Você está na página 1de 30

Sensores e Transmissores

de Temperatura
Apostila | Sensores e Transmissores de Temperatura

Índice
1. MEDIÇÃO DE TEMPERATURA .................................................................................................................... 3

2. SENSORES ................................................................................................................................................... 4

2.1 O QUE SÃO SENSORES ................................................................................................................................ 4


2.2 TIPOS DE SENSORES ................................................................................................................................. 4
2.3 TERMOPARES .............................................................................................................................................. 4
2.4 TERMORESISTENCIAS................................................................................................................................ 7
2.5 TERMISTORES ............................................................................................................................................. 8
2.6 CONSTRUÇÕES MECÂNICAS ..................................................................................................................... 9
2.6.1 HASTE ................................................................................................................................................... 9
2.6.2 CONEXÃO AO PROCESSO ................................................................................................................ 10
2.6.3 CABEÇOTE ......................................................................................................................................... 10
2.6.4 CABOS ................................................................................................................................................ 10
2.6.5 POÇO DE PROTEÇÃO ....................................................................................................................... 10
2.6.6 COMO ESPECIFICAR SEU SENSOR DE TEMPERATURA ............................................................... 11
3. TRANSMISSORES DE TEMPERATURA .................................................................................................... 12

3.1 TXRAIL USB ................................................................................................................................................ 12


3.2 TXBLOCK-USB .......................................................................................................................................... 13
3.3 TX MINI........................................................................................................................................................ 13
3.4 TXISORAIL .................................................................................................................................................. 14
3.5 TX MINI BLOCK .......................................................................................................................................... 14
3.6 TXISORAIL-HRT E TXISOBLOCK .............................................................................................................. 15
4. SOFTWARES DE CONFIGURAÇÃO .......................................................................................................... 16

TXCONFIG II ......................................................................................................................................................... 16
TXCONFIG PARA ANDROID ................................................................................................................................ 16
5. ANEXO – ARTIGO PROTOCOLO HART .................................................................................................... 19

NOVUS PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA. 2


Apostila | Sensores e Transmissores de Temperatura

1. MEDIÇÃO DE TEMPERATURA

O conceito de temperatura pode ser entendido de inúmeras maneiras. Instintivamente, somos levados a relacionar
temperatura com “estar frio” ou “estar quente”. O conceito não está errado, mas é muito relativo, pois muda de
pessoa para pessoa. Então, de maneira mais geral, podemos pensar em temperatura como uma medida da agitação
das moléculas que compõem um sistema, isto é, está diretamente relacionada com a energia interna dele.

A importância da medição de temperatura é um tema relevante em qualquer tipo de processo: na indústria alimentícia
durante a produção a conservação, na indústria de papel e celulose, farmacêutica, siderúrgica ou até mesmo no
conforto térmico em passeios no shopping ou em um petshop para um bichinho de estimação.

Quando o assunto é temperatura, a NOVUS possui um portfólio de soluções com dimensões e recursos
diferenciados. Além disso, nossos produtos contam com as já tradicionais qualidade e precisão na medição,
reconhecidas ao longo de mais de três décadas no mercado brasileiro e internacional.

NOVUS PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA. 3


Apostila | Sensores e Transmissores de Temperatura

2. SENSORES
2.1 O QUE SÃO SENSORES
Sensores são dispositivos que mudam seu comportamento sob a ação de uma grandeza física, podendo fornecer
diretamente ou indiretamente um sinal que indica esta grandeza. Sua aplicação abrange medição de temperatura,
pressão, umidade, aceleração, direção, ângulos, fluxo, nível, deslocamento, presença, posição, força, torque etc.

2.2 TIPOS DE SENSORES


Com isso podemos trabalhar com várias linhas de sensores, englobando cada uma das unidades de engenharia
citadas anteriormente. Neste treinamento abrangiremos os tipos de sensores relacionados à temperatura. Os tipos
que veremos serão:

• Termopares (J, K, T, R, S, B, E)

• Termoresistências (Pt100, Pt1000)

• Termistores (PTC e NTC)

2.3 TERMOPARES
De uma forma simplificada, termopar é um dispositivo que converte a energia térmica diretamente em tensão
elétrica quando existe diferença de temperatura entre as duas junções terminais de um par de condutores de metais
diferentes. Em um extremo, os dois condutores são unidos formando a junção de medição. O outro extremo,
chamado de junta fria ou junta de referência, tem os dois condutores conectados ao circuito de medição. A
temperatura da junta quente (assim denominada pois usualmente os termopares são utilizados para medições de
temperaturas acima da ambiente) é determinada pela tensão que aparece na junta fria. A tensão do circuito aberto
é gerada em função do coeficiente de Seebeck em relação a diferença de temperatura entre as juntas quente e fria.
Uma vez que a tensão produzida é função da diferença de temperaturas, a temperatura na junta fria deve ser
conhecida para que se possa determinar a temperatura da junta quente.

Para cada tipo de termopar existe uma tabela relacionando a temperatura da junta de medição à tensão medida,
para uma condição de referência na junta fria, tipicamente 0°C. A relação tensão x temperatura é não linear. A tensão
gerada pelos termopares é muito baixa, aproximadamente de 5 a 50µV/°C.

Figura 1 - Princípio de medição dos termopares

NOVUS PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA. 4


Apostila | Sensores e Transmissores de Temperatura

A lei dos metais intermediários afirma que um terceiro metal homogêneo pode ser acrescentado a um circuito
termopar sem alterar a tensão gerada, desde que seus extremos estejam a mesma temperatura. Isso permite que
um dispositivo para medição de tensão seja inserido em qualquer ponto do circuito termoelétrico, sem afetar a tensão
gerada, desde que todas as junções acrescentadas ao circuito estejam a mesma temperatura.

Para a determinação da temperatura da junta de medição, é necessário o conhecimento da temperatura da junta


fria. A tensão medida é a diferença entre a tensão produzida pela junta de medição e a tensão produzida pela junta
fria:

𝑽𝒎𝒆𝒅𝒊𝒅𝒂 = 𝑽𝑱𝒎𝒆𝒅𝒊çã𝒐 − 𝑽𝑱𝒇𝒓𝒊𝒂


Para determinar a temperatura medida:

𝑽𝑱𝒎𝒆𝒅𝒊çã𝒐 = 𝑽𝒎𝒆𝒅𝒊𝒅𝒂 + 𝑽𝑱𝒇𝒓𝒊𝒂

Conhecida a tensão da junta de medição, basta consultar a tabela do termopar e obter a temperatura
correspondente. O processo de soma das tensões pode ser feito em hardware ou software, assim como a conversão
de tensão e temperatura, também chamado de Linearização.

Para garantir que a junta fria se forme nos conectores do instrumento de medição, o cabo que interliga o termopar
ao instrumento deve ter a mesma característica do termopar. Este cabo será chamado Cabo de Extensão (quando
for feito do mesmo material do termopar) ou Cabo de Compensação (quando for feito com outra liga metálica com
característica termoelétrica semelhante). Os cabos de termopares, quando confeccionados em malha, devem ter a
malha aterrada em um único ponto e devem ser instalados em eletrodutos aterrados, de uso exclusivo para sinais
de sensores.

Figura 2 - Extensão dos cabos de um termopar.

A seguir uma tabela relacionando algumas normas e cores de cabos:

Tabela 1 - Cores / Normas Termopares

NOVUS PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA. 5


Apostila | Sensores e Transmissores de Temperatura

Os tipos de termopares mais utilizados são J e K. Outros tipos aceitos pelos instrumentos da NOVUS são T, E,
N, R, S e B. As tabelas são definidas pela norma NBR 12771: 1999.

A escolha do termopar a ser utilizado em um determinado processo requer a consideração de uma série de
características. Há, no mercado, uma variedade enorme de tipos, dimensões, proteções etc. A NOVUS tem
condições de oferecer uma solução segura e eficiente para toda e qualquer aplicação.

Os limites de temperatura práticos de aplicação dos diferentes tipos de termopares são dados na tabela a seguir:

Tipo Composição
Temperatura
de Utilização Vantagens Restrições

Resiste a atmosfera corrosiva.


Aplicável em atmosfera redutora
Cobre (+) / ou oxidante abaixo de 310 °C.
Oxidação do cobre acima de 310
T Constantan (-) -184 a 370 °C Sua estabilidade o torna útil em
°C.
temperaturas abaixo de 0°C.
Apresenta boa precisão na faixa
de utilização.

Limite máximo de utilização em


Ferro (+) / Baixo Custo. Indicados para atmosfera oxidante de 760 °C
J Constantan (-) 0 a 760 °C serviços contínuos até 760 °C em devido à rápida oxidação do
atmosfera neutra ou redutora. ferro. Utilizar tubo de proteção
acima de 480 °C

Alta potência termoelétrica. Os


Chromel (+) /
elementos são altamente Baixa estabilidade em atmosfera
E Constantan (-) 0 a 870 °C
resistentes a corrosão, permitindo redutora.
o uso em atmosfera oxidante.

Indicado para atmosfera oxidante. Vulnerável em atmosferas


Chromel (+) / Para faixa de temperatura mais redutoras, sulforosas e gases como
K Alumel (-) 0 a 1260 °C elevada fornece rigidez mecânica SO2 e H2S, requerendo substancial
melhor do que os tipos S ou R e proteção quando utilizado nessas
vida mais longa do que o tipo J. condições

Platina 10% Vulnerável a contaminação em


S Rhodio (+) / atmosferas que não sejam
Indicado para atmosfera oxidante.
Platina (-) oxidantes. Para altas temperaturas,
0 a 1480 °C Apresenta boa
Platina 13% utilizar isoladores e tubos de
precisão a altas temperaturas.
R Rhodio (+) / proteção de alta
Platina (-) alumina

NOVUS PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA. 6


Apostila | Sensores e Transmissores de Temperatura

Melhor estabilidade do que os


tipos S ou R. Melhor resistência
Platina 30% mecânica. Mais adequado para Vulnerável a contaminação em
Rhodio (+) / altas temperaturas do que os atmosferas que não sejam
B 870 a 1705 °C
Platina 6% tipos S ou R. Não necessita de oxidantes. Utilizar isoladores e
Rhodio (-) compensação de junta de tubos de proteção de alta alumina.
referência, se a temperatura desta
não exceder 50 °C.

Melhor resistência à oxidação,


melhor estabilidade em altas
temperaturas e aumento da vida
Nicrosil (+) / Melhor desempenho na forma de
N 0 a 1260 °C útil em aplicações onde existe a
Nisil (-) termopar de isolação mineral.
presença de enxofre, quando
comparado com o tipo K.

Obs: As temperaturas informadas são baseadas no tipo de fabricação e isolação, os dados informados
são baseados nas tabelas da Novus Produtos Eletronicos LTDA.

2.4 TERMORESISTÊNCIAS
Uma termorresistência (RTD, do inglês Resistance Temperature Detector) é um sensor que permite conhecer
a temperatura do meio, recorrendo à relação entre a resistência elétrica de um material e a sua temperatura. A maior
parte das termorresistências são feitas de platina, mas são também utilizados outros materiais como, por exemplo,
o níquel em sua fabricação.

PT100 e PT1000 são sensores do tipo RTD amplamente utilizados em aplicações industriais, contruídos com liga
de Platina com 100Ω ou 1000Ω a 0°C, respectivamente. O coeficiente de variação da resistência com a temperatura
mais usual é 0,385Ω/°C, que resulta em resistência de 138,5Ω e 1385Ω a 100°C, conforme a norma IEC 60751.
Essa norma que também divide os sensores PT100 em duas classes, A e B, em função tolerância máxima de
variação.

Tanto nos modelos de fio bobinado quanto nos modelos de filme plano, onde uma película de platina é depositada
por “sputtering” em alto vácuo sobre o substrato cerâmico, a estabilidade em altas temperaturas é uma constante.

NOVUS PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA. 7


Apostila | Sensores e Transmissores de Temperatura

São tipicamente aplicados na medição de temperatura entre -200°C e 600°C, tendo precisão superior aos
termopares. A relação resistência x temperatura é definida pela norma NBR 13773: 2008, sendo também não linear.

Por serem sensores resistivos, em sua instalação, à resistência dos cabos de ligação, podem induzir a um erro de
medição, especialmente o PT100 que tem menor variação da resistência com a temperatura. Para contornar esta
limitação, usualmente são aplicados circuitos a 3 fios, que permitem a eliminação do efeito da resistência dos cabos,
dentro de certas condições. Circuitos a 4 fios podem ser utilizados, tipicamente, em aplicações de laboratório que
permitem total eliminação do efeito da resistência dos cabos. A técnica aplicada pelos instrumentos da NOVUS para
eliminar a resistência dos cabos em circuito a 3 fios é ilustrada a seguir:

Figura 3 - PT100 a 3 fios

𝑽𝟏 = 𝑹. 𝒊 + 𝒓. 𝒊 + 𝒓. 𝒊 𝑽𝟐 = 𝑹. 𝒊 + 𝒓. 𝒊

𝑽𝟏 − 𝑽𝟐 = 𝒓. 𝒊

Considere “i” a corrente aplicada ao PT100, “r” o valor da resistência dos cabos e “R” a resistência do PT100.

V1, V2 e i são conhecidos. Ficam determinados os valores de “R” e “r”.

A eficácia da técnica a 3 fios é baseada na igualdade entre as resistências dos cabos de ligação, motivo pelo qual
deve ser utilizado fio de mesma bitola e comprimento. Com resistências uniformes, o erro deste método para PT100
é de no máximo 0,02°C/Ω, uma atenuação de 130 vezes.

O cabo recomendado para instalação de PT100 é um cabo blindado de 4x26AWG + Malha. A malha deve ser ligada
em um único ponto do aterramento da instalação. O cabo dever ser instalado em eletroduto metálico aterrado,
exclusivo para sinais de sensores.

2.5 TERMISTORES
Termistores são sensores de temperatura resistivos que apresentam grande variação de resistência com a
temperatura, com acentuada não linearidade. A variação da resistência com a temperatura pode ser:

• PTC: Resistência se eleva com o aumento da temperatura (Não utilizado pela NOVUS);

• NTC: Resistência diminui com o aumento da temperatura.

A equação teórica que relaciona temperatura e resistência de um NTC é:

NOVUS PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA. 8


Apostila | Sensores e Transmissores de Temperatura

𝟏 𝟏
𝑩×( − )
𝑻+𝟐𝟕𝟑,𝟏𝟔 𝑻𝑹𝒆𝒇 +𝟐𝟕𝟑,𝟏𝟔
𝑹𝑻 = 𝑹𝑹𝒆𝒇 × 𝒆
Onde:

T Temperatura
RT Resistência à temperatura T
TRef Temperatura de referência (tipicamente 25°C)

RRef Resistência na temperatura Tref


B Constante característica do termistor, determinada tipicamente entre 25°C e 85°C

O valor de resistência básica de um termistor é especificado para uma temperatura de 25°C. Como tipicamente
o valor de resistência é alto, por exemplo 10KΩ a 25°C e 1KΩ a 100°C, a resistência dos cabos de ligação tem pouca
influência. Além disso, a grande variação de resistência com a temperatura torna o sinal razoavelmente imune a
interferências, o que viabiliza a utilização de cabos longos, normalmente até 200m. Para correção de erros de
medição causados pela resistência dos cabos ou troca do termistor, os instrumentos para termistor costumam
permitir o ajuste do offset da indicação.

A vantagem na utilização de termistores é a grande variação de resistência, o que elimina a necessidade de


amplificador para seu sinal. A sua grande não-linearidade, no entanto, exige que o equipamento linearize sua
resposta para obter precisão em uma faixa ampla de temperaturas. São sensores de baixo custo e dimensões
bastante reduzidas, o que permite a construção de sensores com alta velocidade de resposta.

Normalmente são aplicados na medição de temperatura entre -50°C e +100°C, sendo o sensor comumente
aplicado em controle de sistemas de refrigeração.

2.6 CONSTRUÇÕES MECÂNICAS


As necessidades e particularidades de cada processo tais como faixa de temperatura, fluído e sua forma
(superfície, abrasividade, líquido ou gás) dimensões, formas de fixação, conexão, atendimento à normas, entre
outros, dificultam que seja estabelecido um formato de sensor que atenda a qualquer processo.

Assim, para o pleno atendimento e medições satisfatórias, é necessário conhecer algumas das construções
mecânicas que são possíveis de uso, segundo as exigências de cada processo.

2.6.1 HASTE

O elemento sensor, responsável pela medição da temperatura, na maioria das vezes fica protegido dentro de
uma haste, também chamada de bainha. A haste deve ser dimensionada para que seu comprimento permita
alcançar o mais próximo possível do ponto alvo de medição, e a escolha de seu material é dada em função da
temperatura do processo e do fluído a serem medidos. Visando sempre os melhores tempos de reposta e a
agressividade do ambiente de medição, podem ser confeccionadas em Aço-Inox AI304, AI310, AI316, Latão
niquelado, Carbeto de Silício, Aço Cromo, entre outros.

NOVUS PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA. 9


Apostila | Sensores e Transmissores de Temperatura

2.6.2 CONEXÃO AO PROCESSO

Para uma boa fixação no ponto de medição, os sensores podem ser dotados de Rosca, Flanges ou outros
acessórios como Baionetas, Bucins ou até Imãs.

2.6.3 CABEÇOTE

Tem por objetivo proteger os terminais de ligação do sensor e facilitar


sua conexão ao instrumento de medição. Podem apresentar tamanhos
distintos e, assim como a haste do sensor, podem ser confeccionados de
materiais como alumínio (o mais usado no ambiente industrial) ou também
em Aço-Inox, Baquelite, Ferro Fundido... para atendimento de normas
sanitárias ou conferir maior resistência. Como o cabeçote tem a função de
proteção, ao escolher entre um modelo ou outro, leva-se em consideração
também o ambiente onde o sensor será instalado, ou seja, se ele servirá apenas para o abrigo de intempéries ou
de ambientes agressivos (Cabeçote a Prova de Tempo) ou áreas classificadas (Cabeçote a Prova de Explosão).

2.6.4 CABOS

Normalmente quando não há um cabeçote de proteção, temos um cabo


para conexão do sensor ao instrumento de medição no final da haste.
Para escolher o melhor cabo, devemos considerar algumas
características do ambiente onde ele será instalado, tais como:
temperatura, umidade, abrasão, tração mecânica, contato com óleos,
graxas e outros componentes. Alguns dos materiais que são utilizados
para isolação dos cabos são: Fibra de Vidro, Teflon, Silicone, PVC.
Os cabos de extensão e compensação de termopares devem seguir as
mesmas considerações no momento de sua especificação.

2.6.5 POÇO DE PROTEÇÃO

O poço possui função similar a da haste do sensor, e seu dimensionamento deve considerar os mesmos critérios.
Quando utilizado, o poço fica em contato com o fluído a ser medido. Ele também
serve para vedar o reservatório, manter a estanqueidade do reservatório e facilitar
a substituição do sensor quando necessário. Uma vez que o poço será a tomada
de medição do processo, não haverá a necessidade de esvaziamento do
reservatório ou de manobras de fluídos para serviços de substituição. Podem ser
fixados no processo por meio de solda, rosca ou flange.

NOVUS PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA. 10


Apostila | Sensores e Transmissores de Temperatura

2.6.6 COMO ESPECIFICAR SEU SENSOR DE TEMPERATURA

Figura 4 - Dicas de especificação de sensores

NOVUS PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA. 11


Apostila | Sensores e Transmissores de Temperatura

3. TRANSMISSORES DE TEMPERATURA
Os transmissores lineares são equipamentos que realizam a conversão do sinal de um sensor em um sinal elétrico
(tensão ou corrente). No ambiente industrial, são empregados nas mais diversas aplicações, do setor alimentício ao
de saneamento; do automotivo ao agronegócio; para adequar o sinal do elemento de medição à entrada analógica
do equipamento que realizará o controle ou indicação do processo. Os modelos com saída em corrente (4-20mA)
são muito utilizados em situações onde o indicador ou controlador estão distantes do sensor, a fim de minimizar
perdas do sinal e, consequentemente, uma indicação divergente da medição real do sensor.

Podem ser de instalação em trilho DIN, para ficarem abrigados em painéis elétricos - caso dos modelos TxRail-USB,
TxisoRail e TxIsoRail HRT. Para serem incorporados diretamente ao corpo do sensor de temperatura, os modelos
são TxBlock-USB, TxIsoPack e TxIsoBlock HRT, que são montados dentro do cabeçote. Finalmente, os modelos
TxMini-M12 e TxMiniDIN-43650 são os que permitem a construção compacta de sensores de temperatura.

Nossos transmissores de temperatura se diferenciam no mercado por aceitarem diversos tipos de sensores de
temperatura, necessitando apenas uma simples configuração com o auxilio do computador pelos softwares
TxConfig, TxConfig II. Também pode ser usado um smartphone com o aplicativo TxConfig para Android, para a
configuração do TxBlock-USB

3.1 TXRAIL USB

• Entrada configurável para termopar J, K, T, E, N, R, S, B, Pt100, Pt1000, NTC e


0-50 mV

• Compensação interna da junta fria

• Ligação de Pt100 a 2, 3 e 4 fios

• Falha do sensor: saída configurável em up-scale ou down-scale

• Faixa de medição configurável

• Precisão (tamb 25 °C): típico 0,1 % do span para termopar, mV, Pt100 e Pt1000

• Saída 4-20 mA alimentada pelo loop ou 0-10 V

• Alimentação: 10 a 35 Vcc (saída 4-20 mA) ou 12 a 35 Vcc (saída 0-10 Vcc)

• Saída linearizada com a temperatura

• Resolução da saída: 2 μA para 4-20 mA

• Resolução da saída: 0,0025 V para 0-10 V

• Temperatura de operação: -40 a 85 °C

• Configurador gratuito em ambiente Windows®

• Ajuste de zero (offset) pelo software configurador

• Configuração através do conector USB micro-B

• Configuravel pelo TX Config II

NOVUS PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA. 12


Apostila | Sensores e Transmissores de Temperatura

3.2 TXBLOCK-USB

• Entrada configurável para termopar J, K, T, E, N, R, S, B, Pt100, Pt1000, NTC


e 0-50 mV

• Saída 4-20 mA no loop de alimentação

• Alimentação: 10 a 35 Vcc

• Faixa de medição configurável

• Precisão (tamb 25 °C): típico 0,1 % do span para termopar


e tensão; típico 0,1 % do span para Pt100

• Temperatura de operação: -40 a 85 °C

• Configurador em ambiente Windows® ou Andorid (é necessário cabo OTG).

• Configuração através do conector USB micro-B

• Ajuste de zero (offset) pelo software configurador

• Saída linearizada

• Resolução: 2 µA

• Compensação interna da junta fria

• Ligação de Pt100 a 2,3 e 4 fios

• Falha do sensor: saída configurável em up-scale ou down-scale

• Dimensões (D x H): 43,5 x 20,5 mm

• Configuravel pelo TX Config II ou TXConfig para Android

3.3 TX MINI

• Entrada Pt100 e Pt1000

• Saída 4-20 mA no loop de alimentação

• Alimentação: 8 a 35 Vcc

• Ligação de Pt100 e Pt1000 a 3 fios

• Faixa de medição configurável

• Precisão típica (Tamb 25 °C): 0,1 % do span

• Temperatura de operação: -40 a 85 °C

• Configurador em ambiente Windows® com interface de configuração USB

• Falha do sensor: saída configurável em up-scale ou down-scale

• Saída linearizada

• Resolução: 2 µA

• Configuravel pelo TXConfig II

NOVUS PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA. 13


Apostila | Sensores e Transmissores de Temperatura

3.4 TXISORAIL

• Entrada programável: termopares J, K, T, E, N, R, S, B Pt100 a 2 ou 3 fios,


tensão 0 a 50 mV, 0 a 20 mA, 4-20 mA e 0-10 V

• Faixa de medida programável pelo usuário

• Saída 4-20 mA ou 20-4 mA a 2 fios com alimentação pelo loop

• Pt100 a 2 e 3 fios e termopares com saída linearizada

• Compensação de junta fria para termopares

• Saída opcional 0 a 10 Vcc

• Software configurador para ambiente Windows® (opcional)

• Configuração pelo PC com interface TxConfig

• Ajuste de zero (offset) pode ser feito no campo por 1 tecla frontal

• Alimentação: 12 a 35 Vcc (4-20 mA);

▪ 18 a 30 Vcc (0-10 Vcc)

• Precisão: Pt100, 0-50 mV (tensão) e 4-20 mA (corrente) é de ± 0,20% da escala máx. Termopares ± 0,25% da
escala máx. ±1 °C

• Efeito da temperatura: 0,003% da Faixa Máxima/°C

• Temperatura de trabalho: -40 a +85 °C

• Sinalização de ruptura do sensor programável para upscale ou downscale

• Dimensões: 72 x 78 x 19 mm

• Isolamento elétrico: 1000 Vca entre a entrada do sensor e o loop 4-20 mA

• Filtro de rede selecionável 60 Hz ou 50 Hz

3.5 TX MINI BLOCK

• Entrada de SOMENTE para sensor Pt100

• Faixa Máxima de Medição: -200 a 650 ºC

• Faixa Mínima de Medição: 40 ºC

• Precisão Total (Tamb 25 ºC): Erro máximo 0,2 % da faixa máxima para Pt100

• Tempo de Resposta: <100 ms

• Saída: Corrente de 4-20 mA ou 20-4 mA, tipo 2 fios; linear em relação a temperatura medida pelo sensor

• Resolução da Saída: 0,004 mA (12 bits)

• Alimentação: 12 a 35 Vdc, tensão sobre o transmissor.

• Temperatura de Operação: -40 a 50 °C

• Umidade Ambiente: 0 a 90 % UR

• Compatibilidade Eletromagnética: EN 50081-2, EN 50082-2

• Não apresenta isolamento elétrico entre entrada e saída

• Proteção interna contra inversão da polaridade da tensão de alimentação

• Caixa em ABS, diâmetro de 34 mm e altura máxima de 18 mm.

NOVUS PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA. 14


Apostila | Sensores e Transmissores de Temperatura

3.6 TXISORAIL-HRT E TXISOBLOCK-HRT


Os transmissores de temperatura TxIsoRail-HRT e TxIsoBlock-HRT aliam a comprovada qualidade da certificação
HART® com a robustez dos dispositivos da NOVUS, pois possuem isolação elétrica entre entrada e saída,
suportando surtos de tensão até 1.5 kVrms. Destacam-se pela total flexibilidade de configuração através dos dois
fios de loop de corrente 4-20 mA, permitindo mais recursos para a configuração e o monitoramento do dispositivo.

É possível interagir com os dispositivos de forma remota, eliminando a


necessidade de retirá-los da planta para alteração de configuração.

• Entrada programável:

• - Termopares B, E, J, K, R, S, T, N

• PT100, PT500, PT1000

• Cu50, Cu100

• - Ni100, Ni500, Ni1000 (5000 ppm / K)

• - Ni100, Ni500, Ni1000 (6180 ppm / K)

- 0 a 400 Ω, 0 a 2000 Ω

• Faixa de medida programável pelo usuário

• Saída 4-20 mA a 2 fios com alimentação pelo loop

• Pt100 a 2, 3 e 4 fios e termopares com saída linearizada

• Compensação de junta fria para termopares

• Software configurador para ambiente Windows® (opcional)

• Configuração pelo PC através de interface TxConfig-HART

• Filtro digital de entrada selecionável

• Alimentação: 10,5 a 35 Vcc

• Precisão: Pt100 e 0-50 mV ± 0,2% da faixa máxima termopares ± 0,3% da faixa máxima

• Temperatura de trabalho: -40 a +85 °C

• Sinalização de ruptura do sensor programável para upscale ou downscale

• Resolução: 0,3 µA

• Carga máxima: (Vcc -10,5V) / 0,022 A

• Isolação galvânica

• Configuravel pelo TXConfig II

Para mais informações sobre o protocolo HART e seu funcionamento, recomendamos a leitura do
artigo “O protocolo HART” disponível em nosso site e anexo a esta apostila.

NOVUS PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA. 15


Apostila | Sensores e Transmissores de Temperatura

4. SOFTWARES DE CONFIGURAÇÃO

Os softwares de configuração possuem o papel de atualizar o equipamento para uma demanda o mais realista
possível, realizar diagnósticos e apresentar uma previa do que foi configurado.

Os softwares que iremos utilizar são:

• TX Config II (TxBlock-USB, TxRail-USB, TxIsoRail-HRT, TxMiniM12, TxMini DIN43650, TxBlock-USB-


RTD e transmissores NP6xx)

• TX Config para Android (TX Block-USB)

Os softwares da NOVUS para configuração são gratuitos e estão disponíveis em nosso site: www.novus.com.br

TXCONFIG II
O TxConfig II é o software para ambiente Windows destinado a configuração dos transmissores de temperatura
TxBlock-USB, TxRail-USB, modelos da família TxMini e os tramissores de pressão rangeáveis NP600, NP620 e
NP640. Abaixo, é apresentada a tela do software com os principais parâmetros a serem configurados.

1 – Ler Configuração: Ao pressionar o botão, o software irá fazer o reconhecimento do equipamento conectado
ao computador;

2- Informações Gerais: Nesta área, serão exibidas as informações do equipamento como: modelo, número de
série e versão de firmeware. Caso haja uma versão mais atual de firmeware, ela estará disponível para download
na página do produto no site www.novus.com.br ;

3 – Tipo de Sensor: Para os transmissores de temperatura que possuem entrada para diversos tipos de
sensores, será necessário escolher qual o tipo de sensor estará conectado ao transmissor;

4 – Unidade: É possível optar pela escala Celsius (°C) ou Farenheit (°F);

5 – Faixa de Medição: Os valores inseridos nos campos Limite Inferior e Limite Superior serão o range de saída
do transmissor.

6 – Saída: É possível escolher o tipo do sinal de saída e, ainda, a possibilidade de saída crescente ou
decrescente, conforme o modelo do equipamento.

NOVUS PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA. 16


Apostila | Sensores e Transmissores de Temperatura

7 – Enviar Configuração: Após parametrizar o transmissor de acordo com as necessidades do processo, clicar
no botão. Ao término da operação, será mostrada a mensagem que a configuração foi enviada com sucesso.

8 – Monitoração: Através do botão ou menu Monitoração é possível acompanhar as medições do sensor em


tempo real.

TXCONFIG PARA ANDROID

O transmissor de temperatura TxBlock-USB, além da programação através do software TxConfig II, pode também
ser parametrizado através do aplicativo TxConfig, disponível para download gratuito através da Play Store para
dispositivos Android. Para a configuração em smartphones e tablets é necessária a utilização de um cabo tipo OTG
(não fornecido com o transmissor), que pode ser adquirido em lojas de produtos de informática.

Assim como o software, o aplicativo TxConfig permite maisdo que a configuração de todos os parâmetros do
transmissor. Na aba “Diagnóstico”, é possível a monitoração em tempo real das medições realizadas pelo sensor de
temperatura conectado ao transmissor TxBlock-USB.

NOVUS PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA. 17


Apostila | Sensores e Transmissores de Temperatura

NOVUS PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA. 18


O protocolo HART
25/03/2019

DANIEL DA ROCHA JANNER


Coordenador de Projeto

Introdução

A comunicação com maquinário e instrumentos para controle e medição é a base da automação industrial.
A técnica de comunicação mais simples, mais robusta e mais antiga implementada é a do loop de corrente
com uma faixa normal de 4 mA a 20 mA. Empregando um transmissor, um receptor e uma fonte de
alimentação, é possível transmitir dados variáveis do processo. O loop de corrente é confiável e altamente
imune à interferência ambiental em longas distâncias de comunicação. Não é de admirar, então, que ainda
esteja em amplo uso.

A desvantagem óbvia, no entanto, é que um único loop permite apenas uma comunicação unidirecional de
um sensor para um atuador.

O protocolo HART ™ (Highway Addressable Remote Transducer) foi desenvolvido em meados da década de
1980 para permitir a comunicação bidirecional de informações adicionais - além das variáveis normais do
processo - entre dispositivos de campo inteligentes.

Atualmente, o protocolo HART é um padrão amplamente difundido para enviar e receber informações
digitais entre dispositivos inteligentes e sistema de controle ou monitoramento. Isso se deve, em grande
parte, ao reaproveitamento da enorme base instalada de sistemas de 4 a 20 mA e a algumas vantagens
técnicas oferecidas por este protocolo.

Como funciona o HART?

O protocolo HART utiliza o padrão Bell 202 Frequency Shift Keying (FSK) para sobrepor sinais de
comunicação digital a um sinal analógico 4-20mA proveniente do transdutor.

A transferência de dados no protocolo HART ocorre a 1200 bps (bits por segundo) sem interromper o sinal
de 4-20 mA, permitindo que uma aplicação host (mestre) obtenha duas ou mais atualizações digitais por
segundo a partir de um dispositivo. O protocolo HART fornece, portanto, pelo menos dois canais de
comunicação simultâneos: o sinal analógico de 4-20 mA e um sinal digital. O sinal de 4-20 mA comunica o
valor primário medido (a temperatura de um processo, por exemplo). Informações adicionais (como status
do dispositivo, diagnósticos, valores adicionais medidos ou calculados, etc.) são comunicadas usando um
sinal digital que é sobreposto ao sinal analógico. Juntos, os dois canais de comunicação fornecem uma
solução completa, de baixo custo e muito robusta e, fácil de usar e de configurar.
Figura 1: Sinal HART sobreposto ao sinal analógico 4-20 mA

A comunicação HART ocorre entre dois dispositivos habilitados para HART, geralmente um dispositivo
sensor ou atuador inteligente e um sistema de controle ou monitoramento.

O protocolo HART é um protocolo de comunicação mestre-escravo, o que significa que, durante a operação
normal, cada envio de dados do escravo (dispositivo HART) é iniciadoa por uma solicitação (ou comando)
do dispositivo de comunicação mestre (host). O mestre ou host é geralmente um sistema de
gerenciamento de controle distribuído, PLC CLP ou baseado em PC, por exemplo. O dispositivo escravo é
tipicamente um dispositivo de medição de alguma variável física, como pressão, nível, temperatura, fluxo
ou até mesmo um atuador eletromecânico, como uma válvula proporcional, por exemplo.

O protocolo HART pode ser usado nos modos ponto-a-ponto ou multiponto (multidrop). Em No modo
ponto-a-ponto é estabelecido um único loop de corrente comunicando um dispositivo HART e o sistema de
monitoramento. A variável primária trafega utilizando o sinal analógico 4 a 20 mA, enquanto informações
adicionais trafegam digitalmente sobre o loop.

Figura 2: Modo ponto a ponto

No modo multidrop, todos os dispositivos HART estão em paralelo entre si e compartilhando uma única
linha de transmissão. Operando dessta forma, cada dispositivo se mantém fixo em 4 mA, ocorrendo apenas
o tráfego de dados por meio do canal digital. Como não é possível a comunicação simultânea com vários
instrumentos, cada dispositivo terá seu próprio endereço HART exclusivo. Atualmente o protocolo HART
v07 permite conectar até 64 dispositivos em modo multidrop.

Imagem 3: modo Multidrop

No protocolo HART são previstos até dois mestres (um primário e um secundário). Isso permite que
mestres secundários, como configuradores/comunicadores de mão (Handhelds), sejam usados sem que
haja interferência interferir na comunicação entre os dispositivos escravos e o mestre primário, ou seja,
sistema de controle/monitoramento.

Há também um modo de comunicação "burst" opcional, em que um único dispositivo escravo pode
transmitir continuamente uma mensagem de resposta HART padrão. Maiores taxas de atualização são
possíveis com esste modo de comunicação opcional e o uso é normalmente restrito à configuração ponto a
ponto.

Comandos HART

Para garantir que qualquer dispositivo habilitado para HART, de qualquer fornecedor, possa se comunicar
adequadamente e responder a um comando com as informações corretas, o conjunto e os tipos de
comandos são definidos nas especificações HART e implementados em todos os dispositivos registrados
HART.

O usuário não precisa se preocupar com esses comandos porque eles estão incluídos nas funções do host.
Os recursos específicos de um dispositivo (comandos específicos do dispositivo) estão disponíveis para o
host por meio de um arquivo de descrição do dispositivo (DD – Device Description), que funciona como
uma espécie de driver.
Um ponto importante é que as indicações de status do dispositivo são incluídas em cada resposta de
comunicação ao host. O host interpreta esses indicadores de status e pode fornecer informações básicas de
diagnóstico do dispositivo.

O conjunto de comandos HART fornece comunicação uniforme e consistente para todos os dispositivos de
campo. O sistema de monitoramento host pode implementar qualquer um dos comandos necessários para
uma aplicação específica. O conjunto de comandos inclui três classes:

Universal: todos os dispositivos que usam o protocolo HART devem reconhecer e suportar os comandos
universais. Comandos universais fornecem acesso a informações úteis em operações normais (por
exemplo, ler variável primária e unidades).

Common Practice: Os comandos de prática comum fornecem funções implementadas por muitos, mas não
necessariamente todos, dispositivos de Comunicação HART.

Device Specific: Os comandos específicos do dispositivo representam funções exclusivas de cada


dispositivo. Esses comandos acessam informações de configuração e calibração, bem como informações
sobre a construção do dispositivo. Informações sobre os comandos específicos do dispositivo estão
disponíveis nos fabricantes do dispositivo.

A tabela abaixo apresenta alguns exemplos de comandos HART.

Comissionamento do dispositivo

Os instrumentos baseados em tecnologia HART têm vários recursos que reduzem significativamente o
tempo necessário para comissionar totalmente uma rede ou loop HART. Menos tempo gasto no
comissionamento do dispositivo pode resultar em economias de custo substanciais.
Esses recursos incluem a fácil identificação e verificação de cada dispositivo, a fácil verificação de
integridade do loop e a manutenção dos registros do dispositivo como instalado.

Identificação e verificação do dispositivo

Antes da instalação, geralmente é inserida uma tag, outros dados de identificação e a configuração em
cada instrumento que vai a campo. Essas informações geralmente são fornecidas quando o dispositivo é
solicitado pelo mestre. Após a instalação, a identificação do instrumento, o tag e o descritor podem ser
verificados no workbench ou na sala de controle, usando um configurador de dispositivo, que pode ser um
comunicador portátil, ou PC, usando um modem conectado ao dispositivo ou ao loop 4-20 mA .

Alguns dispositivos de campo fornecem informações sobre sua configuração física. Por exemplo, os
dispositivos podem lidar com materiais molhados, classificações ou limites de diferentes tipos.

Dados físicos e outros dados de configuração podem ser verificados na sala de controle. O processo de
verificação é importante para a segurança e em conformidade com as regulamentações governamentais e
os requisitos de qualidade ISO.

O processo de comissionamento pode ser ainda mais simplificado ao conectar um aplicativo de


configuração baseado em PC a cada loop HART. Isso pode ser feito pela integração com o sistema de
controle ou usando um dos muitos sistemas de E/S de multiplexação HART disponíveis. Com essa
abordagem centralizada, não há necessidade de mover o dispositivo de configuração de um ponto de
terminação para o próximo durante o comissionamento de todos os dispositivos na rede.

Verificação de integridade de loop

Uma vez que um instrumento de campo tenha sido identificado e seus dados de configuração confirmados,
a integridade do circuito analógico pode ser verificada ao usar o recurso de teste de loop, que é suportado
por muitos dispositivos habilitados para HART.

O teste de loop permite que o sinal analógico de um transmissor HART seja fixado em um valor específico.
Esse valor fixo verifica a integridade do loop e garante uma conexão física adequada entre todos os
dispositivos da rede.

Integridade adicional pode ser obtida se o valor analógico for comparado ao valor digital informado em um
dispositivo. Por exemplo, algo pode ter inserido um deslocamento para o valor analógico de 4 a 20 mA que
não foi contabilizado no sistema de controle. Ao comparar o valor digital da variável primária com o valor
analógico, a integridade do loop pode ser verificada.

Manutenção de registros como instalados

Muitos configuradores HART também facilitam a manutenção de registros. Os dados de configuração do


dispositivo, conforme instalados, podem ser armazenados na memória ou em um disco para arquivamento
ou impressão. Isso facilita a conformidade da manutenção de registros e garante a recuperação da
configuração em caso de substituição do dispositivo.
Configuração

A tecnologia HART oferece várias maneiras de obter informações inteligentes em um dispositivo habilitado
para HART. Isso pode ser feito usando uma conexão física permanente ou temporária.

Você pode acessar todos os dados HART de um dispositivo habilitado para HART em qualquer lugar no sinal
de 4-20 mA. A conexão não precisa estar nos terminais do dispositivo. Esse recurso pode reduzir o número
de viagens para o campo, pois o acesso pode ser feito no painel de retransmissão ou de terminação.

Existem muitas razões para se comunicar com um dispositivo específico. Elas incluem:

• Configuração do dispositivo

• Diagnóstico do dispositivo

• Solução de problemas do dispositivo

• Verificação da Integridade do Loop

• Solução de problemas do processo

Um dispositivo habilitado para HART pode ser configurado usando ferramentas de software e hardware
fornecidas por empresas associadas do FieldComm Group.

Alguns sistemas de controle e gerenciamento fornecem recursos de configuração de dispositivos


permanentemente conectados. Para configurar um único dispositivo usando uma conexão temporária,
você precisa de uma ferramenta de configuração universal portátil, uma fonte de alimentação, um resistor
de carga e um dispositivo habilitado para HART. A configuração também pode ser realizada usando um PC
executando um aplicativo de configuração de dispositivo e usando um modem HART.

Comunicadores portáteis universais

As vantagens de usar um comunicador portátil incluem a portabilidade e, potencialmente, a capacidade de


operar em ambientes mais hostis.

Os comunicadores portáteis HART estão disponíveis nos principais fornecedores de instrumentação em


todo o mundo e são suportados pelas empresas associadas do FieldComm Group. Usando arquivos de
descrição de dispositivo (DD), o comunicador pode configurar totalmente qualquer dispositivo HART para o
qual tenha um DD instalado. Se o comunicador não tiver o DD para um dispositivo específico, ele ainda
comunicará e configurará o dispositivo usando os comandos HART Universal e Common Practice, mas não
poderá acessar os comandos extras ou específicos do dispositivo disponíveis no dispositivo.

Existem de 35 a 40 itens de dados padrão em todos os dispositivos HART registrados. Os dados podem ser
acessados por qualquer comunicador ou ferramenta de configuração aprovado. Esses itens não exigem um
DD e normalmente incluem a funcionalidade básica do dispositivo. Acessar dados específicos do dispositivo
requer um DD atual para esse dispositivo em particular, pois isso fornece ao comunicador as informações
necessárias para acessar totalmente todos os recursos específicos do dispositivo.
Um comunicador de mão HART, se equipado, também pode facilitar a manutenção de registros de
configuração de dispositivos. Os dados de configuração do dispositivo instalado podem ser armazenados na
memória ou em um disco para posterior arquivamento ou impressão. As conexões do Handheld podem ser
feitas em qualquer lugar no loop de controle, não precisam estar fisicamente localizadas no dispositivo.

Figura 4: Mestre primário e mestre secundário

Configuração de dispositivos baseados em PC e ferramentas de gerenciamento

Você também pode configurar um dispositivo habilitado para HART com um PC desktop ou laptop ou
outros dispositivos portáteis equivalentes. Para isso, use um aplicativo de software baseado em PC e um
modem de interface HART. Em comparação com um comunicador portátil, um PC pode oferecer uma tela
melhorada. Ele também pode suportar mais DDs e configurações de dispositivos por causa da capacidade
adicional de armazenamento de memória. Devido à natureza crítica das configurações do dispositivo no
ambiente da fábrica, os PCs também podem ser usados como armazenamento de backup para dados de
comunicadores portáteis.

Aplicativos de software estão disponíveis em muitos fornecedores. É importante revisar seus recursos para
determinar a facilidade de uso, a capacidade de adicionar ou baixar DDs nativos do FieldComm Group e a
funcionalidade geral.

As vantagens e limitações do protocolo HART

Hoje em dia, dispositivos equipados com o protocolo HART possuem uma ampla aceitação em toda a
indústria. A combinação da comunicação digital com o sinal de 4-20 mA fornece flexibilidade a
transmissores, posicionadores de válvula, medidores de vazão e outros dispositivos inteligentes. Além da
variável primária monitorada, o protocolo traz consigo informações adicionais de outras variáveis medidas
ou calculadas pelo transmissor.

Apesar de o sinal digital ser relativamente lento e da perda de funcionalidade do sinal analógico em modo
multidrop, existem muitas vantagens no uso do protocolo HART. A utilização de multiplexadores HART e a
integração associada com outras tecnologias e protocolos podem suprir as carências de velocidade e do
número restrito de dispositivos (até 64 dispositivos em modo multidrop).

O auto diagnóstico é um recurso valioso para detectar eventuais problemas na planta. O protocolo garante
também a interoperabilidade entre dispositivos HART registrados independentemente do fabricante. Isso
se deve aos rigorosos requisitos técnicos que devem ser alcançados no processo de certificação, tanto do
hardware do dispositivo quanto do DD.

O custo de implantação da estrutura de cabeamento é outro atrativo. Em muitos casos ocorre o


reaproveitamento da estrutura 4-20 mA previamente instalada. Outra característica de destaque do
protocolo é a capacidade de codificar e decodificar com precisão os sinais de comunicação HART em
ambientes industriais ruidosos e hostis.

Device Commissioning

There are several features provided by HART to reduce the time required to fully commission a HART
network or loop, making this task easier. Among these features, we can point out the easy identification
and verification of each HART device, easy verification of loop integrity and maintenance of device records
as installed. Less time spent in device commissioning results in cost savings.

Device identification and verification

Before installation, a tag is usually inserted, along with other identification data and the configuration of
each instrument going to the field. This information is usually provided when the device is requested by the
master. After installation, the instrument identification, tag and descriptor can be easy verified by using a
device configurator, which can be a handheld communicator or a PC using a modem connected to the
device or the 4- 20 mA loop1.

Some field devices provide information about their physical configuration. For example, devices can handle
wet materials, ratings, or boundaries of different types.

Physical data and other configuration data can be verified in the control room. The verification process is
important for safety and in compliance with governmental regulations and ISO quality requirements.

The commissioning process can be further simplified by connecting a PC-based configuration application to
each HART loop. This can be done by integrating with the control system or by using one of the many
available HART multiplexing I/O systems. With this centralized approach, there is no need to move the
device from one endpoint configuration to the next during the commissioning of all devices on the
network.

Loop Integrity Check

Once a field instrument has been identified and its configuration data confirmed, the integrity of the analog
circuit can be verified using the loop test feature, supported by many HART-enabled devices.

The loop test allows the analog signal of a HART transmitter to be set to a specific value. This fixed value
checks the integrity of the loop and ensures a proper physical connection between all network devices.

Additional integrity can be obtained if the analog value is compared to the digital value reported on a
device. For example, something may have entered an offset to the analog value of 4 to 20 mA that was not
counted in the control system. By comparing the digital value of the primary variable with the analog value,
the integrity of the loop can be checked.

Maintenance of records as installed

Many HART configurators also keep records of device configuration data, so they can be restored for
archiving or printing. In case of device replacement, this ensures configuration recovery, while facilitating
record-keeping compliance2.

Configuration

1
Source: https://fieldcommgroup.org/technologies/hart/hart-technology-detail
2
Source: https://fieldcommgroup.org/technologies/hart/hart-technology-detail
HART technology offers several ways to get intelligent information in a HART-enabled device. This can be
done using a permanent or temporary physical connection.

You can access all HART data from a HART-enabled device anywhere on the 4-20 mA signal. The connection
does not need to be at the device terminals. This feature can reduce the number of field trips, since the
access can be made in the relay or termination panel.

Among the many reasons to communicate with a specific device we can list:

• Device configuration

• Device diagnostics

• Device troubleshooting

• Loop Integrity Check

• Troubleshooting the process

Devices with HART protocol can be configured using software and hardware tools provided by the
FieldComm Group member companies.

Devices with HART protocol can be configured using software and hardware tools provided by the
FieldComm Group member companies.

Some control and monitoring systems provide configuration resources for permanently connected devices.
In order to configure a HART-enabled device using a temporary connection, you can use either a universal
handheld configuration tool or a PC running a device configuration application and a HART modem. For
both cases, a power supply and a load resistor are also needed3.

Universal Handheld Communicators

Handheld communicators are portable – usually battery-operated – and can be operated in a wide set of
environments. They are available from suppliers around the world and are supported by FieldComm Group.
These configurators are able to fully configure any HART device by previously installing the proper Device
Description (DD) file for that device.

Even not having the DD for a specific device, the configurator will still be able to communicate and
configure it by using HART Universal and Common Practice commands. However, on this case, extra or
device specific commands will not be accessed, which can lead to a limited experience.

There are between 35 and 40 standard data items on all registered HART devices. Data can be accessed by
any communicator or approved configuration tool. These items do not require a DD and usually include the
basic functionality of the device. Accessing device specific data requires a current DD for that particular
device as it provides the communicator with the information needed to fully access all of the device's
specific features.

3
Source: https://fieldcommgroup.org/technologies/hart/hart-technology-detail
If equipped, a HART handheld communicator can also make it easier to maintain device configuration
records. The configuration data of the installed device can be stored in memory or on a disk for later
archiving or printing. Handheld connections can be made anywhere in the control loop, they do not need to
be physically located near the device.

Figure 4: Primary master and secondary master

Configuring PC-Based Devices and Management Tools

You can also configure a HART-enabled device with a desktop or laptop PC or other equivalent portable
devices. To do this, use a PC-based software application and a HART interface modem. Compared to a
handheld communicator, a PC can offer an improved display. It can also support more DDs and device
settings because of the additional memory storage capacity. Due to the critical nature of the device settings
in the factory environment, PCs can also be used as backup storage for handheld data communicators.

Software applications are available from many suppliers. It is important to review its features to determine
ease of use, the ability to add or download native FieldComm Group DDs, and general functionality.

HART protocol advantages and limitations

Devices equipped with the HART protocol are nowadays widely accepted throughout the industry. The
combination of digital communication with the 4-20 mA signals provides flexibility to transmitters, valve
positioners, flow meters and other intelligent devices. In addition to the primary variable monitored, the
protocol brings additional information of other variables measured or calculated by the transmitter.

Although the digital signal is relatively slow and the loss of functionality of the analog signal in multidrop
mode, there are still many advantages to using the HART protocol. The use of HART multiplexers and the
integration with other technologies and protocols can overcome the speed and the restricted number of
devices (up to 64 devices in multidrop mode).

Self-diagnosis is a valuable resource to detect any problems in the plant. The protocol also ensures
interoperability between registered HART devices regardless of manufacturer. This is due to the stringent
technical requirements that must be met in the certification process, both the device hardware and the DD.

The cabling structure cost is another attraction. In many cases the reuse of the previously installed 4-20 mA
structure takes place. Another outstanding feature of the protocol is the ability to accurately encode and
decode HART communication signals in noisy and hostile industrial environments.

Você também pode gostar