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Um adulto que abandona uma criança que está sob seus cuidados e é incapaz de se defender

dos riscos resultantes do abandono é crime previsto em lei. É o chamado ‘abandono de


incapaz’, que consta do Código Penal brasileiro e pode resultar em pena de 4 a 12 anos de
prisão no caso de morte da criança. Foi o que aconteceu com o garoto Miguel, de 5 anos, que
faleceu ao cair do 9 andar de um edifício, após ser deixado sozinho no elevador do prédio por
Sari Corte Real, que vive no local e no momento estava responsável pela criança. Questionada
se ela via risco em deixar a criança sozinha no elevador, Sari disse que isso não se passou pela
sua cabeça.
A morte do garoto de forma trágica trouxe à tona questionamentos sobre quais situações
podem ser consideradas abandono e a até que idade uma criança é vista como incapaz.
Além de uma criança, portanto, isso pode acontecer com um idoso ou uma pessoa com
deficiência física ou mental, por exemplo.
Situações como a do pai ou da mãe que sai e deixa a criança pequena em casa sozinha com o
irmão maior, por exemplo, é uma das mais comuns desse contexto, principalmente em
famílias de vulnerabilidade econômica. «Esse é o exemplo mais claro de abandono de incapaz
e o pior é que, muitas vezes, o responsável faz isso para ir a uma festa, um forró, embora a
prática também seja comum quando os pais precisam sair para trabalhar», comenta o
advogado criminalista.
Saídas rápidas à padaria ou ao supermercado, em que os pais deixam o filho sozinho em
casa, podem ser configuradas como de abandono de incapaz. Por lei, isso vale para
adolescentes de até 16 anos, quando eles adquirem certa autonomia e passam a responder
por seus atos em conjunto com os pais. «Deixar o filho de 14 ou 15 anos sozinho em casa está
longe de ser um abandono de incapaz. » Segundo especialistas, a partir dos 11 anos a criança
costuma começar a ter uma noção maior de situações de perigo como ao usar o fogão, facas e
outros utensílios de cozinha.

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