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Faça uma análise, com base na palestra do Sérgio do Vale, sobre

as perspectivas para a economia brasileira para o final de 2020 e


para o ano de 2021.
Devido às consequências da pandemia do novo coronavírus, o Brasil deve ter
uma queda de 5,8% do PIB neste ano e um crescimento de 2,8% em 2021, de acordo
com o FMI. Os resultados dessas projeções são melhores em relação à previsão anterior,
segundo a qual haveria um recuo de 9,1% da atividade econômica brasileira. A alta dos
preços no IPCA-15, que ficou em 0,94% em outubro deste ano – o maior para o mês
desde 1995 – aponta, de acordo com economistas, uma inflação mais elevada neste
último trimestre e no ano que vem. A projeção para o IPCA é de 2,99% para 2020 e de
3,10 para 2021, de acordo com os dados mais recentes do Boletim Focus.
Essa tendência de recuperação do Brasil é favorecida pelo crescimento da China,
já retomado no segundo trimestre desse ano, uma vez que se trata do principal destino
das exportações brasileiras, especialmente de commodities como soja, petróleo e
minério de ferro. Considerando a queda sensível da indústria automobilística no
contexto atual, há uma diminuição das exportações brasileiras para a Argentina, uma
vez que 80% das quais são de carros.
Em relação às commodities, que representam cerca de 40% do PIB brasileiro,
temos um crescimento considerável das metálicas e agrícolas, devido ao aumento da
demanda na situação atual, e uma queda dos combustíveis.
O agronegócio, considerando toda a cadeia de atividades que envolve, representa
25% do PIB brasileiro e é um dos mais representativos do mundo. Devido à sua
relevância, o Brasil é o maior exportador mundial de café, açúcar e cana-de-açúcar,
além de ser um importante exportador de carne bovina, suína e de frango. A tendência é
que os lucros gerados por esse setor tenham, nos próximos anos, altas estimadas em
40%. Além disso, estima-se que a produção agrícola brasileira chegue a um crescimento
de 70% nos próximos dez anos.
Com a distribuição do auxílio emergencial para pessoas de baixa renda, há um
crescimento sensível do setor de varejo. Já, no que diz respeito aos serviços, o
crescimento é mais lento, principalmente por envolver um contato físico maior entre as
pessoas, impedido pela pandemia. No entanto, em 2021, devido à impossibilidade
financeira, o auxílio será retirado, promovendo um impacto negativo na renda das
famílias e, consequentemente, no consumo.
O desemprego no Brasil atingiu a marca recorde de 14,4% no terceiro trimestre
de 2020. Isso ocorre principalmente por causa das restrições ao comércio impostas pela
situação de pandemia. Essa taxa tende a continuar em trajetória de alta, atingindo, de
acordo com o FMI, 14,1% em 2021, especialmente como como consequência do fim
dos programas de auxílio emergencial. Isso afeta o consumo não só dos desempregados,
mas também de quem tem emprego, pois, estes, ao se depararem com o número alto e
crescente de pessoas que perdem o emprego, têm receio de perde-lo também.
A eleição para presidente dos Estados Unidos em novembro pode impactar
negativamente o governo Bolsonaro se Joe Biden for eleito, uma vez que os democratas
se mostraram contrários ao avanço de qualquer pacto comercial com o Brasil, incluindo
um acordo de livre-comércio, devido a questões envolvendo direitos humanos e meio
ambiente, principalmente em relação à devastação da Amazônia. O candidato
democrata, inclusive, propôs um pacote de US$ 20 bilhões para o Brasil interromper a
devastação de florestas. Além disso, caso Biden vença a eleição, não há garantias de que
o Brasil tenha apoio dos americanos para entrar na OCDE.

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