim de “clube de homens”.
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SETEMBRO 2021 | ANO 1| EDIÇÃO 12
A pergunta é simples: porque destas Lojas, que foram
operativas e viraram especulativas, em Edimburgo e em
York, atuantes muitos anos antes de 1717, não surgiu a
Maçonaria moderna tal como hoje a conhecemos? Nossa
opinião e que, se não fosse a Inglaterra, essas instituições
teriam caído no esquecimento, ou se transformado em
clubes de bridge ou simplesmente teriam os seus prédios
demolidos como foi o caso da Capela de Maria demolida
em 1787, sendo que a Loja de Edimburgo, já fazendo parte
da Grande Loja da Escócia nos moldes ingleses da nova
Maçonaria, se trasladou em 1893 a seu atual prédio cito
em 19 Hill Street na New Town.
Ao longo de anos de estudos, nossas pesquisas nos
levaram a interpretação de que não houve tal transição e
sim uma reinvenção da Maçonaria que, no entanto,
adoptou, conservou e reinterpretou as ferramentas dos
maçons operativos (maço, esquadro, regra, cinzel etc.)
ilustrando novas simbologias de cunho moral, veladas
por alegorias, com finalidades didáticas, visando o
aperfeiçoamento do homem. Outras correntes de
pensamento e filosóficas foram se incorporando ao
universo de estudos maçônicos, tais como a Cabala
(cristã e judaica), a alquimia (sobretudo a estudada por
Isaac Newton) e muito especialmente o Hermetismo. Da
antiga Grécia, a maçonaria, como também o cristianismo,
tem muita influência das filosofias elaboradas por
Epicuro e Platão. Desta sorte, o Dr. Diego Lomanto, atual
presidente da Loja Liberdade, classifica a origem da atual
maçonaria como sendo “uma colcha de retalhos”. Em um
sentido parecido, em nosso ensaio “Maçons e templários,
uma conexão escocesa?”, falamos em “sincretismo de
correntes” a esta perspectiva da origem da maçonaria
contemporânea.
Com base a estas considerações, nossas pesquisas nos
levam a conclusão de que em 1717 se reinventa uma nova
Maçonaria, nos moldes da Royal Society de Londres
(Sociedade Real de Londres para a Melhoria do
Conhecimento Natural) e apoiada pelos seus membros,
tendo como bisagra entre ambas as sociedades, entre
ambos os mundos, o verdadeiro idealizador desta nova
Ordem: o pastor huguenote e cientista Dr. Jean
Desaguliers.
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Surge uma Maçonaria imbuída do espírito do Iluminismo
e do Século das Luzes, baseada na ciência como observa o
irmão Aldo Mattos, e impulsionada pela nova realeza
inglesa surgida da Revolução Gloriosa de 1688 que impôs
a dinastia hannoveriana/orangista e protestante sobre a
católica dos Stuart. Cabe a articulação política ao partido
dos Wighs, representante da nova burguesia comercial e
industrial, de clara orientação liberal que começava a se
consolidar e fortalecer no início do século XVII, sobe o
comando do Primeiro Ministro Robert Walpole.
Atualmente, os historiadores Dévrig Mollès, Alain Bauer,
Robert Lomas, entre outros, explicam o nascimento da
Maçonaria utilizando os parâmetros acima enunciados.
Curiosamente, os historiadores jesuítas José Ferrer
Benimeli, Valerio Alberton e Giovanni Caprile, também
colocam a Maçonaria mais próxima como sendo um
produto do Iluminismo do que uma continuidade da
Maçonaria medieval. Ferrer Benimeli em reportagem
realizada em Uruguai, junho de 2012, afirma que:
”Esta associação, a Maçonaria nasce em um contexto
imediatamente posterior às guerras de religião. Em nome
de deus se havia matado tanta gente e isso podemos
compreender hoje talvez melhor com a experiência
fundamentalista de muitos países, e nasce com uma ideia
de tolerância, de busca, de fraternidade, de liberdade entre
as pessoas que pensam de forma diferente, não só no campo
político, mas também no campo religioso e no domínio
cultural. Esta foi a origem.”
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SITUAÇAO DOS CATOLICOS MAÇONS EM 1975/1976
A Bula In Eminenti do Papa Clemente VII de 1738
excomunga a Maçonaria.
Quando a atual Maçonaria começou a expandir-se
vertiginosamente pelo mundo, na década de 1730, alguns
governos europeus, visando um eventual perigo à
segurança do Estado, proibiram momentaneamente as
reuniões de maçons.
A primeira condenação pelo Vaticanos contra a
Maçonaria moderna foi realizada em 28 de setembro de
1738 com a Carta Apostólica “In Eminenti” do Papa
Clemente VII. As acusações eram basicamente três:
1. realização de reuniões e juramentos secretos,
2. reuniões de pessoas de diferentes religiões, e
3. “por razões só por Nós (o Papa) conhecidas”.
Posteriormente houve outras 20 condenações pontifícias
realizadas por oito Papas, a última mais importante foi a
de 20 de abril de 1884 quando o Papa Leão XIII elabora o
mais direto e amplo documento deletério contra a
Maçonaria. Em sua encíclica Humanum Genus, o papa
corrobora as condenações dos seus precedentes e
reafirma o compromisso da Igreja Católica no confronto
à Maçonaria. Assim:
“A seita da Maçonaria mostra-se insolente e orgulhosa de
seu sucesso, e parece que ela não colocará limites à sua
pertinácia. Seus seguidores, ajuntados por perversos
acordos e por conselhos secretos, ajudam-se uns aos outros,
e excitam-se uns aos outros a uma audácia nas coisas
malignas.”
Para se defender da Maçonaria, Leão XIII implora o
auxílio direto da Virgem Maria, o Arcanjo Miguel, José
esposo de Maria e patrono da Igreja e os Apóstolos Pedro
e Paulo.
“Um ataque tão veemente exige uma igual defesa...Tomemos
como nossa auxiliadora e intercessora a Virgem Maria,
Mãe de Deus, para que ela, que desde o momento de sua
concepção derrotou Satanás possa mostrar seu poder sobre
estas seitas malignas,
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nas quais revive o contumaz espírito do demônio,
juntamente com sua perfídia insubmissa e enganosa.
Imploremos a Miguel, o príncipe dos anjos celestes, que
lançou fora o infernal inimigo; e José, o esposo da
santíssima Virgem, e patrono celeste da Igreja Católica; e
os grandes Apóstolos, Pedro e Paulo, os pais e campeões
vitoriosos da fé Cristã. Por seu patrocínio, e pela
perseverança na união de oração, Nós esperamos que
Deus irá misericordiosamente e oportunamente socorrer
o gênero humano, que é rodeado por tantos perigos.”
Carta Encíclica Humanum Genus do Sumo pontífice Papa
Leão XIII, vatican.va/humanum-genus.html
Em 1917 é promulgado o Antigo Código de Direito
Canónico, sob o pontificado de Benedito XV, que condena
a Maçonaria explicitamente nos cânones 684, 1.349 y
2.335. Uma vez editado o Código Canônico e sendo ele a
normativa máxima da Igreja Católica, cessam totalmente
as bulas papais fazendo qualquer referência a Maçonaria.
Esta situação iria mudar, 66 anos depois, quando, como
consequência do Concilio Vaticano II, se redige um novo
Código Canônico que entraria em vigor o dia 27 de
novembro de 1983, onde entre outras reformas, a
Maçonaria não é mais condenada, nem sequer
mencionada.
Como consequência de todas as Bulas e demais
condenações contra a Maçonaria, no Código Canônico de
1917 a excomunhão cobra corpo legal no artigo 2.335 que
estabelecia, como vimos, que
"aqueles que dão seu nome à seita maçônica, ou a outras
associações do mesmo gênero, que maquinam contra a
Igreja ou contra as potestades civis legítimas, incorrem
ipso facto em excomunhão simplesmente reservada à
Sede Apostólica”.
Concílio Ecumênico Da Igreja Católica Vaticano II -
“uma dádiva do Espírito à sua Igreja”, São João Paulo II
O Concílio Vaticano II, XXI Concílio Ecumênico da Igreja
Católica, foi convocado no dia 25 de dezembro de 1961,
através da bula papal "Humanae salutis", pelo Papa João
XXIII. Este mesmo Papa inaugurou-o, no dia 11de outubro
de 1962. O Concílio, realizado em 4 sessões, só terminou
no dia 8 de dezembro de 1965, já sob o papado de Paulo
VI. Nestas quatro sessões, mais de 2.000 prelados
convocados de todo o planeta discutiram vários temas da
Igreja Católica.
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As suas decisões estão expressas nas 4 constituições, 9
decretos e 3 declarações elaboradas e aprovadas pelo
Concílio. (conf. Wikipedia). Precisamente, é no espirito
do Concilio Vaticano II que começaram os principais
diálogos entre católicos e demais instituições religiosas e
laicas, entre elas a Maçonaria. Brevemente, veremos
alguns pontos interessantes sobre as consequências
deste extraordinário Concilio Vaticano II. Seguimos aqui
mais uma vez ao Professor Ferrer Benimeli:
a) Em 1966/7 a Conferência Episcopal dos Países
Nórdicos (Dinamarca, Noruega Suécia, Finlândia e
Islândia) permitiu oficialmente que um maçom – que
abandonasse sua filiação a Igreja Luterana - pudesse
entrar na Igreja Católica sem quebrar o seu vínculo
maçônico. Mais uma vez se demonstra que a
excomunhão dos católicos maçons é exclusivamente de
caráter político, sem nenhuma conotação teológica.
b) Nota do Secretariado Geral do Episcopado Francês, “ a
todos e a cada Bispo”, de 7/1967 como a Grande Loja
Unida da Inglaterra e das controladas por ela não
maquinam contra a Igreja nem os poderes legítimos , não
incorrem na pena cominada no cânon 2.335.
c) Carta da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé ,
de 19/07/1974 concedendo que “ se pode seguramente
ensinar que o cânon 2.335 afeta somente os católicos
inscritos em associações que, de fato, conspiram contra a
Igreja”. Assinada pelo Prefeito Cardeal Franjo Šeper.
d) Resposta da Cúria de Nova Iorque de 24-09-1974 a uma
consulta : “ao inscrever-se alguém na Maçonaria não
incorre em excomunhão a não ser que a Loja seja
anticatólica ou anticlerical.”
e) Conclusão da Assembleia Plenária dos Episcopados da
Inglaterra e Gales de 11-14/11/1974, concedendo ao
católico que sinceramente acha que pertencer à
Maçonaria não entra em conflito com sua fé cristã, poder
pôr-se em contato com seu próprio bispo para regular
sua situação.
f) Resolução da 14 Assembleia Geral da Conferência
Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) de 27/11/1974, que é
provisória: a Igreja está disposta a rever a sua posição
com relação á Maçonaria.
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g) Resposta da Sagrada Congregação para a Doutrina da
Fé à CNBB, de 12/03/1975, determinando que para
verificar se uma associação maçônica não conspira
contra a Igreja, basta dar fé aos que nela estão
inscritos e que não se pode julgar o todo por um ou outro
de seus componentes.
h) Resposta da mesma S. Congregação à Conferência
Episcopal de S. Domingos, de 05/04/1975,
confirmandoque a Carta de 19/07/1974 é válida para
toda a Igreja.
i) Nota da Conferência Episcopal de Santo Domingos, de
29/01/1976: “não existe em si incompatibilidade entre o
ser católico praticante e ser filiado a uma associação
maçônica ou similar, a não ser que se trate de uma
associação concreta que exija ações, atitudes ou
mentalidade contrarias à fé cristã ou à Igreja”.
Conclusão: em 1975 e 1976 uma importante linha política
da Igreja Católica Apostólica Romana aceitava que um
católico maçom, que não maquinava contra a igreja ou
contra as potestades civis legítimas, não estava de fato
excomungado. Esta corrente teve seu grande teste
produzido no Brasil, maior país católico do mundo, com a
realização dos extraordinários eventos aqui analisados.
AS NEGOCIAÇÕES SECRETAS ENTRE A IGREJA E A
MAÇONARIA NA BAHIA, 1975.
A missa celebrada em 1975 e a visita à Maçonaria em 1976,
realizadas pelo Cardeal Dom Avelar Brandão Vilela,
tiveram uma repercussão extraordinária, como o relatam
os padres jesuítas, professores José Ferrer Benimeli,
Antonio Caprile e Valério Alberton, no esclarecedor livro
“Maçonaria e Igreja Católica”. Escreveram: “... a insólita
missa celebrada no Natal de 1975 na Loja Liberdade teve
enorme repercussão tanto no Brasil como no exterior,
provocando iras de alguns e aplausos de outros”.
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O Cardeal Vilela em correspondência a CNBB escreveu:
“Após cuidados e sérios contatos verbais e escritos,
julguei-me com certeza moral suficiente para atender ao
pedido da missa. Estou absolutamente seguro de que
procedi corretamente, uma vez que a Loja, pelos seus
mais altos representantes, deu-me os elementos capazes
de julgá-la como instituição que não conspira contra a
Igreja”. (O sublinhado é nosso).
Esses elementos aos que se refere o Cardeal Vilela estão,
após várias reuniões celebradas entre ambas as
instituições, contidos em extensa missiva que a Loja
Liberdade n.1 de Salvador lhe enviara em 19 de dezembro
de 1975 e que em seu ponto décimo expressa
“... Por que motivo perdemos tanto tempo trabalhando
paralelamente, e não de mãos dados, pela grande causa da
fraternidade humana, se tudo que fazemos, fazemo-lo para
glória de Deus?...Diante de tudo isso é que, Eminência,
resolveu a Maçonaria baiana dar os primeiros passos
decisivos para um reencontro de amor, para uma definição
de luta em termos daquele bom combate a que se refere o
apóstolo Paulo...Assim pois, vimos rogar-lhe humildemente
que defira o nosso pedido e que atenda aos nossos anseios
cristãos, celebrando, por ensejo do Natal, a Santa Missa de
amor para toda a fraternidade maçônica do Oriente da
Bahia...Segundo São Mateus, “qual é o homem que, se seu
filho pede pão, lhe dará uma pedra?...Pedimos Eminência, o
pão do espírito.” Respeitosa e fraternalmente, Antonio
Carlos Portela, (Venerável Mestre da Loja Liberdade #1),
José Egypto Pereira (Orador), Walfrido Moraes (Grande
Orador da Grande Loja Unida da Bahia) e Florival Bastos
Ferreira (Grão-Mestre da GLUB).
Respondendo a este pedido, o Cardeal Dom Avelar
Brandão Vilela escreveu em 21 de dezembro de 1975 que
“... em face do teor das ideias filosóficas, religiosas e sociais
da loja maçônica “Liberdade n.1” da Grande Loja Unida da
Bahia, achei por bem aceitar o convite... entendo que no
momento em que uma loja maçônica manifesta os
sentimentos que essa transmitiu, de forma tão sincera, ao
mais alto representante da Igreja católica da Bahia, não me
seria lícito recusar esse apelo... pode-se com segurança
afirmar que... o cânon 2.335 (excomunhão aos maçons) só se
aplica aos católicos que derem o nome a uma instituição
que, de fato, conspire contra a Igreja.”
09
No dia seguinte o Cardeal escreveu ao Núncio Apostólico
Dom Carmine Rocco explicando que:
“.... Não me dirigi a todas as lojas nem muito menos a todos
os ramos da Maçonaria. Estou certo de que prestei um
serviço à Igreja, dando um passo na linha do entendimento
real entre Igreja e Maçonaria. Muitos desses maçons já
viviam participando de cursilhos e de outros movimentos e
frequentemente da eucaristia. Durante a missa, houve
momentos como, por exemplo, na ora da paz, quando houve
lágrimas de dezenas de homens”.
As duas participações do Cardeal – Missa de Natal e
visita à Maçonaria – foram consignadas em Atas
redigidas pelo então Secretário da Loja Liberdade, nosso
saudoso Roque Fraga. Analisemos o que dizem tais atas
(chamadas de balaústres) das reuniões da Loja Liberdade,
lavradas sobre a celebração da Missa de Natal de 1975 na
Catedral Basílica de Salvador para a Família Maçônica, e
sobre a visita realizada pelo Cardeal Brandão Vilela ao
Palácio Maçônico da Grande Loja da Bahia em 11 de junho
de 1976, ambos os eventos organizados pela Loja
Maçônica Liberdade.
Missa de Natal na Catedral de Salvador. Balaústre n. 653
Vemos na página 181 do Livro de Atas da Loja Liberdade a
Ata que descreve a Missa Solene de Natal realizada na
Catedral de Salvador, Bahia, oferecida a toda a família
maçônica.
“Balaústre N. 653 - Sessão ordinária da Augusta
Respeitável e Benemérita Loja Liberdade, n.1 da GLUB,
realizada aos onze dias do mês de fevereiro de 1976, no
local e hora de costume, com a participação de 18 irmãos
do quadro e 01 irmão visitante. Antônio Carlos Portela –
Venerável Mestre, Eurico Pires da Costa – 1° Vigilante e
Pedro Borges dos Anjos - 2 ° Vigilante ad hoc Orador –
Walfrido Morais, Secretario- Roque dos Santos Fraga,
Tesoureiro Carlos Agenor Barroso, Chanceler José
Gonzales da Silva e Mestre de Cerimonias Ruy Veloso
Leal, procedem a abertura dos trabalhos
ritualisticamente (...) O Venerável referindo-se aos
entendimentos com a Igreja, cuja vitória final se fez com
a realização da missa, que não seria possível sem a
brilhante e efetiva colaboração do irmão Walfrido Morais
e dos concursos dos irmãos José de Egypto e Waldir de
Araújo Castro (...)
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O irmão Orador ressalta a brilhante atuação do
Venerável nos trabalhos e conversações que
encaminhavam a Igreja e a Maçonaria para o encontro
aos pés do Senhor dos Mundos, cujos feitos estavam
registrados em documentos de caráter histórico e, em se
tratando da ordem Maçônica e da História, declara, se faz
mister registrar tais documentos e feitos em Balaústre
para que possam ser transmitidos àqueles que vierem
depois de nós a fim de que estes possam orgulhar-se se
nós como nos orgulhamos agora dos feitos passados.
Assinado Roque dos Santos Fraga- Secretario, Antônio
Carlos Portela- Venerável Mestre. Pedro Borges dos
Anjos – Orador. ”
Visita histórica à Loja Liberdade e a GLUB. Balaústre n.
668
Já o Balaústre 668 foi redigido durante a histórica visita
do Cardeal Dom Avelar Bandão Vilela à Loja Maçônica
Liberdade que, como fora dito, foi realizada no dia 11 de
junho de 1976 no Edifício do Palácio Maçônico da Grande
Loja Unida da Bahia, no Templo de Salomão. Vamos
transcrever – em caráter inédito- os principais
parágrafos desta Ata para consideração e analise. Ela foi
brilhantemente registrada pelo Secretário da Loja, Roque
dos Santos Fraga, enquanto se sucediam os
extraordinários momentos da visita que constituíram um
marco histórico, único, entre as relações Igreja –
Maçonaria. Não resulta exagerado afirmar que essa
reunião simbolizou uma bisagra, um antes e um depois,
nos entendimentos entre ambas as instituições e que
hoje, a 45 anos vista, com certeza terão renovados
motivos de revisar – novamente – suas relações.
10
Balaústre 668 – Sessão Extraordinária da Augusta
Benemérita e Respeitável Loja Liberdade, n˚ 1 da Grande
Loja Unida da Bahia (GLUB) aos onze dias do mês de
junho de 1976, no local de costume, com a presença do
Sereníssimo Grão Mestre da GLUB Florival Bastos
Ferreira, do Sereníssimo Grão Mestre do Grande Oriente
do Brasil Clemenceau Teixeira, Representantes do
Tribunal de Justiça Maçónica, de Veneráveis e
Representantes das Loja deste Oriente, Grandes
Dignidade e Grandes Oficiais da GLUB, estando o Templo
magno completamente lotado de irmãos do quadro e
visitantes assinando por mim a tábua de traçar apenas 22
irmãos do quadro. Constituída a Cadeia das Luzes
Florival Bastos Ferreira - Sereníssimo Grão-Mestre,
Erico Pires da Costa - 1°Vigilante e Aguinaldo Aguiar -
2°Vigilant, Orador- José do Egito Pereira –Secretário -
Roque dos Santos Fraga, Tesoureiro - Carlos Agenor
Barroso e Chanceler -José Gonzales da Silva, e
trabalhando como Mestre de Cerimonias o irmão Lobão –
Grande Mestre de Cerimonias da GLUB, foi aberta a Loja
com um só golpe de malhete, hasteando-se o Pavilhão
Nacional e transformando-se, a seguir, os trabalhos em
festa branca, sessão festiva de recepção ao Cardeal D.
Avelar Brandão Vilela, deu-se entrada às Cunhadas, às
Dignidades Eclesiásticas – D. Eugenio Veiga e Mons.
Gaspar Sadock da Natividade – que acompanharam ao
Cardeal e logo após, ao próprio Cardeal da Silva, que foi
recebido ao som do Hino ao Senhor do Bonfim e sob uma
chuva de pétalas de rosas, atiradas pelas cunhadas. A
seguir foi designada uma Comitiva: tendo à frente o
Venerável Mestre Antônio Carlos Portela, que
recolhendo e estandarte da Loja leva-o à Secretaria e
retorna com o novo estandarte e, sob os aplausos de toda
a Loja o conduz ao Oriente, onde, no sólio, é abençoado
pelo Cardeal que profere as seguintes palavras: “Para que
a verdade brilhe na consciência dos homens que buscam
a concórdia, a felicidade e a Paz, abençoamos este
estandarte em nome do + Pai, do + Filho e do + Espirito.:
Santo”.
Utilizando-se da palavra, D. Avelar saúda as autoridades
e demais membros da Maçonaria, às senhoras e os
obreiros presentes, com o título de Meus Irmãos. A
seguir, diz: “Nesta hora, tenho a dizer duas palavras-
Uma palavra escrita que representa o pensamento da
Igreja oficial, e a minha própria palavra como Pastor da
Arquidiocese de S. Salvador da Bahia. A Igreja Católica é
uma instituição espiritual e social, de âmbito universal,
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SETEMBRO 2021 | ANO 1| EDIÇÃO 12
cujo chefe supremo o Santo Padre, no momento Paulo VI,
gloriosamente reinante. Possui esta Igreja uma Carta
Constitucional, de âmbito também universal, que se
chama Código de Direito Canônico, atualmente em fase
de reelaboração, em fase de reestruturação, depois de
realizado o Concilio Vaticano II, que abriu novos
caminhos para a caminhada histórica da Igreja. Dentro
deste quadro universal, institucional, da Igreja, eu me
coloco, lendo a primeira página e logo depois passo a
falar com a inteligência e o coração abertos, para a
possibilidade histórica deste instante. Esta é uma visita
de cortesia que faço à Loja Liberdade, atendendo ao
delicado e atencioso convite que me foi dirigido. Esta
Venerável Loja, outorgou-me, com a aquiescência do
Sereníssimo Grão-Mestre o Título de Grande Benfeitor
pelos serviços que venho prestando à obra de
aproximação dialogal e de reconciliação espiritual entre
a Igreja e a Maçonaria. “Meus amigos, dentro da
sociedade moderna, paradoxalmente marcada pelos
anseios de fraternidade e pela violência das guerras
intempestivas, as ideias e os conceitos praticados e
defendidos por muitos, vivem ao lado de teses amparadas
e defendidas por outros. A verificação dessa realidade,
leva-me a aceitar, como fato, a existência de um mundo
pluralista que, se de um lado é capaz de gerar novas
criaturas com possibilidades de atuação no cenário da
vida de outros, pode, também, entrar num processo de
pulverização do comportamento humano e perder
elementos essenciais do seu inalienável patrimônio
cultural, religioso e moral. Aqui, nesse relacionamento,
presidido pela boa vontade e pelas retas intenções não se
trata, todos nós sabemos, todos nós o entendemos, na
pureza dos nossos sentimentos; não se trata de golpe de
inteligência ou de diplomacia, da Igreja pretender fincar
raízes nos quadros oficiais da Maçonaria ou da
Maçonaria intentar montar serviços e presença dentro
da instituição eclesial; tais atitudes, estariam maculadas
na sua origem.
Trata-se, isso sim de, no confronto de ideias respeitadas,
de pessoas e organizações adultas, como somos nós,
descobrirmos os pontos de convergência, os elementos
de aproximação, o crivo dos pensamentos comuns,
enquanto se tenta esclarecer a série de equívocos
históricos, perturbadores da boa convivência humana e
social, de onde e quando, em razão das próprias
exigências da Lei Natural,
11
onde posições filosóficas ou religiosas diferentes não se
conseguem alcançar a unanimidade dos pontos de vista,
em que haja o respeito bilateral, a capacidade da mútua
compreensão e da tolerância; em qualquer hipótese, o
desejo sincero de cooperação na tentativa de
resolvermos problemas de comprovado interesse
coletivo.” Continuando, diz o Cardeal: “Dentro dessa
paisagem espiritual, cultural e histórica, aqui me
encontro, inteiramente à vontade como Cardeal
Arcebispo de S. Salvador da Bahia, membro integrante da
Conferência Nacional de Bispos do Brasil, ligado, por
razão de fé, de doutrina e disciplina, ao Chefe Supremo
da Igreja Católica o Santo Padre- Paulo VI, que tanto vem
sofrendo em defensa da justiça social e da Democracia,
nos tempos atuais. Agradeço comovido o gesto
cavalheiresco e sumamente significativo para mim, da
Loja Liberdade, que hoje 11 de junho, dia do aniversário
do Venerável Antônio Carlos Portela, me concede, pelas
mãos do Grão Mestre Florival Bastos Ferreira, o título de
Grande Benfeitor; as palavras carinhosas e elevadas do
Grande Orador – Walfrido Morais, saudando-me nesta
Casa, neste Templo, me sensibilizaram profundamente.
Que Deus nos inspire no incentivo da Paz, da Concórdia,
do Progresso Moral e social da humanidade.” Meus
amigos, continua, “uma palavra a mais vos devo dizer
nesta hora. Quero agradecer, sensibilizado, a maneira
correta, alta e digna e nobre, como esta instituição
Maçônica me recebe nesta noite. A presença da mulher
baiana nesta casa e neste Templo, companheira dedicada
de seus esposos, obreiros desta obra e desta Casa; a
presença das senhoras, delicadas, suave, feminina, esta
presença representa o calor da Família, a uma instituição
que luta por grandes ideais de solidariedade e de
fraternidade humana. Muito obrigado pela sua presença”
Assim concluímos a analise destes extraordinários
eventos com a transcrição destas duas históricas Atas da
Loja Liberdade, redigidas, como falamos, magistralmente
pelo nosso querido e saudoso Roque Fraga.
SITUAÇAO ATUAL DOS CATOLICOS MAÇONS
Conforme opinião do padre Jose Ferrer Benimeli, na obra
Masonería y religión: convergencias, oposición,
¿incompatibilidad? , a situação do católico maçom estaria
assim configurada.
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SETEMBRO 2021 | ANO 1| EDIÇÃO 12
O atual cânon 1.374 não fala explicitamente da maçonaria
nem estabelece a pena de excomunhão latae sententiae
(não declarada) contra a sua pertença. O tipo delitivo aí
configurado é o de se inscrever numa associação que
maquina contra a Igreja, porem já não sanciona ipso facto
a filiação à maçonaria como tal. Isto é, parece que se
admite que nem todas as agrupações maçônicas
maquinam contra a Igreja Católica nem são um perigo
para a fé católica. Todavia, a 26 de novembro de 1983 o
Cardeal Ratzinger, em seu caráter de Prefeito da
Congregação para a Doutrina da Fé, estabelece que a
Maçonaria continua excomungada, contrariando assim o
novo Código Canônico da Igreja Católica. A Declaratio,
emitida um dia antes da entrada em vigor do Código
Canônico, diz:
“Os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão
em estado de pecado grave, e não podem aproximar-se da
Sagrada Comunhão.”
Consequentemente se infere que o fiel católico não pode
se inscrever a uma agrupação maçônica e, quem assim o
faz, se coloca em uma situação de pecado grave. Isto
significa basicamente o seguinte:
1. El fiel católico que se adscreve a una agrupação
maçônica no perde sua condição de católico, nem queda
excomungado: é um católico que se encontra em una
situação irregular dentro da comunidade eclesial: quer
dizer que objetivamente seu estado de vida es contrário
ao fixado pela Igreja.
2. O estado objetivo de pecado grave em que se
encontram estes fies leva a perda do exercício de uma
série de direitos na comunidade eclesial, entre outros,
estão vedados a recepção dasagrada comunhão (cânon
915), a absolvição sacramental (cânones 980;987), o
sacramento da unção dos enfermos (cânon 1007), a
celebração de matrimonio (cânon 1071,§1, 4º); ser
padrinhos nos sacramentos de batismo (cânon 874, §1, 3º)
e de confirmação (cânon 893, §1).
Já conforme nossas pesquisas, entendemos que os
católicos maçons não estão legalmente excomungados
nem sequer em estado de pecado grave. Todavia, as
autoridades da Igreja Católica os condenam a não aceder
á Santa Comunhão e sofrer as demais penalidades, tudo
isso decorrente da Declaratio do Dr. Joseph Ratzinger.
12
Uma vez sancionado o Código e sendo ele a máxima
autoridade legal dos católicos, nem o Papa pode
modificar – aliás, ele deve defender seu fiel cumprimento
–. Depois de 1983 não houve mais bulas papais
antimaçônicas. Isso é consequência da aplicação dos
princípios do Direito Romano que colocam o Código
Canônico como o ápice da pirâmide da superestrutura
jurídica do Vaticano. Numa eventual Pirâmide de Kelsen,
os Concílios estão no vértice, depois o Código Canônico,
seguido dos Decretos Papais (Bulas), Moto
(esclarecimentos das normas do Código Canônico) as
Resoluções das Congregações Nacionais de Bispos e as
Declarações da Sagrada Congregação para a Doutrina da
Fé (antiga Inquisição). Nada está por cima da lei canônica.
Nada, nem ninguém.
A única possibilidade de modificar seus efeitos – como se
pode fazer com qualquer lei no mundo civilizado – é
mediante uma nova lei ou através da interpretação dela,
e eventualmente da aprovação de novas normativas,
visando uma atenuação da gravidade da pena ou inclusive
da sua não aplicação em especiais circunstâncias. Mas
nunca pode existir a agravação da pena, via
interpretação. Muito menos a criação de normas
mediante subterfúgios de duvidosa legalidade. As leis
penais têm interpretação estrita e restritiva, e nunca
ampla sendo vedada a interpretação da lei penal por
analogia.
Talvez, um dia, possamos ver a reconciliação da Igreja
com a Maçonaria, como foi, por aqueles maravilhosos
meses transcorridos entre a Missa Solene para a Família
Maçônica em 1975 e a visita de Dom Avelar Brandao
Vilela à Maçonaria baiana em 11 de junho de 1976.
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BIBLIOGRAFIA

Atas da Loja Liberdade n.1, Arquivos da Biblioteca Udo

Schleusner, Salvador, 2020
BBC Brasil site, Argentina acompanha visita do papa ao
Brasil por telão, julho 2013.
Baigent, M. e Leigh, R. -A Inquisição, Ed. Imago, Rio de
Janeiro, 1999.
Benimeli J.A.F, Caprile G., Alberton – Maçonaria e Igreja
Católica, Ed. Paulus, São Paulo, 1998
Benimeli, J.A.F. –Arquivos Secretos do Vaticano e a Franco
Maçonaria. Ed. Madras, São Paulo, 2007
Benimeli, J.A.F- Masonería y religión: convergencias,
oposición, ¿incompatibilidad?, Madrid, 1996,
Benimeli, J.A.F , Entrevista pelo jornalista Emiliano Cotelo
em Montevidéu, 31/05/2012, Bibliot3ca J. Filardo
Hortal, Jesus – Maçonaria e Igreja- Estudos da CNBB, Ed.
Paulinas, São Paulo, 1993
Dévrig Mollès, Iglesia y Masoneria, Revista Brasileira de
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Martins Terra, J.E. – Maçonaria e Igreja Católica, Ed.
Santuário , Aparecida - SP, 1996
Edson Luiz Sampel, Os maçons não estão excomungados!
Sociedade Brasileira de Canonistas, site.
Joao Paulo II, Código de Direito Canônico, Conferência
Episcopal Portuguesa, 1983
Joao Paulo II, Carta Apostólica "Ecclesia Dei“, 02 de julho
de 1988.
Leon XIII, Humanum Genus, Carta Encíclica sobre a
Maçonaria, 1884, vatican.va
 A Maçonaria e a PNL
I R . E V A N D R O D E A L M E I D A
E S T R E L A D O S U L
Este material se destina a apresentar aos irmãos Maçons,
ensinamentos da Programação Neurolinguística,
doravante PNL, que vão ao encontro aos princípios
filosóficos da Maçonaria. Objetiva apresentar alguns
conceitos básicos postulados pela PNL além de buscar
despertar a Consciência dos Irmãos para uma Ciência
relativamente nova e eficiente que proporciona a
possibilidade de nos auxiliar no Caminho para Evolução
no Autoconhecimento.
A Maçonaria, além de preservar e ensinar
conhecimentos esotéricos de civilizações passadas,
sempre foi e será uma escola de formação Humanística.
O Maçom, desde sua Iniciação, tem por objetivo, uma
dupla finalidade: o aperfeiçoamento de si mesmo e a
contribuição para a construção positiva da Humanidade.
Ao desenvolver-se o indivíduo, desenvolve-se a
Humanidade como um todo.
A Maçonaria transforma o indivíduo BOM num indivíduo
MELHOR. Esse também é um dos Pressupostos da PNL –
“As pessoas já possuem dentro de si todos os recursos
necessários para realizar as mudanças desejadas”; já
existe, interiormente, algo intrinsecamente BOM, apenas
aguardando uma razão ou impulso para o despertar
14
G O U V E I A S O B R I N H O - L O J A
N ° 5 4 , G L E B - B A
Segundo a PNL, o Ser Humano pode se tornar o que
desejar ser: Para que ser você mesmo, se você pode ser
alguém MELHOR? Essa capacidade oculta ou até mesmo
adormecida, existe em todos os indivíduos. É possível
despertá-la, através de um esforço pessoal, mas
também pela ajuda de Mestres sábios e experientes. Na
Maçonaria a Iniciação de um candidato, visa levá-lo ao
aperfeiçoamento da sua Pessoa e do seu Espírito,
levando em conta a capacidade individual presente no
Coração e no Cérebro de cada um.
Alguns conceitos da PNL se entrelaçam com os da
Maçonaria. A finalidade principal de ambas é
semelhante: proporcionar ferramentas para o
desenvolvimento possibilitando a evolução individual e
consequentemente coletiva.
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A PNL deve ser entendida como um conjunto de técnicas
que ensinam a reconhecer os processos internos das
pessoas através da identificação dos padrões da
Linguagem Verbal e da Não Verbal. Estuda e propicia o
entendimento da comunicação do indivíduo consigo
mesmo, com as outras pessoas e com os estímulos
externos. Desta forma, é uma forma sistematizada de
estudar como a Linguagem, nos seus aspectos Verbal,
Vocal e Não Verbal, estimula o Sistema Nervoso Central
tanto do Emissor quanto do Receptor. Estuda e
compreende as formas de conduzir o Cérebro, de uma
maneira mais sistemática e eficiente, a conseguir os
resultados planejados e desejados. Estuda a maneira
como são filtradas, através dos 5 sentidos, as
experiências obtidas no mundo externo por cada
indivíduo, e como esses mesmos sentidos internos são
usados, com ou sem intenção, para conseguir os objetivos
almejados.
A nomenclatura Programação Neurolinguística vem de:
Programação. Isto é: a instalação de um plano ou
procedimento, referindo-se à maneira como programar
pensamentos e comportamentos.
Neuro, referindo-se ao Cérebro: aos órgãos dos sentidos
utilizados nos processos internos de pensamento e aos
processos neurológicos que permitem ver, ouvir, sentir,
saborear e cheirar possibilitando experimentar o mundo
externo. Toda compreensão e o que descrevemos como
consciência chega ao Cérebro por meio dessas janelas
neurais. Ou simplesmente a mente e como pensamos.
Linguística, referindo-se à Linguagem: linguagem que
ocorre tanto na comunicação com os demais, como na
maneira como são organizados os pensamentos. Ensina a
usar a forma de comunicação do dia a dia para pensar
mais eficientemente e desenvolver um comportamento
mais útil e coordenado com o desejado pelo indivíduo. Ou
simplesmente a linguagem e como ela nos afeta.
15
Ao ensinar a usar eficientemente a Linguagem Verbal
(interna e externa) e a Linguagem Não Verbal (corporal),
utiliza técnicas e procedimentos que, vão auxiliar as
pessoas a atingir mais rapidamente seus objetivos, que
podem ser os mais variados como: melhorar a saúde
(física, mental e emocional), comunicar-se eficazmente
(no trabalho, na Família), livrar-se de comportamentos
indesejados (álcool, tabaco, drogas, fobias, estresse,
compulsões), motivação no trabalho, etc. Auxilia desta
forma a vencer as paixões, submeter à vontade e fazer
progressos pessoais.
É um Método de produzir mudanças profundas mesmo
num curto tempo de intervenção além de possibilitar a
sua manutenção, melhorando a qualidade de vida de
quem a utiliza.
A PNL é a arte e a ciência da excelência pessoal. Arte,
porque a maneira de pensar e agir é específica em cada
um, e qualquer descrição (sentimentos, atitudes, crenças,
etc.), será sempre subjetiva. É também ciência, embora
ainda embrionária, porque incorpora métodos bem
pesquisados que podem ser usados para identificar
padrões do comportamento bem sucedido.
Para mudar o que queremos, precisamos mudar a
maneira como fomos projetados para mudar. Praticando
a PNL você poderá:
Ser responsável por sua própria motivação.
Criar um futuro atraente e um caminho pessoal para
alcançá-lo.
Construir relacionamentos mais íntimos e aprimorar
suas técnicas de persuasão. Alterar na memória as
impressões causadas por experiências negativas no
Passado que possam ter comprometido o seu
desenvolvimento.
Intensificar a sua auto valorização e auto estima.
Criar uma plena atitude mental positiva.
Ter melhor acesso ao seu desempenho máximo.
Identificando o que caracteriza os grandes
realizadores, os mapas mentais que os fizeram ter
sucesso.
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Se quisermos mudar os resultados que obtemos, teremos
então que mudar os pensamentos, ações e sentimentos
que os produzem. Uma vez tendo compreendido
especificamente como criamos e mantemos nossos
pensamentos e sensações mais íntimas, será questão
apenas de mudarmos para outros mais úteis ou, se
encontrarmos outros melhores, ensiná-los às outras
pessoas.
Os Pressupostos da PNL são o fundamento para se fazer
exatamente isso.
O Mapa não é o Território. Nossos sentidos, Crenças (de
um modo geral) e experiências passadas nos
proporcionam o material necessário para a confecção de
nossos Mapas Mentais sobre a realidade que capturamos
do Mundo exterior. Estes Mapas Mentais do Mundo não
são o Mundo. Reagimos aos nossos mapas em vez de
reagir diretamente ao mundo. Mapas Mentais,
especialmente sensações e interpretações, podem ser
atualizados com mais facilidade do que se pode mudar o
mundo.
As experiências possuem uma estrutura. Nossos
pensamentos e recordações possuem um padrão. Quando
mudamos este padrão e estrutura, nossa experiência
muda automaticamente. Podemos neutralizar
lembranças desagradáveis e enriquecer as que nos serão
úteis. Se uma pessoa pode fazer algo, todos podem
aprender a fazê-lo também. Podemos aprender como é o
mapa mental de um grande realizador e fazê-lo nosso.
É impossível NÃO se comunicar. Estamos sempre nos
comunicando, pelo menos não verbalmente, e as palavras
são quase sempre a parte menos importante. Um suspiro,
sorriso ou olhar são formas de comunicação. Até nossos
pensamentos são formas de nós comunicarmos conosco,
e eles se revelam aos outros pelos nossos olhos, tons de
voz, atitudes e movimentos corporais. O significado da
sua comunicação é a reação que você obtém. Os outros
recebem o que dizemos e fazemos através dos seus
mapas mentais do mundo. Quando alguém ouve algo
diferente do que tivemos a intenção de dizer, esta e a
nossa chance de observarmos que comunicação é o que
se recebe. Observar como a nossa comunicação é
recebida nos permite ajustá-la, para que da próxima vez
ela possa ser mais e clara.
16
Todo comportamento provém de uma intenção positiva.
Todos os comportamentos nocivos, prejudiciais ou
mesmo impensados tiveram um propósito positivo
originalmente. Gritar para ser ouvido. Agredir para se
defender. Esconder-se para sentir segurança. Em vez de
fazer um simples julgamento, tolerando ou condenando
essas ações, podemos separá-las da intenção positiva da
pessoa para que seja possível acrescentar novas opções
mais atualizadas e positivas para satisfazerem a mesma
intenção.
As pessoas sempre fazem a melhor escolha disponível
para elas naquele momento específico. Cada um de nós
tem a sua própria e única história. Através dela
aprendemos o que querer e como querer, o que valorizar
e como valorizar, o que aprender e como aprender. Esta é
a nossa experiência. A partir dela, devemos fazer todas as
nossas escolhas, isto é, até que outras novas e melhores
sejam acrescentadas.
Se o que você está fazendo não está funcionando, faça de
outra forma. Se você sempre faz o que sempre fez, você
sempre conseguirá o que sempre conseguiu. Se você quer
ser alguém novo, faça algo novo; especialmente quando
existem tantas alternativas. Quando as pessoas estão
aprendendo algo novo, existe uma tentação muito grande
de transformar isso em alguma coisa que já conhecem.
A Maçonaria considera o Neófito uma Pedra Bruta. À
medida que ele vai assimilando os ensinamentos e
vivenciando-os, a pedra bruta vai tornando-se polida. O
Maçom pratica a arte de reconstruir a si mesmo,
planejando a sua própria evolução, simbolicamente,
construindo um Templo em seu interior. A PNL pode ser
um caminho para auxiliar o Maçom a obter melhores e
mais duradouros resultados, na senda do
autoconhecimento e sua reconstrução espiritual e
filosófica.
 17

Conheça uma loja

Loja União e Trabalho nº 22 - filiada a GLEB, Localizada no Oriente
de Salvador - Bahia - Rua Carlos Gomes, 108, 7º Andar.

A A:.R:.L:.S:. União e Trabalho nº 22 foi fundada em sete de dezembro de 1946, a partir de remanescentes das
Lojas do Grande Oriente do Brasil, sediados no Oriente de Salvador, através dos Irmãos Ponciano José Moreira,
Ponciano da Fonseca, Luiz Magno Vitor, Leovigildo de Oliveira Pena, João Costa, Ciro de Oliveira Cruz,
Eduardo Castelo Branco Caldas, onde reuniram-se na sede da Associação dos Empregados do Porto de
Salvador, no Largo da Barroquinha e deliberaram soerguer as adormecidas Colunas do Grande Oriente do
Brasil, na Bahia, fundando a AUGUSTA E RESPEITÁVEL LOJA UNIÃO E TRABALHO, adotando o Rito Escocês
Antigo e Aceito.

Rapidamente as Colunas foram fortalecidas através de aquisição de Irmãos esparsos, instalando-se no 1º andar
do prédio situado à rua Joaquim Maurício nº 59 – Ladeira das Fontes das Pedras – onde ergueu a abobada do
Templo às Virtudes, regularizando-se em 19 de novembro do ano de 1947, tornando-se a pioneira da
reinstalação do Grande Oriente nesta Capital.

Seus trabalhos produziram o aumento do seu quadro social, tomado Força e Vigor, somando entusiasmos pelo
fortalecimento da Ordem neste Estado da Bahia, colaborando com o vibrante Irmão Ponciano José Moreira que,
acompanhado de outros Irmãos do quadro, vieram a fundar e instalar a Mui respeitável Loja Vera Lux, em 18
de junho de 1949, adotando o Rito Adonhiramita, sob o Malhete do seu idealizador.

Por oportuno, uma esquadra da marinha de Guerra em exercício, passaria pelo porto soteropolitano,
capitaneada pelo irmão Almirante Benjamin Sodré. O Grão Mestre Luciano Moura Soares, aproveitando a
ocasião lhe fez o convite, em nome dos Maçons baianos, para prestigiar com sua guarda de passagem por nosso
porto. Após a visita à Grande Loja, quando foram entabuladas as démarches para a unificação, foram recebidos
ambos os Grãos Mestres das potências em nosso prédio, quando ouvimos do grão Mestre do Grande Oriente a
promessa de que logo que regressasse ao Rio de Janeiro trataria do assunto, e em um arrobo de entusiasmo
disse: “Se não conseguir unificar a Maçonaria, renunciarei ao cargo de Grão Mestre...”, sendo muito aplaudido.
Não esmoreceram as Lojas que haviam assumido o compromisso com ambos Grão Mestres e levaram avante o
que tinham proposto realizar. Assim é que, aos 26 dias do mês de março de 1954, às 20:00 horas, no Salão
Nobre do Edifício Maçônico, à rua Carlos Gomes nº 21, as 46 Lojas Regulares, subordinadas às duas Potências,
firmaram o TRATADO DE UNIÃO MAÇÔNICA NA BAHIA, fundando a GRANDE LOJA UNIDA DA BAHIA. Na
oportunidade, a Loja União e Trabalho foi imprescindível para o final vitorioso dessa luta de unificação da
Maçonaria, prestando expressiva colaboração em todos os atos e fases da sua concretização.
 LIBERTÉ 18

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No que se refere ao trabalho prestado à sociedade, Nossa Loja, por intermédio do irmão João Antônio de
Oliveira participou efetivamente da criação da Fundação São Geraldo, órgão de amparo aos menores
abandonados. O Irmão João Antônio era médico e como tal levava seus conhecimentos àqueles menores, não
só aliviando-os dos males físicos como os transformando em futuros homens de bem. Além disso, contribuiu
com os seguintes feitos:

Construiu um templo Maçônico no andar térreo do antigo prédio da Grande Loja da Bahia, cito à Ladeira da
Montanha, onde hoje existe um estacionamento.
Fundou o Jornal O Delta, primeiro a publicar a Constituição da Grande Loja da Bahia.
Fundou o primeiro Clube da Fraternidade Feminina, para reuniões de esposas de Maçons.
Fundou a Loja União e Justiça 2ª, no Rito Adonhiramita, participando também da fundação da Loja 3 de
Outubro e de outras coirmãs no recôncavo e no interior do estado.
Construímos dois prédios escolares, com sete salas de aulas cada em Portão, no município de Lauro de
Freitas, onde funcionou a escola Constantino Vieira e a escola União e Trabalho

Esses são alguns dos feitos e atos realizados pela nossa Loja, além do apoio aos Obreiros por ventura
necessitados, bem como de outras pessoas infortunadas, que batem às portas do nosso Templo e que, dentro
das possibilidades, são amparadas e orientadas, atendendo ao nosso dever de olhar o próximo como um irmão,
trabalho eterno que nossa oficina encara como cumprimento de deveres cívicos e morais, transmitindo esses
preceitos éticos para todas as futuras gerações de Maçons.

Atualmente, nos reunimos na secretaria do 7º andar do Edifício Maçônico, localizado na Rua Carlos Gomes,
cujas sessões ocorrem às segundas-feiras, a partir das 20h, onde buscamos abordar diversas pautas para
auxiliar no aperfeiçoamento do trabalho moral e no desbastar incessante da pedra bruta.

Os irmãos da Loja União e Trabalho em jantar ritualístico no dia 02/10/2017

Curiosidades da Maçonaria
19

Nesta edição traremos mais duas personalidades maçônicas que marcaram a historia: Lionel Richie
e o Charles Leadbeater, agradecemos ao irmão Lucioano Urpia, Autor da página no Instagram
CURIOSIDADES DA MAÇONARIA (@curiosidadesdamaconaria) pela parceria firmada.

LIONEL BROCKMAN RICHIE Jr. (Alabama, 1949).

Cantor, compositor e produtor musical, mais
conhecido por suas baladas de amor suave e emotivas
dos anos 70 e 80. Um músico altamente versátil, ele foi
capaz de executar e habilmente misturar vários estilos
musicais, mais notavelmente soul, blues e country. Foi
membro da banda The Commodores e vendeu
mundialmente mais de cem milhões de discos em sua
carreira solo. Em 2017, foi condecorado na 40º Annual
Kennedy Center Honors, um dos prêmios mais
prestigiados da cultura norte americana. Foi Iniciado
na Prince Hall, Grande Loja do Alabama. Em 23 de
outubro de 2017, foi investido do 33º Grau, no Alabama.

INICIAÇÃO MAÇÔNICA: 2008

Loja: Lewis Adams nº 67 (Prince Hall Grand Lodge of
Alabama), Tuskegee, Alabama, EUA.
Idade: 59 anos

CHARLES WEBSTER LEADBEATER (Londres, 1847 — Austrália,

1934). Sacerdote da Igreja Anglicana e Bispo da Igreja Católica
Liberal, escritor, orador e uma das mais influentes
personalidades da Sociedade Teosófica. Continuou no ofício
religioso Anglicano até 1883, quando entrou em contato com os
ensinamentos da Teosofia, como expostos por Helena Blavatsky.
Abandonou o sacerdócio anglicano para tornar-se um teosofista,
seguindo com Blavatsky para a Índia, onde teria recebido uma
carta do Mestre K. H. aceitando-o como discípulo. Tomou os
votos Budistas ao viver por anos no Ceilão. Viveu por muito
tempo na sede da Sociedade Teosófica na Índia, onde, segundo
afirmou, desenvolveria poderes psíquicos, notadamente a
clarividência. Retornando a Londres, foi iniciado na Maçonaria
Mista da Obediência Maçônica Le Droit Humain, onde atingiu o
33º grau. Leadbeater é o autor de uma grande coletânea de livros
e artigos da literatura teosófica e esotérica, considerados
célebres pelos teosofistas e estudiosos do ocultismo. Faleceu aos
87 anos de idade.

INICIAÇÃO MAÇÔNICA: 12 de junho de 1915 (Sábado)

Loja: Uma loja mista da "Le Droit Humain", Londres, Inglaterra.
Idade: 68 anos.
Oriente Eterno: Faleceu aos 87 anos de idade.
 Conversa entre Irmãos
20

com Cláudio Nogueira

Nesta edição iremos conhecer pouco da história de nosso
irmão Cláudio Nogueira, maçom, professor, editor,
músico e empreendedor, entre outras atribuições. Ele
que está envolvido em inúmeras frentes de multiplicação
de conhecimento maçônico e uma de nossas fontes de
inspiração para essa sessão da revista Conversa Entre
Irmãos.
Marco Cordeiro:
Quem é o irmão Claudio Nogueira? Qual a sua formação e
atividade no mundo profano?
Cláudio Nogueira:
Tenho 43 anos, sou formado em Letras, pós-graduado em
Maçonologia e pós-graduando em Marketing digital, sou
criador e apresentador do podcast Papo de Bode, Editor
da Revista Comotal, criador da rede de grupos Cultura
Maçônica que são 67 grupos de WhatsApp com envio
diário de informações culturais a mais de seis mil
irmãos, sou também músico (compositor e Cláudio Nogueira:
percussionista) da Banda Ativos Residentes, trabalho há
mais de 20 anos como livreiro.
Marco Cordeiro:
E na maçonaria nos fale um pouco de sua trajetória.
Cláudio Nogueira:
Fui iniciado em 2012 na Loja 2 Julho do Grande Oriente
do Brasil – Bahia (GOB), hoje como Mestre Maçom estou
no grau 16 do REAA e sou membro da Academia Maçônica
de Letras, Ciências, Artes e Ofícios do GOB-BA, Cadeira
13, cujo Patrono é Luiz Gonzaga.
Marco Cordeiro:
Na sua opinião como está o consumo do conhecimento
por parte dos irmãos maçons?
Cláudio Nogueira:
Bem devagar meu irmão, acredito que a maçonaria tem o
objetivo do crescimento através do estudo (livros,
ritualística, etc), observo enquanto livreiro um consumo
baixo de livros, como editor da revista noto baixo
interesse nos irmãos em escrever artigos.
A parcela de irmãos interessados na busca pelo
conhecimento é baixa, nota-se maior interesse nas
outras áreas, comerciais, politicas, espiritual, etc.
Marco Cordeiro:
Qual assunto é mais procurado?
Primeiro vem a linha de livros de “soluções práticas”,
livros que buscam trazer procedimentos e ensinar
atividades, como por exemplo livro do venerável, do
orador, como gerenciar uma loja maçônica etc.
Em seguida vem a linha exotérica que não
necessariamente tem vínculos com a Maçonaria, temos
muito irmãos que também são Rosa Cruz e buscam livros
nessa linha.

Marco Cordeiro:
Quando surgiu a seu negócio a COMOTAL?

Cláudio Nogueira:
Eu atuava como professor, ai quando acabou o contrato
no estado, comecei a frequentar as lojas vendendo livros,
o negócio começou a se desenvolver expandindo além de
livros para demais artigos maçônicos.

Hoje em dia meu foco maior está na Livraria COMOTAL e

na Religare que é uma empresa focada na prestação de
serviços editoriais e publicação de livros com conteúdo
maçônicos ou não.
 LIBERTÉ 21

SETEMBRO 2021 | ANO 1| EDIÇÃO 12

Marco Cordeiro: Marco Cordeiro:

Mudando um pouco o assunto, como surgiu o papo de
bode?
Cláudio Nogueira:
Surgiu na pandemia, uma forma de suprir essa “carência”
da presença e convívio dos irmãos em Lojas, durante uma
caminhada ouvindo um podcast de filosofia surgiu a ideia
de criar um podcast focado em maçonaria.
Tive bastante apoio, mas também recebi críticas de
alguns irmãos sobre os conteúdos divulgados, mas
sempre respeitamos nossas regras. No podcast, por
exemplo não tratamos de assuntos ligados a nossas
formas de reconhecimento ou significado da simbologia
e ritualística. Nosso foco é difundir a história e filosofia
da maçonaria numa perspectiva científica
desmistificar, principalmente para os ouvintes profanos
o que realmente trata a nossa Ordem. Trabalhamos em
linhas gerais assuntos de interesse na formação do
maçom instigando que os irmãos aprofundem através da
pesquisa.
Marco Cordeiro:
Quantas edições já tiveram do papo de bode?
Cláudio Nogueira:
Já tivemos 66 episódios, estamos em mais de 10
plataformas, alcançamos mais de 40 países e mais de 50
mil ouvintes (entre maçons e profanos).
Algumas vezes temos na Liberté dificuldade para
encontrar material a ser divulgado como é com você na
Revista COMOTAL?
Cláudio Nogueira:
Conosco não é diferente, o volume de irmãos
interessados na pesquisa e escrita está cada vez menor,
mas conseguimos a presença de alguns bons
colaboradores que nos apoiam.
Marco Cordeiro:
Meu irmão Cláudio gostaria de dizer que foi um imenso
prazer conversar com você, principalmente nessa edição
nossa da Liberté de comemoração do 1° ano de existência,
um longo ano de busca incessante por conhecimento e
e por divulgar material de qualidade aos irmãos, dando
oportunidade a qualquer irmão que queira divulgar seus
textos, seja uma poesia, um conto, uma pesquisa.
Cláudio Nogueira:
Gostaria de agradecer a oportunidade de falar um pouco
do meu trabalho no âmbito maçônico e parabenizar essa
iniciativa maravilhosa de levar cultura e abrir porta para
os Irmãos divulgarem seus trabalhos maçônicos. Vida
longa à Revista Liberté!

Marco Cordeiro:
O irmão também está envolvido na produção de
conteúdo maçônico através de uma revista digital a
COMOTAL, fale um pouco da revista (quantas edições,
periodicidade das edições, etc.)

Cláudio Nogueira:
Nossa publicação é mensal, já tivemos 14 edições, teve
uma pequena pausa em agosto para reestruturar, uma
nova roupagem. Vem novidade a partir de setembro,
aguardem!
Lazer no salão dos passos
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perdidos
Caça Palavras Maçonicas