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TÍTULO
RESUMO
Em estruturas de pontes onde os elementos estruturais possuem grandes dimensões, as tensões térmicas que surgem nas estruturas devidos
a variação de temperatura acarretam grandes esforços nos apoios quando a estrutura é estaticamente indeterminada. Quando a estrutura
tem a liberdade de se movimentar, esses esforços devidos as tensões térmicas não ocorrem nas estruturas de pontes. Para o material
concreto armado com o aumento da temperatura o material tende a se retrair, e essa retração do concreto é influenciada no concreto armado
por diversos fatores, e tem como principal característica a variação de volume devido à perda de umidade ou evaporação, faz com que o
concreto tende a retrair. A NBR 6118 determina que em grandes estruturas os esforços que for oriundos das variações térmicas, devem
ser consideradas e especifica uma variação de temperatura uniforme em torno de 15 °C a considerar para os projetos, e para as temperaturas
não uniformes.
A NBR 6118 especifica que se for o caso deve ser feito uma consideração da variação dessa temperatura, mas não indica nenhum material
especificando essas variações de temperatura.
Por isso o objetivo deste trabalho é utilizar como base o EUROCODE, com as variações de temperatura baseadas em tabelas, e demonstrar
com um exemplo teórico prático realizado manualmente demonstrar como é obtido os esforços devido as temperaturas não uniformes, e
os efeitos que essa temperatura não uniformes causam nas estruturas e no final comparar com um modelo lançado num software de
elementos finitos o SAP2000, e verificar se os resultados verificados manualmente convergem com o do recurso computacional.
Palavras Chave: Variação de Temperatura, Temperatura, Concreto Armado, Temperatura Não Uniforme.
ABSTRACT
In structures of bridges where the structural elements have large dimensions, the thermal stresses that arise in the structures due to the
temperature variation cause great efforts in the supports when the structure is statically indeterminate. When the structure is free to move,
these stresses due to thermal stresses do not occur in the bridge structures. For concrete material reinforced with increasing temperature,
the material tends to retract, and this retraction of the concrete is influenced in the concrete reinforced by several factors and has as main
characteristic the volume variation due to the loss of moisture or evaporation, that concrete tends to retract. NBR 6118 determines that in
large structures the stresses arising from the thermal variations should be considered and specify a uniform temperature variation of around
15 ° C for projects and for non-uniform temperatures.
NBR 6118 specifies that, if appropriate, a consideration of the temperature variation should be made, but does not indicate any material
specifying these temperature variations.
For this reason, the objective of this work is to use the EUROCODE as a basis, based on table-based temperature variations, and to
demonstrate with a practical theoretical example carried out manually how the stresses are obtained due to non-uniform temperatures and
the effects that the temperature does not uniforms cause in the structures and in the end to compare with a model released in a finite
element software SAP2000, and to verify if the results verified manually converge with that of the computational resource.
.
As mudanças de temperatura podem provocar mudanças nas De maneira geral a NBR 6118, admite utilizar uma variação
dimensões nas estruturas, em geral quando há um aumento de temperatura de 10 °C e 15°C em elementos estruturais
da temperatura o material expande-se e quando há uma cuja a dimensão não ultrapasse 50 cm, para elementos
diminuição da temperatura contrai-se. Se a estrutura tiver estruturais maciços ou ocos cuja a menor dimensão seja
sido projetada de tal forma que com a ação da temperatura, superior a 70 cm, pode utilizar uma variação de temperatura
a estrutura não possuir impedimento de se movimentar nos de 5 ºC a 10 ºC.
apoios, com um apoio fixo e um apoio móvel, a estrutura A ilustração de uma deformação por temperatura em uma
não irá gerar nos apoios nenhuma força adicional. Mas se a peça de concreto é demonstrada na figura 2. A variação
estrutura for estaticamente indeterminada e não possuir uniforme nas estruturas em concreto armado, quando são
capacidade de se movimentar devido as variações de estaticamente indeterminadas provocam nos apoios forças
temperatura, irão surgir esforços adicionais nas estruturas no sentido longitudinal da peça, pois o centro de gravidade
que devem ser uma preocupação do engenheiro projetista. da temperatura coincide com o centro de gravidade da peça.
Um exemplo na prática que pode contribuir com a
movimentação das estruturas é na fixação das terças em
estruturas metálicas que consiste em utilizar em uma das
ligações um furo oblongado que possibilite que a estrutura
se movimente em uma direção evitando tensões térmicas
nas estruturas, sem prejudicar a estabilidade da estrutura,
conforme podemos observar na figura 01.
De acordo com HIBBELER 2010, se o material for Figura 02: Variação de Temperatura
isotrópico e homogêneo, a deformação do elemento pode ser Fonte: AUTOR
calculada pela seguinte fórmula abaixo:
3 – VARIAÇÃO DA TEMPERATURA NÃO
𝛿𝑇 = 𝛼∆𝑇𝐿 UNIFORME.
Sendo:
𝛿𝑇 = Variação do comprimento do elemento A NBR 6118, atualmente recomenda que nos elementos
𝛼 = propriedade do material denominada coeficiente de estruturais em que temperatura possa ter uma distribuição
dilatação térmica. não uniforme, devem ser considerados essa distribuição. E
∆𝑇 = Variação de Temperatura do elemento na falta de resultados mais precisos pode ser admitida uma
L = Comprimento do Elemento variação linear ente as temperaturas adotadas, desde que
essa variação entre uma face e outra é de 5° C. Atualmente
De acordo com NBR 6118, para o concreto armado, para não existe uma instrução no que diz respeito ao cálculo da
variações normais de temperatura, permite adotar α = 10-5 distribuição não uniforme na nossa norma em vigor.
°C A variação não uniforme em pontes, onde os elementos
De acordo com HIBBELER 2010, apresenta uma tabela estruturais possuem geralmente grandes dimensões é
com diversos materiais com seu coeficiente de dilatação normal possuir um gradiente de temperatura que deve ser
térmica. O Aço é apresentado com α = 1.2 x 10-5 e o concreto considerado pelos projetistas de pontes.
com α = 1.1 x 10-5 valores muito próximos, o que possibilita Essa não uniformidade de temperatura, gera nas estruturas
que os dois materiais trabalhem em conjunto no concreto estaticamente indeterminadas principalmente quando os
armado. apoios possuem capacidade de absorver esses esforços,
Ainda de acordo com HIBBELER 2010, se ocorrer a conforme figura 03.
mudança de temperatura em toda a extensão da peça,
poderemos aplicar a equação abaixo para cada segmento.
𝐿
𝛿𝑇 = ∫0 𝛼∆𝑇𝐿
𝑃 = 𝛼𝑇𝐿𝑁 𝐴𝐸
𝐸𝐼
𝑀= 𝛼(𝑇𝑠 − 𝑇𝑖)
ℎ
Figura 09: Demonstração do Cálculo do FT. Sendo:
Fonte: CHILD 2018 h– Altura da Seção
Ts – Temperatura Superior.
Conforme CHILD (2018), caso a seção tenhas variações que Ti – Temperatura Inferior.
não coincidam com as variações de temperatura, pode ser
feita uma interpolação linear dos elementos para encontrar Alternativamente ao processo manual, é possível a
os esforços conforme figura 10. utilização do processo de elementos finitos para obtenção
desses esforços devido as tensões térmicas.
4 – EXEMPLO TEÓRICO
Para este trabalho será realizado um exemplo teórico
calculado manualmente comparando com os resultados
obtidos nos programas de computador.
Figura 10: Demonstração da Variação da Temperatura e A seção da figura será do Tipo seção T, conforme ilustrado
Seção. na figura 12, caso a seção da ponte possua uma dimensão
Fonte: CHILD 2018 em seção caixão, ou celular, é possível fazer uma seção
equivalente como uma seção T.
Após determinado o FT e o MT, é necessário determinar a 150
temperatura na linha neutra da seção a ser considerada, e
também a variação linear da temperatura, com isso
20
34,62
uniformizamos a temperatura no centro de gravidade, com
isso encontramos a força normal que essa temperatura gera
nos apoios e com o K (Gradiente Linear de Temperatura)
100
60
65,38
apoios, conforme ilustrado na figura 11.
20
K 50
As diferenças de temperaturas adotadas para a nossa seção A somatória das forças (FT), e o momento das forças com
são: relação ao braço de alavanca (MT) fica da seguinte forma:
∆𝑇1 = 13°𝐶
∆𝑇2 = 3°𝐶 𝐹𝑇 = 1.8 ∗ 106 + 47600 − 125000 + 201750
∆𝑇3 = 2.5°𝐶 = 1.92 ∗ 106
A seção com as respectivas temperaturas fica definida da
seguinte forma: 𝑀𝑇 = 1.8 ∗ 106 ∗ 286.8 + 47600 ∗ 79.5 − 125000
∗ 587.1 + 201750 ∗ 172.1
150 = 481.357 ∗ 106
T1
Agora de acordo com equação 5 e 6 obtemos as
15
20
T2
T4 temperaturas na Linha Neutra da Seção TLN e o Gradiente
25
de dilatação térmico K
𝐹𝑇 1.92 ∗ 106
60
𝑇𝐿𝑁 = = = 3.69°𝐶
𝐴 520000
𝑀𝑇 481.357 ∗ 106
20
20
𝐾= = = 0.0082°𝐶/𝑚𝑚
T3 𝐼 5.8733 ∗ 1010
50
F4
28,68
F2
24000 ∗ 5.8733 ∗ 1010 −5
25
LINHA NEUTRA
𝑀= 10 (6.52 − (−1.67))
1000
17,21
7,95
60
= 115.31 𝐾𝑛. 𝑚
58,71
20
F3
5 – CONCLUSÃO
6 - REFERÊNCIAS BIBLOGRÁFICAS