PROJETO DE ENSINO - ENERGIAS RENOVÁVEIS

Acelmo de Jesus Brito1

DINÂMICA METODOLÓGICA
Nesse item, apresentamos através do quadro 01 a descrição dos seis momento que compões
as etapas da dinâmica metodológica

Quadro 01 – Descrição dos momentos da dinâmica metodológica

Momentos - Aulas Descrição da Dinâmica Metodológica
1º Momento – 2 aulas Reflexão e discussão inicial sobre energias renováveis
2º Momento – 2 aulas Reflexão e discussão sobre particularidades da energia solar fotovoltaica
e funcionalidades do sistema fotovoltaico.
3º Momento – 2 aulas Atividade de coleta de dados secundários de funcionamento do inversor.
4º Momento – 2 aulas Modelagem dos dados e discussão dos resultados
5º Momento – 2 aulas Atividade de produção de texto a partir dos resultados, e de questões
provocadoras.

ROTEIRO DAS ATIVIDADES

Os procedimentos em Modelagem Matemática aqui utilizados alinham com Biembegut; Hein
(2005) no tocante a sua estrutura, e estão agrupados em três etapas, subdivididas em seis subetapas.
Ainda de acordo com Beimbegut; Hein (2005, p. 15) as subetapas da modelagem podem ser descritas
pela figura 3.

1 Professor vinculado à Faculdade de Ciências Exatas e da Terra – FACET, da Universidade do Estado de Mato Grosso
– UNEMAT, Campus de Barra do Bugres-MT. Email: acelmo@unemat.br
 Figura 1 - Etapas da Modelagem Matemática

Fonte: Beimbegut; Hein, 2005, p. 15

Por se tratar de uma situação de Projeto de Ensino de matemática, nos abstemos da Validação
do modelo.

1º Momento – Esse momento compreende ao contato inicial de grande parte dos alunos com o tema,
para iniciar essas reflexões e discussões que serão promovidas, iniciaremos o contato com a temática
com os vídeos abaixo:

Figura 2 – Aula energia renovável

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=qA2WkNZYeu0
Canal Futura
 Figura 3 – Aula energia não renovável

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=9JlEVnTY0bM
Canal Futura

Após a apresentação dos vídeos, o próximo momento é o de discutir sobre os mesmos, para
isso alguns pontos chaves foram elencados, essa discussão pode ser através de um seminário, ou
através de produção de escrita. Elencamos alguns temos que podem ser usados nesse momento.
● Reconhecer as principais fontes de energias não fosseis;
● Entender os processos de formação das principais fontes de energias fósseis;
● Entender o processo e obtenção da energia hidroelétrica e nuclear;
● Avaliar os riscos ambientais de utilização da energia nuclear;
● Compreender os pontos positivos e negativos das energias renováveis;
● Identificar diferentes fontes de energia obtidas na biomassa;
● Avaliar os aspectos favoráveis e contrários da utilização da energia solar, eólica, da
geotérmica e das marés.

2º Momento – Esse momento é o momento de discutir mais detalhes da energia solar, termosolar e
fotovoltaica. com ênfase na energia solar fotovoltaica. Para fomentar esse segundo momento
utilizaremos os vídeos abaixo:
 Figura 4 – Aula energia solar

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=FS0iiN3pI6o
Canal Quadro Livre

Figura 5 – Aula energia solar fotovoltaica e funcionamento do sistema

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=QYfkM-jpPLg
Canal Grupo Elgin

Após a apresentação dos vídeos, o próximo momento é o de discutir sobre eles, alguns temas
para nortear a discussão são apresentados, essa discussão pode ser através de um seminário, ou através
de produção de escrita.
● Compreender as diferenças entre energias termosolar e fotovoltaica;
 ● Entender o papel dos componentes de um sistema fotovoltaico.
● Compreender o monitoramento de parâmetros através do inversor, seja no próprio
equipamento ou em dados dispostos em aplicativos e na própria internet com ênfase a potência
instantânea (no momento).

3º Momento – Esse momento compreende a coleta de dados, para o mesmo vamos inicialmente
apresentar que trabalharemos com dados secundários (produzido por terceiros). Os dados que farão
parte de nosso Projeto de Ensino são correspondentes ao dado de “Potência Instantânea” de um
inversor ao longo do dia.
A empresa Growatt, que produz entre outras coisas inversores, possui um portal em que ela
dispõe o acesso de diversos projetos de usinas fotovoltaicas que usam seus produtos. Nesse portal é
possível visualizar diversas usinas no processo de geração de energia em tempo real, naturalmente o
monitoramento é na operação dos inversores, onde está instalado a interface de comunicação de todo
o projeto como portal bem como com os aplicativos de monitoramento da empresa.
O endereço eletrônico para acessar esse portal é https://server.growatt.com/login, esse
endereço abre o portal com uma tela inicial de login como é mostrado na figura 6.
Figura 6 – Página inicial do portal de monitoramento

Fonte: https://server.growatt.com/login
Para termos acesso aos sistemas operando instantaneamente temos que clicar em “Exemplos
de instalações” que fica na parte inferior direita da página. Ao clicar no local, a pessoa loga no sistema
com um usuário tipo “convidado”.
Após clicar, uma nova pagina vai carregar, com diversas plantas disponíveis para análise. A
figura 7 mostra essa página que permite escolher qual sistema selecionar para análise.
 Figura 7 – Opção de seleção de diversas plantas em funcionamento

Fonte: https://server.growatt.com/login

Para ter acesso aos dados do monitoramento, basta clicar sobre um dos projetos que são
dispostos ao usuário. Contudo existe projetos de grandes e pequenas magnitudes, bem como projetos
conectados à rede de energia, à baterias e híbridos. Na página há um filtro que pode facilitar a escolha.
Como sugestão indicamos trabalhar com projetos residenciais ligados na rede (on grid).
Após a escolha do sistema, e de clicar sobre o mesmo, uma outra tela é carregada com a
funcionalidade do sistema escolhido. A figura 8 mostra um exemplo de sistema escolhido.

Figura 8 – Opção de seleção de diversas plantas em funcionamento

 Fonte: https://server.growatt.com/login

Nessa página o usuário tem acesso a uma série de dados armazenados, bem como medido
instantaneamente, dos equipamentos em funcionamento. Pode se pensar em explorar outros dados em
contextos diferentes, isso fica a critério do professo analisar tais possibilidades.
Nesse projeto vamos trabalhar com a potência em watts (w), que o inversor está trabalhando,
ou trabalhou ao longo de um dia anterior. Esses dados são dispostos no gráfico apresentado no lado
esquerdo da página como mostra a figura 9.

Figura 9 – Gráfico da potência ao longo do dia

Fonte: https://server.growatt.com/login
Nesse gráfico é possível verificar o início e o fim do funcionamento do equipamento, bem
como a variação de potência ao longo do dia. O formato de uma curva dessas vemos na figura 10, “a”
e “b”, em que temos uma curva de um dia ensolarado “a” e de um dia com momentos nublados “b”.
Figura 10 – Opção de seleção de diversas plantas em funcionamento
 Figura – a Figura - b
Fonte: https://server.growatt.com/login
Para ter acesso ao histórico de registro do equipamento, selecione no dispositivo de seleção
de datas outras datas anteriores que o sistema irá gerar um gráfico com esses registros.
Com o dia da coleta decidido, então vamos coletar os dados. Nossos dados compreende os
valores medidos de potência (w), de um dia de funcionamento do inversor tomados de hora em hora,
compreendido das 7h às 18h. para coletar os dados basta ir colocando o mouse sobre o gráfico que
vai aparecendo as informações da medição em um quadro, nesse quadro está presente a hora e o valor
da potência naquele ponto, como mostra a figura 11.
Figura 11 – Quadro com os valores a serem coletados

Fonte: https://server.growatt.com/login
Com os dados coletados conforme as instruções vamos levar os mesmo para uma planilha
eletrônica conforme mostra a figura 12. Nessa planilha digite os registros como foi coletado, não
esquecendo de substituir o separador decimal que no portal é ponto “.” , pelo usado na planilha
eletrônica, que normalmente é virgula “,”.
Figura 12 – Quadro com os valores a serem coletados
 Fonte: Autor
4º Momento – Esse momento compreende a transposição do problema em seu contexto físico para o
contexto matemático, é o momento em que se ajusta o modelo matemático através dos dados reais
registrados, bem como se concebe as restrições em que esse modelo se faz próximo a realidade, bem
como as particularidades onde o mesmo não consegue representar essa mesma realidade.
Para o ajuste do modelo, vamos fazer uso das ferramentas existentes na planilha. Vale lembrar
que existe um arcabouço de matemática, mais precisamente estatística nesse processo, no entanto
apesar de deixar claro aos alunos de tal existência, a mesma não será abordada nesse Projeto por não
ser objetivo do mesmo.
Com os dados inseridos na planilha, vamos produzir um gráfico chamado “Diagrama de
Dispersão”. Para produzir esse gráfico, selecione as duas colunas que compões os dados, e vamos na
aba “Inserir” logo após no item gráficos, clicamos na opção dispersão, como mostra na figura 13.
Figura 13 – Comandos para inserir o gráfico de dispersão

Fonte: Próprio autor

 Após a escolha do gráfico a planilha vai gerar um gráfico em que as horas são representadas
no eixo das abscissas e os valores de potência são representadas no eixo das ordenadas. Sendo que
cada ponto no gráfico representa um par (hora, potência), como é mostrado na figura 14.
Figura 14 – Gráfico de dispersão construído a partir dos dados

Potência (w)
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
0 5 10 15 20

Fonte: Autor
Com o gráfico de dispersão pronto, solicitamos a planilha para ajustar a curva que mais se
aproxima dos pontos representados no gráfico. Para isso vamos clicar com o clique direito do mouse
em um dos pontos, e escolher a opção “Adicionar Linha de Tendência”, abrirá uma janela e nela
selecione a opção “polinomial”, e selecione a ordem “2” (pois o fenômeno possui um comportamento
semelhante a função quadrática). Após a escolha da ordem marque as caixa de exibição da equação e
do coeficiente de determinação “R-quadrado”. A figura 15.
Figura 15 – Comandos para ajuste do modelo

Fonte: Próprio autor

Após marcar as opções contidas na figura 09 a planilha gera o modelo matemático, faz uma
representação gráfica do mesmo junto aos pontos, bem como apresenta o modelo, que em nosso caso
é uma função quadrática além de apresentar um indicador da qualidade do ajuste (R-quadrado). Para
esse indicador quanto mais próximo de 1 melhor esse modelo se ajusta aos pontos observados, e
quanto mais próximo de 0, menos esse modelo se ajusta aos pontos observados. Apesar de esse
coeficiente não está em nossos objetivos de estudo, é bom deixar claro aos alunos sua particularidade.
A figura 16 mostra essas informações supracitadas.
Figura 16 – Gráfico de dispersão com o modelo ajustado

Fonte: Autor
5º Momento – Esse momento é destinado a produção por parte dos alunos, nesse momento o
professor fomenta inquietações através de questionamentos, e solicita que os alunos registrem suas
constatações, conclusões, dúvidas e questionamentos. Tal atividade pode se desenvolver nas mais
variadas estratégias. Podem ser usadas produção de texto ou apresentações em seminários. Podem ser
individual ou em grupo. Aqui o professor avalia a melhor estratégia para a turma. No entanto segue
algumas questões provocativas:
● Esse modelo consegue representar o fenômeno de forma satisfatória?
● De acordo com o modelo, a partir de qual horário e até qual horário o sistema produz
energia?
● De acordo com o modelo, em que horário nesse dia se encontrou o pico da produção
de energia?
● De acordo com o modelo, nesse dia quantos watts foi o máximo que o inversor
produziu?
● Em qual intervalo de domínio o modelo representa um cenário impossível?