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Legislação e Políticas
Públicas de Inclusão e
Multiculturalidade
Tema 04 – Adequação do currículo e dos espaços
educativos nos contextos multiculturais e
inclusivo.
Bloco 1

Gleidis Roberta Guerra


Introdução

Para tratarmos de adaptação curricular,


vamos, primeiramente, compreender alguns
conceitos do que é adaptar e do que é
currículo.
Vamos também entender quais os níveis de
adaptação existentes, quais são de
responsabilidade do professor e quais
envolvem a gestão escolar.
O que é adaptar?

Primeiramente, gostaria que você pensasse, o


que é adaptar para você?
O que adaptamos? Quando adaptamos? Para
que adaptamos?
Pense em uma situação que você vivenciou
ultimamente em que teve de fazer uma
adaptação.
Pensou? Então, vamos lá...
Adaptação - Definição

Segundo o dicionário Houaiss (2001), adaptar


significa ajustar alguma coisa a outra,
modificar algo para dotá-lo de novos
objetivos, é a capacidade de sobreviver em
novos ambientes.
No nosso dia a dia adaptamos várias coisas,
como materiais, espaço, tempo,
procedimentos e regras. Então, será que
podemos adaptar currículo?
Adaptação curricular - Documentos

A primeira vez que o termo adaptação


curricular surgiu nos documentos brasileiros
foi em 1994, na Política de Educação Especial,
concomitantemente com as discussões
advindas da Declaração de Salamanca.
Neste documento, o termo adaptação
curricular se refere às modificações que são
necessárias para atender à diversidade da
sala de aula e dos alunos.
MEC - 2003

Em 2003 o MEC propôs adaptações


curriculares visando promover a
aprendizagem dos alunos com deficiência nas
escolas regulares, com base na
implementação de práticas pedagógicas
inclusivas no sistema escolar.
Propostas MEC - 2003

São várias as propostas, vejamos algumas:


• Atitude favorável da escola no sentido de
atender às necessidades individuais.
• Identificação das necessidades de todos e
de cada aluno, a fim de priorizar recursos e
meios favoráveis para a aprendizagem.
• Adoção de currículos abertos e
diversificados.
• Trabalho colaborativo e as práticas
inclusivas na escola.
Para que adaptar? - Objetivos

As adaptações curriculares tem como principal


objetivo atender às necessidades de todos os
alunos.
Elas envolvem desde adaptações simples,
feitas pelo professor na sala de aula, até
adaptações complexas que envolvem
questões de acessibilidade e recursos
financeiros.
Acessibilidade – O que é isso?

Muitos pensam que a acessibilidade envolve


apenas a questão física, de mobilidade:
rampas, elevadores, portas mais largas, que
são fundamentais, entre outros, mas não é só
isso.
Em 2015 tivemos a publicação do Estatuto da
Pessoa com deficiência, lei nº 13.146, que
traz uma definição do que é acessibilidade.
Estatuto da pessoa com deficiência

O Estatuto da Pessoa com Deficiência teve


como seu principal objetivo reunir em um
único documento leis que já existiam e
direitos já garantidos para essas pessoas.
A compilação em um único documento
contribui para que todos conheçam seus
direitos e deveres dentro de uma sociedade
inclusiva.
Acessibilidade

Voltando à questão da acessibilidade...


Esta pode ser definida como:
“Possibilidade e condição de alcance para utilização,
com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários,
equipamentos urbanos, edificações, transportes,
informação e comunicação, inclusive seus sistemas e
tecnologias, bem como de outros serviços e
instalações abertos ao público, de uso público ou
privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como
na rural, por pessoa com deficiência ou com
mobilidade reduzida” (BRASIL, 2015, p. 1).
Legislação e Políticas
Públicas de Inclusão e
Multiculturalidade
Tema 04 – Adequação do currículo e dos espaços educativos nos
contextos multicultural e inclusivo.
Bloco 2

Gleidis Roberta Guerra


Níveis de adaptação curricular

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs),


no 2000, trazem uma orientação para que as
adaptações curriculares possam acontecer e
as dividem em:
• Adaptações de pequeno porte.
• Adaptações de grande porte.
Projeto escola viva

Ainda em 2000, o projeto denominado Escola


Viva, publicado pelo Governo Federal, trata
das adaptações curriculares, esclarecendo que
a construção de uma escola inclusiva é
responsabilidade de todos.
“Cada qual tem a sua responsabilidade nesta
tarefa”. Pais, professores, gestores, sociedade
em geral.
Profissionais da escola

Aos profissionais cabem as ações técnicas, o


diagnóstico das necessidades.
Ao gestor, a intervenção junto aos órgãos de
representação em cooperação transdisciplinar
e intersetorial para o planejamento e a
execução das ações.
Adaptações de grande e pequeno porte

As adaptações de pequeno porte são aquelas que


o professor realiza em sala de aula, como mudar
o aluno de lugar, explicar de uma forma diferente,
utilizando de uma metodologia mais ativa, entre
outras.
As adaptações de grande porte são aquelas que
dependem de instâncias político-administrativas
superiores, pois envolvem recursos financeiros,
questões burocráticas, ações políticas e
administrativas, e requerem a mediação do
gestor.
Cuidados nas adaptações

Para que seja realizada uma adaptação de


grande porte, alguns cuidados devem ser
tomados, como:
• Criteriosa avaliação do aluno.
• Análise do contexto escolar e familiar.
• Participação de equipe multiprofissional.
• Registro documental das informações.
Tipos de adaptações: acesso ao
currículo
Esse tipo de adaptação se refere à criação de
condições físicas, ambientais e materiais para
atender a todos os alunos, como:
• Aquisição de mobiliário específico.
• Aquisição de materiais e equipamentos.
• Adaptação de materiais de uso comum.
• Formação continuada de professores.
Adaptação dos objetivos

Refere-se às mudanças nos objetivos


estabelecidos para o aluno, introduzindo,
retirando ou complementando novos aspectos.
Nos casos de crianças com déficit intelectual ou
transtornos de comportamento importantes,
espera-se que o aluno aprenda conceitos que
servirão para sua vida prática e qualidade de
vida.
Porém, essas adaptações devem ser feitas em
prol da necessidade do aluno, não por desistência
do professor em ensinar determinado assunto.
Adaptação de conteúdos

Esta adaptação está interligada a que


acontece com os objetivos.
Se os objetivos são modificados, os conteúdos
também serão adaptados, e isso poderá fazer
com que o professor trabalhe com mais de
um plano de ensino em sala: um plano de
ensino básico e outros modificados.
Adaptação de métodos de ensino e da
organização didática
Esta adaptação pode precisar de uma equipe
de apoio multidisciplinar que auxiliará o
professor na identificação das necessidades
do aluno.
Também pode ser necessário uma redução do
número de alunos por sala de aula e o
trabalho colaborativo com o professor
especialista (AEE).
Adaptação nos sistemas de avaliação

De nada adianta ensinarmos de maneira


diferente se continuarmos com o mesmo
modo de avaliação.
A avaliação deve ser pensada não como um
instrumento para aprovar ou reprovar o aluno,
mas como um instrumento para que o
professor perceba o que foi apreendido e o
que ainda precisa ser mais trabalhado.
Avaliação na educação inclusiva

Devemos lembrar também que dentro do


princípio da inclusão o aluno deverá
acompanhar sua faixa etária, mas isso não
quer dizer aprovação indiscriminada e
irresponsável.
No ano seguinte o professor deve iniciar do
ponto em que ele parou, não da série/ano
escolar em que esse aluno está, a fim de que
este possa dar continuidade a seus
aprendizados.
Adaptações no multiculturalismo

Primeiramente, temos de ter um currículo que


leve em conta a diversidade e singularidade do
aluno, que seja flexível sem ser reducionista e
que tenha como objetivo a diminuição de
barreiras atitudinais e conceituais.
A prática pedagógica multicultural se constrói
tendo como base o discurso e diálogo, com
reflexões constantes dos profissionais da
educação voltadas ao desafio de construir as
diferenças e combater os preconceitos
relacionados a elas.
Currículo multicultural

O currículo deve apontar um trabalho


pedagógico com vista ao combate às
intolerâncias. Diferenças de gênero, raça, cor,
religião, entre outras, devem ser respeitadas.
A educação não pode mais se ausentar das
discussões multiculturais, deve compreender
que os alunos têm diferentes culturas,
identidades, que vivemos em uma sociedade
e escola multifacetadas, híbridas e em
constante construção.
Para refletir...

DALTONISMO CULTURAL
A percepção das diferenças por parte do
profissional da educação é fundamental, pois
o professor ou gestor que percebe os alunos
como idênticos, também não será capaz de
diferenciar o currículo.
Moreira (2003)

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