Você está na página 1de 9

Cadernos de Trabalhos

CIV 271 – SISTEMAS ESTRUTURAIS EM PONTE DE CONCRETO ARMADO

TÍTULO

TEMPERATURA NÃO UNIFORME EM UMA VIGA DE SEÇÃO I, UTILIZANDO O


EUROCODE: 2003 – CÁLCULO MANUAL E COM AUXÍLIO DE ELEMENTOS FINITOS
(COMPARATIVO).
ROGÉRIO JOSÉ SOLIDARIO CHAVES

Universidade Federal de São Carlos


Departamento de Engenharia Civil
Rod. Washington Luís, km 235, CEP 13565-905, São Carlos-SP-Brasil
e-mail: (1) rogerio@fcdengenharia.com

RESUMO

Em estruturas de pontes onde os elementos estruturais possuem grandes dimensões, as tensões térmicas que surgem nas estruturas devidos
a variação de temperatura acarretam grandes esforços nos apoios quando a estrutura é estaticamente indeterminada. Quando a estrutura
tem a liberdade de se movimentar, esses esforços devidos as tensões térmicas não ocorrem nas estruturas de pontes. Para o material
concreto armado com o aumento da temperatura o material tende a se retrair, e essa retração do concreto é influenciada no concreto armado
por diversos fatores, e tem como principal característica a variação de volume devido à perda de umidade ou evaporação, faz com que o
concreto tende a retrair. A NBR 6118 determina que em grandes estruturas os esforços que for oriundos das variações térmicas, devem
ser consideradas e especifica uma variação de temperatura uniforme em torno de 15 °C a considerar para os projetos, e para as temperaturas
não uniformes.
A NBR 6118 especifica que se for o caso deve ser feito uma consideração da variação dessa temperatura, mas não indica nenhum material
especificando essas variações de temperatura.
Por isso o objetivo deste trabalho é utilizar como base o EUROCODE, com as variações de temperatura baseadas em tabelas, e demonstrar
com um exemplo teórico prático realizado manualmente demonstrar como é obtido os esforços devido as temperaturas não uniformes, e
os efeitos que essa temperatura não uniformes causam nas estruturas e no final comparar com um modelo lançado num software de
elementos finitos o SAP2000, e verificar se os resultados verificados manualmente convergem com o do recurso computacional.

Palavras Chave: Variação de Temperatura, Temperatura, Concreto Armado, Temperatura Não Uniforme.

ABSTRACT

In structures of bridges where the structural elements have large dimensions, the thermal stresses that arise in the structures due to the
temperature variation cause great efforts in the supports when the structure is statically indeterminate. When the structure is free to move,
these stresses due to thermal stresses do not occur in the bridge structures. For concrete material reinforced with increasing temperature,
the material tends to retract, and this retraction of the concrete is influenced in the concrete reinforced by several factors and has as main
characteristic the volume variation due to the loss of moisture or evaporation, that concrete tends to retract. NBR 6118 determines that in
large structures the stresses arising from the thermal variations should be considered and specify a uniform temperature variation of around
15 ° C for projects and for non-uniform temperatures.
NBR 6118 specifies that, if appropriate, a consideration of the temperature variation should be made, but does not indicate any material
specifying these temperature variations.
For this reason, the objective of this work is to use the EUROCODE as a basis, based on table-based temperature variations, and to
demonstrate with a practical theoretical example carried out manually how the stresses are obtained due to non-uniform temperatures and
the effects that the temperature does not uniforms cause in the structures and in the end to compare with a model released in a finite
element software SAP2000, and to verify if the results verified manually converge with that of the computational resource.
.

Keywords: Variation of Temperature, Temperature, Armed Concrete, Non-Uniform Temperature.

Programa de Pós-Graduação em Estruturas e Construção Civil - PPGECiv 1


Departamento de Engenharia Civil
Universidade Federal de São Carlos
Cadernos de Trabalhos
CIV 271 – SISTEMAS ESTRUTURAIS EM PONTE DE CONCRETO ARMADO

1 – INTRODUÇÃO 2 – VARIAÇÃO DA TEMPERATURA UNIFORME.

As mudanças de temperatura podem provocar mudanças nas De maneira geral a NBR 6118, admite utilizar uma variação
dimensões nas estruturas, em geral quando há um aumento de temperatura de 10 °C e 15°C em elementos estruturais
da temperatura o material expande-se e quando há uma cuja a dimensão não ultrapasse 50 cm, para elementos
diminuição da temperatura contrai-se. Se a estrutura tiver estruturais maciços ou ocos cuja a menor dimensão seja
sido projetada de tal forma que com a ação da temperatura, superior a 70 cm, pode utilizar uma variação de temperatura
a estrutura não possuir impedimento de se movimentar nos de 5 ºC a 10 ºC.
apoios, com um apoio fixo e um apoio móvel, a estrutura A ilustração de uma deformação por temperatura em uma
não irá gerar nos apoios nenhuma força adicional. Mas se a peça de concreto é demonstrada na figura 2. A variação
estrutura for estaticamente indeterminada e não possuir uniforme nas estruturas em concreto armado, quando são
capacidade de se movimentar devido as variações de estaticamente indeterminadas provocam nos apoios forças
temperatura, irão surgir esforços adicionais nas estruturas no sentido longitudinal da peça, pois o centro de gravidade
que devem ser uma preocupação do engenheiro projetista. da temperatura coincide com o centro de gravidade da peça.
Um exemplo na prática que pode contribuir com a
movimentação das estruturas é na fixação das terças em
estruturas metálicas que consiste em utilizar em uma das
ligações um furo oblongado que possibilite que a estrutura
se movimente em uma direção evitando tensões térmicas
nas estruturas, sem prejudicar a estabilidade da estrutura,
conforme podemos observar na figura 01.

Figura 01: Apoio Isostático (Terça Metálica)


Fonte: AUTOR

De acordo com HIBBELER 2010, se o material for Figura 02: Variação de Temperatura
isotrópico e homogêneo, a deformação do elemento pode ser Fonte: AUTOR
calculada pela seguinte fórmula abaixo:
3 – VARIAÇÃO DA TEMPERATURA NÃO
𝛿𝑇 = 𝛼∆𝑇𝐿 UNIFORME.
Sendo:
𝛿𝑇 = Variação do comprimento do elemento A NBR 6118, atualmente recomenda que nos elementos
𝛼 = propriedade do material denominada coeficiente de estruturais em que temperatura possa ter uma distribuição
dilatação térmica. não uniforme, devem ser considerados essa distribuição. E
∆𝑇 = Variação de Temperatura do elemento na falta de resultados mais precisos pode ser admitida uma
L = Comprimento do Elemento variação linear ente as temperaturas adotadas, desde que
essa variação entre uma face e outra é de 5° C. Atualmente
De acordo com NBR 6118, para o concreto armado, para não existe uma instrução no que diz respeito ao cálculo da
variações normais de temperatura, permite adotar α = 10-5 distribuição não uniforme na nossa norma em vigor.
°C A variação não uniforme em pontes, onde os elementos
De acordo com HIBBELER 2010, apresenta uma tabela estruturais possuem geralmente grandes dimensões é
com diversos materiais com seu coeficiente de dilatação normal possuir um gradiente de temperatura que deve ser
térmica. O Aço é apresentado com α = 1.2 x 10-5 e o concreto considerado pelos projetistas de pontes.
com α = 1.1 x 10-5 valores muito próximos, o que possibilita Essa não uniformidade de temperatura, gera nas estruturas
que os dois materiais trabalhem em conjunto no concreto estaticamente indeterminadas principalmente quando os
armado. apoios possuem capacidade de absorver esses esforços,
Ainda de acordo com HIBBELER 2010, se ocorrer a conforme figura 03.
mudança de temperatura em toda a extensão da peça,
poderemos aplicar a equação abaixo para cada segmento.
𝐿
𝛿𝑇 = ∫0 𝛼∆𝑇𝐿

Figura 03: Distribuição Não Uniforme da Temperatura.


Fonte: CHILD 2018

2 Programa de Pós-Graduação em Estruturas e Construção Civil - PPGECiv


Departamento de Engenharia Civil
Universidade Federal de São Carlos
Cadernos de Trabalhos
CIV 271 – SISTEMAS ESTRUTURAIS EM PONTE DE CONCRETO ARMADO

Essa variação de temperatura é encontrada em diversas


normas de outros países, com os valores a serem utilizados,
para cada temperatura.
O CYS EN 1991 – 1-5:2003, apresenta diversas tabelas para
a consideração da temperatura não uniforme nos elementos Figura 06: Retirada do Apoio Horizontal da Estrutura.
estruturais, e as alturas respectivas para ser determinado Fonte: CHILD 2018
essa não uniformidade, seja no aquecimento das estruturas
e no resfriamento. É claro cada país de acordo com seu Ocorre que remover o engaste da estrutura, a estrutura terá
clima. liberdade para girar, então podemos encontrar através da
A figura 04 apresenta como obter as dimensões e as equação da linha elástica o momento fletor necessário para
variações de temperatura de acordo com a tipologia da seção restringir as tensões térmicas, conforme podemos observar
da sua estrutura. na figura 07. CHILD (2018)

Figura 07: Retirada do Apoio Horizontal da Estrutura.


Fonte: CHILD 2018

Para a obtenção das tensões de tração e compressão oriundas


da variação de temperatura, é só dividir o momento total
encontrado pelo módulo plástico Z.

4.1 – COMO CALCULAR O DO MT E O FT.


Figura 04: Distribuição Não Uniforme da Temperatura.
Fonte: CYS EN 1991 – 1-5:2003 Para o cálculo do MT e FT, é necessário ter as informações
das temperaturas, do modulo de elasticidade e do coeficiente
de dilatação térmica, a força FT é a somatória das áreas que
4 – PROCEDIMENTO DE CÁLCULO.
são encontradas com a multiplicação dos elementos
conforme equação abaixo:
De acordo CHILD (2018) com procedimento adotado para
o cálculo da distribuição de tensão pelo efeito da ℎ
temperatura não linear é demonstrado, parte do princípio ∫ 𝜎𝐵𝑍 𝑑𝑧
que existe restrições suficientes para absorver os esforços 0
que essas tensões provocam, conforme ilustrada na figura 𝐹𝑇 = 𝐵. ℎ1(𝑇1 + 𝑇2)/2 + (ℎ2𝑇2/2) + (ℎ3𝑇3/2)
05.
Ou seja, a área do Gráfico da figura 08, como no
procedimento de encontrar a força normal na seção e o
momento fletor, já entra o módulo de elasticidade e o
coeficiente de dilatação térmica.

E ilustrada na figura 08.


Figura 05: Distribuição Não Uniforme da Temperatura.
Fonte: CHILD 2018

Ainda de acordo com CHILD (2018) como já comentado as


Temperaturas T1, T2 e T3, são encontrados nas normas
internacionais de diversos países e neste trabalho está sendo
utilizado o EUROCODE, essas temperaturas com suas
respectivas alturas de atuação são multiplicadas pelo Figura 08: Demonstração do Cálculo do MT.
coeficiente de dilatação térmica e pelo módulo de Fonte: CHILD 2018
elasticidade do material.
Se forem retiradas as restrições a estrutura terá liberdade de De acordo com CHILD (2018) o MT é encontrado com a
se expandir ou retrair, e como os apoios restringem esses somatória das forças F1, F2 F3, F4, multiplicados pelo braço
movimentos surgem esforços axiais e de momento fletores de alavanca z (distância do centro de gravidade das tensões
nos apoios. Igualando a equação 1 com a rigidez axial do térmicas até o centro de gravidade da peça).
elemento é possível obter a força que será produzida devido
a variação térmica, conforme ilustrado na figura 06. CHILD
(2018)

Programa de Pós-Graduação em Estruturas e Construção Civil - PPGECiv 3


Departamento de Engenharia Civil
Universidade Federal de São Carlos
Cadernos de Trabalhos
CIV 271 – SISTEMAS ESTRUTURAIS EM PONTE DE CONCRETO ARMADO

A – Área da seção do elemento.

E por fim obtemos os esforços horizontais e momento


fletores na estrutura, conforme as equações abaixo:

𝑃 = 𝛼𝑇𝐿𝑁 𝐴𝐸

𝐸𝐼
𝑀= 𝛼(𝑇𝑠 − 𝑇𝑖)

Figura 09: Demonstração do Cálculo do FT. Sendo:
Fonte: CHILD 2018 h– Altura da Seção
Ts – Temperatura Superior.
Conforme CHILD (2018), caso a seção tenhas variações que Ti – Temperatura Inferior.
não coincidam com as variações de temperatura, pode ser
feita uma interpolação linear dos elementos para encontrar Alternativamente ao processo manual, é possível a
os esforços conforme figura 10. utilização do processo de elementos finitos para obtenção
desses esforços devido as tensões térmicas.

4 – EXEMPLO TEÓRICO
Para este trabalho será realizado um exemplo teórico
calculado manualmente comparando com os resultados
obtidos nos programas de computador.
Figura 10: Demonstração da Variação da Temperatura e A seção da figura será do Tipo seção T, conforme ilustrado
Seção. na figura 12, caso a seção da ponte possua uma dimensão
Fonte: CHILD 2018 em seção caixão, ou celular, é possível fazer uma seção
equivalente como uma seção T.
Após determinado o FT e o MT, é necessário determinar a 150
temperatura na linha neutra da seção a ser considerada, e
também a variação linear da temperatura, com isso
20

34,62
uniformizamos a temperatura no centro de gravidade, com
isso encontramos a força normal que essa temperatura gera
nos apoios e com o K (Gradiente Linear de Temperatura)

100
60

encontramos a temperatura superior e inferior da seção, e


com isso o momento fletor que a temperatura irá gerar nos

65,38
apoios, conforme ilustrado na figura 11.
20

K 50

LINHA NEUTRA DA SEÇÃO TLN Figura 12: Seção T – Exemplo 01


Fonte: AUTOR
Dados (Características Geométricas).

Figura 11: Gradiente Linear Térmico e Temperatura na Área = 5200 cm²


Linha Neutra. ycg inferior = 65,38 cm
Fonte: AUTOR ycg superior = 34,62 cm
Iy = 58.73333,3333 cm4
A Temperatura na Linha Neutra da seção e o K (Gradiente
Linear de Temperatura), são obtidos com as seguintes Dados (Propriedades do Material).
equações:
𝐹𝑇 fck = 25 MPa
𝑇𝐿𝑁 = Aço – CA-50
𝐴
CA III
𝑀𝑇 Vão = 20 metros
𝐾= α = 10-5 °C
𝐼
Sendo: Agregado Granito
I – Inércia da seção do elemento Ecs = 24 GPa
4 Programa de Pós-Graduação em Estruturas e Construção Civil - PPGECiv
Departamento de Engenharia Civil
Universidade Federal de São Carlos
Cadernos de Trabalhos
CIV 271 – SISTEMAS ESTRUTURAIS EM PONTE DE CONCRETO ARMADO

Para a obtenção das forças devido as temperaturas não


4.1 – PASSO A PASSO MANUAL uniformes, utilizamos a equação 3 que fica da seguinte
Com os dados da seção geométrica, o primeiro passo será forma:
definir as temperaturas não uniformes e as alturas
13 + 3
respectivas das temperaturas não uniformes. 𝐹1 = 1500 ∗ ∗ 150 = 1.800.000,00
Para o primeiro exemplo será utilizado as temperaturas 2
positivas, ou seja, o aquecimento da seção.
2.38
Com base nas informações da figura 13, obtemos as alturas 𝐹2 = 200 ∗ ∗ 200 = 47600
para o cálculo das forças equivalente na seção, ficando da 2
seguinte forma:
2.50
Conforme o EUROCODE 𝐹3 = 500 ∗ ∗ 200 = 125000
2
ℎ1 = 0,3ℎ = 0.30 𝑚 𝑚𝑎𝑠 < 0,15 𝑚 ∴ ℎ1 = 0.15 𝑚 3 + 2.38
ℎ2 = 0,3ℎ = 0.30 𝑚 𝑚𝑎𝑠 > 0,10 < 0.25𝑚 ∴ = 0.25 𝑚 𝐹4 = 1500 ∗ ∗ 50 = 201750
ℎ3 = 0,3ℎ = 0.30 𝑚 𝑚𝑎𝑠 < 0,10 + 0,10 ∴ ℎ1 = 0.20 𝑚 2

As diferenças de temperaturas adotadas para a nossa seção A somatória das forças (FT), e o momento das forças com
são: relação ao braço de alavanca (MT) fica da seguinte forma:
∆𝑇1 = 13°𝐶
∆𝑇2 = 3°𝐶 𝐹𝑇 = 1.8 ∗ 106 + 47600 − 125000 + 201750
∆𝑇3 = 2.5°𝐶 = 1.92 ∗ 106
A seção com as respectivas temperaturas fica definida da
seguinte forma: 𝑀𝑇 = 1.8 ∗ 106 ∗ 286.8 + 47600 ∗ 79.5 − 125000
∗ 587.1 + 201750 ∗ 172.1
150 = 481.357 ∗ 106
T1
Agora de acordo com equação 5 e 6 obtemos as
15
20

T2
T4 temperaturas na Linha Neutra da Seção TLN e o Gradiente
25

de dilatação térmico K
𝐹𝑇 1.92 ∗ 106
60

𝑇𝐿𝑁 = = = 3.69°𝐶
𝐴 520000

𝑀𝑇 481.357 ∗ 106
20

20

𝐾= = = 0.0082°𝐶/𝑚𝑚
T3 𝐼 5.8733 ∗ 1010
50

Figura 13: Seção T – Exemplo 01 Portanto a Temperatura inferior e a Temperatura Superior


Fonte: AUTOR
ficam da seguinte forma:
As respectivas temperaturas foram multiplicadas pelo 𝑇𝑆 = 3.69 + (0.0082 ∗ 346.2) = 6.52°𝐶
módulo de elasticidade do material e o coeficiente dilatação
térmica do concreto. 𝑇𝐼 = 3.69 − (0.0082 ∗ 653.8) = −1.67°𝐶
Se tornou necessário devido as características geométricas
da seção criar uma temperatura T4, interpolando Os esforços na estrutura Bi engastada com a variação de
linearmente. As características geométricas foram obtidas temperatura são apresentados abaixo:
com o Software Autocad, e ilustrada na figura 14.
150 𝑃 = 𝛼𝑇𝐿𝑁 𝐴𝐸 = 10−5 ∗ 3.69 ∗ 0.52 ∗ 106 ∗ 24000
F1
= 460.512 𝑘𝑁
15
20

F4
28,68

F2
24000 ∗ 5.8733 ∗ 1010 −5
25

LINHA NEUTRA
𝑀= 10 (6.52 − (−1.67))
1000
17,21
7,95
60

= 115.31 𝐾𝑛. 𝑚
58,71

4.2 – ELEMENTOS FINITOS – SAP2000


20

20

F3

50 A seção será lançada no software de Elementos Finitos


SAP2000 V20 Educacional. Para o lançamento da
Figura 14: Tensões na Seção T. temperatura é necessário criar o material que foi
Fonte: AUTOR estabelecido conforme exemplo teórico.

Programa de Pós-Graduação em Estruturas e Construção Civil - PPGECiv 5


Departamento de Engenharia Civil
Universidade Federal de São Carlos
Cadernos de Trabalhos
CIV 271 – SISTEMAS ESTRUTURAIS EM PONTE DE CONCRETO ARMADO

Com o comando – Define – Materials.


Após este comando irá surgir uma tela, conforme ilustrado
na figura 15.

Figura 15: Definição dos Materiais (SAP2000).


Fonte: AUTOR

Utilize o comando – Add New Material, e escolha a opção


o material concreto utilizando os dados do usuário conforme
figura 16 abaixo:

Figura 17: Definição do Material Concreto (SAP2000).


Fonte: AUTOR

Após definido o material é necessário definir a seção do


elemento estrutural.
Utilize o comando – Define – Section Proprerties – Frame
Sections. Irá surgir uma tela conforme ilustrado na figura
18.

Figura 16: Propriedades do Material (SAP2000)


Fonte: AUTOR

Na tela que aparecerá no programa, especifique os materiais


conforme ilustrado na figura 17:

Figura 18: Definição da Seção (SAP2000)


Fonte: AUTOR

Utilize o comando Add New Property, e a escolha a seção


de concreto e a seção de concreto Precast I, conforme
ilustrado na figura 21.

6 Programa de Pós-Graduação em Estruturas e Construção Civil - PPGECiv


Departamento de Engenharia Civil
Universidade Federal de São Carlos
Cadernos de Trabalhos
CIV 271 – SISTEMAS ESTRUTURAIS EM PONTE DE CONCRETO ARMADO

Figura 20: Definição das Restrições.


Fonte: AUTOR

Escolha todas as opções para engastar a barra nos dois nós.


Figura 18: Definição da Seção T (SAP2000) Após o lançamento das vinculações é necessário definir o
Fonte: AUTOR carregamento Temperatura, através do Comando – Define
Load Patterns, e inserir um carregamento para a
Agora é só lançar os dados da seção conforme ilustrado na temperatura, conforme ilustrado na figura 21.
figura 19.

Figura 21: Definição do Carregamento Temperatura


(SAP2000)
Fonte: AUTOR

E através do Comando – Assign – Frame Loads –


Temperature, é necessário lançar as temperaturas nos
elementos.

Figura 19: Definição da Seção T (SAP2000)


Fonte: AUTOR

Após definido a seção e as propriedades do elemento, é


necessário lançar o elemento de barra para lançar o
carregamento de temperatura. Para o lançamento da barra,
como forma de auxiliar o carregamento pode -se utilizar o
recurso de Grid do programa, com o botão direito do mouse,
entre no Comando – Edit Grid Data, e insira o tamanho da
barra nos eixos X, Y e Z.
Após realizado esse procedimento realize o lançamento da
barra com o comando – Draw – Draw Frame/Cable/Tendon.
Após realizado o lançamento das barras é importante lançar
as vinculações dos nós, através do comando – Assign Join
Restraints, conforme ilustrado na figura 22.

Figura 22: Definição do Carregamento Temperatura


(SAP2000)
Programa de Pós-Graduação em Estruturas e Construção Civil - PPGECiv 7
Departamento de Engenharia Civil
Universidade Federal de São Carlos
Cadernos de Trabalhos
CIV 271 – SISTEMAS ESTRUTURAIS EM PONTE DE CONCRETO ARMADO

Lançando os esforços no SAP2000 de temperatura na seção


Para a barra será lançada duas temperaturas, a primeira é a do exemplo, obtemos os seguintes resultados, conforme
calculada manualmente TLN = 3,69 °C. e o valor do ilustrado na figura 25.
coeficiente de gradiente térmico 𝐾 = 0.0082°𝐶/𝑚𝑚,
conforme ilustrado na figura 23 e 24.

Figura 25: Resultado do Software (SAP2000)


Fonte: AUTOR

Resultados muito próximos dos obtidos manualmente. Uma


ilustração da seção em 3D é ilustrada na figura 26.

Figura 23: Definição do Carregamento Temperatura


(SAP2000)

Figura 26: Modelo 3D da seção.


Fonte: AUTOR

Se a estrutura for estaticamente determinada e sofrer uma


temperatura não uniforme, a temperatura irá se deslocar
conforme a deformada a flexão conforme ilustrado na figura
27.

Figura 27: Deformada da 3D – Bi apoiada.


Fonte: AUTOR

Figura 24: Lançamento do Carregamento Temperatura


(SAP2000)

8 Programa de Pós-Graduação em Estruturas e Construção Civil - PPGECiv


Departamento de Engenharia Civil
Universidade Federal de São Carlos
Cadernos de Trabalhos
CIV 271 – SISTEMAS ESTRUTURAIS EM PONTE DE CONCRETO ARMADO

5 – CONCLUSÃO

O trabalho demonstra que para encontrar a distribuição de


tensão não uniforme nos elementos estruturais, não requer
uma grande dificuldade, mas é necessário a indicação de
parâmetros como as temperaturas não uniformes que serão
utilizadas no modelo. E para isso a NBR6118 necessita
talvez de medições e mais trabalhos que dê parâmetros aos
projetistas utilizaram essa distribuição não uniforme nas
estruturas.
Ficou claro também que os resultados obtidos com o
software SAP2000, ficaram idênticos aos obtidos, mas que
para o lançamento no programa é necessário realizar alguns
procedimentos manuais para o lançamento no programa.
Este trabalho visou um exemplo simples, e como é feito o
lançamento no programa, e para um trabalho mais
complexo, da para avaliar o efeito da temperatura nos
pilares de pontes considerando suas respectivas rigidezes.

6 - REFERÊNCIAS BIBLOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR


6118: Projeto de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de
Janeiro, 2014.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR
6120: Cargas para o cálculo de estruturas de edificações, 1980.
CYS NATIONAL ANNEX TO CYS EN 1991-1-5:2003 –
Eurocode 1: Actions on Structures – Part1-5: General actions –
Thermal actions.
DAVID CHILDS. Tutorial for Temperature Effects in Bridge
Decks–Disponível em:
http://www.bridgedesign.org.uk/tutorial/temptut.html> Acesso em
15 de agosto de 2018.
R.C. HIBBELER Resistência dos Materiais, 2010, 7º Edição.
SOARES. V. R. Estudo dos esforços oriundos de retração e
variação de temperatura em estruturas de concreto armado.

Programa de Pós-Graduação em Estruturas e Construção Civil - PPGECiv 9


Departamento de Engenharia Civil
Universidade Federal de São Carlos

Você também pode gostar