Você está na página 1de 6

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE

DIREITO DA 1ª VARA DA COMARCA DE TRAIRI/CEARÁ

João Marcelo, brasileiro, solteiro, empresário, portador do documento de identidade


RG. 12345678-9 e inscrito no CPF sob Nº 1234567891-0, domiciliado Avenida Maria
Almeida Alencar, Trairi-Ce. Vem, através de sua advogada adiante assinado,
respeitosamente à honrosa presença de V. Exa., propor a presente:

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E


MATERIAIS POR ACIDENTE DE TRÂNSITO

em face de Carlos Rodrigo, qualificação pessoal desconhecida, inscrito no CPF


9876543219-0, com sede na rua Anastácio Braga, Trairi-CE, pelos motivos de fato e de
direito a seguir expostos:

I – DOS FATOS
O autor, proprietário do veículo Hilux, no dia 20 de julho de 2021, por volta das 18h,
trafegava pela Avenida dos Expedicionários, em Trairi-Ce. Ao passar no cruzamento da
referida avenida com a Rua dos Bandeirantes, com o semáforo indicando a cor verde,
foi surpreendido por uma motocicleta. O requerente teve o seu veículo abalroado em sua
porta dianteira da lateral direita, causado pela motocicleta Pop de Carlos Rodrigo. A
colisão causou grande avaria na lataria do carro.
Ao ver o estrago causado em seu veículo, o autor exigiu que o causador do acidente
pagasse os prejuízos, não havendo a concordância de Carlos Rodrigo em solucionar o
problema imediatamente. Na ocasião, os dois acabaram chegando às vias de fato. Foram
separados e o réu foi embora sem pagar nada, deixando apenas o prejuízo material do
carro e o abalo psicológico do autor.

Conforme as provas anexadas, é evidente o autor mantinha a sua preferencial, enquanto


o réu desrespeitou a placa de “PARE” localizada no cruzamento do acidente. Além
disso, João Marcelo mantinha a velocidade reduzida, respeitando ao sair no sinal verde.
Ocorre Excelência, que além do requerente ter causado o acidente, se recusou a ter uma
composição amigável e ressarcir os prejuízos que foram causados no veículo, sendo
esse de suma importância para o autor realizar as suas atividades comercias. O valor do
dano causado é de R$ 3.000,00 (três mil reais), conforme os orçamentos em anexo.

Além de ter sido infrutífera a tentativa de resolução amigável com o infrator, o autor
sofreu uma violação à sua integridade física, visto que Carlos Rodrigo lhe agrediu com
o capacete, causando-lhe uma fratura em 2 (dois) dedos de sua mão direita,
impossibilitando-o de exercer as suas atividades funcionais, já que precisa das duas mão
em perfeito funcionamento para dirigir o veículo. O fato também afetou
psicologicamente o autor, uma vez que o mesmo é o provedor da sua família e depende
da sua boa saúde física e mental. Logo, ele deseja obter a devida reparação por dano
moral, sugerida em R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Diante da inércia do réu em reparar os danos materiais causados e o pedido da


indenização pelos danos morais causados, o autor decidiu buscar uma solução por meio
da seguinte ação.

II – DO DIREITO
O Código Civil de 2002 estabelece no seu Art. 186 que: aquele que, por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem,
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Além disso, o Art. 927 também
expõe: aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado
a repará-lo.
Segundo o artigo 28 do Código de Trânsito Brasileiro, o condutor deverá, a todo
momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados
indispensáveis à segurança do trânsito. Diante disso, fica claro que o réu não manteve
todos os cuidados indispensáveis à segurança do trânsito, agindo com falta de atenção,
uma vez que ignorou a sinalização presente e agiu com imprudência causando a colisão.

Além disso, de acordo com o Art. 34 do CTB, é essencial que o condutor que queira
executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os
demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando
sua posição, sua direção e sua velocidade. Sobre a sua imprudência na invasão da
preferencial, o dispositivo legal também é claro sobre a sua responsabilidade ao se
aproximar de um cruzamento, diante do Art. 44 do CTB, que dispõe: ao aproximar-se
de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do veículo deve demonstrar prudência
especial, transitando em velocidade moderada, de forma que possa deter seu veículo
com segurança para dar passagem a pedestre e a veículos que tenham o direito de
preferência.

Nesse sentido, já se manifestou o TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO, cuja


ementa desfruta:

RESPONSABILIDADE CIVIL – ACIDENTE DE


TRÂNSITO – DINÂMICA DO EVENTO
COMPROVADA – CULPA DO RÉU
DEMONSTRADA – COLISÃO EM
CRUZAMENTO SINALIZADO –
DESCUMPRIMENTO DAS REGRAS DE
CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOS PREVISTAS
NOS ARTIGOS 34 E 44 DO CÓDIGO
BRASILEIRO DE TRÂNSITO – INDENIZAÇÃO
POR DANOS MATERIAIS MANTIDA –
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – PEDIDO DE
RESSARCIMENTO DE HONORÁRIOS
CONTRATADOS COM ADVOGADO PARA
AJUIZAMENTO DA PRESENTE AÇÃO –
INADMISSIBILIDADE - AÇÃO PARCIALMENTE
PROCEDENTE – APELO DO RÉU A QUE SE DÁ
PROVIMENTO EM PARTE.
(TJ-SP - APL: 00116546120108260445 SP 0011654-
61.2010.8.26.0445, Relator: Francisco Thomaz, Data de
Julgamento: 02/09/2015, 29ª Câmara de Direito Privado,
Data de Publicação: 02/09/2015)

A conduta praticada pelo infrator é exposta em todos os dispositivos legais citados,


ficando claro que, se não fosse pelo comportamento dele, o acidente não teria ocorrido,
já que foi o mesmo que atravessou o a via preferencial sem prestar atenção e colidiu
com o carro da vítima.

Conforme demonstrado, o acidente também trouxe a violação à integridade física da


vítima e os abalos psicológicos que vão além do prejuízo material causado. O artigo 5º,
incisos V e X da Constituição Federal de 1988 trazem a previsão de indenização para
aquele que sofrer dano moral:

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem


distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
(...)
V – É assegurado o direito de resposta,
proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem;
(...)
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a
honra, e a imagem das pessoas assegurando o
direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação.”

A indenização por dano moral é requerida pela dor que fere e lesa os direitos do
requerente, quanto pelo prejuízo sofrido por ele, uma vez que foi presente as fraturas no
2 (dois) dedos da mão direita e a sua angústia em não poder exercer as suas funções
para o desenvolvimento das atividades comercias, responsáveis pelo sustento de sua
família. Diante disso, é forçoso que haja o pagamento de indenização moral.

III – DOS PEDIDOS

a) A citação do réu para que, querendo, apresente resposta à presente, sob pena de
revelia na forma da lei;

b) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, nos termos do artigo


369 do Código de Processo Civil de 2015;

c) Seja o requerido condenado ao pagamento do ressarcimento pelo dano material, no


valor de R$ 3.000,00 (três mil reais);

d) A condenação do requerido ao pagamento de indenização pelos danos morais


causados ao requerente, no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais);

e) Condenação ao pagamento dos honorários advocatícios no importe de 20% (vinte por


cento) sobre o valor da condenação e custas processuais;

f) Por fim, sejam julgados procedentes os pedidos, para condenar o requerido por danos
materiais e danos morais.

Dá-se à presente o valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais)

Ante o exposto,
Pede deferimento.
Trairi-Ce, 11 de outubro de 2021

Isabelle Alves Teixeira


OAB/CE 12345

Você também pode gostar