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A CERCA

Quando Freud desenvolveu sua teoria, ele explicou o Édipo em três tempos. O primeiro diz
respeito ao momento inicial, em que a criança está muito ligada à mãe, enxergando-a como
um espelho e extensão do próprio corpo, reconhecendo a si mesmo e a mãe como um único
objeto 

Já no segundo tempo, Freud explica que o pai se torna presente como uma figura


proibidora, tanto das atividades cotidianas desenvolvidas pela criança quanto da sua fantasia
de desejo pela mãe. Aqui, é muito comum discursos como “cuidado que seu pai pode brigar
com você” e “vou chamar o seu pai para conversar com você”, normalmente proferidos pela
mãe.

Quando a criança atinge uma maturidade um pouco mais desenvolvida, o pai aparece como
uma figura de identificação, já no terceiro tempo. Nesse período, é o nosso pai cotidiano,
que tem seus defeitos e qualidades e são reconhecidos pela criança. Assim, o complexo se
dissolve por completo.

Cada tempo do mito edipiano tem idades diferentes que representam a maturidade da


criança, tanto cognitiva quanto emocional. Via de regra, o período completo dura dos três
aos cinco anos.

Durante esse momento conflituoso, a criança vai percebendo que não é mais o centro da
atenção dos pais e começa a percebê-los como figuras distintas que fornecem amor,
carinho, mas também frustrações 

Freud constatou a extrema importância do complexo de Édipo como uma maneira de


explicar como os adultos agem da forma que agem.

ao analisar esse período vivido, é possível compreender as atitudes que são tomadas no dia
a dia

 Embora seja um tema que envolva muito a sexualidade, Freud compreende que não se
restringe somente a isso e trabalha questões como a dificuldade de lidar com as
frustrações a partir do período edipiano.

Análise da sessão ludodiagnóstica

Escolha dos brinquedos

 Verifica -se que o contato inicialmente é feito com restrições, típico de uma criança
dessa idade diante de alguém desconhecido.
 Entretanto, diante da visão dos materiais, já na sala, a menina fica surpresa e sua
reação é de impulsividade
 como se os materiais representassem o lado prazeroso de sua infância.

Exemplos dos brinquedos

 O primeiro material que utiliza é o espelho, podendo representar a busca de sua


identidade
 Imediatamente quer saber o que é o avião. Aliás, ela sabe o que é o avião, mas neste
momento expressa sua confusão mental, indicando que precisa se diferenciar
 Por não conseguir dar continuidade a sua busca pela identidade, por conta dessa
dificuldade em se difenrenciar, ela logo pega a massinha e passa a amassar.

Se considerarmos estas primeiras escolhas de materiais, e equiparando -as às


associações livres da criança, é como se ela nos dissesse: meu problema está na busca
de quem eu sou, de outro que me permita diferenciar- -me, mas não consigo, regrido a
um estágio anterior,

 Quando falamos sobre precisar do outro pra diferenciar-se, temos que pensar que na
fase inicial da criança, ela não enxerga separação entre ela e a mãe, para o bebe, a
mãe e ele são um só. Nesse caso precisa-se da chegada da linguagem, para que haja
essa separação, essa diferenciação entre o que sou eu e o que é o outro. A partir disso
quando o caso traz que Berenice precisa de um outro pra se diferenciar, ela precisa de
uma figura ou da linguagem??? Reposta carol

de uma etapa edípica retorno a uma etapa anal, de exploração e manuseio prático.
Reposta gleice.

 Esse manuseio regressivo, no entanto, a faz entrar em contato com seus impulsos
agressivos, que não quer que a terapeuta conheça.

 Ao reconhecer que a terapeuta pode “se conter”, permitindo a sua agressividade,


novamente se depara com a possibilidade de descontrole: ameaça jogar a água.

 Ao reconhecer este seu lado destrutivo, volta -se para si, na tentativa de se punir. Isso
fica claro ao enrolar o barbante no pescoço.

 Aqui podemos entender o quanto a criança, diante da possibilidade de manusear e


pesquisar os materiais, de expressar sua agressividade, rompe com a realidade, desiste
de sua exploração e enrola um barbante no seu pescoço, ou seja, em vez de expressar
seus sentimentos ataca -se inibindo sua ação de exploração

 Possivelmente, as dores na cabeça e na perna representam sintomas psicossomáticos,


ou seja, através das dores pode receber atenção ou encobrir a sua agressividade
 A cola representa sua necessidade de afeição e de simbiose, sua necessidade de ser
aceita como uma menina “desconjuntada”, “atrapalhada”. Entrega para a terapeuta
um conjunto de legos que representam meninas. Quais meninas? As várias meninas
que sente dentro de si, mas que ela não quer que sejam conhecidas

Diante da impulsividade da expressão de seus impulsos agressivos, verifica que é


possível pesquisar os conteúdos femininos, mas o faz com angústia e
persecutoriedade. Seus desejos femininos podem, novamente, colocá -la numa
situação de perigo.

demonstrando o quanto não consegue crescer. Quem sabe as suas dificuldades


escolares, tal como descritas por Klein (1930; 1931), estejam relacionadas ao
impedimento destas descobertas típicas da fase fálica.

Modalidade de brinquedo

As manifestações simbólicas da menina demonstram um ego pobre na expressão,


onde os impulsos parecem prevalecer sobre a capacidade expressiva representativa.
As ações da criança demonstram um interesse na manipulação, que, por sua vez, surge
para impedir a capacidade simbólica edípica.

No relato da mãe, nas sessões que precederam o primeiro encontro com a terapeuta,
fora mencionado que a criança, ao saber do atendimento psicológico, ficara ansiosa e
fizera xixi na cama, coisa que há muito tempo não fazia. Ao se apresentar à terapeuta
na recepção, ela diz que não quer ir para a sala. A mãe menciona que naquele dia a
criança está com a perna doendo e tremendo. São dados que revelam a ansiedade da
criança diante da situação de avaliação. É contraditória, porém, sua atitude impulsiva
ao chegar na sala, sugerindo falta de adequação evolutiva no seu comportamento.

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