Devido a pandemia do coronavírus e o isolamento social, todas as
instituições de ensino do Brasil e do mundo foram obrigatoriamente fechadas e as aulas, suspensas, o que levou os estudantes a criarem uma rotina de estudos em casa, com aulas online disponíveis pela escola ou faculdade.
A suspensão das aulas presenciais afeta a todos, especialmente aqueles
que planejam prestar esse ano o Exame Nacional do Ensino Médio. Dentro desse grupo, no entanto, os mais prejudicados são os alunos das escolas públicas e cursinhos populares. Vamos aos fatos: o Brasil tem 209 milhões de habitantes e somente 46 milhões deles possuiu acesso à internet. De acordo com dados publicados pelo próprio Inep, existem 47,9 milhões de alunos matriculados no sistema de ensino brasileiro, sendo 38,7 milhões em escolas públicas e apenas 9,1 milhões em escolas particulares. A maioria dos alunos da zona rural, por exemplo, não possuem nem um celular, quem dirá acesso à internet e recursos domésticos para prestar uma carga horária tão pesada de estudos que os vestibulares exigem.
A decisão do Ministro da Educação foi de manter a data da prova para
outubro, ignorando insensivelmente os fatores históricos e estruturais daqueles que não possuem as ferramentas necessárias para ensino à distância e ainda estimulando os jovens com falsas promessas, defendendo que “o país não pode parar”.
É momento de criar soluções para preservar a vida da população no
enfrentamento da pandemia, mas também para que os estudantes são sejam ainda mais prejudicados. É importante adiar o edital por conta da desigualdade, não seria justo com os alunos de escola pública. Portanto, é necessário repensar também nas datas do SISU, que também terá prejuízos, já que utiliza as notas do ENEM para o ingresso nas universidades.