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Tradução: Criss Guerra

Revisão Inicial: Colaboradora

Revisão Final: Rosi Teodoro

Leitura Final: Aline André

Formatação: Lola

Verificação: Lexi
Ryder se encontra no processo de entrar em

seus poderes xamã completos mais do que ele

esperava. E não ajuda que esteja sendo

implacavelmente perseguido por um lobisomem

feminino que não desiste de um desafio. Incapaz

de se deitar com ela por razões próprias, ele luta

para manter seu anseio escondido de todos,

especialmente dela.

Wren colocou seus olhos em Ryder e é isso. Ele

pode tê-la recusado uma e outra vez, mas Wren

sabe que Ryder é o único indicado para ela. Se for

preciso um pouco de persuasão da parte dela,

melhor ainda. Não vai desistir até receber o

prêmio final “o xamã dos sentinelas como seu

companheiro”.
Ryder afundou na cadeira do pátio, inclinou a cabeça
contra o encosto e enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta.
Agora era o começo de setembro em Juneau, Alasca, e o
tempo mais frio se aproximava lentamente.

Ele fechou os olhos e suspirou. Esperava ter ganho


todos os seus poderes na mudança das estações. Até agora
nada que tentou fez com que isso acontecesse. Isso o frustrou
profundamente. Os irmãos lobo precisavam que ele tivesse
todas as suas habilidades de xamã para ajudar na luta
contra os lobos negros. E não ajudou que nas últimas
semanas seu ancestral xamã tivesse lhe enviado visão após
visão, quase exigindo que ele reivindicasse seus poderes.

As portas de vidro deslizantes se abriram atrás dele.

— Aí está você. Estava te procurando.


Ryder mal segurou outro suspiro de dor. A voz pertencia
a Wren, a única lobisomem feminina não casada da casa e
aquela que havia mirado nele no instante em que se
conheceram. Até agora tinha sido bem-sucedido em manter
distância, mas sua sorte logo iria acabar. Não porque Wren
fosse persistente. Não, era porque sua vontade estava
enfraquecendo. Ela não tinha ideia de como ele estava atraído
por ela. Se descobrisse, ele estaria perdido.

Ele abriu os olhos, se endireitou e observou Wren se


sentar na cadeira ao lado dele.

— Como você pode ver, não sou tão difícil de encontrar.


— disse Ryder.

— Não, mas este é o segundo lugar que eu olhei. Fui ao


seu quarto primeiro.

Claro que era para onde Wren teria ido antes de vir para
cá. Ela estava sempre tentando convencê-lo a compartilhar
seu quarto. E ele tinha certeza de que Wren não queria que
os arranjos de dormir fossem em camas separadas. Agora ela
dormia no sofá da sala de estar. Durlach, o irmão lobo que
morava com sua companheira Meadow, tinha oferecido a
Wren um dos seus quartos de hóspedes, mas ela recusou.

— Há algo que queira? — Ryder perguntou, esperando


se livrar de Wren o mais rápido possível. Quanto mais tempo
ficasse em torno dela, mais difícil era para ele não olhar para
o rosto bonito e pensar sobre todas as coisas que queria fazer
com seu corpo sexy.

Wren moveu a cadeira para mais perto.


— Sim. Você.

Ryder reprimiu um gemido. Quando Wren falava assim,


isso estragava o ato de indiferença que usava em torno dela.
Ao contrário dos irmãos lobo, não era um lobisomem, então
não tinha ideia se Wren era sua companheira. Edensaw, o
alfa dos sentinelas, se ofereceu para transformar Ryder, mas
esse não era o seu destino. Ele era o xamã deles e como o
primeiro deles, permaneceria como era.

Ele balançou sua cabeça.

— Vai desistir?

Wren sorriu.

— Não. Eu vou atrás do que quero e definitivamente o


quero.

— Nós já discutimos isso antes. Você é um lobisomem,


eu sou um mortal. E não posso sentir o cheiro do seu
perfume e saber que você é minha companheira. Por tudo que
você sabe, há um lobisomem masculino lá fora, apenas
esperando para encontrá-la e desencadear seu desejo de
acasalamento.

Wren descartou o que ele disse com um movimento da


sua mão.

— Eu sei que não há um. Psíquica, lembra? Nunca me vi


com um lobisomem como companheiro. Nem mesmo um
mortal comum. — Wren se inclinou para ele. — O único
mortal que vejo comigo é o que estou olhando agora.
O pênis de Ryder se contraiu em seu jeans. Ele pôs as
mãos dentro dos bolsos da jaqueta para cobrir sua virilha. Se
Wren notasse a protuberância em suas calças aumentando
de repente, ela estaria em cima dele.

— Então você realmente nos viu juntos, como


companheiros? — Ele perguntou.

— Bem, para ser honesta, a visão que tive não foi tão
clara. Não vi seu rosto, mas sei que era com você que eu
estava. E estava quente.

Ela ia matá-lo. Sua mente já estava cheia com imagens


da sua imaginação de como Wren ficaria nua enquanto fazia
amor com ela de todas as maneiras que pensava nos últimos
meses desde que ela se mudara para lá. Se fizesse todas elas,
não deixaria seu quarto por pelo menos três dias.

— Eu não vou comentar sobre isso. — disse ele,


esperando que Wren não ouvisse a ligeira tensão em sua voz.
— E se isso é tudo, quero ficar sozinho.

Ela o estudou de perto.

— Você está ficando estressado porque não pode trazer


seus poderes completos de xamã, não é?

— Você poderia dizer isso.

— Sabe o que é um bom alívio para o estresse? Sexo. E


muito disso. Posso ajudá-lo com isso.

O pau de Ryder deu outro empurrão. Sim, ela ia matá-


lo. Não queria nada mais do que aceitar sua oferta, mas não
podia. De todas as visões que seu ancestral o mostrara sobre
ganhar seus plenos poderes, uma coisa era muito clara.
Ryder tinha que permanecer celibatário até que isso
acontecesse. Por quê? Ele não tinha a menor ideia e seu
antepassado não tinha essa informação. Só sabia que se ele
fosse contra essa visão, nunca os ganharia. Muito dependia
do que ele se tornaria para assumir esse risco.

Ele balançou sua cabeça.

— Obrigado pela oferta, mas vou passar. — E droga, se


não doeu dizer isso! Se não fosse pelo celibato, Ryder teria
Wren despida e já teria seu pênis enterrado dentro dela.

Como de costume, sua rejeição não pareceu incomodar


Wren.

— Sempre há outra hora. Posso ser muito paciente


quando preciso. Eu não vou desistir.

— Eu queria que o fizesse.

— Não, não quer. Precisa de mim, me quer. Ainda não


admitiu isso para si mesmo. Esse dia virá embora. Então
vamos compensar o tempo perdido. Eu posso esperar.

— E se demorar anos para acontecer? Permanecerá tão


paciente?

Wren esticou o braço e colocou um pouco do seu cabelo


atrás de uma das suas orelhas. Algo que ela gostava de fazer
em uma base regular e algo que Ryder, por algum motivo,
sempre permitia.

— Não vai demorar tanto. — Wren disse enquanto o


olhava em seus olhos, seus verdes parecendo olhar
diretamente em sua alma. Se inclinou ainda mais perto, seus
rostos a uma distância de poucos centímetros. — Tenho a
sensação de que vou conseguir o que quero muito em breve.

O pau de Ryder ficou mais duro. Seria tão fácil fechar o


pequeno espaço entre eles e tomar os lábios de Wren em um
beijo aquecido. Ele tinha doído para prová-los, para senti-los
sob os seus. Aos vinte e cinco anos, pensava em fazer sexo o
tempo todo, como qualquer homem fazia na sua idade. Era
tão injusto que ele não pudesse fazer nada sobre isso. E
depois que entrasse em seus poderes, não tinha certeza do
que ele se tornaria.

Esse pensamento fez Ryder se afastar de Wren. Era algo


que tentava não pensar e no fundo tinha a sensação de que
sua relutância em aceitar as mudanças que aconteceriam era
o que o impedia de se tornar o que nasceu para ser.

As portas de vidro deslizantes se abriram atrás de Ryder


mais uma vez. Olhou por cima do ombro, grato pela
interrupção. Edensaw, Wachei, Ketah, Kajakti e Capac
entraram no convés com suas companheiras seguindo atrás
deles. Cassidy, a companheira de Edensaw, segurava seu
filho de três meses, Wyatt, em seus braços. Ele estava
embrulhado em uma roupa quente e envolto em um cobertor
de malha contra a brisa fresca da tarde.

A maior parte do grupo foi até o gramado, depois mudou


para suas formas de lobo. Como toda tarde nessa época, os
irmãos lobos e suas companheiras realizavam uma sessão de
treinamento, para treinar as mulheres em lutar na outra
forma. Com os lobos escuros ainda eram uma ameaça, todos
eles precisavam ser capazes de se defender se surgisse uma
situação que os fizesse lutar contra um dos inimigos.

Wren suspirou, então se levantou. Ela entrou em


sintonia com Jaren, Eryn, Riya e Haven. Uma vez que ela
chegou à grama Ryder assistiu ela mudar para seu lobo
madeira de forma mista. Mesmo que ela não estivesse
acasalada com um irmão lobo, ela pediu para ser mordida
por um, para ser transformada no mesmo tipo de lobisomem
que os sentinelas. E também passou a ser a mulher mais
forte do bando.

Cassidy veio para ficar ao lado da cadeira de Ryder.

— Não se importa de tomar conta de Wyatt, não é?

— Claro que não.

A companheira do seu alfa colocou o bebê em seus


braços e sorriu.

— Eu não achei que o faria. Se ficar mais frio, não


precisa ficar aqui fora. Eu acabei de alimentar Wyatt, então
ele ficará bem por um tempo.

— Tudo bem.

Cassidy desceu as escadas do convés e se juntou aos


outros no gramado. Seu corpo ficou embaçado e brilhou
quando assumiu sua forma de lobo. Ryder assistiu os
lobisomens se aglomerarem juntos. Parecia que eles estavam
olhando um para o outro, mas na verdade, sabia que eles
estavam se comunicando telepaticamente uns com os outros.
Era algo que só eles podiam fazer. Os lobisomens modernos,
“os descendentes das seis sentinelas originais”, não herdaram
essa habilidade.

O bebê se contorceu nos braços de Ryder. Reposicionou


Wyatt para que estivesse apoiado na dobra do seu braço em
posição sentada. Wyatt sorriu para ele. Ryder beijou sua
bochecha sedosa em retorno. Todos na matilha enchiam a
nova geração de amor e atenção. Wyatt nunca teria que se
preocupar em ser ignorado. Havia sempre alguém lá, pronto
para dar a ele o que precisasse.

— Se parece cada vez mais com seu pai. — disse ao


bebê. Wyatt era uma versão em miniatura de Edensaw, até os
cabelos negros e olhos castanhos.

Desviou o olhar para a atividade que estava ocorrendo


no gramado. É claro que se concentrou em Wren antes de
qualquer outra pessoa. Ela estava emparelhada com Ketah e
parecia capaz de se defender contra o irmão lobo.

Wyatt soltou um grunhido, que foi acompanhado por


um som que Ryder não queria ouvir. Ele olhou para o bebê a
tempo de ver seu rostinho ficar vermelho quando ele
terminava de encher a fralda. Ryder olhou para Cassidy e viu
que ela estava no meio da luta com Edensaw. E suspirou.
Não havia ninguém para ajudar. Teria que trocar Wyatt.

Ryder entrou na casa e subiu as escadas para o quarto


de Cassidy e Edensaw, onde havia uma mesa de troca e tudo
que precisava para limpar o bebê. Colocou Wyatt na cama
enquanto o desembrulhava do cobertor e então tirava a
roupa. Um odor distinto emanou de Wyatt quando ele chutou
as pernas.

Ele pegou o bebê e levou-o até o trocador.

— Você é uma coisinha fofa, mas tem um cheiro muito


ruim agora. Espero que possa fazer isso sem estragar tudo.

Ryder só havia trocado uma vez as fraldas de Wyatt e


isso acabou sendo um desastre total. Não tinha conseguido
colocar a fralda limpa corretamente. O bebê fez xixi
novamente logo depois que Ryder terminou e o acertou.
Desnecessário dizer que os dois precisaram trocar de roupa
depois disso.

— Tudo bem, amigo. Vamos ver se conseguimos fazer


isso sem nenhum contratempo.

Puxou as calças do bebê antes de abrir a fralda para ver


o que estava enfrentando. Era uma grande bagunça. Ryder
respirou pela boca enquanto pegava alguns lenços
umedecidos, depois os usava para limpar Wyatt.

Essa era a parte fácil, embora fosse a mais fedorenta.


Ryder colocou uma fralda limpa sob o traseiro de Wyatt, em
seguida, puxou a frente para cima entre as pernas. Ele
colocou as abas no estômago de Wyatt. Querendo ter certeza
de que fez o trabalho direito, pegou o bebê e olhou para a
fralda de todos os ângulos. Balançou a cabeça ao ver a bunda
de Wyatt acima do topo da fralda. Esse era outro desastre
esperando para acontecer. Ele consertou, quando Carson e
sua companheira Laci entraram na sala.

Carson acenou com a mão na frente do rosto.


— Como ficou preso no dever papai-fralda?

— Todo mundo está lá fora treinando de novo. Eu não


queria interromper e fazer com que Cassidy trocasse Wyatt.

— Então acho que chegamos na hora certa. Se tivesse


sido mais cedo, poderia ter tentado fazer um de nós fazer
isso.

Ryder se enrolou em colocar as calças do bebê de volta.

— Como se já tivesse trocado ele. — disse ele. — Você é


a única pessoa fora do grupo que ainda tem que fazê-lo e
convenientemente parece desaparecer quando isso precisa
ser feito.

Carson sorriu.

— Eu sei, é uma habilidade.

Laci sacudiu a cabeça.

— Quando tivermos filhos, esteja preparado para trocar


as fraldas bagunçadas. Eu não vou deixar se afastar de todas
elas.

— Nós só estamos acasalados há três meses. Não vamos


nos apressar em ter filhos.

Ryder pegou Wyatt.

— Então, o que traz os dois aqui tão cedo? Achei que


não iriam aparecer até o jantar quando Durlach e Meadow
chegassem.

— Nós estávamos em sua casa antes de virmos para cá.


— respondeu Carson.
— Por que eles não vieram com os dois?

— Taylor vai embora. Aparentemente para sempre.

Taylor trabalhava para Meadow nos últimos anos,


cuidando dos seus dois cavalos e lidando com tudo o que
precisava ser feito na sua propriedade. Ele morava no
apartamento acima dos estábulos. Como um metamorfo de
gato, capaz de assumir a forma de um puma, ele sabia
exatamente quais eram os sentinelas. Mesmo não gostando
muito de lobisomens, Taylor gostava dos irmãos lobos e das
suas companheiras. Isso principalmente tinha a ver com o
fato que Meadow se tornara a companheira de Durlach. Ela
gostava do gato shifter como um irmão.

— Acho que Meadow não está lidando bem com isso? —


Ryder perguntou.

Laci sacudiu a cabeça.

— Não, não realmente. Saímos porque Meadow estava


tentando fazer com que Taylor explicasse por que ele tinha
que sair sem aviso prévio. Achamos que ele poderia se abrir
se não estivéssemos por perto para ouvir.

— Duvido que Taylor vai explicar alguma coisa. —


acrescentou Carson. — E não acho que Meadow possa dizer
alguma coisa para mudar sua opinião. Ele já tem todos os
seus pertences embalados e carregados na sua caminhonete.

Por conhecer Taylor, Ryder teve que concordar com a


suposição de Carson. Se Taylor tivesse decidido que ele tinha
que ir, então iria, independentemente do que Meadow
dissesse para tentar convencê-lo a ficar.
— Entendo que Taylor não vai parar e dizer adeus .—
disse Ryder.

— Acho que não. Parecia mais do que ansioso para


seguir seu caminho.

— Vamos descer. Vou me sentar com Wyatt na sala de


estar até os outros terminarem. Os dois podem se juntar a
eles se quiserem.

— Deveria treinar um pouco. — disse Laci. — Ainda sou


muito nova em todas essas coisas de lobisomem. E para lutar
na minha forma de lobo, preciso de toda a ajuda que puder
conseguir.

Carson assentiu, depois olhou para Ryder.

— Acho que nós vamos para fora.

Laci e Carson saíram do quarto. Ryder seguiu atrás


deles. No nível mais baixo, ele foi para a sala de estar
enquanto o casal continuava até as portas de correr de vidro.

Ryder se sentou no sofá com Wyatt mais uma vez


apoiado confortavelmente na dobra do seu braço. Ele ligou a
TV. Taylor não seria esquecido. Mesmo que não fizesse parte
da sua matilha, todos eles o consideravam um amigo
próximo. Seria estranho ir até a casa de Durlach e Meadow e
não vê-lo por perto. Ele era como um acessório permanente
lá.

Mudou os canais até encontrar algo que queria assistir.


Um olhar para baixo mostrou que Wyatt havia adormecido.
Ryder sorriu. O bebê tinha uma vida tão difícil. Ele se
alimentava, alguém trocava a fralda e dormia o quanto
quisesse. Com a quantidade de sono que Ryder estava
perdendo, teria gostado de nada mais do que se juntar a
Wyatt, mas nem ia tentar. Nas últimas noites, toda vez que
dormia, sonhava com os lobos escuros e como, se não
obtivesse acesso a seus poderes completos de xamã, a
balança se inclinaria em favor do inimigo.

Para ser honesto, Ryder não sabia o quanto mais ele


poderia aguentar. Já planejava ver se poderia trazer uma
visão. Talvez seu ancestral lhe dissesse o que ele estava
fazendo de errado em vez de dizer que estava ficando sem
tempo como vinha fazendo.

Ryder descansou a cabeça na parte de trás do sofá. O


bebê soltou um suspiro ofegante enquanto dormia. Uma
imagem de Wren subiu à frente da sua mente, algo que
parecia acontecer com mais frequência ultimamente do que
no passado. Estava seriamente tentado a perguntar se ela
seria capaz de “ver” o que diabos estava fazendo de errado,
mas estava relutante em fazê-lo. Isso mudaria a maneira
como eles interagiam um com o outro. A última coisa que
queria era encorajá-la nesse estágio.

Não, ele teria que descobrir isso sozinho. Não importa o


quão difícil fosse, era algo que era responsável por fazer.
Wren olhou para o convés quando pegou o movimento
pelo canto do olho. A primeira coisa que notou foi que Ryder
não estava mais sentado na cadeira do pátio com o bebê. Ele
tinha que ter entrado quando não estava olhando.

Ela voltou sua atenção para Ketah quando o irmão lobo


se lançou para um ataque. Wren mal conseguiu sair do
caminho antes de seus dentes afiados chegassem a poucos
centímetros do pescoço dela. Ela bateu de volta nele com uma
das suas patas dianteiras, apenas tocando uma orelha
enquanto Ketah se abaixava, para desviar do golpe.

“Está ficando mais rápida”, Ketah disse telepaticamente


para ela. “Nós ainda vamos fazê-la uma verdadeira lutadora”.

“Talvez, se eu ficar boa o suficiente, possa me tornar a


primeira sentinela feminina”.
“Uma irmã loba. Gosto da ideia. Mas não está muito
ocupada tentando fazer com que Ryder seja seu? ” Ketah
perguntou com uma risada.

“Vou pegá-lo ainda. Ele está enfraquecendo. É só uma


questão de tempo antes que admita que me quer tanto
quanto eu o quero”.

“Se fizer isso, será a primeira mulher que eu vi ficar com


Ryder desde que ele assumiu o papel de nosso xamã”.

Wren sabia que Ryder não estava vendo ninguém e não


estava tendo nenhum caso de uma noite só. Por um lado,
nunca ficou de fora durante a noite. Além disso, Wren sempre
se certificava de que ela tivesse um bom cheiro dele sempre
que ele chegava em casa depois de ficar sozinho por um
tempo. Ele nunca cheirava a uma fêmea, o que era bom
porque não sabia o que faria se alguma vez o fizesse. Já tinha
apostado sua reivindicação sobre ele e o considerava dela.

“Vamos mais uma rodada antes de encerrarmos”, disse


Ketah, tirando Wren de seus pensamentos.

Deu um aceno de cabeça enquanto o observava


circulando-a. Mesmo quando ela não era um lobo, Wren era
mais forte que as outras mulheres. Era uma mistura do seu
velho lobo madeira e o novo lobo terrível em que tinha sido
transformada. Não era porque era de uma raça misturada
que tinha uma vantagem sobre as outras mulheres. Era pura
determinação para ser mais forte e mais rápida. Ela não
trabalhou tanto para ser somente capaz de se proteger. Era
tudo por Ryder. Até que ele tivesse todos os seus poderes,
faria de tudo para mantê-lo seguro. Sendo Ryder mortal, se
preocupava com o que aconteceria com ele se algum dia
tivesse um encontro com um lobo negro. Sim, ele tinha magia
a seu chamado, mas ainda poderia ser morto se não pudesse
se defender.

Desta vez, Wren foi ao ataque antes de Ketah. Ela


conseguiu pegá-lo de surpresa e colocou o lado do seu corpo
nele, fazendo-o tropeçar. Usou isso para sua vantagem e foi
capaz de beliscá-lo na parte de trás do seu pescoço antes dele
se recuperar e ganhar a vantagem novamente.

Haven, que era a companheira de Ketah, veio até eles,


ela já havia mudado para sua forma humana. Ela olhou para
Ketah.

— Estou farta por hoje. E quanto a você?

O corpo de Ketah brilhou e borrou quando ele mudou


também.

— Nós terminamos. Wren parece melhorar a cada


sessão de treinamento.

Haven olhou para Wren.

— Pelo menos uma de nós mulheres tem a chance de se


equiparar aos homens.

Wren assumiu sua forma humana.

— Eu posso tentar. Acho que vou ver onde Ryder foi com
Wyatt.

O casal sorriu quando Wren se virou e foi embora.


Deixou os outros do lado de fora e entrou na casa. Ela seguiu
o som da TV até a sala de estar e encontrou Ryder dormindo,
sentado no sofá com Wyatt seguro em seus braços, dormindo.

Caminhou em silêncio até a sala e parou na frente de


Ryder. Era a primeira vez que ela o viu dormindo. Ele
costumava fazer isso por trás da porta do quarto trancado.
Mostrava como ele devia estar cansado para adormecer ali.

Wren moveu o olhar pelo seu rosto, absorvendo sua boa


aparência nativa. Amava seus longos cabelos negros e se
coçava para afundar os dedos neles. Das poucas vezes que
Ryder a deixou tocá-lo, sabia que era suave como seda. E seu
corpo magro e musculoso a fazia querer passar os dedos por
cada centímetro dele.

As sobrancelhas de Ryder franziram e ele soltou um


gemido de dor. Seu corpo endureceu, como se estivesse tendo
um pesadelo. Wren se sentou no sofá ao lado dele e colocou a
mão no seu braço, pensando em acordá-lo.

Mas o simples toque fez uma visão se formar na mente


de Wren. Levou alguns segundos para perceber que não era
uma das visões normais, onde ela podia ver o futuro. Era
como se ela estivesse vendo o sonho de Ryder, estava no
sonho com ele. O que a levou a pensar que o cenário não era
verdadeiro como na vida real. Em alguns lugares era
distorcido, as árvores ficaram maiores e ameaçadoras.

Não demorou muito para encontrar Ryder cercado por


quatro lobos escuros. Ele estava freneticamente murmurando
feitiços que não pareciam ter qualquer efeito sobre os lobos
que se aproximavam dele.
Não tendo ideia se ela seria capaz de fazer qualquer
coisa, já que este era um sonho de Ryder, Wren mudou para
sua forma mista de lobisomem dentro da cena. Toda a sua
formação veio à tona na sua mente quando ela foi para o
ataque. O primeiro lobo negro ela pegou totalmente de
surpresa. Usando essa vantagem, o derrubou no chão e
agarrou a parte de trás do seu pescoço com sua forte
mandíbula. Um empurrão da sua cabeça e ela o quebrou. Na
vida real, isso apenas colocaria o lobo negro fora de ação por
alguns segundos. Mas neste mundo de sonhos, ele
simplesmente desapareceu.

Wren não perdeu tempo em lidar com os outros lobos


que ameaçavam Ryder. Ela acabou com algumas marcas de
mordida e garras no final, o que curou em segundos, mas
mandou cada um dos lobos escuros embora. Sem fôlego, ela
olhou para Ryder e o viu olhando-a com uma expressão de
descrença no rosto.

— Wren?

O som do seu nome fez a paisagem dos sonhos


desaparecer e então Wren se encontrou de volta no seu corpo.
Ela se concentrou em Ryder e viu que ele estava acordado,
olhando-a atentamente.

— Como você fez isso? — Ryder perguntou. — Como


compartilhou meu sonho?

Wren encolheu os ombros.

— Eu não sei. Tudo que fiz foi tocá-lo. Você parecia estar
em um pesadelo, então só pensei em acordá-lo.
— Lutou contra os lobos negros e os derrotou. — Ryder
disse, soando como se ele ainda não pudesse acreditar no
que ela tinha feito.

— Eu não tinha certeza se podia no começo. Imaginei


que, se estava lá, poderia fazer algo sobre eles. Faz parecer
que já teve esse sonho antes.

— Tive. Várias vezes, na verdade. Não posso derrotá-los.


Minha magia nunca funciona.

Antes que Wren pudesse responder, Cassidy entrou no


quarto.

— Aí está você. — ela disse quando pegou Wyatt de


Ryder e beijou a bochecha do bebê. — Ele se comportou?

Ryder assentiu.

— Sim, exceto por dar um presente fedido para mim em


sua fralda.

Cassidy fez uma careta.

— Tenho que verificar se não haverá vazamentos?

— Pode, se quiser, mas acho que acertei desta vez.

— Então está ficando melhor.

Cassidy saiu da sala com o bebê abraçado ao seu peito.


Wren suspirou por dentro. Queria o que a companheira do
seu alfa tinha. Ela queria Ryder como dela e seu filho em
seus braços. Esteve sozinha por muito tempo. Sendo metade
mortal, nunca cresceu em uma matilha de lobisomens. Seu
pai era um lobo solitário que preferia ficar sozinho. Ela não
tinha visto muito ele enquanto estava crescendo. Como a mãe
dela havia morrido de câncer alguns anos antes, não tinha
ninguém para telefonar ou chamar de família até que os
sentinelas a levaram para a matilha.

Ryder se levantou e se dirigiu para a entrada da sala de


estar. Wren também estava de pé. Se ela não dissesse algo,
ele faria de tudo para evitá-la. Era hora de pôr um fim a isso.

— Ryder, espere. — disse Wren quando ela fechou a


distância entre os dois.

— O quê? — Ele se virou para ela.

— São os pesadelos que estão mantendo-o acordado à


noite?

— Parcialmente.

Ele suspirou.

— Ok, principalmente.

— Então eles são culpados por fazê-lo perder o sono que


precisa. Talvez seja isso o que está o impedindo de ganhar
seus plenos poderes. A falta de descanso está bagunçando
sua mente.

Ryder suspirou novamente, parecendo impaciente.

— Onde está querendo chegar com isso, Wren?

— Deixe-me dormir na sua cama com você. Posso fazer


os sonhos ruins irem embora, derrotar os lobos escuros que
atormentam o seu descanso.

— Não sabemos se pode fazer isso de novo. Poderia ter


sido apenas algo ao acaso.
— E não saberemos com certeza até tentarmos. Talvez
meu ser psíquico seja o que faz a conexão. Além disso, não
sabemos se eu poderia ter feito isso o tempo todo. Nunca
estive perto de você enquanto dormia até agora.

— Eu não sei se isso seria uma boa ideia.

— Uma noite. Vamos tentar por uma noite. Se não


puder ajudar com os sonhos ruins, então voltarei a dormir no
sofá. E se funcionar, descansará melhor.

Wren encontrou o olhar de Ryder enquanto ele a olhava.


Poderia dizer que ele estava vacilando. Ela sinceramente
queria ajudá-lo e não ia negar o fato de que ela pularia em
qualquer chance de entrar em sua cama.

— Ok você venceu. — ele finalmente disse. — Só porque


a falta de sono está chegando a mim e pode estar certa de
que isso pode estar me impedindo de ganhar meus plenos
poderes. Vamos tentar hoje à noite e, como você disse, se não
funcionar, volta a dormir no sofá.

Wren se forçou a não levantar o punho para o ar e pular


para cima e para baixo. Isso foi o máximo que ela conseguiu
de Ryder desde que fez suas intenções claras para ele.

Em vez de fazer o que realmente queria, ela assentiu.

— Combinado. E se funcionar, vou dormir contigo a


partir de agora. Ela pensou ter visto um lampejo de calor nos
olhos de Ryder antes que ele piscasse e isso desaparecesse.
Talvez ela estivesse chegando a ele depois de tudo.
Ryder limpou a garganta, mas sua voz tinha um tom
mais grave quando ele falou.

— Não vamos nos antecipar. E para deixar claro, será


apenas para dormir, nada mais. E vai ficar do seu lado da
cama.

— Tudo bem, só dormir, mas essa última parte não vai


funcionar. Não entrei no seu sonho até que o toquei. Vou
precisar ter algum contato.

— Acho que se é isso que vai precisar, pode me tocar.

Ryder disse as palavras como se estivesse com dor.


Wren não podia dizer se era porque não gostava da ideia de
ela tocá-lo ou se ele gostava disso. Imaginou que descobriria
hoje à noite.

Wren sorriu.

— Quem sabe, talvez você goste.

Ryder rapidamente mudou de assunto.

— Estou com fome. Acho que vou procurar algo para


lanchar.

Wren balançou a cabeça quando ele se virou e


caminhou pelo corredor em direção à cozinha. Uma vez que
ele desapareceu de vista, ela fez sua dança silenciosa o
punho bombeando. Marque um ponto para ela. Pegaria todas
as vitórias que pudesse conseguir. E também orou para ser
capaz de entrar nos sonhos de Ryder esta noite. Precisava ser
capaz de dormir ao lado dele na mesma cama. Ajudaria a
aproximá-los. Ele poderia ter dito que nenhum sexo estaria
envolvido, mas isso não significava que ela não poderia
trabalhar em deixá-lo um pouco louco e ver aonde isso
levava.

Ryder ainda não podia acreditar que realmente


concordou que Wren dormisse no seu quarto, em sua cama,
juntos. Seria uma tortura pura e não adulterada. A desejava
agora, mas tê-la ao seu lado a noite toda pioraria. Deveria ter
dito não a ela. A única coisa que o impedira de fazer isso foi
o que acontecera no seu sonho.

Ele não queria dormir no sofá. Enquanto observava o


bebê dormindo em seus braços, seus olhos começaram a
fechar. Fez tudo o que podia fazer para mantê-los abertos.
Ryder sabia que a falta de sono estava alcançando-o. Ele não
conseguia se lembrar da última noite em que havia desligado
sua mente o suficiente para realmente adormecer ou dormir
sem ser acordado pelo menos duas vezes com pesadelos.

Não demorou muito para que o sonho sobre os lobos


negros que o rodeavam e seus poderes que não funcionavam
para derrotá-los, aparecesse. Normalmente, acordava quando
todos se lançavam ao mesmo tempo em direção a ele, as
mandíbulas bem abertas enquanto os dentes afiados se
dirigiam para a sua garganta.

Wren aparecendo em seu sonho o surpreendeu. Ryder


ficou ainda mais surpreso quando ela mudou para sua forma
de lobo e tirou o inimigo, um a um. Ele disse o nome dela, o
que instantaneamente o fez acordar para encontrá-la
realmente sentada ao lado dele no sofá com a mão em seu
braço. Ela tinha um olhar distante em seu rosto antes de
voltar para si mesma.

Ryder teve que se perguntar se sua habilidade de entrar


em sua cabeça daquele jeito vinha do fato de que ela era
talentosa em seu próprio dom. Sua mãe mortal tinha sido
psíquica e passou seu talento para a filha. Havia o lado
lobisomem de Wren, que adicionou uma pequena faísca de
magia a ela. Então havia o fato de que ela foi transformada
por um dos irmãos lobo, dando-lhe a habilidade de se
comunicar telepaticamente enquanto estivesse em forma de
lobo. Agora ela era a única da sua espécie, um lobisomem
transformado, uma mistura do primeiro tipo de lobisomem e
seus descendentes.

Depois de conseguir algo para comer, Ryder havia


escapado para o seu quarto para pensar sobre o que havia
acontecido entre ele e Wren. Podia admitir que estava se
escondendo dela. Pensamentos dela passando a noite com ele
levaram a pensamentos de como ela pareceria nua. Ryder
teve que sair apressado, usando a necessidade de um lanche
como uma desculpa, uma vez que ela falou sobre dormir com
ele o tempo todo. Seu maldito pênis ficou instantaneamente
duro, o que acontecia com mais frequência agora quando
estava perto de Wren.

Olhou para o relógio da cabeceira e viu que estava quase


na hora do jantar. Tinha que descer. Eles sempre comiam
aquela refeição juntos como uma matilha, mesmo tendo
Carson, Laci, Durlach e Meadow se juntando a eles pelo
menos três vezes por semana. Se não descesse as escadas,
alguém iria procura-lo. E esse alguém inevitavelmente
acabaria sendo Wren.

Ryder desceu e se dirigiu para a sala de estar, o local de


encontro favorito do bando. Com certeza, todo mundo estava
lá. Ele foi o último a aparecer. Entrou no cômodo e viu
Durlach e Meadow chegarem. A companheira do irmão lobo
se sentou ao lado dele no sofá, parecendo triste. Até os olhos
dela estavam um pouco vermelhos de chorar. Obviamente,
Taylor os havia deixado no final. Ryder logo ouviu que ele
estava correto em sua suposição.

— Ainda não sei por que ele não poderia nos dizer para
onde estava indo ou por que não voltaria. — disse Meadow. —
Penso em Taylor como um irmão. Eu sinto como se tivesse
perdido um membro da família.

Durlach passou o braço pelos ombros de Meadow e


beijou sua têmpora.

— Deve ter tido um bom motivo. Tenho certeza que ele


ainda pensa em você da mesma maneira. Se não o fizesse,
não deixaria nenhuma palavra para você. Ele até deixou você
tentar por duas horas fazê-lo mudar de ideia antes de dizer
que não podia esperar mais tempo para sair.

Meadow fungou e enxugou os olhos.


— Eu sei, mas isso não faz doer menos. Ele sempre
esteve lá quando precisei dele. Vou sentir falta de não o ter
por perto.

— Ele sabe que eu sempre a protegerei. Duvido que ele a


teria deixado sozinha, se não fosse esse o caso.

— É uma pena que ele não quisesse se tornar um


membro do nosso bando. Então Edensaw, como seu alfa,
poderia ter ordenado que Taylor ficasse.

Edensaw riu de onde estava sentado na poltrona com o


filho nos braços. Cassidy estava empoleirada no braço da
cadeira.

— Taylor é um metamorfo de puma. Não acho que ele


teria se sentido muito confortável com um bando de lobos
como sua família. Além disso, pelo que ele nos ensinou sobre
sua espécie, eles não têm bandos. Eles só ficam juntos como
grupos familiares.

Meadow suspirou.

— Está certo. Taylor não teria sido capaz de se ajustar a


isso.

Durlach beijou a têmpora da sua companheira


novamente.

— Quem sabe, talvez no futuro ele volte pelo menos


para dizer olá e nos mostrar que ainda está bem.

Meadow olhou para Wren.

— Wren, o que vê? Taylor vai ficar bem?


Ryder assistiu Wren ficar com o olhar distante em seus
olhos, o que acontecia toda vez que ela via o futuro. Até agora
isso não era uma das suas habilidades, mas mais do que
provável seria uma vez que ele entrasse em seus plenos
poderes.

Wren assentiu.

— Sim, Taylor ficará bem. Sua partida foi algo que ele
não tinha escolha. Não posso ver o que causou, no entanto.
Só que ele tinha que ir.

— Pelo menos ele ficará bem. — Disse Meadow. — Vou


ter que ser feliz com isso.

Ryder se encostou na parede da sala. Todos os assentos


estavam ocupados, sobrando somente o tapete no chão. Não
se importava de sentar lá, mas era lá que Wren estava. E a
conhecendo, não importava onde ele se sentasse no tapete,
ela só se levantava e se sentava mais perto dele.

Isso não a impediu de fixar seu olhar nele. Um rápido


olhar mostrou que Wren havia se concentrado nele. Ryder
olhou para todos os outros, menos para ela, embora ainda a
sentisse observando-o. Logo se viu incapaz de ignorar
completamente. Olhou para ela por alguns breves segundos
antes de olhar para outra coisa.

O jantar foi servido, preparado pelo amigo de Kajakti,


Jaren, um chef treinado. A cozinha era seu território quando
se tratava da refeição da noite. Como havia muitos deles e
não podiam caber na mesa da cozinha, encheram os pratos e
se sentaram na sala para jantar.
Ryder conseguiu agarrar uma das duas únicas
poltronas. Wren voltou para o cômodo e caiu no chão a seus
pés. Ela se sentou perto o suficiente para quase se inclinar
contra a parte inferior da sua perna. Seu pênis se contraiu,
dizendo o quanto ele gostou disso.

Quando todos se sentaram, comendo, a conversa se


voltou para os dois lobos negros que Brice, o líder do bando
de lobisomens locais, tinha sob sua custódia. A localização
deles estava sendo mantida do resto da matilha de Brice,
principalmente porque eles não precisavam que o inimigo
fosse atrás deles e os soltassem e o fato que eles eram parte
da matilha de Brice antes de Tanner, o líder dos lobos negros,
os tivesse transformado. Brice temia que parte da família
tentasse libertá-los.

A refeição terminou, todos ajudaram a limpar, depois


voltaram para a sala para conversar um pouco mais. Depois
que Cassidy e Edensaw colocaram Wyatt na cama, colocaram
um filme no aparelho de Blu-ray.

Ryder não teve chance de conseguir uma segunda vez


pegar uma das poltronas. Ele conseguiu o sofá com Wren ao
lado dele. Desde que eles tentaram encaixar quantas pessoas
pudessem sobre ele, Wren estava colada a ele. Podia sentir o
cheiro do xampu que ela usava no cabelo e a fragrância do
perfume que gostava de usar. Ele teve que lutar para não
virar a cabeça, se inclinar e dar uma boa olhada nas longas
mechas marrons que estavam tão tentadoramente próximas.
Wren colocou uma mão na sua coxa e apertou. Ryder
sacudiu, não porque não gostasse do seu toque, mas porque
gostava mais do que deveria. Seu pênis veio
instantaneamente à vida.

— Relaxe. — disse Wren em voz baixa. — Está muito


tenso. Talvez deva dar-lhe uma massagem nas costas. Isso
vai ajudar.

Sim, isso realmente não ajudaria. A única coisa que


faria seria tornar seu pau mais duro. O que Ryder queria que
ela massageasse era seu pênis e isso não aconteceria. Não
importa o quanto quisesse. Mas se deixasse Wren fazer isso,
ele não estaria exatamente quebrando o decreto do seu
ancestral sobre sexo, estaria? Tecnicamente, ele está
correlacionado em ter relações sexuais. E não era como se ele
não se masturbasse quando não aguentava mais.

Ryder deu-se uma palmada mental na cabeça. De jeito


nenhum poderia permitir que Wren colocasse sua mão em
seu pênis. Iria querer muito mais que isso. Ele poderia não
ser capaz de controlar as coisas.

O filme terminou e Durlach, Meadow, Carson e Laci se


despediram antes de partir para suas casas. Depois disso,
todos os outros membros decidiram subir para assistir TV em
seus quartos. Ryder sabia que alguns dos pares estariam
fazendo muito mais do que isso, uma vez que estivessem
sozinhos.

Todos eles ficaram de pé. Cassidy perguntou a Wren:


— Precisa de mim para tirar as roupas da secadora para
você? Eu lavei-as mais cedo.

Wren sacudiu a cabeça.

— As pegarei amanhã. Esta noite ficarei com o Ryder.


Ele finalmente concordou.

Cada conjunto de olhos se moveu em sua direção. Claro


que eles deram como certo o que Wren havia dito. Esperou
que ela não fizesse um grande negócio sobre isso.

Ryder assentiu.

— Sim, ela vai. Nós descobrimos algo mais cedo. —


Ryder continuou e explicou o que tinha acontecido em seu
sonho e como Wren conseguiu entrar e manipulá-lo.

— Muito bem, Wren. — disse Eryn. — Nenhum de nós


seria capaz de ajudar Ryder assim. — Ela sorriu para ele. —
Estou feliz por vocês terem encontrado algo para os
aproximar.

Ryder decidiu não falar nada sobre esse último


comentário. Eryn estava empurrando-o para aceitar a oferta
de Wren por um tempo agora. A companheira de Wachei
chegou à conclusão de que ele e Wren eram perfeitos juntos.
Então agora ela gostava de dar dicas que poderiam ser de
alguma ajuda a esse respeito.

— Hoje é apenas um teste para ver se é possível fazer


isso de novo. — disse Ryder.

— Bem, nos avise sobre o que acontecer. — disse


Edensaw enquanto conduzia Cassidy para fora do quarto.
Todos os outros saíram também. Wren deu mais alguns
passos para a entrada, então parou e olhou por cima dos
seus ombros para ele.

— Está vindo ou não?

— Sim, é muito cedo para dormir. Costumo ficar


acordado até tarde.

— Podemos assistir TV até você estar pronto. É cedo


para mim também.

Ryder passou por ela e se dirigiu para as escadas para o


nível superior. Ela o seguiu. Ele abriu a porta do quarto e
permitiu que ela entrasse na frente dele antes de fechá-la
atrás deles. Fez questão de não a trancar. Ele não ia dar a ela
nenhuma ideia.
Wren olhou ao redor do quarto antes de se sentar na
cama. Ryder permaneceu na porta, observando-a. Notou que
ele não tinha trancado a porta depois que fechou. Sabia que
ele tinha feito isso para se certificar de que ela não tivesse
ideias erradas. Bem, ela tinha outras ideias que poderiam
levar àquelas erradas. Se tivesse sorte.

Ela saltou na cama.

— Confortável. Vai se juntar a mim ou vai ficar aí a noite


toda?

Ryder atravessou lentamente o espaço entre eles e se


sentou do outro lado do colchão o mais perto da borda que
conseguiu, sem cair. Ele pegou o controle remoto da mesa de
cabeceira e ligou a TV.

Wren decidiu que agora não seria um bom momento


para empurrar as coisas. Deixaria Ryder se sentir mais
confortável com ela estando lá, então veria o quão receptivo
seria. Ainda era cedo. Muita coisa poderia acontecer antes da
manhã, se ele finalmente cedesse e a deixasse chegar mais
perto.

Levou muito mais tempo do que Wren havia previsto


para Ryder relaxar. Uma hora deve ter se passado antes que
ele se encostasse na cabeceira da cama com um travesseiro
nas costas, em vez de continuar ereto. Ela deu-lhe ainda
mais tempo e depois, lentamente, colocou seu plano de
ataque em ação.

Na primeira fase, Wren lentamente se aproximou de


Ryder meia polegada a cada poucos minutos. Manteve isso
até que estava do seu lado e sua coxa e ombro estavam
contra os dele. Ele endureceu com o contato inicial, mas não
fez nada para afastá-la. Em vez disso, manteve o olhar focado
na televisão. Por enquanto, tudo bem.

Ela ficou sentada assim pela próxima meia hora. A


segunda fase envolveria muito mais toques. E não tinha
certeza se Ryder se recusaria imediatamente. Ela esperava
que não. Queria derrubar algumas das suas barreiras e havia
uma chance que ela não obtivesse outra oportunidade como
essa se não pudesse entrar em seu sonho novamente.

Ela se abaixou e se inclinou para o lado para que fosse


descansar contra o ombro de Ryder. Abafou um bocejo como
se estivesse começando a ficar com sono. Ele não se afastou,
então ela levou para o próximo nível.
Colocou uma mão na coxa dele. Ryder respirou fundo, o
que foi a sua única reação. Wren não parou por aí. Esfregou o
musculo duro sobre sua palma da mão, seguindo de cima
sua rótula para o fundo do quadril. Ele se contraiu em suas
ministrações.

O coração de Wren bateu um pouco mais rápido


enquanto continuava a acariciar Ryder. Deus, ela o queria.
Algumas vezes ela gozou, imaginando que era ele quem a
tocava, a levava ao clímax. Ela ficaria louca se não pegasse as
mãos dele logo.

Ela mudou a direção da sua carícia, então massageou a


perna de Ryder, inclinando-se em direção a parte interna da
sua coxa. Wren manteve o movimento enquanto se esfregava
mais alto, aproximando-se da sua virilha.

Ryder resmungou:

— Wren, o que está fazendo?

Ela inclinou a cabeça para trás para olhá-lo.

— Com o que se parece? Estou massageando sua


perna. Como você não parecia muito empolgado com a ideia
de esfregar as costas, decidi fazer isso então.

— Pare com isso.

— Por quê? Não estou machucando você. — Ela


acariciou um pouco mais alto.

Um gemido sonoro escapou de Ryder.

— Não, mas eu realmente gostaria que parasse.

— Eu não quero.
Wren rolou para o lado dela, usando uma única mão
para continuar sua massagem. Ela olhou para a frente do
jeans de Ryder e viu que havia uma protuberância em sua
calça maior do que antes. E mordiscou o lábio inferior e
gentilmente passou os dedos por ela. Sim, ele tinha uma
ereção escondida em suas calças.

Ryder agarrou seu pulso, parando seus dedos.

— Wren. — ele disse, sua voz tensa e rouca. — Pare.

Ela procurou o seu olhar sem se soltar dele. Por que ela
pararia? Seus dedos ainda estavam tocando seu pênis.

— Gosta que eu faça isso. Posso ver que sim. — Ela


olhou para sua virilha. — Além disso, eu gosto. Está me
deixando molhada.

As últimas palavras tinham acabado de deixar a boca de


Wren quando ela se viu de costas com Ryder em cima dela.
Seus lábios nos dela, se beijando como se ele tivesse esperado
uma vida inteira para fazê-lo. Sua língua acariciou a dela
enquanto ele gemia do fundo do seu peito.

Wren levantou os braços e fechou os punhos no cabelo


de Ryder, se enrolando nele, enquanto o beijava de volta com
a mesma avidez. Um rosnado de lobo empurrou para fora
dela enquanto sua excitação aumentava. Era isso mesmo que
queria, selvagem, sem segurar nada de volta. Agora ela tinha
a resposta que procurara. Ryder a queria tanto quanto ela.
Ele estava se segurando por algum motivo.

Ela chupou sua língua e pôs as pernas entorno da


cintura dele. Esfregando sua vagina ainda vestida com o
jeans contra o seu pau, coberto pelo brim. Ryder deixou o
fogo dentro dela em chamas. Ela afastou as mãos do cabelo e
se agarrou a ele, segurando-o exatamente onde queria sua
ereção. A umidade vazou da sua calcinha.

Ryder quase se jogou da cama para se afastar dela,


então ele deitou de costas, respirando com dificuldade. Ele
xingou em voz baixa. Wren rolou para ele e colocou uma mão
no seu peito. Seu coração batia em um ritmo rápido sob a
palma da sua mão. Não podia parar, acariciou movendo-se
para baixo em seu corpo, mas ele deteve seu impulso antes
que ela alcançasse seu pênis.

Ele segurou seu olhar.

— Eu não posso.

Wren rosnou com frustração.

— Por que está lutando contra isso? Não pode mais


negar que me quer.

Ryder soltou um suspiro.

— Você não entende? Eu não posso.

— Então explique para mim.

— Eu não queria, mas acho que não tenho escolha, já


que não vai parar. Não posso fazer sexo com você ou
qualquer outra mulher. Para ganhar meus poderes, devo
manter o celibato até que eu os tenha. O primeiro xamã dos
irmãos lobo, meu ancestral, me mostrou claramente em uma
das visões que ele me enviou. Se eu não cumprir, não posso
entrar neles.
— Merda. — Wren se afastou do aperto de Ryder e caiu
de costas. — Então o homem que quero desesperadamente
por meses a fio, eu não posso ter.

Ryder riu, mas não havia nenhum humor.

— Não tem ideia do que eu tenho passado. Às vezes eu


tenho dificuldade em pensar em qualquer coisa além de você.

Wren rolou para o lado e se apoiou em seu braço


dobrado, então ela olhou para Ryder.

— Deveria ter me dito mais cedo. Agora tenho ainda


mais motivos para ajudá-lo a conseguir seus plenos poderes.
Depois de tê-los, posso explodir seus miolos.

Ele riu, desta vez de verdade.

— É sempre tão franca?

Ela encolheu os ombros.

— Sim. Um traço que recebi da minha mãe. Ela sempre


dizia o que estava na sua mente.

Ryder encontrou seu olhar, sua expressão ficando séria.

— Não posso te prometer nada, Wren. Mesmo depois de


ter meus poderes.

— Eu não posso aceitar isso. Não haverá mais nada te


segurando quando isso acontecer. Não precisará mais
permanecer celibatário.

— Eu… não sei o que eu me tornarei no final. Posso


muito bem não ser mais eu mesmo. Isso pode me mudar
irrevogavelmente.
Wren sacudiu a cabeça.

— Eu não vou acreditar nisso. Sim, você pode ser


diferente, mas não se perderá completamente.

— Tem certeza disso, de fato?

Ela tinha uma decisão para tomar. Podia dar uma


resposta que estivesse parcialmente correta ou dizer a Ryder
toda a verdade. Wren decidiu pelo último.

— Eu 'vi' algo do seu futuro. Você se torna mais


poderoso.

— Mas? Eu sei que há mais.

— Havia uma escuridão em você. — Isso era algo que


Wren não tinha entendido quando viu pela primeira vez
aquele vislumbre do futuro de Ryder e ainda não entendia.
Como ele podia ser sombrio quando ele era um dos
mocinhos?

— Viu? — Ryder perguntou. — É por isso que não posso


fazer qualquer promessa. — Ele estendeu a mão e
gentilmente acariciou sua bochecha. — Por favor, Wren, não
leve isso mais longe do que já fomos. — Ele soltou a mão. —
Vamos dormir.

Sabendo que não adiantava continuar com isso agora,


Wren assentiu. Ela se levantou, ficando de pé ao lado da
cama e puxou sua camisa sobre a cabeça.

Um gemido escapou de Ryder.

— Por que está tirando sua roupa? — Ele se empurrou


para uma posição sentada, de frente para ela.
— Eu não vou dormir de calça jeans. — Ela soltou suas
calças e também as tirou. — E também não, vou fazer isso de
sutiã ou calcinha.

Os olhos de Ryder percorreram seu corpo, seu olhar


aquecendo a cada segundo que passava.

— E quanto a um pijama? Eu sei que você tem um


porque a vi neles.

— Não estou com vontade de descer e pegar um. —


Além disso, Ryder conseguiria ver exatamente o que estava
perdendo. Ela podia ter decidido não se rebelar agora, mas
isso não significava que pararia de tentar seduzi-lo.

— Está tentando me torturar? Depois de tudo o que eu


disse? Vê-la assim não está ajudando com o meu controle.

Em vez de responder, Wren puxou as cobertas do seu


lado da cama e deslizou para baixo delas. Ela arrumou o
travesseiro do jeito que gostava, depois olhou para ele com
expectativa.

Ryder resmungou algo em voz baixa antes de sair da


cama e ir até a cômoda. Tirou um par de calças de pijama e
saiu do quarto. Wren ouviu a porta do banheiro se abrir.
Levou apenas alguns minutos para que ele voltasse, usando o
pijama. Ele não colocou uma camiseta, deixando a parte
superior do seu corpo nua.

Wren se perguntou quem estava tentando quem agora.


Ela não conseguia tirar os olhos do peito de Ryder enquanto
ele colocava o jeans no cesto de roupa suja no canto do
quarto. Ele não tinha pelos e seus peitorais eram bem
definidos. Olhando para baixo, viu que seus músculos
abdominais eram igualmente definidos, mostrando um pacote
de seis. Ryder podia não ser tão volumoso quanto os
sentinelas, mas ele era musculoso o suficiente para deixá-la
com água na boca.

Ryder desligou a TV e as luzes antes de se dirigir para a


cama. Estendeu as mãos, sentindo os lençóis, depois subiu
ao lado dela. Sendo um lobisomem, ela não tinha problemas
em enxergar no escuro. Ela podia ver como se fosse dia.

Uma vez que Ryder estava acomodado, Wren rolou em


sua direção, emaranhou suas pernas com as dele, sua mão
em seu peito e sua cabeça no travesseiro ao lado dele.

Isso durou dois minutos antes de Ryder dizer:

— Isso não vai funcionar. De jeito nenhum vou


conseguir dormir com você praticamente em cima de mim.

Wren suspirou. Ela rolou de costas, mas pegou a mão


dele, ligando seus dedos.

— Melhor? Tenho que tocá-lo para poder ENTRAR em


seu sonho. — Com o objetivo principal desta noite em mente
veriam se ela podia fazer isso. Ryder teria que cair primeiro
no sono. Não havia sentido em fazer isso, então ele não podia.

Ele assentiu.

— Na maioria das vezes. Boa noite, Wren.

— Boa noite, Ryder.

Wren fechou os olhos, não preocupada com o resultado


desta noite. Ela estava mais do que certa de que estaria
dentro dos sonhos de Ryder mais uma vez. Mesmo quando
estivesse dormindo, tinha certeza que seria atraída para ele,
porque ela continuava a tocá-lo. Quando estivesse em seu
sonho, estaria mais do que pronta para lutar contra os lobos
escuros que perseguiam o homem que ela queria mais do que
qualquer coisa.

Ryder não tinha ideia de quanto tempo ele estava


dormindo quando o mesmo sonho ruim de sempre tocou em
sua mente. A paisagem estava distorcida da realidade
enquanto caminhava por uma densa floresta. Assim que
chegou à pequena clareira, os rosnados dos quatro lobos
escuros soaram ao redor dele enquanto eles saíam das
árvores, seus lábios puxados para trás em rosnados.

Ele se virou em círculo para descobrir que estava


cercado por todos os lados, todas as rotas de fuga
bloqueadas. O inimigo seguiu em frente, aproximando-se
dele. Ryder procurou ao redor. Wren seria capaz de aparecer
e tirar os lobos das trevas?

Um suspiro de alívio passou pelos lábios de Ryder


quando Wren de repente apareceu atrás de dois dos lobos
escuros. Seu corpo ficou embaçado e brilhou quando ela
assumiu sua forma híbrida de lobo. Não foi um golpe de sorte
ela ter entrado em seu sonho da primeira vez. Ela estar
novamente em seu sonho provou que não é o caso.
Mais uma vez, Wren tirou o inimigo um por um, até
todos os lobos desaparecerem. Ela caminhou até Ryder e
esfregou a cabeça ao longo dos seus dedos. Ele a segurou e
acariciou com longos golpes da sua testa até as costas dela.
Era a primeira vez em que realmente a tocava enquanto ela
era um lobo.

Depois de outro minuto, Wren mudou para sua forma


humana. Ela sorriu.

— Eu disse que iria funcionar. Mesmo dormindo, fui


puxada para dentro do seu sonho. — Ela levantou a mão. —
Contanto que o toque em algum lugar do seu corpo, eu
estarei aqui para você.

— Agora devo conseguir dormir mais.

Wren se aproximou, levantou os braços e os envolveu


em volta do pescoço dele.

— Acho que posso fazer um pouco mais aqui do que


apenas tirar alguns lobos escuros.

Ela colocou uma mão na parte de trás do pescoço dele e


trouxe a boca dele até a dela. O beijou com a mesma paixão
de antes. Isso fez com que o sangue de Ryder se aquecesse e
corresse para seu pênis, tornando-o duro.

Antes que ele ficasse muito excitado, Ryder afastou a


boca de Wren.

— Temos que parar.

Ela sacudiu a cabeça.


— Não, nós não temos. Este é o seu sonho, lembra? O
que acontece aqui não é real. Está tudo dentro da sua
cabeça. Então, se fôssemos fazer amor, não contaria. Na
realidade, você não teria ido contra sua necessidade de
permanecer celibatário.

Ryder pensou sobre o que Wren havia dito. Era verdade.


Este era seu sonho, tudo estava dentro da sua mente. No
mundo real, os dois estavam dormindo em sua cama, sem
fazer nada. Tudo o que ele fizesse aqui com ela não contaria.
Não estaria colocando em risco seus poderes completos.

Excitação subiu através do seu corpo quando ele


colocou os braços ao redor de Wren e a puxou para mais
perto, seu pênis duro pressionado contra sua barriga. Desta
vez ele foi o único a iniciar o beijo. Ele varreu sua língua ao
longo dos seus lábios até que ela o deixou entrar, então a
acariciou.

Wren pressionou seu corpo contra o dele enquanto


gemia na boca de Ryder. O som era quase um rosnado de
lobo. Porque ele fazia parte de um bando de lobisomens,
mesmo que não fosse um, o som não era incomum para
Ryder. Na verdade, ele gostou, mostrava o quanto estava
excitando ela. Ele queria ouvir isso. O barulho aumentava
ainda mais sua excitação.

O beijo deles esquentou. Pela primeira vez, Ryder não


sentia como se tivesse que segurar alguma coisa de volta. Não
tinha que parar. Poderia fazer o que quisesse com Wren
enquanto durasse seu sonho. Não havia preocupações sobre
quais seriam as repercussões.

Ryder deitou Wren na grama grossa aos seus pés e se


esticou ao seu lado. O cheiro das flores silvestres que
pontilhavam a clareira enchia seu nariz. Agora que os lobos
escuros tinham sumido, o cenário perdeu a aparência
ameaçadora. O sol brilhava alto no céu azul claro.

Ele beijou Wren mais uma vez, depois arrastou os lábios


para o lado do pescoço dela. Lambeu e beliscou sua pele
macia. Espalmou o corpo através da camisa e apertou o
monte macio.

Wren se mexeu inquieta.

— Mais. — disse ela sem fôlego. — Quero sentir suas


mãos em mim sem barreiras.

— Sim. — ele respondeu, sua voz soando rouca.

Ryder alcançou a barra da camisa de Wren, mas ela o


parou.

— Este é o seu sonho. Pode manipulá-lo como quiser.

Ele sorriu, entendendo exatamente o que ela queria


dizer. Ryder imaginou os dois nus e em um piscar de olhos,
ambos estavam. Ele se apoiou em seu braço dobrado e correu
seu olhar pelo corpo de Wren. Era esbelto e tonificado, cheio
de curvas em todos os lugares certos. Seus seios eram mais
do que um punhado, com mamilos rosados. Ele inclinou a
cabeça sobre ela e apertou um botão esticado com a ponta da
língua. Wren levantou o peito em direção a ele em um gemido
silencioso.

Ryder chupou um mamilo na sua boca enquanto ele


passava a mão pelo corpo dela. E acariciou sua barriga lisa
antes de se abaixar até o ponto entre suas pernas que
desejava explorar.

Foi sua vez de gemer quando ele sentiu como ela estava
molhada. Mergulhou um dedo dentro da sua vagina, em
seguida, acariciou seu clitóris. Wren abriu as pernas mais
largas, seus quadris se elevaram se oferecendo. Ryder mudou
para o outro seio, ao mesmo tempo em que colocava dois
dedos dentro dela. Ele foi mais longe do que antes.

Enquanto ele continuava a brincar com sua vagina,


Wren alcançou entre eles e pegou seu pênis. Ela bombeou a
mão da cabeça até a base do seu eixo e de volta. Ryder
balançou seus quadris, empurrando o seu comprimento mais
forte em seu aperto, ficando ainda mais duro, seu pau
latejando com o ritmo acelerado do coração.

Ryder não podia mais esperar para se enterrar no corpo


quente e úmido dela, mas ele sonhou em fazê-la gozar com a
boca muitas vezes para negar a si mesmo esse prazer. Ele
gentilmente se afastou do seu abraço e beijou uma trilha do
centro de seus seios até o seu montículo. Posicionando entre
suas coxas abertas, empurrando-as para mais longe.

De frente a sua vagina, Ryder tirou os dedos dela e a


lambeu de cima a baixo. Ele gemeu com o gosto da sua
paixão em sua língua. Não achava que seria capaz de
conseguir o suficiente dela. Ele se negou por tanto tempo.

Ryder lambeu e chupou, certificando-se de não deixar


seu clitóris de fora. Wren balançou seus quadris, um gemido
choramingado escapou dela. Ela enterrou as mãos no cabelo
dele para segurá-lo exatamente onde o queria. Puxava os fios
um pouco forte demais, fazendo seu couro cabeludo queimar,
mas Ryder não se importava. Isso lhe dizia o quão perto ela
estava de cair aos pedaços. Empurrou dois dedos dentro dela
e continuou a chupar o feixe de nervos que lhe dava mais
prazer, enquanto entrava e saía.

Wren arqueou as costas e soltou outro gemido que


beirava a um uivo. Seus músculos internos agarravam os
dedos que ele ainda bombeava dentro dela. Ryder lambeu seu
clitóris, empurrando o máximo que pôde dentro dela. Assim
que o último espasmo pulsou, Wren ficou mole, sua
respiração rápida enquanto lutava para obter ar suficiente
em seus pulmões.

— Esse foi o clímax por um sonho que não vou esquecer


tão cedo. — disse Wren quando ela girou a cabeça e olhou
para ele. — É a sua vez de experimentar como é bom.

Ryder beijou sua boca, em seguida, deu-lhe um beijo


quente que não durou muito tempo.

— Eu não quero nada mais do que isso. — disse ele, sua


voz rouca.

Wren envolveu a mão em torno do seu pênis duro e


acariciou-o para cima e para baixo. Ryder gemeu, se
empurrando em seu aperto. Não demoraria muito para que
ele viesse. O clímax dela quase o fez perder o controle. Foi
pela pura força de vontade que ele segurou seu orgasmo. Ele
queria estar dentro da sua vagina quando finalmente gozasse.

Não querendo esperar mais, Ryder se moveu para que se


deitasse em cima de Wren com seus quadris entre suas
pernas abertas. Seu eixo roçou contra sua vagina
escorregadia. Ele se levantou sobre os braços flexionados e
empurrou a ponta dentro dela. A sensação do seu corpo
quente e acolhedor ao redor dele o fez revirar os olhos.

— Ryder!

A voz masculina profunda cresceu ao redor deles,


fazendo com que Ryder e Wren se enrijecessem e ficassem
imóveis. Ryder olhou ao redor da clareira e avistou seu
ancestral, o primeiro xamã dos sentinelas, parado na linha
das árvores, observando-os.

Ryder se afastou de Wren e, com um pensamento, vestiu


os dois. Eles se levantaram quando seu ancestral se
aproximou. Isso era novo. Ele nunca apareceu em um dos
sonhos de Ryder antes. Ele geralmente se comunicava com
ele, trazendo uma visão enquanto Ryder estava acordado.
Ryder esperava que ele ter aparecido não significasse que
quebrou a regra sobre sexo. Fazer amor em um sonho não
deveria contar.

Assim que seu ancestral ficou na frente deles, ele olhou


para Wren e sorriu.
— Ela não é como os outros. Uma verdadeira mistura do
antigo e do novo.

— Está é Wren. Capac a transformou.

Seu ancestral fixou seu olhar em Ryder.

— Você finalmente conseguiu o primeiro passo para


conquistar seus poderes completos.

— Como?

O primeiro xamã não respondeu à pergunta de Ryder.


Em vez disso, ele disse:

— Está na hora.

Ele deu um passo mais perto, então colocou uma mão


no centro do peito de Ryder. Brilhava e ele sentiu uma onda
atravessar o seu corpo, inundando todas as células. Deu um
grito surpreso, mas foi incapaz de se afastar. A sensação se
intensificou, trazendo consigo mais do que um pouco de dor.

Ryder não conseguia parar de gritar com seu


desconforto. Como se viesse de longe, ele ouviu Wren
chamando seu nome. Não podia responder. Parecia que suas
entranhas estavam sendo destruídas, depois refeitas de novo.

A última coisa que viu e ouviu foi Wren, tentando puxar


a mão do seu antepassado do seu peito enquanto ela
implorava para ele parar. Seu mundo ficou negro depois
disso.
Tanner, o líder dos lobos negros, acordou. Ele olhou ao
redor do quarto dentro do esconderijo do seu bando. Nada
parecia fora do lugar, não havia ninguém ali. Ele estava
prestes a descartar o sentimento como nada e se deitar
novamente quando sentiu o que ele só poderia descrever
como um “saber” invadi-lo.

Ele fez uma careta, um grunhido silencioso saiu dele. A


única pessoa na Terra que ele queria destruir mais do que
qualquer coisa teve um aumento em seus poderes. Desde que
lera a mente de Capac e aprendeu tudo sobre o novo xamã
dos sentinelas, Tanner vinha tentando concentrar grande
parte da sua atenção em se livrar de Ryder. Agora parecia que
o mortal conseguira se fortalecer. Bem, isso não aconteceria.
Ele já era muito de uma ameaça como era.
Tanner jogou as cobertas para trás e caminhou nu até a
mesa. Em cima dela estava o antigo livro de feitiços que ele
havia reivindicado como seu, depois que ele o pegou do seu
criador André. Se o xamã dos irmãos lobos conseguiu
aumentar seu poder, era hora de Tanner fazer o mesmo. Ele
teria que fazer um esforço concentrado para acabar com o
espinho ao seu lado. Uma vez que Ryder e seus feitiços de
proteção fossem eliminados, Tanner se concentraria em
remover os sentinelas um a um. Os dias deles se escondendo
estavam chegando ao fim.

Ele seria o primeiro a fazer o golpe fatal, mas antes de


fazer isso, havia o pequeno inconveniente de libertar dois dos
seus membros da matilha. Um deles era seu próprio irmão.
Se tivesse sido apenas Greg, outro membro da matilha de
Brice, Tanner não se incomodaria. Mas o fato dos sentinelas
terem levado seu irmão era um assunto diferente.

Wren acordou com um solavanco, notando que o quarto


já não estava escuro. Já era de manhã. Levou alguns
segundos para se orientar e lembrar onde estava. No quarto
de Ryder. E com isso tudo o que aconteceu no seu sonho
voltou rápido. A parte sobre os lobos escuros, eles brincando
e a aparição do ancestral de Ryder.

Ela virou a cabeça e olhou para o lado da cama onde


Ryder estava deitado. À primeira vista, ele parecia estar
dormindo. Ela se sentou e tocou-o. Ele não se mexeu e ela
não foi levada para outro sonho. Wren balançou Ryder, o que
não fez ele acordar.

Sabendo que seu ancestral tinha feito algo para Ryder,


Wren não foi capaz de conter a preocupação que se formou
dentro dela. Ela o sacudiu com mais força e chamou o seu
nome. Sua cabeça rolou para a frente e para trás, mas seus
olhos permaneceram fechados.

— Ryder, acorde. — disse Wren mais alto. Ainda sem


resposta.

Ela foi capaz de ouvir seu coração, então ele não estava
morto. Wren retirou um pouco do cabelo da testa dele e sua
pele estava quente ao toque. Ela verificou novamente. Com
certeza, Ryder estava queimando. Vê-lo assim trouxe a
memória da sua mãe morta pelo câncer. Wren cuidou de
tudo. Assistir a sua mãe lentamente se perdendo foi a coisa
mais difícil que ela já suportou. Se ela conhecesse os
sentinelas naquela época, ela teria pedido para que alguém
mordesse sua mãe para transformá-la.

Pensando que ela tinha que fazer algo para diminuir o


risco para Ryder, Wren saiu da cama e foi até o banheiro no
final do corredor. Ela abriu o armário de remédios. Não havia
nenhum tipo de medicamento dentro dele. Achando que
deveria haver algo em outro lugar, ela vasculhou as gavetas e
o armário da despensa, mas não encontrou nada. Ela não
procurou em silencio também.

Cassidy apareceu na porta com Wyatt em seus braços.

— Wren? O que você está procurando?


Continuou a procurar por algo que ajudasse Ryder,
mesmo que a sua busca não tivesse dado em nada.

— Não há qualquer tipo de remédio aqui? Não há


ibuprofeno, nada.

Cassidy entrou mais na sala.

— Não, não há. Nós somos imortais. Nós nunca ficamos


doentes.

Wren parou sua busca.

— Mas Ryder não é. Deveria haver algo aqui para ele.

— Wren, qual é o problema? Você parece um pouco


pálida.

— É Ryder. Não acorda e está com febre.

Cassidy saiu do banheiro, chamando o nome do seu


companheiro enquanto ela entrava no quarto de Ryder. Wren
seguiu em seus calcanhares. Depois dela, vieram os outros
membros da casa.

— O que está acontecendo? — Perguntou Edensaw.

Cassidy entregou-lhe Wyatt antes de se sentar na cama


ao lado de Ryder, que ainda estava inconsciente. Ela colocou
a mão na sua testa.

— Wren está certa, Ryder está com febre alta. Ryder,


acorde. — Ele não reagiu.

Edensaw olhou para Wren.

— Ele estava assim quando os dois foram dormir?

Ela balançou a cabeça.


— Não. Eu acho que seu ancestral fez isso com ele.

— O que você quer dizer?

— Eu fui capaz de entrar no sonho de Ryder novamente.


Logo depois seu ancestral apareceu. Disse algo, que ele tinha
feito e tinha conseguido ganhar seus poderes completos,
então ele colocou uma mão no peito de Ryder. Ela brilhava.
Foi quando ele começou a gritar de dor. Não importa o que
fizesse, não consegui fazer com que seu antepassado parasse.

— O que aconteceu depois disso?

— A última coisa que eu sei é que Ryder desmaiou. Foi


quando acordei, mas ele não veio.

Edensaw ficou pensativo.

— Então as mudanças que Ryder queria trazer


começaram.

— Este é apenas o primeiro passo. — disse Wren. — O


que vai acontecer se Ryder passar por isso cada vez que seus
poderes evoluírem? Ele é mortal. Há uma chance de ele não
sobreviver. Não quando isso acontece com ele. Um de vocês,
irmãos lupinos, tem que mordê-lo. Pelo menos assim ele será
imortal.

Edensaw deu-lhe um olhar triste.

— Nós não podemos. Todos nós demos nossa palavra a


Ryder que não o morderíamos. As visões que seu ancestral
enviou, mostra que ele não é um lobisomem quando alcança
seus poderes.

— Temos que fazer algo por ele. — Disse bruscamente.


Eryn chegou ao lado de Wren e colocou o braço em volta
da sua cintura.

— Nós fizemos tudo de acordo com as regras. Se ele


piorar um dos caras pode leva-lo para tomar um banho com
água fria. Duvido que consigamos fazer com que ele engula
qualquer coisa para que a febre abaixe quando ele estiver
assim. Além disso, duvido que o ancestral de Ryder fizesse
qualquer coisa que colocaria a vida dele em risco. Isso tem
que ser um efeito colateral das mudanças que estão
ocorrendo dentro dele.

Wren queria concordar que o primeiro xamã sentinela


não faria nada prejudicial para Ryder, mas vê-lo assim estava
aumentando sua ansiedade. Lembranças da sua mãe
continuaram surgindo na sua mente, aquelas que ela fez o
melhor possível para manter enterradas nos últimos anos.

Cassidy se levantou.

— Vamos pegar algumas toalhas molhadas para a testa


de Ryder. Vamos vigiar a febre dele e, como Eryn disse, se
ficar muito alta, o colocaremos em um banho frio.

Wren assentiu. Ela se afastou de Eryn e se sentou no


lugar vazio na cama ao lado de Ryder. Ela sentiu o calor sair
dele quando puxou as cobertas até o estômago dele. Wren
teria se esticado ao lado dele e o abraçado, mas ela somente
aumentaria a temperatura do corpo.

Cassidy saiu e voltou com uma toalha fria. Wren colocou


na testa de Ryder. Com a promessa de voltarem a olhar ele
mais tarde, todos deixaram Wren sozinha com Ryder.
Ela o observava, não somente o olhando, mas desejando
que ele acordasse. Ficaria louca se não o fizesse. Wren pegou
o controle remoto e ligou a TV, enquanto procurava um
programa para assistir, ela pensou no que ela e Ryder tinham
feito em seu sonho antes que seu ancestral aparecesse.

Não havia como eles voltarem ao que tinham sido uma


vez. Não depois dele ter feito todas aquelas coisas deliciosas
para ela. Ryder a tocou e seu corpo tinha pegado fogo. E
quando ele caiu sobre ela, ele não tinha apenas lhe dado
prazer, ele se deleitara com ela. O único arrependimento de
Wren foi que eles foram interrompidos antes de chegarem à
parte realmente boa. Ela esteve tão perto de ter o pênis de
Ryder enterrado profundamente em sua vagina.

Wren olhou para Ryder e acariciou sua bochecha. Agora


que entendeu por que ele tentou manter distância dela, ela
não iria pressioná-lo tanto quanto estava fazendo. Mas dentro
dos seus sonhos, não havia necessidade de recuar. Eles
poderiam desfrutar um do outro sem repercussões.

Ela pegou o braço de Ryder debaixo das cobertas e


entrelaçou seus dedos. Wren havia decidido que ele era dela.
Ela o amava, embora não tivesse dito a ele ainda. Ficaria ao
lado dele enquanto ele passasse pelo que fosse para ganhar
seus plenos poderes. Wren só esperava que não fosse preciso
muito mais episódios. Este era preocupante o suficiente.
Como aconteceu com sua mãe, odiava o fato de não poder
fazer nada para Ryder melhorar. Sentir-se impotente não era
algo que ela gostasse.
Ryder acordou lentamente, mas manteve os olhos
fechados. Parecia que ele foi atropelado por um caminhão.
Seu corpo doía, até seus olhos. Ele levantou as mãos e
esfregou as têmporas doloridas.

— Ryder? Como está se sentindo?

Ele piscou abrindo os olhos para encontrar Wren


sentada na cama ao lado dele, pairando sobre ele.

— Como um grande saco de merda.

Ela sorriu, e deu-lhe um grande beijo.

— Você me preocupou.

— O que aconteceu?

— Não lembra o que seu ancestral lhe fez em seu sonho?

Ele se lembrou agora. Depois que Wren mencionou isso,


Ryder lembrou do seu ancestral tocando seu peito com uma
mão brilhante, que disparou uma onda de poder através dele
forte o suficiente para fazê-lo perder a consciência.

— Obrigado por me lembrar, embora não saiba como


poderia ter esquecido. Doeu pra caramba.

— Está bem? Você ficou desmaiado por quatro horas e


teve febre alta. — Wren colocou a mão na testa dele. — Agora
a febre se foi. Você está bem?

— Acho que estou. — Ryder se levantou lentamente para


uma posição sentada. Wren ajudou-o e apoiou o travesseiro
nas suas costas. — Minha cabeça dói pior do que qualquer
outra coisa.

— Sente como se seus poderes fossem diferentes?

Ryder olhou para dentro de si mesmo, fazendo um


balanço. No começo, ele não achou que houvesse qualquer
tipo de mudança. Esperava que tudo o que passou não
tivesse sido por nada. Isso iria incomodar por muito tempo.
Ele então encontrou um pouco de magia que não possuía
antes. Ele alcançou. Ela se abriu e se espalhou. Ele engasgou
quando se estabeleceu em seu próprio ser.

E com isso veio um pouco do conhecimento do primeiro


xamã dos sentinelas. Ele passou pela sua mente em uma
velocidade ofuscante, mas ele foi capaz de reter. Logo em
seguida veio o aumento dos seus poderes, com alguns novos
adicionados. Pela primeira vez desde que se tornou
consciente do que ele era, o controle de Ryder escorregou. A
casa tremeu e a cama se levantou do chão.

— Ryder? — Wren perguntou cautelosamente.

Ele não teve tempo de responder, enquanto outro


aumento em seus poderes tomava conta dele. Ryder se
concentrou em tentar controlá-los, com medo do que
aconteceria se ele não pudesse.

Edensaw correu para o quarto.

— Por que a casa está tremendo? — Os outros membros


da casa ficaram do lado de fora no corredor, reunidos
olhando para dentro do quarto.
— Tenho certeza que Ryder está fazendo com que isso
aconteça. — disse Wren.

— Você tem que fazer isso parar, Ryder. — Edensaw se


aproximou.

Ryder respondeu com os dentes cerrados.

— Estou tentando. Estou achando um pouco mais difícil


controlar meus poderes agora que eles estão mais fortes. —
Seu controle escorregou novamente. Se ele não recuperasse
totalmente o controle, quem sabia que dano poderia causar?

Mas antes que isso pudesse acontecer, Wren pegou suas


mãos. Como se seu controle tivesse sido reforçado, ele
facilmente retirou seus poderes, fazendo com que a casa
parasse de tremer e sua cama voltasse ao lugar.

Ele olhou para Wren, surpreso.

— O que fez?

— Nada. Só pensei em pegar sua mão para mostrar que


estou aqui por você.

Ele sorriu.

— Bem, isso funcionou. Você me tocou e eu pude


controlar meu poder.

Wren sorriu.

— Acho que isso significa que eu sou perfeita para você.

Não se importando que os outros vissem, Ryder segurou


o rosto de Wren em suas mãos e a beijou longa e duramente.
Eryn soltou um grito e um “finalmente”. Ele teria
beijado Wren novamente, mas seu alfa pigarreou para
chamar sua atenção.

— Já que você está beijando Wren, entendo que não


preciso mais me preocupar com você sacudindo a casa? —
Perguntou Edensaw, divertido.

Ryder colocou o braço em volta dos ombros de Wren, a


puxando para o seu lado e olhou para Edensaw. Assentindo.

— Existe alguma chance de isso acontecer de novo?


Gostaria de ser avisado.

Ryder fez um balanço rápido de si mesmo. Seus poderes


eram mais fortes, mas agora tinha controle total sobre eles,
como tinha feito antes. O mesmo com os novos que ele
ganhou.

— Acho que estou bem agora. A onda inicial me pegou


desprevenido.

— Bom. Então, acho que nós vamos deixar os dois


sozinhos. —Edensaw saiu pela porta, os outros abrindo
espaço para ele.

— Certifique-se de vir comer alguma coisa. — Cassidy


falou enquanto andava pelo corredor.

A sugestão de comida fez o estômago de Ryder roncar.


Ele olhou para o relógio de cabeceira e viu que era o meio da
tarde. A última vez que ele comeu alguma coisa foi na noite
anterior.
Wren esfregou seu braço quando seu estômago rosnou
mais uma vez.

— Quero comer alguma coisa. Eu não comi nada


também. Não queria deixá-lo.

Ryder colocou uma mão sob seu queixo e o inclinou


para cima quando ele baixou os lábios nos dela. Ele a beijou
lenta e profundamente. Ambos estavam respirando com mais
força quando ele finalmente soltou sua boca.

— Meu ancestral teve um timing ruim. — disse ele ao


encontrar o olhar de Wren.

— Muito ruim. Se ele tivesse dado a nós mais alguns


minutos, teríamos terminado.

— Mais alguns minutos? Isso não está dizendo muito


sobre o meu desempenho sexual se acha que teria acabado
tão rápido.

Wren deu-lhe um tapa no peito.

— Tudo bem, não alguns minutos. Que tal uma hora?


Isso soa melhor?

Ryder riu.

— Sim.

— Tem certeza de que não podemos terminar o que


começamos agora?

— Isso só pode acontecer nos meus sonhos. Agora


conheço muitas coisas que não fazia antes. Eu até conheço o
feitiço que meu ancestral usou para transformar os
sentinelas durante a era do gelo. Também sei que vou ter que
passar por mais algumas mudanças para obter todo o
potencial dos meus poderes.

Wren visivelmente estremeceu.

— Mesmo? E vai ter que passar por isso de novo?

Ryder encolheu os ombros.

— Eu não sei com certeza, mas teria que dizer mais do


que provável. — Ele passou o olhar sobre o rosto dela. — Está
preocupada. — Ele disse isso como uma declaração ao invés
de uma pergunta. Pela expressão de Wren, sabia que ela
estava.

— Claro que estou. Não ser capaz de te acordar e te ver


tão febril, é assustador. Não quero que interprete errado ou
algo assim, mas você é mortal. Às vezes os mortais não se
recuperam de coisas assim.

Ele a apertou mais contra ele e beijou sua testa.

— Estou bem, no entanto.

— Sim, você conseguiu passar por isso. Da próxima vez,


você pode não...

— Duvido que esteja em algum tipo de perigo. Estou


destinado a passar por isso. — Então, Ryder percebeu por
que Wren ficara tão desconfortável com tudo isso. — É por
causa da sua mãe. Ela era mortal e morreu de uma doença
incurável.

— Sim. — Wren olhou para baixo e brincou com o laço


da sua calça de pijama. — O que não sabe é que eu era a
principal cuidadora dela. Eu fiz tudo para ela quando não
podia mais fazer sozinha, até o fim. — Ela fez uma pausa. —
Vê-lo deitado na cama, sem responder a nada, trouxe de volta
todas as lembranças do que minha mãe suportou. Eu não
desejaria isso a ninguém.

Ryder pegou Wren em seus braços e colocou-a em seu


colo.

— O que está acontecendo comigo não é causado pelo


câncer. É sobrenatural. Meu ancestral está despertando
meus poderes adormecidos. Em vez de crescer com eles,
como fiz com os que eu tinha antes, eles estão acordando de
repente. Vai ter alguns efeitos colaterais, mas não vai me
matar. Você mesma disse ontem à noite que “me viu” com
meus plenos poderes. Isso significa que ficarei bem.

Wren encontrou seu olhar.

— E nós? Vamos ficar bem também?

Ele deixou Wren mudar de assunto. Era obviamente


algo com o qual ela se sentia desconfortável.

— Eu não vou mentir. Não achava que poderíamos ficar


juntos, mesmo depois que ganhasse meus plenos poderes.
Estava com medo de machucá-la se me envolvesse no
momento, baixasse a guarda e acabasse acertando-a. Mas
depois do que fez, não penso mais assim. Você tem algum
tipo de influência sobre mim. Um simples toque e você
reforçou meu controle.

Wren se moveu e ela montou seu colo, de frente para


ele. Ela colocou os braços em volta do pescoço.
— Isso me faz feliz porque eu não teria deixado se
afastar de mim de qualquer maneira.

Ela abaixou a cabeça e o beijou. Ryder logo assumiu o


controle, mais uma vez sendo pego com a excitação que bateu
em seu corpo. Seu pênis endureceu, subindo entre os corpos.
Ela deixou cair a mão e acariciou-o através do material da
sua calça de pijama. Ele gemeu.

Ryder parou Wren depois de um minuto. Ele estaria


correndo risco se a deixasse continuar por muito mais tempo.
Se afastou da boca dela e puxou a mão que estava nele.

— Chega. — ele disse enquanto lutava para recuperar o


fôlego. — Nós não podemos.

— Mas não conseguiu terminar em seu sonho.

— E eu vou ter que esperar por um outro antes que eu


possa terminar. — Não querendo testar os limites da sua
contenção, Ryder colocou Wren na cama ao lado dele e depois
saiu. — Estou indo para um banho rápido, então podemos
conseguir algo para comer.

— Tudo bem, vou me comportar. Não demore muito.

Ryder pegou algumas roupas limpas antes de se dirigir


para o banheiro. A noite não chegaria rápido o suficiente. Ele
ansiava por ter Wren nua e excitada em seus braços mais
uma vez. Esperava que seu ancestral não interrompesse
novamente. Uma vez foi mais que suficiente.
Wren achou que o dia não poderia se arrastar mais do
que já tinha. Ela estava ansiosa para ir para a cama e
encontrar Ryder em seu sonho. Agora que eles haviam
estabelecido que havia algo entre eles, e ansiava por ele mais
ainda. O fato de não poder fazer nada além de beijá-lo e
abraça-lo no mundo real a deixava um pouco louca. E pelos
olhares calorosos que ele lhe dava quando ninguém estava
olhando, ele devia estar se sentindo tão frustrado quanto ela.

Brice apareceu, querendo falar com Edensaw e Ryder.


Wren teria saído da sala de estar quando os homens
chegaram, mas Ryder se sentou ao lado dela e segurou sua
mão, impedindo-a de se levantar. O líder da matilha local
notou isso e lhe enviou um sorriso. Brice passava pela casa
com frequência suficiente para saber que ela estava de olho
no xamã dos sentinelas.
— Então o que quer discutir? — Edensaw perguntou a
Brice.

— Vou ter que fazer algo sobre o irmão de Tanner, Greg


e Drew. Não posso mantê-los presos para sempre. Por um
lado, eles são imortais. Além disso, eles estão ficando muito
inquietos de repente. E não gosto disso.

— O que gostaria que nós fizéssemos?

Brice olhou para Ryder.

— É aqui que espero que você seja de ajuda, Ryder.


Você foi capaz de remover a escuridão de Kajakti quando
André usou um feitiço nele, não pode fazer isso por Greg e
Drew?

Ryder balançou a cabeça.

— O contrafeitiço que usei não funcionará neles. Eles


foram transformados em lobos escuros, enquanto Kajakti foi
apenas incorporado com a magia negra.

— Pode criar um novo que funcione neles? Uma vez que


eles não forem mais lobos escuros, posso libertá-los. Drew
nunca foi realmente mal. Quanto a Greg, duvido que ele
tivesse roubado a companheira do seu irmão se não tivesse
ficado escuro.

— Antes de hoje, teria dito que não poderia, mas agora


pode ser possível.

Brice se animou.

— Finalmente entrou em seus poderes completos.


— Nem todos eles. Passei pela primeira etapa esta
manhã. Estou muito mais forte do que eu era. Me dê alguns
dias para passar por todas as novas informações que
acompanhou o aumento de poder. Espero que descubra algo
para remover a magia negra.

— Se funcionar, espero que consiga fazer o mesmo por


Tad e Lara assim que os encontrarmos. Sinto que os
decepcionei desde que não consegui impedir Tanner de
transformá-los em lobos negros.

Wren tinha ouvido a história sobre o casal acasalado do


bando de Brice e como Tanner usou Lara para atrair seu
companheiro para ele, então transformou os dois. Os irmãos
lobos tinham feito o possível para resgatar Tad e Lara, mas
Tanner usou um feitiço para esconder a presença dele e do
seu bando, juntamente com os lobos escuros mais novos e
havia escapado.

Ryder assentiu.

— Essa será a próxima coisa que farei, tentar localizar o


esconderijo de Tanner. Ele está usando magia negra para me
impedir.

Brice ficou de pé.

— Se encontrar, terá a mim e a alguns dos homens mais


fortes da minha matilha nas suas costas. É hora de Tanner e
seus lobos negros serem abatidos. Permanentemente. Devo ir.
Tive que entregar alguns recados antes de vir aqui. Se eu não
voltar para Marta antes dela começar a sentir a ansiedade da
separação, ela vai descontar o aborrecimento na minha
bunda.

— Partindo já? — Cassidy perguntou enquanto ela


entrava no quarto com Wyatt em seus braços.

Brice sorriu e acenou com a cabeça.

— Sim, desculpe. Mas eu tenho tempo suficiente para


dar a Wyatt um pequeno abraço antes de ir.

Wren observou o líder da matilha pegar o bebê


habilmente enquanto segurava Wyatt na curva do seu braço e
lhe dava um grande beijo. Desde que se juntou ao bando de
sentinelas, ela aprendeu que crianças dentro de um bando de
lobisomens eram protegidas e amadas por todos os seus
membros. Mesmo que eles não fizessem parte da matilha de
Brice. Ele os considerava como família desde que era
descendente de Ketah. Então, de certa forma eles eram. Wren
era descendente de Wachei. Isso fazia o irmão lobo e sua
companheira Eryn tecnicamente seus avós, embora muitas
gerações tenham passado, pelo menos do ponto de vista de
Wachei. Eryn já tinha deixado bem claro que ela não queria
que Wren a chamasse de vovó.

Uma vez que Brice deu um abraço no bebê, ele passou


Wyatt de volta para Cassidy, em seguida, saiu com a
promessa de ligar para Ryder em alguns dias.

Cassidy olhou para o companheiro.

— Estamos ficando sem fraldas e lenços umedecidos.


Você disse que ia até a loja comigo.
Edensaw assentiu.

— Claro. Quer levar Wyatt conosco ou deixá-lo em casa?

Wren rapidamente falou.

— Ryder e eu podemos vigiá-lo se quiser.

Cassidy sorriu.

— Isso seria bom. Às vezes é mais fácil não o levar


conosco.

— Não há problema. — Acrescentou Ryder. — Mas se ele


fizer cocô nas fraldas enquanto está fora, Wren as trocará.

Ela riu.

— Posso gerenciar isso.

— Nós não deveremos demorar muito. Se ele ficar com


fome, tem uma mamadeira na geladeira. Bombeei esta manhã
só para o caso de termos que deixar Wyatt em casa.

— Vá em frente, vamos ficar bem.

Cassidy entregou Wyatt para Wren e deu-lhe um beijo,


assim como seu pai. O casal deixou o quarto de mãos dadas.
Alguns minutos depois, Wren ouviu a porta da frente se abrir
e fechar.

Ela se sentou no sofá com o bebê preso em seus braços.


Wyatt sorriu para ela. Wren olhou para Ryder quando ele se
sentou ao lado dela.

— Então não vai trocar nenhuma fralda de cocô, hein?

Ele sorriu.

— Não se puder evitar. Eu troquei ontem. É sua vez.


— Veremos. Neste momento não é um problema.

Eles não ficaram com Wyatt só para eles por muito


tempo. Eryn e Wachei entraram na sala e fizeram o possível
para roubar o bebê. Então foi a vez do resto da casa. Wyatt
não pareceu se importar de ser passado de uma pessoa para
outra. Ele permaneceu todo sorrisos.

Naquela noite, Wren levou seus pertences do andar


principal para o quarto de Ryder. Não era muito, apenas suas
roupas, já que ela tinha vendido toda mobília que possuía
enquanto morava no apartamento com Riya, companheira de
Capac. Só estava ocupando espaço na garagem e ela
realmente não gostava tanto daquilo.

Foi uma sugestão de Ryder que ela se mudasse


oficialmente para o seu quarto. Wren tinha rapidamente dito
sim, mal deixando ele terminar de falar. Ela então selou o
acordo com um beijo que os deixou sem fôlego e querendo
mais.

Ryder colocou sua mala grande no chão ao lado da


cômoda.

— Esvaziei algumas gavetas na minha penteadeira para


seu uso. Depois vamos arrumar uma somente para você. Ele
foi para as roupas que ela carregava em seus braços. — Há
espaço no armário para essas também.

Wren sorriu.
— Sem pressa com a cômoda. Vivi em uma mala por um
mês. Na verdade, ter algumas gavetas é uma melhoria. — Ela
foi até o closet e pendurou suas roupas. Elas antigamente
estavam dependuradas no armário do corredor da frente.

Ryder ficou na porta.

— Sabe que trouxe isso para si mesma. Meadow e


Durlach ofereceram um lugar na casa deles.

Ela se virou para ele.

— Sim, mas, se tivesse saído, você teria conseguido me


empurrar para ainda mais longe do que já tinha.

Ele riu.

— Muito verdadeiro. E eu achando que estava fazendo a


coisa certa quando obviamente não estava. Estamos melhor
juntos do que separados.

Wren terminou de pendurar suas roupas e segurou o


pulso de Ryder, puxando ele para dentro do armário com ela
e trouxe seus lábios para os dela. Ela logo se viu envolvida
em seu abraço enquanto ele a beijava sem sentido. Gemendo
baixinho ela colocou os braços ao redor do dele, esfregando-
se contra ele. Um rosnado brotou do seu peito quando sentiu
sua ereção pressionando entre eles.

Ryder foi o único a acabar com o beijo. Ele descansou a


testa contra a dela.

— Isso está realmente me matando. É muito tentadora.

Ela inclinou a cabeça para trás e sorriu.


— Bem, sabe como consertar isso, certo? Você tem que
dormir, eu vou entrar no seu sonho e nós podemos continuar
com isso.

— Exceto que é muito cedo para ir para uma cama. O


jantar foi somente há algumas horas atrás. E duvido que seja
capaz de adormecer. Ainda não estou cansado. Eu apenas
ficaria deitado lá sem conseguir dormir.

Wren suspirou dramaticamente e saiu do seu abraço.

— Acho que teremos que esperar então. E para tornar


isso menos frustrante, vou me certificar de não te tocar até a
hora de dormir.

Ryder fez uma imitação de um grunhido.

— Ah, você vai querendo ou não. — Ele deu-lhe um


puxão trazendo-a de volta para os seus braços. — Isso pode
me frustrar, mas gosto de tê-la me tocando.

Ele a pegou e levou para a cama, onde a jogou no


colchão. Wren riu enquanto se levantava para uma posição
sentada.

— Pensei que tinha dito que era cedo demais para


dormir.

Ele se sentou ao lado dela.

— Isto é. Teremos que nos contentar em assistir TV para


passar o tempo restante.

Ryder se encostou contra a cabeceira da cama, em


seguida, levantou o braço sobre o dela. Wren mudou de
posição e apoiou as costas contra o peito dele. Ela respirou
seu perfume, contente por estar onde estava. Sem o
conhecimento de Ryder, ela já pensava nele como seu
companheiro. Como ele não era um lobisomem, nunca seria
capaz de reivindica-la completamente, ter o vínculo de união
entre eles. Mas ela ficaria feliz com os votos de casamento
mortais comuns. Ficar com ele era a coisa mais importante.

Wren ficou presa no filme que assistia, o que ajudou o


tempo passar mais rápido. Foi realmente muito legal ficar lá
sentada e abraçada com ele. Não foi até ela soltar um bocejo
que percebeu quanto tempo havia passado e quão tarde era.

Ryder virou a cabeça e olhou para ela.

— Acho que é hora de irmos para uma cama. O que


acha?

— Estou cansada.

— Pode usar o banheiro primeiro para se trocar.

Wren assentiu e saiu da cama. Ela pegou o pijama na


cômoda antes de sair do quarto. Apesar de tudo ela entendia
porque Ryder não queria que ela se trocasse no quarto. Tirar
a roupa na frente dele não era muito justo da parte dela.

Não demorou muito para que ela escovasse os dentes e


trocasse de roupa. Ryder já estava de pijama, mais uma vez
sem camisa. Logo depois foi a vez dele no banheiro e Wren
subiu na cama.

Ryder retornou, apagou as luzes e deslizou sob as


cobertas ao lado dela. Ele rolou para ela e lhe deu um beijo
antes de deitar de costas e segurar a mão dela.
— Boa noite, Wren. A vejo no meu sonho.

— Boa noite. Estarei lá.

Wren achava que ela não teria dificuldades em


adormecer. Sabendo o que ela e Ryder estariam fazendo
assim que ela entrasse no seu sonho, fazia seu coração
disparar com excitação e antecipação. Ela conseguiu dormir
em questão de minutos.

Diferentemente da noite anterior, não havia imagens


assustadoras ou os quatro lobos escuros. Ela se encontrou
mais uma vez na clareira cravejada de flores silvestres. Ryder
estava no meio dela, esperando. Wren sorriu e praticamente
correu em direção a ele.

Depois de fechar a distância entre eles, ela se jogou em


seus braços abertos. Sua boca pousou na dela quando
inclinou a cabeça para o rosto dele. Agora no sonho de Ryder,
Wren não tinha que se segurar. Ela explorou seu corpo
enquanto seus lábios tomavam os dela em um beijo carnal.

Ela passou as mãos das costas até a cintura dele. De lá,


ela acariciou seu abdome. Atingindo mais baixo, Wren
segurou a frente da sua calça jeans. Seu pênis era longo e
duro e pronto para agir. Sua vagina se apertou, a umidade se
acumulando enquanto uma dor latejava profundamente
dentro dela. Desta vez ela teria tudo dele dentro dela,
levando-a até que ambos gozassem. Se o ancestral de Ryder
decidisse aparecer, não teria problema em dizer a ele que se
perdesse até que terminassem. Nada iria ficar entre ela, para
obter Ryder.
Ryder se afastou da sua boca com um gemido enquanto
ela acariciava seu pênis através das suas calças.

— Isso é tão bom. Esperei o dia todo para ter suas mãos
em mim novamente.

— Você e eu. — Ela beliscou seu queixo. — Nos deixe


nus, Ryder. Não quero esperar para sentir sua pele contra a
minha.

Todas as roupas dela desapareceram em um piscar de


olhos, assim como as de Ryder. Foi a vez de Wren gemer ao
sentir a pressão do seu corpo contra o dela. Ela beijou o oco
da sua garganta antes de começar uma jornada descendente
que terminaria com ela com os olhos no mesmo nível que sua
ereção.

Wren pressionou seus lábios contra cada um dos seus


peitorais definidos, em seguida, sacudiu os dois mamilos
lisos com a ponta da língua. A respiração pesada de Ryder
encheu seus ouvidos enquanto ela continuava do centro do
seu peito para o seu abdômen. Ela respirou seu cheiro
almiscarado, o lobo nela amando o cheiro do homem que a
mulher escolheu para ser seu companheiro.

Ela caiu de joelhos e olhou para a parte de Ryder que


ela mais queria. Seu pênis ereto saia diretamente do seu
corpo e estava totalmente ingurgitado. Wren lambeu seus
lábios em antecipação para prová-lo quando ele empurrou em
sua direção.

Com o olhar dela bloqueado com o dele, Wren envolveu


seus dedos em torno do seu eixo e deu-lhe algumas
bombeadas. A boca de Ryder se abriu em um gemido
silencioso. Seus quadris empurraram em direção a ela. Ela
apertou seu agarre e circulou a cabeça do seu pênis com a
língua, o tempo todo ainda olhando para ele.

Outro gemido escapou de Ryder, mais alto que o


anterior.

— Wren, me leve para dentro da sua boca. Chupe.

Em resposta, Wren abriu os lábios e pegou seu pênis


entre eles. Ela o chupou o mais longe que pôde, então
lentamente deslizou para fora até que sua boca estava apenas
ao redor da cabeça. Ela fechou os olhos e acariciou o ponto
sensível logo abaixo com sua língua antes de levá-lo de volta
para dentro. Wren continuou esse movimento lento e
constante. O eixo de Ryder ficou mais duro, os sons de prazer
que ele fez aumentaram sua excitação. A umidade vazou na
parte interna das suas coxas. Ela apertou as pernas juntas,
tentando aliviar um pouco a dor dentro da sua vagina.

Ryder empurrou seu pênis na sua boca, fodendo-a.


Wren olhou para ele brevemente para encontrá-lo
atentamente observando o que ela fazia. Seu rosto usava uma
máscara de prazer. E ele respirava duramente, com gemidos
chegando a cada poucos segundos.

— Deus, Wren. — Ryder disse com uma voz tensa. —


Estou chegando perto demais. Vai ter que parar ou isso vai
acabar antes de começar.

Ryder perderia sua ereção se ele gozasse na sua boca.


Não queria que isso acontecesse. Ao contrário dos lobisomens
masculinos, que conseguiam manter uma ereção por horas
depois de chegar várias vezes, Ryder não tinha essa
capacidade. Não que Wren tivesse alguma experiência com
isso desde que ela só esteve com homens mortais.

Ela o soltou e se levantou.

— Faça amor comigo, Ryder. Estou mais do que pronta


para tê-lo dentro de mim.

— Seus olhos estão brilhando.

Claro que eles estavam. Eram um testemunho de como


ela estava excitada. Os olhos dos lobisomens assumiam um
brilho quando estavam muito excitados ou zangados. Ela
definitivamente estava sentindo o primeiro.

— Você faz isso comigo. — disse ela.

Ryder colocou os braços ao redor dela e gentilmente a


colocou sobre a grama macia. Ele se instalou em cima dela,
os quadris encravados entre suas coxas abertas. Wren gemeu
quando seu pau duro roçou contra ela. Ele empurrou contra
ela, não indo para dentro, mas molhando seu comprimento
em seus sucos. Ele fez isso de novo e de novo até que ela
implorou para que a tomasse.

Wren levantou seus quadris enquanto ele trabalha seu


pênis profundamente dentro da sua vagina. Ele a esticou
deliciosamente, preenchendo-a, até estar profundamente
dentro dela. Ela perdeu a conta de quantas vezes os imaginou
assim, seus corpos unidos no ato de amor.
Ele se levantou sobre os braços flexionados, depois
recuou apenas para se empurrar dentro dela mais uma vez.
Ela apertou os músculos internos em torno do seu pau,
intensificando o prazer deles. Ele a beijou, sua língua
imitando o que seu eixo fazia com ela. Ela combinou seus
golpes, amando a sensação dele a tomando repetidamente.

Sua liberação lentamente começou a se construir dentro


dela. Ryder acariciou mais rápido, mais forte, angulando seus
quadris para que seu pênis esfregasse contra seu clitóris
enquanto ele se empurrava dentro dela. O cheiro combinado
dos dois era inebriante para ela.

— Goze para mim, baby. — disse Ryder com voz rouca.


— Quero sentir sua boceta no meu pau.

Wren levantou as pernas para os lados dos seus


quadris, colocando-o exatamente onde ela precisava para que
alcançasse seu clímax. Ela fechou os olhos para se
concentrar melhor nas sensações que percorriam seu corpo
com cada um dos impulsos de Ryder. Levou apenas meia
dúzia de golpes para que seu orgasmo rasgasse através dela.
Ryder empurrou dentro dela e ficou parado enquanto o corpo
dela se desfazia.

Quando ela terminou, Wren percebeu que Ryder ainda


não tinha gozado. Ele então a surpreendeu segurando a
cintura dela e rolando de costas, levando-a com ele, então ela
acabou no topo, montando-o. Seu pau duro permaneceu
enterrado dentro da sua vagina.

— Quero que monte em mim. — disse ele. — Me faça vir.


— Posso fazer isso.

Wren se levantou de joelhos, depois empurrou de volta


para baixo. Com ela por cima, o pênis de Ryder a esfregou em
lugares diferentes do que antes. E ela foi capaz de levá-lo
mais fundo dentro.

Ela estabeleceu um ritmo constante, subindo e


descendo, se inclinando para frente colocou as mãos na
grama de cada lado da cabeça dele, roçando o mamilo contra
os lábios dele até que ele abriu a boca e chupou o botão
esticado. Ela o assistiu chupar seu seio, a visão fazendo seu
corpo apertar em torno dele.

Ryder colocou as mãos nos seus quadris e empurrou


para combinar com cada um dos seus golpes. Seu pau
ficando mais duro. Seu corpo estremeceu mais uma vez, se
preparando novamente para o orgasmo. Wren gentilmente
soltou o mamilo da boca e se endireitou, se empurrando
contra ele ainda mais rápido.

— Só assim! — Ryder ofegou. — Eu amo a sensação da


sua boceta enrolada no meu pau. Estou tão perto.

Ela apertou os músculos internos ao redor dele


enquanto o cavalgava mais forte. Ela oscilava à beira de se
soltar. Quando ela gozasse dessa vez, queria que Ryder viesse
junto.

Enquanto a boceta dela agarrava e liberava seu pênis,


Ryder gemeu e empurrou uma última vez, levantando os
joelhos da grama. Wren gritou seu nome quando o clímax
rasgou através dela. Seu eixo pulsou profundamente dentro
da sua vagina, lhe dando tudo o que ele tinha para dar.

Uma vez que a última onda de prazer recuou, Wren caiu


sobre o peito de Ryder, ofegante, lutando para recuperar o
fôlego.

— Isso foi incrível. Sabia que seria bom assim para nós.

O som dos aplausos fez com que ambos virassem a


cabeça para o lado de onde vinha o barulho. Eles viram um
homem, que também era nativo, parado a cinco metros de
distância, observando-os, Wren pulou de cima de Ryder. Pelo
cheiro do estranho, ela sabia que ele era um lobo negro.

Ele bateu palmas novamente.

— Os dois fazem um grande show. Devo dizer que gostei


muito.

Ryder se levantou, roupas aparecendo no seu corpo, e


no de Wren.

— Tanner.

Com aquela única palavra, o nome do líder dos lobos


escuros, fez Wren ficar instantaneamente em alerta.
O primeiro instinto de Ryder ao ver Tanner foi empurrar
Wren para trás dele para protegê-la, mas ele não fez isso. Ela
era muito mais forte e mais capaz de se defender contra
Tanner do que ele.

Tanner fechou um pouco a distância entre eles.

— Não vai perguntar como entrei no seu sonho, Ryder?


Só para saber, eu não sou uma invenção da sua imaginação.
Realmente estou aqui. —Ele olhou para Wren. — Como
parece que sua namorada também está.

Wren rosnou alto.

— Oh, eu estou realmente aqui. Você vai ficar bem longe


de Ryder.

O líder dos lobos negros riu.


— Ela é difícil. — Ele cheirou o ar. — E ela é diferente
também. Você cheira, a lobisomem e como os irmãos lobos e
suas companheiras cheiram. Então um dos sentinelas
transformou uma mulher lobisomem que não é sua
companheira. Interessante.

— O que quer? — Ryder perguntou.

— Nada realmente. Isso era apenas um teste para ver se


eu poderia realmente entrar em seus sonhos. Mas quando vi
você e sua namorada fazendo sexo, não pude resistir a dizer
olá. E pedir para passar uma pequena mensagem para os
irmãos lobo. Pode dizer a eles que estou vindo por eles. Parei
de me esconder. Eles levaram alguns membros do meu
bando. Eu quero que eles voltem para mim. Se não voltarem,
alguém acabará pagando o preço.

— Aceite, Tanner. Os sentinelas não têm medo de


pessoas como você. Eles foram criados para derrotar os lobos
escuros. Não terá chance contra eles.

Tanner rosnou e deu um passo ameaçador em direção a


Ryder. Wren mudou para sua forma híbrida de lobo e parou
na frente de Ryder, rosnando.

O líder escuro não chegou mais perto.

— Ela é uma híbrida. Mas a questão é, ela é mais forte


por isso?

— Oh ela é forte. Os irmãos lobo estão treinando ela. Ela


sabe como derrubar um lobo negro.

— Vamos testar essa teoria.


Antes que Tanner pudesse fazer qualquer coisa o
ancestral de Ryder apareceu diante do líder dos lobos
escuros. Ele agarrou Tanner pela nuca, parecendo segurá-lo
no lugar.

— Você não pertence aqui, maligno. — disse o primeiro


xamã. — Vai deixar este lugar e nunca mais voltará aos
sonhos do meu descendente. Ele está sob minha proteção.

Tanner soltou um grito antes de desaparecer. O


ancestral de Ryder se aproximou dele e Wren, que voltou a
forma humana.

— Ele não poderá voltar. — disse ele. — Eu fiz isso para


que o feitiço que ele usou não funcione mais.

— Obrigado. — disse Ryder.

— É hora de despertar o restante dos seus poderes, meu


neto. Esperava dividi-lo em mais dois estágios, mais os lobos
escuros se tornaram poderosos demais. Os irmãos lobo
precisam de você com sua força total. —Ele olhou para Wren.
— Eu sei que se preocupou na última vez, mas não o faça. Eu
sempre estou vigiando Ryder desde o dia em que ele nasceu.
Vou me certificar que nenhum dano acontecerá a ele durante
a transição.

Esse foi todo o aviso que o seu ancestral lhe deu antes
de colocar a mão no centro do seu peito. Como na primeira
vez, ela brilhava, enviando ondas de dor através de todo o seu
corpo. Ele desmaiou como fez antes.
Ao contrário da última vez, Wren não acordou com o
quarto iluminado pela luz do dia. Ainda era noite. Ela
imediatamente se sentou e olhou na direção de Ryder. Ela o
sacudiu, mas ele não acordou. Um toque rápido na testa dele
mostrou que ele também estava com febre. Pelo menos tinha
a palavra do ancestral que ele ficaria bem.

Mas isso não a impediu de ficar acordada pelo resto da


noite, observando Ryder. Durante as horas que ela esperou,
pensou no que havia acontecido no sonho. Tanner
aparecendo era mais do que um pouco preocupante. Ela
tinha que contar a Edensaw sobre o líder dos lobos negros,
mas não iria acordá-lo para fazer isso. Poderia esperar até
que ele acordasse.

Wren se enrolou ao lado de Ryder e carinhosamente


traçou suas feições com a ponta do dedo. Fazer amor com ele
em seu sonho era algo que ela sempre se lembraria. A única
coisa que poderia superar era fazer no mundo real, onde as
sensações seriam muito mais fortes, mais prazerosas.

Para melhor ou pior, Ryder seria para sempre dela.


Havia apenas uma coisa que poderia afetar isso, sua
mortalidade. Ela não tinha ideia se ele permaneceria mortal
depois que ganhasse seus poderes por completo. Se ele não
se tornasse imortal, ela não sabia o que faria. Não era como
se ela pudesse interromper a própria vida se ele morresse de
velhice. Como um verdadeiro imortal, ela poderia colocar uma
arma na cabeça, puxar o gatilho e sobreviver. A ideia de viver
o resto da eternidade sem o homem que amava ao seu lado...
ela nem queria imaginar.

— Se você continuar mortal, — ela disse em voz alta,


mesmo que ele não pudesse ouvi-la — vai ter que deixar um
dos irmãos lobo mordê-lo. Eu me recuso a perde-lo. Você me
ouviu? — Ela então falou para o quarto em geral. — E se está
aí fora e pode me ouvir, ancestral do Ryder, talvez possa fazer
algo sobre isso. Você era poderoso o suficiente para criar os
primeiros lobisomens. Deve ser capaz de administrar essa
pequena coisa.

Claro que não houve resposta ao seu pedido, não que


esperasse conseguir uma. As únicas vezes que ela viu o
primeiro xamã ela estava nos sonhos de Ryder. Ela não tinha
ideia se ele poderia aparecer no mundo real.

Wren deve ter caído no sono logo após o amanhecer


porque ela acordou pensando que estava acontecendo um
terremoto, pois a cama tremia muito. Sabendo que isso tinha
que ser causado por Ryder, ela olhou para ele, esperando
encontrar ele com os olhos abertos e não mais inconsciente.
Mas esse não foi o caso. Ele estava deitado na cama, sem
perceber nada ao seu redor, enquanto seu corpo começava a
brilhar. A cama tremeu mais forte, empurrando os dois.

— Ryder, acorde. — ela disse em voz alta enquanto


empurrava seu ombro. Ela não obteve resposta. Seus olhos
nem sequer se agitaram.

A família inteira apareceu no quarto.


— Aconteceu de novo, não foi? — Perguntou Edensaw.

Ela assentiu, incapaz de tirar os olhos de Ryder


enquanto seu corpo brilhava mais forte.

— Sim.

— Isso não é parecido com ontem.

— Eu sei. — Wren olhou para Edensaw. — Tanner usou


algum tipo de feitiço para entrar no sonho de Ryder também.
Ele pediu para darmos uma mensagem para você e aos
outros sentinelas, ele quer os membros da sua matilha de
volta e está parando de se esconder. Ele teria nos atacado,
mas o primeiro xamã apareceu e o mandou embora. O
ancestral de Ryder disse que ele tinha que acordar o restante
dos poderes de Ryder todos de uma só vez, mesmo que ele
não quisesse fazer isso dessa maneira. Os lobos escuros são
muito fortes para demorar mais.

De repente, o brilho ao redor do corpo de Ryder


desapareceu. Ele arqueou as costas se endurecendo. Soltou
um gemido como se estivesse com muita dor. Durou dez
segundos antes de cair na cama, que finalmente parou de
tremer.

Mais assustada por ele do que nunca, Wren o sacudiu.

— Ryder? Ryder, acorde. — Sua cabeça balançou de um


lado para o outro. — Ryder, acorde! — Wren disse mais alto,
histeria tingindo sua voz.

Wachei colocou os braços em volta dela por trás e


acalmou seus movimentos.
— Shh, Wren. Está tudo bem. Ouça. Você pode ouvir o
batimento cardíaco dele. É forte. Ele está bem. Tenho a
sensação de que seus poderes não acabaram de despertar.
Isso foi apenas parte deles.

Wren respirou fundo e fez o que Wachei disse. Com


certeza, agora que ela não estava deixando seu medo por
Ryder assustá-la, ouviu a batida constante do seu coração.
Ela relaxou um pouco e assentiu.

Wachei beijou o topo da sua cabeça.

— Boa menina. Tudo vai ficar bem. Verá.

Ela esperava que sim. Pois a assustou para caramba,


ver Ryder assim, não importa que seu ancestral havia lhe dito
para não se preocupar. Não era como se ela tivesse algum
lugar para recorrer. Ryder é a única pessoa que passou por
isso. Pelo menos quando Capac a tinha transformado, eles
sabiam o que esperar e haviam dito a ela o que aconteceria.

Essa crise aparentemente acabou por agora, os outros a


deixaram sozinha com Ryder para aguardar o que ainda
aconteceria. Wren ficou ao seu lado, saindo apenas para fazer
breves viagens ao banheiro e apressadamente pegar algo para
comer e beber. Cassidy insistira no segundo.

A noite estava se aproximando quando Ryder mostrou


sinais de acordar. Seus olhos se abriram e ele olhou ao redor
da sala até que seu olhar pousou em Wren. Ele se sentou e
segurou a nuca dela enquanto a beijava.

Assim que ele se afastou, Wren colocou os braços em


volta de Ryder e segurou-o com força.
— Está bem? Você dormiu por um longo tempo.

Ele a abraçou de volta.

— Eu acho que sim. — Ele a soltou. — Talvez eu não


esteja tão mal quanto ontem.

Ela deu um sorriso.

— Você fez uma vez enquanto estava com frio. Fez toda
cama tremer e todo o seu corpo brilhou. Isso foi há horas
atrás.

Suas sobrancelhas se uniram.

— Que horas são?

— É por volta das sete da noite.

— Eu estive fora tanto tempo?

— Sim.

— Ficou preocupada?

— Claro. É difícil ver o homem que ama sofrendo, sem


se mexer e sem saber o que vai acontecer com ele.

Ryder ficou muito quieto.

— Acabou de dizer que me ama?

Wren aproximou seu olhar.

— Sim — Ele abriu a boca como se fosse dizer alguma


coisa, mas ela o interrompeu antes dele soltar uma palavra.
— Eu sei que pode parecer um pouco rápido, mas eu sabia
desde o começo que te daria meu coração. Você não precisa
dizer nada de volta se não estiver pronto. Posso esperar.
— O que eu sinto por você não é uma paixão. Eu...

No súbito silêncio de Ryder, Wren olhou para ele de


perto. Seu corpo estava começando a brilhar. Isso ia
acontecer de novo.

— Ryder?

— Ah merda.

Não só a cama tremeu, mas tudo que estava em uma


superfície plana também tremia. Como esperado, todos
voltaram correndo. O corpo de Ryder brilhava mais forte, um
olhar de tensão em seu rosto enquanto cerrava os dentes.
Lembrando como o toque dela ajudou ele a recuperar o
controle dos seus poderes, Wren estendeu a mão e segurou a
sua. Não teve efeito, mas ela não soltou.

— Não está funcionando. — disse Ryder. — É muito. Eu


não acho que posso controla-lo.

Sua cama tremeu mais forte. Uma pilha de livros que


Ryder tinha em uma prateleira na parede caiu no chão com
um baque alto. Os outros na sala lutaram para manter o
equilíbrio enquanto os tremores aumentavam.

Se Ryder não parasse, havia uma boa chance de ele


trazer a casa ao redor deles a baixo. Wren segurou a outra
mão dele, apertando com força. A casa ainda tremia e o brilho
não se dissipou.

Desesperada para fazer algo para ajudar Ryder, Wren fez


a única coisa que veio à mente. Seu toque o ajudou na
primeira vez, talvez ele só precisasse mais disso. Ela soltou as
mãos dele e segurou seu rosto enquanto aproximava sua
boca da dele. Ela o beijou com todo o amor que tinha por ele.
E o tremor parou tão repentinamente quanto tinha
começado.

Wren se afastou e sorriu para Ryder.

— Isso funcionou.

O sorriso que ele começou a dar a ela rapidamente


desapareceu. O brilho em torno do seu corpo surgiu
novamente, assim como os tremores.

— Mais. — disse Ryder. — Eu preciso de mais.

Wren não hesitou. Ela colocou os braços ao redor dele e


o beijou por tudo o que valia a pena. Ryder retornou seu
abraço com a mesma quantidade de calor.

Ela ouviu vagamente Kajakti dizer:

— Acho que é a nossa deixa para sair.

Os outros deixaram o quarto, a porta se fechando


atrás do último a sair para o corredor.

Wren e Ryder se levantaram de joelhos e pressionaram a


parte superior de seus corpos juntos. Os mamilos tensos de
Wren se esfregaram contra o peito duro de Ryder, fazendo
com que eles se apertassem mais. Excitação bateu-lhe. Se
fazer amor era o que Ryder precisava para recuperar o
controle dos seus poderes, ela estava mais do que feliz em
obedecer. Seu corpo doía por ele.
— Tenho que tê-la. — disse Ryder entre beijos enquanto
enfiava as mãos na parte de trás de sua camisa e soltava o
sutiã.

— Sim. — ela engasgou. — Agora.

Ele puxou a blusa dela por cima da sua cabeça, levando


o sutiã com ela e depois voltou a saquear sua boca. Ela
afastou o quadril para conseguir enfiar a mão dentro da calça
dele, a envolvendo em torno do seu pau duro. Esse ato
amoroso seria duro e rápido. Não que ela quisesse de forma
diferente. Seu corpo já estava em chamas, sua vagina ficando
mais molhada a cada segundo.

— Tenho que entrar em você. Não posso esperar.

— Não precisa. Depressa.

Eles rasgaram as roupas um do outro. Desde que Wren


tinha mais roupa que Ryder, ela o ajudou a tirar seus jeans e
calcinha. Uma vez que ela estava completamente nua, ele a
puxou com força contra ele e a deitou na cama de costas. Ela
abriu as pernas e levantou os quadris em um convite
enquanto seu pênis empurrava dentro da sua vagina. Ela
estava tão excitada que ele não encontrou resistência
entrando profundamente dentro dela.

Ela estava certa. Fazer amor no mundo real aumentou


as deliciosas sensações que Ryder causou em seu corpo. Ele
se afastou antes de empurrar seu eixo para dentro dela mais
uma vez. Então estabeleceu um ritmo rápido, que ela
combinou, apertando seus músculos internos.
Ryder enterrou o rosto na curva do seu pescoço
enquanto levou as mãos para segurar o seu traseiro,
inclinando-a para que a levasse fundo. Wren colocou as
pernas ao redor da sua cintura, prendendo os tornozelos nas
suas costas. O prazer se construiu e aumentou dentro dela.
Seu pau ficou ainda mais duro. Ele gemeu contra a pele dela,
o som fazendo-a rosnar.

A cama tinha parado de tremer, mas agora ela estava


batendo na parede com a força do seu amor. Wren não deu a
mínima para o que os outros pensavam sobre o som. Tudo o
que importava era o pau de Ryder mergulhando dentro da
sua vagina, empurrando-a para mais perto do clímax.

Seus quadris se moveram mais rápido, seus impulsos se


tornaram mais fortes. Ela colocou os braços ao redor das
suas costas e se segurou, perdendo-se no prazer que
inundava seu corpo. O orgasmo se aproximou dela, batendo
como um trem de carga.

Wren uivou como o lobisomem que era. Ryder empurrou


nela mais uma vez, então, a segurou mais apertado contra ele
enquanto gozava. Seu pênis pulsou profundamente dentro
dela quando ele chegou ao clímax junto com ela.

Sua respiração dura era o único som no quarto quando


chegaram ao clímax. Lentamente Wren desenrolou as pernas
da cintura de Ryder. Ele rolou de costas e a aconchegou ao
seu lado, uma cabeça apoiada em seu peito. Ela fechou os
olhos e ouviu o trovão do seu coração que combinava com o
dela. Esse foi o melhor sexo que ela teve em sua vida.
Esse foi o melhor sexo que Ryder já teve em sua vida.
Ter Wren em seu sonho nem chegou perto de tê-la no mundo
real. E ele queria fazer isso de novo e de novo até que eles não
pudessem se mover, mesmo que suas vidas dependessem
disso.

Ele virou a cabeça e beijou o topo da cabeça de Wren.

— Isso desafia a descrição.

Ela riu.

— Tenho que concordar. Também ajudou você a


recuperar o controle.

Ryder olhou para ela.

— Não se esqueça. Tinha a ver com o fato de que eu


estava fazendo amor com você. —Ele ficou sério. — Deixe-me
terminar o que eu ia dizer antes que o inferno se soltasse. O
que sinto por você não é uma paixão. Também a amo. Acho
que sinto isso há algum tempo, mas não queria admitir,
desde que tinha que permanecer celibatário.

Ela estendeu a mão e acariciou sua bochecha.

— Bom, porque eu decidi que é meu companheiro. E


não preciso de nenhum vínculo de companheiro para me
dizer isso. Dentro do meu coração, sei que é verdade. Você
tem todos os seus poderes agora?

Ryder fez um levantamento rápido de si mesmo. Sim, ele


os tinha. E graças a Wren, ele tinha controle absoluto sobre
eles. Ele não entendia como ela era capaz de ajudá-lo assim,
mas ele não estava prestes a questionar isso.

— E ainda sou mortal. — disse ele.

Wren mudou de posição até que se sentou


escarranchando seus quadris e olhou para ele. — Então
mude isto. Permita que um dos irmãos lobo o morda. Ser um
lobisomem não é uma coisa ruim. Dessa forma, podemos
ficar juntos para sempre.

Ele lhe deu um olhar triste.

— Isso não é mais uma opção. Agora que tenho meus


poderes completos, sou imune à mordida deles.

— Não pode criar um feitiço para lhe dar imortalidade?

Ryder balançou a cabeça.

— Se eu tentar isso posso perder meus poderes. Eu sou


um xamã. Isso é o que eu nasci para ser. E eu nasci para
viver uma vida mortal.
A respiração de Wren gaguejou.

— Então acho que nós vamos ter que aproveitar ao


máximo. — Uma lágrima solitária escorregou por sua
bochecha.

Ele estendeu a mão e enxugou a umidade enquanto


dava a ela um meio sorriso.

— Não me tenha já a porta da morte. Tenho apenas


vinte e cinco anos. Além disso, posso ser mortal, mas existem
algumas diferenças. Com o ganho de poder, não tenho que
temer doenças. Eu vou me curar mais rápido também.

Wren se inclinou e roçou os lábios nos dele.

— E quanto ao tempo de recuperação? Isso é mais


rápido também?

Como se a tivesse ouvido, seu pênis voltou à vida. Ele


endureceu e levantou os quadris para mostrar a evidência do
seu desejo.

— O que acha?

— Mmm, é definitivamente mais rápido.

Wren o beijou gentilmente a princípio, mordiscando o


lábio inferior antes de aprofundar o beijo. Ela esfregou sua
vagina ao longo do seu eixo. Não demorou muito para seu
pênis ficar completamente ereto. Ryder gemeu e alcançou
entre eles para encontrar seu clitóris. Ele a estimulou com a
ponta do dedo.

Ela gemeu em sua boca, em seguida, levantou a cabeça


para dizer:
— Minha vez de fazer amor com você.

Wren colocou as mãos no peito dele e se endireitou. Ela


ficou de joelhos, se posicionou sobre seu pênis e se abaixou
sobre ele. Ainda molhada da sua união anterior, ela tomou
tudo dele de uma só vez. Nada parecia melhor do que a
vagina de Wren se fechando ao redor do comprimento dele,
apertando-o com força.

Ryder moveu seus quadris para cima e com mais força.


Ela olhou para os olhos que brilhavam silenciosamente. Seus
seios estavam duros e firmes como um par perfeito. Ela
fazendo amor com ele era a coisa mais linda que já tinha
visto.

Ele se levantou para encontrar cada um dos seus


golpes. Desta vez, eles não estavam tão desesperados, mas
também não era lento e estável. Como se soubesse
exatamente o que ele queria, Wren conduziu o ritmo. Ela
arqueou as costas. Ryder inclinou a cabeça e olhou enquanto
seu pau deslizava dentro e fora do seu corpo. Ele ficou ainda
mais duro.

Ele podia dizer que ela estava perto de se soltar. Seus


movimentos se tornaram bruscos e seus olhos se fecharam
em um longo gemido. Quando ela estava lá, sua boceta se
apertou em torno do seu pênis, ordenhando-o em seu próprio
clímax. Seus gemidos se juntaram aos dela quando ele a
encheu com seu esperma.
Wren desmoronou em cima dele. Ele a envolveu em seu
abraço. Não podia pedir uma noite melhor do que a que
passou com a mulher que amava em seus braços.

No dia seguinte, eles desceram para a cozinha para fazer


um pequeno almoço tardio. Tão tarde na verdade, que seria
considerado um brunch1. Não que qualquer um deles se
importasse. Seus estômagos vazios finalmente os expulsaram
do quarto. Eles comeram alguma coisa no meio da noite entre
os encontros de amor, mas queimaram mais calorias do que
consumiram.

Edensaw, Wachei e Ketah entraram na sala pouco


depois deles.

— Já era tempo dos dois vierem à tona. — disse Ketah.

— Não é como se você e Haven não tivessem uma


maratona de sexo antes. — respondeu Wren.

Ketah deu-lhe um grande sorriso.

— Você me pegou.

Ryder decidiu mudar o tópico da conversa para as


coisas mais importantes.

1
É uma refeição de origem britânica que combina o café-da-manhã (pequeno-almoço; breakfast, em inglês) com o
almoço (lunch, em inglês). É normalmente realizada aos domingos, feriados ou datas comemorativas, quando toda a
família se reúne entre 10 e as 16 horas (por tempo indeterminado) à volta da mesa.
— Edensaw, eu vou ligar para o Brice hoje. Agora que
tenho meus poderes, posso fazer o que ele pediu e tirar a
magia negra de Drew e Greg.

Seu amigo olhou para ele de perto.

— Está preparado para isso? Passou a maior parte do


dia de ontem inconsciente.

— Estou bem. Quero fazer isso hoje. Brice teve o fardo


por tempo suficiente mantendo-os preso. Depois que remover
a magia negra que Tanner usou para transforma-los, eles não
serão mais uma ameaça. Eles devem voltar para o que já
foram.

Edensaw assentiu.

— Tudo bem. Ligue para Brice e marque uma hora para


hoje. — Ele olhou para Wachei e Ketah — Quero que vocês
dois vão com ele, eu iria, mas não quero Cassidy e Wyatt em
nenhum lugar perto dos lobos escuros.

Ryder podia entender isso. Como um casal acasalado,


Cassidy e Edensaw não podiam ficar longe um do outro por
muito tempo, antes de começarem a sofrer a ansiedade da
separação e eles não estavam juntos tempo suficiente para
suportar muito tempo. As companheiras de Ketah e Wachei
teriam que ir com eles, mas elas não tinham bebês com quem
se preocupar.

— E eu, — disse Wren. — Estou indo com eles também.


Sentirei melhor se estiver ao lado de Ryder para ajudar a
protegê-lo. Ele ainda é mortal.
Os três irmãos lobo olharam para Ryder com um pouco
de apreensão em suas expressões. Ryder encolheu os
ombros.

— É assim que tem que ser. E vou ter dizer o que disse a
Wren, não pode me morder para me transformar. Estou
imune a isso agora.

— Ok, Wren, pode ir com eles. — disse Edensaw. —


Embora Ryder não deva estar em perigo desde que Greg e
Drew estão trancados. — Seu alfa olhou para ele. — Não
precisa estar na cela com eles, não é?

— Não. Enquanto estiver bem perto, ficarei bem.

— Então está tudo decidido.

Os três irmãos lobo pegaram uma garrafa de água na


geladeira e saíram da cozinha, provavelmente indo para o
quintal para algum treinamento.

Wren e Ryder fizeram sua comida em silêncio. Uma vez


pronta, sentaram-se à mesa um ao lado do outro. Wren foi a
primeira a falar.

— Então realmente pode fazer isso, tirar a magia negra


dos lobos escuros?

— Sim. Agora tenho muito mais magias armazenadas na


minha cabeça do que antes. Vai demorar um pouco para
passar por todas elas.

— Terá cuidado quando fizer isso, certo?

Ryder estendeu a mão e apertou o braço de Wren.

— Pare de se preocupar. Posso fazer isso. Você verá.


Ketah levou todos eles no Cruizer de Cassidy para o
local onde Brice mantinha presos os dois lobos escuros. O
lugar era no meio do nada, a casa mais próxima ficava a
alguns quilômetros da estrada. Ryder tinha colocado um
feitiço para mantê-lo escondido de Tanner.

Brice os encontrou na porta do prédio, o que não era


muito para se olhar, mas tinha duas celas reforçadas das
quais os lobos escuros não conseguiriam escapar. Brice
construíra o local um ano antes, pensando que poderia haver
uma chance de um dia pegarem um dos inimigos sob
custódia.

O líder da matilha levou-os para os fundos do prédio


onde as celas foram construídas. Cada uma delas tinha
paredes de cimento grossas e sólidas na parte de trás e nos
dois lados. Apenas a frente tinha barras.

— Fiquei feliz que me ligou hoje, Ryder. — disse Brice.


— A captura não é mais um segredo e as famílias estão
exigindo ter acesso a eles.

— Bem, depois de terminar com eles, suas famílias


podem tê-los de volta.

— Tem alguma coisa que precise?

Ryder balançou a cabeça.

— Não. É um feitiço que não requer nada além do uso


dos meus poderes.
— Então acho que vou dar um pouco de espaço e deixa-
lo fazer a sua coisa.

Ketah, Haven, Wachei, Eryn e Brice se afastaram a uma


curta distância para dar cobertura a Ryder. Wren ficou ao
seu lado.

— Eu não vou a lugar algum. — ela disse.

Ryder sorriu e acenou com a cabeça. Ele então se


concentrou nos dois lobos escuros, que estavam na frente
das suas celas, olhando-o. Se achassem que isso iria
intimidá-lo, estavam perdendo tempo. Agora de posse de seus
plenos poderes, ele tinha mais à disposição do que jamais
sonhara.

Ele andou mais perto das celas. Os dois lobos escuros


rosnaram para ele. Ignorando o som, Ryder murmurou o
feitiço que ele precisava usar. O poder lentamente cresceu
dentro dele até que no final suas mãos brilhavam. Ele
estendeu a mão para cada homem, depois falou a segunda
parte do feitiço.

Os lobos escuros seguraram as barras na frente deles,


seus uivos de agitação aumentando em volume. Ryder
continuou cantando o feitiço até que tentáculos de uma
massa escura parecida com fumaça saíram deles e correram
em direção à suas mãos estendidas. Ele ouviu Wren respirar
fundo ao lado dele.

Uma vez que os tentáculos enfumaçados o alcançaram,


em vez de se queimarem a um nada, fluíram através de suas
mãos e nele. Uma vez que o feitiço foi iniciado, não poderia
ser interrompido. Os lobos escuros uivavam com dor óbvia
enquanto ajoelhavam e seguravam suas cabeças.

Ryder sentiu a magia negra surgindo através dele. Ele


imediatamente usou seus poderes para prendê-la dentro dele,
não permitindo que se apossasse. Ele fez uma careta
enquanto a magia negra lutava para se libertar, mas ele a
manteve no lugar, embora fosse uma luta.

— Ryder, você está bem? — Wren perguntou.

— Sim. Só um pouquinho mais.

Assim que a última magia negra deixou os dois homens


nas celas, ambos desmoronaram. Ryder soltou um suspiro
profundo, depois se virou para olhar para Brice.

— Eles devem estar livres da magia negra.

Brice foi até a cela de Drew e abriu a porta. Ele caiu de


cócoras ao lado do lobisomem e balançou o ombro.

— Drew? Acorde.

Drew sentou-se lentamente e sacudiu a cabeça.

— O que aconteceu? Sinto como se tivesse sido


atropelado por um caminhão. —Ele olhou em volta. — E onde
estou?

Brice olhou para Ryder, depois para Drew novamente.

— Não se lembra?

— Não. A última coisa que me lembro é Tanner vindo


para a casa da minha mãe enquanto Hal e eu estávamos lá.

Brice levantou-se e olhou para os irmãos lobo.


— Eles não cheiram mais como lobos escuros?

Wachei assentiu.

— Seus aromas mudaram de volta para os lobisomens


comuns.

— Lobos escuros? — Drew perguntou.

Brice ajudou-o a ficar de pé.

— Nós vamos explicar mais tarde. — Ele então


destrancou a próxima cela onde Greg estava agora de pé,
olhando em volta, tão perplexo quanto Drew.

Ryder ficou parado e observou o líder da matilha


tentando tranquilizar seus membros. A magia negra rodou
dentro da sua gaiola, procurando uma maneira de escapar,
empurrando. Ele precisava se livrar disso, mas este não era o
lugar.

A porta de entrada atrás deles se abriu e Tanner entrou,


acompanhado pelo irmão de Tanner, Hal, Tad, Lara e alguns
outros lobos escuros. Eles se espalharam, bloqueando a
única saída do prédio.

O olhar de Tanner pousou em Ryder.

— Você realmente achou que poderia mexer com o que


pertencia a mim e eu não saberia? Como tirou a magia negra
deles, vi através do seu feitiço de proteção. Agora pagará pelo
que fez.

Wren se aproximou de Ryder. De forma alguma que ela


permitiria Tanner em qualquer lugar perto do seu
companheiro. Os dois irmãos lobos também chegaram perto
de Ryder. Suas companheiras ficaram tão afastadas quanto o
quarto permitia.

— Você não pode ganhar contra nós. — disse Ketah.

Tanner riu.

— São dois sentinelas contra seis de nós. Acho que você


é quem não tem chance. Vou aproveitar para tirar os dois.

— Está esquecendo alguns dos mocinhos. Existem três


sentinelas. Conheça nosso mais novo membro, Wren. E claro,
Brice vai dar uma boa briga. Mas conversa suficiente. Vamos
ver quem é mais forte?

Wren teve apenas um segundo para perceber que Ketah


a chamou de sentinela, antes que todos os lobos escuros
fossem para o ataque. Wachei, Ketah, Brice e Wren mudaram
para as formas de lobo e encontraram o inimigo de frente. Até
Greg e Drew se juntaram, agora firmes do lado bom.

Cada vez que um lobo escuro tentava passar por eles


para chegar a Ryder, Wren estava lá para bloqueá-lo. Ela
notou que a lobo fêmea tinha ficado para trás, ficando bem
longe da luta.

A batalha foi cruel com nenhum dos lados se segurando.


Wren ganhou mais do que algumas feridas de dentes afiados
e garras, mas ela bateu com a mesma força. Mais de um lobo
escuro aprendeu o quanto mais afiado eram seus dentes do
que os dele.

Parecia que os mocinhos estavam ganhando vantagem


até Tanner mudar para sua forma humana e começar a usar
magia negra contra eles. Ketah gritou de dor. Wren assistiu
enquanto uma ferida longa e profunda se abria ao seu lado.
Não iria matá-lo, ele se curaria em um período muito curto de
tempo, mas era o suficiente para jogá-lo fora e fazer com que
o lobo negro com quem ele lutava usasse isso a seu favor.

O som de Ryder cantando um feitiço chamou a atenção


de Wren para ele. Ela correu para ficar na frente dele, e
protegê-lo se algum lobo negro se aproximasse para detê-lo.
Ela olhou para trás e viu as mãos dele brilhando. Ele então
as levou na direção do líder dos lobos escuros.

Tanner uivou, parecendo lutar contra uma força


invisível que o mantinha no lugar.

— Não vou deixar você tirar a magia negra de mim. —


ele gritou na direção de Ryder.

Ryder cantou mais alto, suas mãos brilhando ainda


mais. A massa negra e fumegante deixava Tanner como
ondas e fluíam em direção ao xamã dos sentinelas. Como
com os outros dois lobos escuros, a escuridão afundou nas
mãos de Ryder.

Uma vez que a última onda deixou Tanner, ele gritou,


seu corpo se transformando em pó. O resto dos lobos negros
ficou no lugar, parecendo desnorteados. Wren, no entanto
notou que seus aromas tinham mudado para o de um
lobisomem comum, exceto pelos outros dois machos, que
eram mais uma vez mortais.

Acabou, eles venceram. Os lobos negros não existiam


mais. Perder sua magia negra acabara com a vida de Tanner
e com ele fora, não havia mais ninguém capaz de criar mais
inimigos.

Wren mudou para a forma humana e se virou para


Ryder, pronta para se jogar em seus braços. Mas um olhar
para ele e ela sabia que algo não estava certo. Ele tinha os
olhos fechados enquanto sorria de uma forma maníaca.

Ela se aproximou e colocou a mão em seu ombro. Os


olhos de Ryder se abriram e ela respirou fundo. Seus olhos
normalmente castanhos estavam negros. Assim como os de
Tanner e dos outros lobos negros tinham sido. Ele ainda
tinha o cheiro da magia negra sobre ele. Isso foi o que ela
“viu” em uma de suas visões dele. Foi por isso que parecia
escuro.

— Ryder? Tem que se livrar disso.

Ele riu sem humor.

— Livrar-me disso? De jeito nenhum. Não tem ideia de


como isso é bom. Eu posso fazer qualquer coisa e não há
ninguém forte o suficiente para me impedir.

— Não é você. Vai envenená-lo assim como fez com


Tanner. Você não pode deixar isto ganhar. — Ela tocou seu
braço. — Este não é o verdadeiro Ryder falando, o que eu
amo.

Ryder a empurrou para trás, usando seus poderes para


jogá-la através do quarto e contra a parede. Como Wren
puxou com inteligência sua atenção para ela, os irmãos lobo
e Brice seguraram Ryder. E o empurraram para trás, para
dentro de uma das celas onde o trancaram. Ryder agarrou as
barras, sacudindo-as com toda sua força. Pó de concreto
choveu do topo da porta da cela.

— Ele está cheio da magia negra de Tanner. — disse


Wachei.

— Sim, como podemos tirar isso dele? — Ketah


perguntou. — Nós não somos xamãs. Ryder é. E essa cela
não vai segurá-lo por muito tempo.

Wren lentamente ficou de pé enquanto ouvia Brice e os


irmãos lobos discutiam o que fazer com Ryder. Eryn e Haven
reuniram todos os ex-lobos negros e os levaram para fora.

Ela observou Ryder enquanto jurava a todos eles,


prometendo matá-los. Wren não tinha ideia do que fazer para
salvá-lo. A maneira como as barras estavam lentamente se
afastando do concreto, mostrava que não havia tempo para
fazer muita coisa para controlá-lo.

— Ajude. — ela disse baixinho. — Você é seu ancestral,


o primeiro xamã dos sentinelas. Ryder precisa da sua ajuda.
Tem que fazer alguma coisa. Eu não vou perdê-lo assim.

O ancestral de Ryder apareceu diante dela, etéreo,


brilhando levemente. Toda a conversa parou e Wren viu que
ela não era a única capaz de vê-lo.

Ele sorriu para ela.

— Você é a companheira do meu neto. Vai salvá-lo.

— Eu não sei como.

— Morda-o em sua forma de lobo.


— Eu não posso transformá-lo. Não sou uma sentinela
masculina. Além disso, Ryder disse que ele é imune.

O ancestral de Ryder estendeu a mão e a colocou no alto


do lado esquerdo do seu peito. Ela brilhava, enviando uma
sacudida de energia através dela. Wren respirou fundo. Ele
assentiu.

— Agora o morda. Com isso, amarrará suas forças de


vida. Ele não será um lobisomem, mas será tão imortal
quanto você. E uma vez que seu novo vínculo de
acasalamento se formar, a magia negra o deixará. Ele se
aproximou e beijou sua testa antes de desaparecer.

Wren caminhou em direção à cela.

— Vocês ouviram ele. Tenho que morder Ryder.

Ketah concordou.

— Vamos segurá-lo para poder mordê-lo.

Brice abriu a jaula e os homens correram para dentro


para subjugá-lo. Com muitas ameaças por parte de Ryder,
eles o prenderam no chão. Sabendo que eles não seriam
capazes de segurá-lo por muito tempo, Wren mudou para a
forma híbrida e correu para Ryder. Ela colocou as patas
dianteiras no peito dele, inclinou a cabeça, abriu a
mandíbula, depois o mordeu onde seu pescoço e seu ombro
se encontravam. Ela sentia o gosto do seu sangue na língua
quando se afastou.

Ryder gritou de dor, arqueando as costas. Wren pulou


dele e mudou para a forma humana quando os outros o
soltaram. De joelho ao lado dele, ela sentiu uma parte da
alma alcançar a dele, envolve-lo e se tornar um. No instante
em que aconteceu, o vínculo de união se formou. E com isso
a magia negra fluiu das mãos de Ryder. Desapareceu em um
nada quando atingiu o ar.

Uma vez que a última magia se foi, Ryder estava no


chão, ofegando. Ele virou a cabeça e olhou para ela. Wren
sorriu ao ver seus lindos olhos castanhos. Ele abriu os braços
e ela se jogou neles.

— Acho que está tudo bem. — disse Ketah. — Devemos


ir ajudar as meninas com o ex-bando de Tanner.

Os homens saíram. Wren beijou o queixo de Ryder.

— Você faz algo assim de novo e eu vou chutar sua


bunda.

Ryder segurou seu rosto em suas mãos e a beijou


profundamente. Depois que ele soltou sua boca, ele disse:

— Eu te amo. E agora, graças à sua mordida, nunca vou


ter que dizer adeus.

— Eu também te amo. Agora vamos dar o fora daqui


meu companheiro. Acho que uma celebração privada está em
ordem.

Eles se levantaram e Ryder colocou o braço em volta dos


ombros dela depois que eles saíram da cela.

— Não há mais nada que eu prefira fazer.

Enquanto caminhavam de braços dados em direção à


saída do prédio, Wren enviou um silencioso agradecimento
para onde quer que o ancestral de Ryder estivesse. Em troca,
ela ouviu: “Ame-o bem, minha nova neta”.

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