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V.

Astol Cortes

Não tive muitas lembranças de minha mãe: fomos separados ainda quando eu era
muito pequeno. Sendo assim fui criado, em boa parte, por meu pai, Willian Astol “o caolha”,
um aventureiro destemido que largou seus dias de glória e conquista quando, por uma
emboscada, perdeu seu olho esquerdo que por muitos anos era o mais destemido de sua vila.

Quando eu já entendia um pouco das coisas, mais ou menos com uns sete anos, meu
pai que, eu sempre odiei, pois sempre o culpei pelo abandono da minha mãe, nunca foi um
exemplo positivo: bebia muito, brigava por qualquer coisa, resolvia tudo com os punhos e
sempre era mal visto nas redondezas depois de sua “aposentadoria”.

Assim que eu completei dez anos, descobri que minha vida estava fadada desde o meu
nascimento. Por causa de uma dívida antiga de meu pai, o mesmo me vendeu para um grupo
de bandidos famosos em Arton por pleitearem artefatos mágicos bem raros. Não tive escolha
a não ser seguir meu destino e me adaptar. Foi os piores anos da minha vida o começo dessa
jornada. Sofria constantes ataques do grupo, torturado, extraído tudo o que ainda existia de
bom dentro do meu coração.

Conforme os anos foram passando, descobri que minha mãe não havia me
abandonado. Eu a encontrei em uma das minhas missões com a trupe dos caolhos doentes. Ela
havia sido forçada a trabalhar pra essa trupe, pois também foi vendida por meu pai. O ódio
dominou para sempre o meu coração e, um dia, eu iria retornar e matar meu próprio pai por
toda desgraça dessa vida.

Recentemente retornei a minha vila perto de Deheon e obviamente ninguém me


reconhecia, porém quando cheguei pedindo informação sobre onde meu pai estava, deparei-
me com a notícia que ele havia acabado de ter sido assassinado. Meu único objetivo de vida
até agora havia me sido usurpado, assim como tudo em minha podre vida. Indicaram-me o
lugar que o assassino da espada ceifadora estaria sendo julgado.

Assim começará uma nova reviravolta em minha vida...

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