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Revisão de tecnologia de pântanos construídos


Fluxo subterrâneo construído em zonas húmidas para águas cinzas e

tratamento de águas residuais domésticas


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Publicado por:
Deutsche Gesellschaft für
Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH
Saneamento sustentável - programa ecosan
Postfach 5180, 65726 Eschborn, Alemanha T
+49 61 96 79-4220
F +49 61 96 79-80 4220 E
ecosan@giz.de
eu www.gtz.de/ecosan

Local e data de publicação:


Eschborn, fevereiro de 2011

Autores:
Dr. Heike Hoffmann, Dr.-Ing. Christoph Platzer, Dr.-
Ing. Martina Winker, Dra. Elisabeth von Muench

Editor responsável:
Dra. Elisabeth von Muench

Reconhecimentos: Projeto:
Juergen Staeudel, Prof. Chris Buckley, Dr. Guenter Matthias Hartmann (GIZ)
Langergraber (por contribuir para a revisão crítica deste
documento); Fotos:
Prahlad Lamichhane, Cynthia Kamau, Susanne Bolduan, Capa: © Heike Hoffmann, Christoph Platzer,
Christine Werner (por contribuir com partes deste documento) Soeren Rued, Lukas Ulrich, Jouke Boorsma,
Wolfram Sievert
Contato: Última capa: © Heike Hoffmann, Rosa Toledo, Jens
Dra. Elisabeth von Muench, GIZ ( ecosan@giz.de ) Nowak, Joachim Niklas, Jouke Boorsma, Michael
Dr. Heike Hoffman, Rotaria del Peru ( heike@rotaria.net ) Blumberg
Prefácio

Esta publicação é uma contribuição importante do programa


“Saneamento sustentável - ecosan” da GIZ, pois fornece uma
orientação valiosa sobre áreas úmidas construídas em países em
desenvolvimento e países em transição para tratamento de águas
residuais e águas cinzas. Este programa é encomendado pelo
Ministério Federal Alemão para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (BMZ).

A abordagem de saneamento ecológico (ecosan) é capaz de


abordar ambos: saúde infantil, que precisa ser melhorada por
meio de melhor saneamento doméstico e tratamento de
águas residuais, e gestão sustentável e reciclagem segura de
recursos importantes, como água e nutrientes.

É um desenvolvimento positivo que mais e mais pessoas estejam agora se


conscientizando da atual crise de saneamento em todo o mundo, que está
matando milhares de crianças todos os dias. Um dos principais motivos é a
grande quantidade de excrementos e águas residuais não tratadas
despejados nas águas superficiais e poluindo as águas subterrâneas.

As zonas úmidas construídas são sistemas flexíveis que podem ser usados
para famílias individuais ou para comunidades inteiras. Além disso, devido
às mudanças climáticas, mais e mais regiões estão enfrentando secas ou
inundações. Portanto, a reciclagem da água, bem como as tecnologias
resilientes, são aspectos essenciais para se adaptar a esses efeitos das
mudanças climáticas.

Com base também em nossas próprias experiências anteriores com áreas


úmidas construídas em diversos países, como Filipinas, Síria e Albânia,
consideramos as áreas úmidas construídas como uma tecnologia adequada
para o gerenciamento sustentável de águas residuais. Tenho certeza de
que essa revisão de tecnologia inspirará as pessoas que trabalham nessas
soluções. Comentários sobre esta publicação são bem-vindos e devem ser
enviados para ecosan@giz.de.

Andreas Kanzler
Chefe da Seção de Água
Divisão Água, Energia, Transporte

Deutsche Gesellschaft für


Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH
Eschborn, Alemanha

Eschborn, fevereiro de 2011

3
Conteúdo

1 Resumo ................................................. .................................................. .................................................. ............................ 8


2 Introdução................................................. .................................................. .................................................. ......................... 8
2,1 Público-alvo................................................ .................................................. .................................................. ............ 8
2,2 Escopo deste documento .............................................. .................................................. .................................................. ..8
2,3 Definição e terminologia ............................................... .................................................. ............................................... 9
2,4 Desenvolvimento histórico ................................................ .................................................. .................................................. .9
2,5 Classificação de zonas úmidas construídas .............................................. .................................................. .............................. 9
2,6 Gama de aplicações ............................................... .................................................. .................................................. ..10
2,7 Seleção de tecnologia ................................................ .................................................. .................................................. ..10
2.7.1 Requisitos de espaço como um critério de seleção ............................................ .................................................. ........... 10
2.7.2 Comparação de CWs de fluxo subterrâneo com processos de tratamento aeróbio de alta taxa ...................................... .......... 10
2.7.3 Comparação de CWs de fluxo subterrâneo com lagoas ........................................... .................................................. ..... 10
2.7.4 Considerações de custo ................................................ .................................................. ............................................ 11
2.8 Aspectos de reutilização ............................................... .................................................. .................................................. ............. 11
2.8.1 Reutilizar para irrigação ............................................... .................................................. ............................................... 11
2.8.2 Aspectos de higiene (patógenos) ............................................. .................................................. ................................ 11
2.8.3 Aspectos de quantidade ................................................ .................................................. ................................................. 11
2.8.4 Aspectos de cor ................................................ .................................................. .................................................. ..12
3 Critérios de projeto para fluxo subterrâneo CWs ............................................ .................................................. .................................. 12
3.1 Princípios de tratamento ............................................... .................................................. .................................................. .... 12
3.1.1 Visão geral dos principais processos .............................................. .................................................. ................................. 12
3.1.2 Razões de remoção de poluentes para tratamento de água cinza ............................................ .................................................. ..... 13

3.1.3 Remoção de nutrientes ................................................ .................................................. .................................................. 13


3.1.4 Papel das plantas em CWs de fluxo subterrâneo ........................................... .................................................. ..................... 14
3.2 Considerações básicas de design .............................................. .................................................. ........................................... 14
3.2.1 Condições necessárias e configuração básica ............................................. .................................................. ................... 14
3.2.2 Principais componentes e vida útil do projeto ............................................. .................................................. ......................... 15
3.2.3 Parâmetros de projeto................................................ .................................................. .............................................. 15
3.2.4 Valores típicos para requisitos de área ............................................. .................................................. ..................... 16
3.2.5 Diferenças de projeto entre CWs para águas residuais domésticas e CWs para águas cinzas ....................................... 16
3,3 Substrato usado em CWs de fluxo subterrâneo ............................................ .................................................. ........................... 16
3,4 Tipos de plantas utilizadas .............................................. .................................................. .................................................. .... 17
4 Pré-tratamento de águas residuais antes do tratamento CW de fluxo subterrâneo ........................................ .............................................. 18
4,1 Visão geral dos processos ............................................... .................................................. .................................................. 18
4,2 Emissões de biogás durante o pré-tratamento ............................................ .................................................. ............................ 19
4,3 Caixa de gordura ................................................ .................................................. .................................................. ................ 19
4,4 Tanque séptico................................................ .................................................. .................................................. .................. 19
4,5 Filtro de composto ................................................ .................................................. .................................................. ............. 20
4,6 Tanque Imhoff ................................................ .................................................. .................................................. .................. 20
4,7 Tanque confuso ................................................ .................................................. .................................................. ................ 21
4,8 Reator UASB ................................................ .................................................. .................................................. ............. 21
5 Princípios de projeto para CWs de fluxo subterrâneo ............................................ .................................................. .............................. 21
5,1 Leitos de fluxo horizontal (HFBs) ............................................ .................................................. ............................................. 22
5,2 Leitos de fluxo vertical (VFBs) ............................................ .................................................. ................................................. 23
5.2.1 Recomendações básicas de design ............................................... .................................................. ........................... 23
5.2.2 Obstrução do solo e aeração do solo em VFBs ........................................... .................................................. .................... 24
5,3 O Sistema Francês para o tratamento combinado primário e secundário de águas residuais brutas ...................................... ......... 24
5,4 Sistemas híbridos ................................................ .................................................. .................................................. ........... 26

4
5.5 Exemplos de projetos ............................................... .................................................. .................................................. ......... 26
6 Operação e manutenção ............................................... .................................................. ................................................. 27
6,1 Tarefas operacionais para HFBs e VFBs ............................................ .................................................. .............................. 27
6,2 Tarefas para a operação de HFBs ............................................ .................................................. ....................................... 27
6,3 Tarefas para a operação de VFBs ............................................ .................................................. ....................................... 28
6,4 As plantas pantanosas devem ser colhidas ou não? .......................................... .................................................. ....................... 28
6,5 Resolução de problemas básicos .............................................. .................................................. .................................................. ..29
7 Referências e outros recursos .............................................. .................................................. ......................................... 29
7,1 Documentos citados ................................................ .................................................. .................................................. ......... 29
7,2 Leitura recomendada adicional ............................................... .................................................. ...................................... 31
7.2.1 Várias publicações sobre zonas úmidas construídas ............................................. .................................................. ....... 31
7.2.2 Estudos de caso da Aliança de Saneamento Sustentável (SuSanA) ........................................ .................................... 32
7.3 Fotos e desenhos técnicos ............................................. .................................................. ........................................ 32
8 Apêndice................................................. .................................................. .................................................. ........................... 32
8.1 Apêndice 1: Características de águas residuais domésticas e águas cinzas ........................................ ...................................... 32
8.1.1 Esgoto doméstico ................................................ .................................................. .......................................... 32
8.1.2 Água cinza ................................................. .................................................. .................................................. ........ 33
8,2 Apêndice 2: Mais detalhes sobre patógenos e sua remoção em pântanos construídos ..................................... .............. 34
8,3 Apêndice 3: Distribuição de tamanho de grão recomendada de areia em CWs de fluxo subsuperficial ..................................... ................. 35

Lista de mesas:

Tabela 1. Visão geral dos processos de remoção de poluentes em CWs de fluxo subterrâneo. .................................................. ........................... 12
Mesa 2. Taxas de remoção (em%) de HFBs e VFBs (fluxo subterrâneo CWs) para tratamento de águas cinzas. Os valores são
semelhante para tratamento de águas residuais domésticas ............................................. .................................................. .................... 13
Tabela 3. Valores aproximados de projeto para estimar a necessidade de área para CWs de fluxo subsuperficial em diferentes condições
climáticas para águas residuais domésticas (após o pré-tratamento). .................................................. ......................................... 16
Tabela 4. Visão geral de algumas plantas possíveis que podem ser usadas em CWs de fluxo subterrâneo em climas quentes. Todas as plantas
mostradas abaixo são plantas macrófitas, exceto vetiver, que é uma grama perene. Muitas outras plantas são possíveis, ver por
exemplo Brisson e Chazarenc (2009) ................................... .................................................. ...... 17
Tabela 5. Visão geral dos processos de pré-tratamento disponíveis e sua adequação para diferentes tipos de águas residuais: GW stands
para águas cinzas, WW significa águas residuais (X significa: pode ser usado) ................................... .......................................... 18
Tabela 6. Requisitos de área de exemplo para VFBs (consulte os estudos de caso da SuSanA para obter detalhes). .................................................. .......... 26

Tabela 7. Exemplo do cálculo da carga de riachos de águas cinzas e negras e a ocupação da área resultante dos dois CWs para uma
escola em Lima, Peru (a base do projeto foi 70 ep). O texto em itálico entre colchetes fornece as taxas de
redução. .................................................. .................................................. .................................................. ...... 27
Tabela 8. Fatores de carga de unidade típicos em águas residuais brutas para quatro países. .................................................. .............................. 32
Tabela 9. Concentrações típicas de microrganismos e patógenos encontrados em águas residuais brutas. .................................................. ....... 34
Tabela 10. Redução da unidade de log de patógenos por processos de tratamento selecionados (da OMS (2006), volume 2). ............................. 34

Lista de Figuras:

Figura 1. Classificação de áreas úmidas construídas (modificado de Vymazal e Kroepfelová, 2008). A elipse tracejada indica o foco
deste documento. HFB e VFB são abreviações para leito de fluxo horizontal e vertical, respectivamente. Sistemas híbridos
também são possíveis. "Plantas emergentes" são um tipo de macrófita onde as folhas sãoacima de o nível de
água ............................................... .................................................. .............................................. 9
Figura 2. Tratamento urbano descentralizado de águas cinzas com fluxo subterrâneo CW em Klosterenga em Oslo, Noruega (foto
por L. Ulrich, 2008) ........................................... .................................................. .................................................. ......... 10
Figura 3. O efluente tratado (à esquerda) da área úmida construída de fluxo vertical em Haran Al-Awamied, na Síria, é coletado neste tanque
de armazenamento (à direita) antes de ser reutilizado para irrigação na agricultura (fotos de E. von Muench, 2009; projeto apoiado
pela GIZ ) .................................................. .................................................. .................................................. 11
Figura 4. Amostras de águas residuais antes e depois do tratamento em um VFB. Foto esquerda: água cinza pré-tratada (garrafa
esquerda) e efluente do CW que é reaproveitado para irrigação de lavouras (garrafa direita). Foto à direita: água negra pré-
tratada (garrafa esquerda) e efluente do CW que tem a coloração acastanhada típica causada por ácido húmico (direita
garrafa) (fotos: H. Hoffmann, 2008). .................................................. .................................................. ................... 12

5
Figura 5. Sistema de raiz e rizoma de junco (Phragmites australis) (foto à esquerda) e arundo donax (foto à direita) (fotos de M.
Blumberg, 1995) ............................. .................................................. .................................................. ... 14
Figura 6. VFB em construção, durante bombeamento de afluente com água cinza para teste de distribuição uniforme em Lima, Peru. Observe os
pequenos orifícios nos tubos de distribuição. Toda a superfície é utilizada como área de entrada, e os tubos são posteriormente cobertos com
cascalho após a conclusão dos testes (foto de H. Hoffmann, 2008). .................................................. ....... 15
Figura 7. VFB em construção na cidade de Bayawan, Filipinas; o pantanal tratará as águas residuais de um aterro (foto
por J. Boorsma, 2009; projeto apoiado pela GIZ). .................................................. .................................................. .... 15
Figura 8. Exemplo de material de filtro usado para VFBs para tratamento de águas residuais municipais no Brasil: areia grossa de rio,
sem argila nem lodo (foto de C. Platzer, 2008) ................. .................................................. ...................... 16
Figura 9. Esquerda: VFB durante construção em Palhoça, Santa Catarina, Brasil; os tubos de drenagem situados no topo do forro de PE estão
sendo cobertos com cascalho. À direita: VFB em Lima, Peru durante enchimento com areia (fotos de H. Hoffmann,
2007) .............................. .................................................. .................................................. .......................................... 17
Figura 10. Reed após dois anos de crescimento em um VFB tratando águas residuais domésticas em Haran Al-Awamied próximo
Damasco, Síria (foto de E. von Muench, 2009; projeto apoiado por GIZ) ................................ ............................. 18
Figura 11. Papiro após seis meses de crescimento em um VFB tratando águas residuais domésticas em Florianópolis, Brasil (foto por
C. Platzer, 2008). .................................................. .................................................. .................................................. ... 18
Figura 12. Simsen (Scirpus sp.) em um VFB tratando águas residuais domésticas no Olympic Forest Park em Pequim, China
(foto de J. Germer, 2008) ......................................... .................................................. ............................................... 18
Figura 13: Bombeamento de lodo sedimentado da unidade de pré-tratamento de fluxo subterrâneo CW em Tirana, Albânia. O removido
o lodo será levado para uma estação de tratamento de águas residuais local por meio de tanque (projeto apoiado por GIZ, foto de J.
Nowak, 2010) ........................ .................................................. .................................................. ................................... 19
Figura 14. Esquerda: Esquema da caixa de gordura. À direita: Caixa de gordura aberta usada para efluente de uma pia de cozinha de uma casa em
Lima, Peru antes do tratamento de zonas úmidas. O balde interno pode ser retirado para remover a graxa (fontes: H.
Hoffmann, 2010). .................................................. .................................................. .................................................. ... 19
Figura 15. Esquerda: Esquema da fossa séptica. À direita: fossa séptica de 3 câmaras em construção em uma casa com 15 habitantes em
Lima, Peru (fontes: H. Hoffmann, 2009) ...................................... .................................................. ............................ 20
Figura 16. Esquerda: esquema do tanque Imhoff com três compartimentos. À direita: tanque Imhoff em construção em uma área rural de
Peru (fontes: H. Hoffmann, 2008). .................................................. .................................................. ........................ 21
Figura 17. Esquema de tanque defletor com seis compartimentos (fonte: Gutterer et al., 2009). .................................................. ..... 21
Figura 18. Seção transversal esquemática de um HFB (fonte: Morel e Diener, 2006). .................................................. ...................... 22
Figura 19. Seção transversal esquemática de um HFB mostrando pré-tratamento com uma fossa séptica à esquerda (fonte: Fehr, 2003) ............ 22
Figura 20. Zona de entrada com pedras num HFB perto de Leiria, Portugal (foto de J. Vymazal, 2003). ................................................. 22
Figura 21. Esquerda: Vista lateral do nível de líquido em um HFB mostrando a barragem de entrada para controlar o entupimento e evitar o escoamento da superfície
das águas residuais. A seta vertical esquerda é influente e a seta vertical direita é efluente. Direita: Vista superior da geometria
correta de HFBs maiores, onde o comprimento do filtro (veja as setas verticais) é de 5 a 8 m e a largura do leito (veja as setas
horizontais) é de no máximo 30 m (fonte: Platzer, 2000) ...... .................................................. ........................................... 23
Figura 22. Seção transversal esquemática de um VFB (fonte: Morel e Diener, 2006). A camada intermediária de areia grossa
normalmente tem uma altura de 50 cm, a camada de cascalho superior uma altura de 10 cm. .................................................. ..................... 24
Figura 23. Corte transversal esquemático de um VFB mostrando o pré-tratamento com uma fossa séptica à esquerda (fonte: Fehr, 2003). ........... 24
Figura 24. Sistema francês, da esquerda para a direita: três VFBs (filtros) para pré-tratamento e dois VFBs para o secundário
tratamento em Albondón, Espanha, com 800 habitantes. A planta não precisa de fornecimento de eletricidade, pois é construída em um
declive (foto de T. Burkard, 2005) ........................................ .................................................. ...................................... 25
Figura 25. Pré-tratamento de águas residuais brutas no primeiro estágio (a VFB) do Sistema Francês (fonte: Molle et al., 2005).
As águas residuais fluem para fora do fim dos tubos de distribuição (sem pequenos orifícios ao longo do comprimento do tubo). ....................... 25

Figura 26. Tubos de distribuição de águas residuais brutas no primeiro estágio (VFB) no Sistema Francês em Albondón, Espanha (foto de T.
Burkard, 2007). .................................................. .................................................. .................................................. ...... 25
Figura 27. Fluxo subterrâneo CW na cidade de Bayawan, Filipinas. O caminho no meio separa o VFB e o HFB
(foto de J. Boorsma, 2009; projeto apoiado por GIZ). .................................................. ........................................... 26
Figura 28. Esquerda: Caixa de gordura com defeito e muito acúmulo de lodo. À direita: a lama da caixa de gordura
obstrui a área de infiltração do CW que ficou preta porque não há mais transporte de oxigênio e ficou entupido (foto
de H. Hoffmann, 2009). .................................................. ........................ 27
Figura 29. Esquerda: limpeza dos tubos de distribuição de águas residuais abrindo e fechando válvulas e tampas durante o bombeamento
fase (plantas de junça de guarda-chuva de papiro de tamanho médio logo após o replantio). À direita: tampa aberta em um tubo de
distribuição bloqueado (fotos de VFB para tratamento de águas negras na escola em Lima, Peru por H. Hoffmann, 2009) ................. 28
Figura 30. Pântano construído em Dubai para tratamento de águas residuais, onde o junco atingiu uma altura de 6 m (foto de W.
Sievert, 2007). .................................................. .................................................. .................................................. ....... 29
Figura 31. Cyperus papyrus após 12 meses de crescimento em um VFB: o crescimento ocorreu na superfície, mas sem
raízes verticais suficientes. As plantas podem cair e não contribuir mais para o processo de tratamento. Elas
precisam ser removidos e replantados (foto de H. Hoffmann, 2008). .................................................. ........................... 29
Figura 32. Distribuição recomendada de tamanho de grão de areia em CWs de fluxo subsuperficial (Platzer, 1998). A curva de peneiramento de
a areia deve ficar entre as duas curvas indicadas no gráfico. .................................................. .......................... 35

6
Lista de abreviações:

BOD Demanda bioquímica de oxigênio após 5 dias (por razões de simplicidade: onde quer que seja usado BOD neste documento,
BOD5 se quer dizer)
boné Capita (= pessoa)
C/N Relação carbono para nitrogênio
BACALHAU Demanda química de oxigênio
CW Pantanal construída
DEWATS Sistemas descentralizados de tratamento de águas
Ecosan residuais Saneamento ecológico
NÉVOA Gordura, óleo e graxa
FWS Superfície de água livre (um tipo de CW)
GW Greywater
HFB Leito de fluxo horizontal (este é um tipo de fluxo subterrâneo CW)
N/D não aplicável
OM Matéria orgânica
educaçao Fisica Equivalente de pessoa (também chamado de EP para pessoas
WL equivalentes) Sólidos suspensos
SSF CW Fluxo subterrâneo construído em pantanal
TKN O nitrogênio Kjeldahl total é a soma do nitrogênio orgânico e amoniacal. O
TN nitrogênio total
TP Fósforo total
TSS Sólidos suspensos totais
UASB Reator de manta de lodo anaeróbico de fluxo ascendente
VFB Leito de fluxo vertical (este é um tipo de fluxo subterrâneo CW)
WW Águas residuais

Definições específicas do documento:

Clima frio: Neste documento, um “clima frio” significa temperaturas médias anuais inferiores a 10 ° C.
Clima quente: Neste documento, um “clima quente” significa temperaturas médias anuais superiores a 20 ° C.
Clima moderado: Entre clima frio e quente.

7
1 Resumo leitos de fluxo horizontais (HFBs), precisando de cerca de metade do
espaço. Por outro lado, os VFBs requerem carregamento em intervalos
Pântanos construídos (CWs) podem ser usados como parte de (4-8 vezes por dia), o que requer mais know-how de projeto, enquanto os
descentralizado sistemas de tratamento de águas residuais e são uma HFBs recebem águas residuais continuamente. Os HFBs são mais fáceis de
tecnologia robusta e de “baixa tecnologia” com baixos requisitos projetar e atualmente são mais comuns em países em desenvolvimento do
operacionais. Os CWs podem ser usados para o tratamento de vários que os VFBs.
tipos de águas residuais e desempenham um papel importante em muitos
conceitos de saneamento ecológico (ecosan). Para o tratamento de águas residuais municipais, o “Sistema Francês” de
pré-tratamento combinado de águas residuais brutas e tratamento
Existem muitos tipos diferentes de CWs projetados para uma secundário é uma opção interessante. Este sistema usa VFBs em dois
variedade de tipos de águas residuais. Esta publicação trata apenas estágios de processo separados e não requer nenhuma etapa de pré-
defluxo subterrâneo construído em pântanos com um substrato tratamento adicional.
de areia grossa para tratamento de águas cinzas, águas residuais
domésticas ou municipais em países em desenvolvimento e países A aparente simplicidade dos CWs muitas vezes leva ao falsopressupondo
em transição. CWs de fluxo subsuperficial são sistemas de tratamento que esta tecnologia não necessita de conhecimento especializado de
confiáveis com eficiências de tratamento muito altas para a remoção design nem manutenção regular. Na verdade, a maioria dos CWs que
de matéria orgânica e patógenos, bem como de nutrientes. apresentam baixo desempenho no tratamento apresentavam falhas de
projeto ou falta de manutenção. As tarefas de manutenção mais
O processo de tratamento dos CWs é baseado em uma série de importantes incluem a verificação regular da eficiência do processo de pré-
processos biológicos e físicos como adsorção, precipitação, filtração, tratamento, das bombas, da carga afluente e da distribuição no leito do
nitrificação, decomposição, etc. O processo mais importante é a filtro. As ações necessárias para evitar o entupimento do leito do filtro
filtração biológica por um biofilme composto por bactérias aeróbias e também são explicadas neste documento.
facultativas. A eficiência dos processos de tratamento aeróbio
depende da relação entre a demanda de oxigênio (isto é, carga) e o Esta publicação pretende disseminar a consciência e o conhecimento
suprimento de oxigênio, que é determinada pelo projeto do CW. sobre áreas úmidas construídas com fluxo subterrâneo em países em
Profissionais com conhecimento de sistemas de tratamento de águas desenvolvimento e em transição.
residuais são necessários para projetar esses sistemas
biologicamente complexos.

Além disso, o planejamento sempre deve levar em consideração as


2 Introdução
circunstâncias locais específicas, como temperatura, disponibilidade de terreno
e a intenção de reutilização ou descarte das águas residuais tratadas.
2,1 Público-alvo
Pântanos construídos podem ser considerados como uma etapa de O público-alvo desta publicação são pessoas com alguma
tratamento secundária, uma vez que sólidos suspensos, partículas formação técnica básica que:
maiores, incluindo papel higiênico e outros resíduos, bem como alguma • deseja obter uma visão geral dos CWs de fluxo subterrâneo,
matéria orgânica, precisam ser removidos antes que as águas residuais seus projetos, requisitos de desempenho e manutenção;
possam ser tratadas em CWs de fluxo subterrâneo. O pré-tratamento é
• deseja entender se CWs de fluxo subterrâneo podem ser uma opção
extremamente importante para evitar o entupimento dos CWs do fluxo
possível para um determinado problema de tratamento de águas
subsuperficial, que é uma obstrução dos espaços de poros livres devido ao
residuais;
acúmulo de sólidos.
• trabalhar com consultores que estão projetando CWs e, portanto,
precisam ser capazes de fazer as perguntas certas;
As principais tecnologias de pré-tratamento utilizadas a
• têm interesse em soluções de saneamento sustentáveis para
montante do leito do filtro CW são:
países em desenvolvimento e países em transição.
• Remoção de areia e areia
• Armadilha de gordura

• Filtro de composto (para sistemas de pequena escala)


2.2 Escopo deste documento
• Tanque séptico
• Tanque deflagrado (ou reator anaeróbio deflagrado) Este documento se concentra no tratamento de águas residuais
• Tanque imhoff domésticas / municipais ou águas cinzas com fluxo subterrâneo
• Reator de manta de lodo anaeróbio ascendente (UASB) (usado pântanos construídos com areia grossa como meio de filtro. A ênfase
apenas para sistemas de grande escala) está na aplicação em países em desenvolvimento e em transição (com
um clima moderado a quente), embora as áreas úmidas construídas
A questão da geração não intencional de biogás e da falta de captura possam, em princípio, ser usadas em todos os tipos de países e
de biogás nas unidades de pré-tratamento é discutida neste climas.
documento. Embora o uso ou queima de biogás seja muito desejável
por razões de proteção climática, isso infelizmente não é Este documento é não é um manual de design. Um especialista
economicamente viável na prática para sistemas de pequena escala. experiente deve sempre ser consultado para o projeto de
pântanos construídos.
Os CWs perdem sua capacidade de tratamento quando ficam
sobrecarregados por um longo período de tempo. Por outro lado, picos de Pântanos construídos são geralmente usados como um
carregamento curtos não causam problemas de desempenho. A descentralizadoprocesso de tratamento de águas residuais. Eles são
sobrecarga pode ocorrer se o sistema de pré-tratamento falhar e sólidos usados como um processo de tratamento secundário, o que significa
em suspensão, lamas ou gorduras passarem para o CW. que as águas residuais são tratadas em uma etapa de tratamento
primária antes de entrar no leito do filtro CW; exceto para o “Sistema
Fluxo subterrâneo CWs podem ser projetados com fluxo vertical ou Francês” que funciona sem tratamento primário.
horizontal. Leitos de fluxo vertical (VFBs) têm uma maior eficiência de
tratamento e menos necessidade de área em comparação com

8
Este documento fornece uma visão geral e orientação básica tem que se tornar mais conhecido lá (Mohamed, 2004; Heers,
sobre o projeto e manutenção de leitos de fluxo horizontais 2006; Kamau, 2009).
(HFBs), leitos de fluxo verticais (VFBs) e o “Sistema Francês”.
Também inclui uma descrição dos sistemas de pré-tratamento
mais comuns devido à sua importância vital para o 2.5 Classificação das zonas úmidas construídas
funcionamento adequado dos CWs.
As áreas úmidas construídas são classificadas de acordo com o
regime de fluxo de água (ver Figura 1) em fluxo superficial de água
livre (FWS CWs) ou fluxo subterrâneo CWs, e de acordo com o tipo de
2.3 Definição e terminologia
planta de macrófita, bem como a direção do fluxo. Os pântanos
Pântanos construídos (CWs) são ''sistemas projetados, projetados construídos usaram plantas macrófitas que são plantas aquáticas que
e construídos para utilizar as funções naturais da vegetação de crescem na água ou perto dela.
áreas úmidas, solos e suas populações microbianas para tratar
contaminantes em águas superficiais, subterrâneas ou fluxos de Os CWs de fluxo subterrâneo são projetados para manter o nível da
resíduos”(ITRC, 2003). água totalmente abaixo da superfície do leito do filtro. Eles podem
até ser pisados. Isso evita os problemas de mosquito de FWS CWs.
Os termos sinônimos de CWs incluem: Zonas úmidas feitas pelo homem,
projetadas, artificiais ou de tratamento. Diferentes tipos de pântanos construídos podem ser combinados
entre si para formar sistemas híbridos a fim de explorar as
Também há uma série de termos usados para CWs de fluxo de vantagens específicas dos diferentes sistemas.
subsuperfície, que podem ser confusos para os novatos:
• Filtros de solo plantado: Sua vegetação é composta por A areia grossa usada em CWs de fluxo subterrâneo contribui para os
macrófitas de pântanos naturais e isso os diferencia dos filtros processos de tratamento, fornecendo uma superfície para o
de solo não plantados, também chamados de biofiltros crescimento microbiano e apoiando os processos de adsorção e
subsuperficiais, leitos de percolação, leitos de infiltração ou filtração. Isso resulta em uma menor demanda de área e maior
filtros de areia intermitentes. desempenho de tratamento por área para CWs de fluxo subterrâneo,
• Sistema de tratamento de cama de junco: Um termo usado na em comparação com FWS CWs. Fluxo subterrâneo CWs são o tipo de
Europa resultante do fato de que a espécie de planta mais zona úmida predominante na Europa.
frequentemente usada é o junco (Phragmites australis)
• Leitos submersos vegetados, leitos de cascalho vegetados e filtros Existem dois tipos diferentes de material de filtragem, ou seja, areia ou
hidropônicos de leito de cascalho. cascalho. Os sistemas de leito de cascalho são amplamente usados na
África do Norte, África do Sul, Ásia, Austrália e Nova Zelândia. Os sistemas
Esse grande número de termos confunde os novatos em de leito de areia têm sua origem na Europa e agora são usados em todo o
busca de informações. mundo.

Neste documento, os termos “leito”, “filtro” ou “leito de filtro” são usados Esta publicação trata apenas de CWs de fluxo subterrâneo comareia
indistintamente, denotando o corpo principal preenchido com areia dos grossa como meio de filtro.
CWs de fluxo subterrâneo.

Usamos o termo "pré-tratamento" neste documento para denotar a


etapa do tratamento antes a água residual atinge o leito do filtro CW
de fluxo subterrâneo. Outros autores chamam essa etapa de
“tratamento primário”, e o tratamento no CW, nesse caso, seria
denominado “tratamento secundário”.

2.4 Desenvolvimento histórico


Historicamente, os pântanos naturais têm sido usados como
locais convenientes de esgoto e esgoto. Isso fez com que muitas
áreas úmidas, como pântanos, ficassem saturadas de nutrientes
e sofrendo uma severa degradação ambiental.

O cientista alemão Dr. Seidel conduziu os primeiros experimentos


sobre a possibilidade de tratamento de águas residuais com plantas
de áreas úmidas em 1952 no Instituto Max Planck na Alemanha
(Seidel, 1965). Um grande aumento no número de CWs ocorreu na Figura 1. Classificação das zonas húmidas construídas (modificado a partir de
década de 1990, conforme o aplicativo se expandiu para tratar Vymazal e Kroepfelová, 2008). A elipse tracejada indica o foco deste
diferentes tipos de águas residuais, como águas residuais industriais documento. HFB e VFB são abreviações para leito de fluxo horizontal
e águas pluviais. e vertical, respectivamente. Sistemas híbridos também são possíveis.
"Plantas emergentes" são um tipo de macrófita onde as folhas são
O uso de pântanos construídos para tratamento de águas residuais acima de o nível da água.
está se tornando cada vez mais popular em muitas partes do mundo.
Hoje, CWs de fluxo subterrâneo são bastante comuns em muitos
países desenvolvidos, como Alemanha, Reino Unido, França,
Dinamarca, Áustria, Polônia e Itália. Pântanos construídos também
são apropriados para países em desenvolvimento, mas ainda

9
2.6 Gama de aplicações Em climas quentes, leitos de fluxo horizontais têm aproximadamente o
mesmo requisito de área que lagoas facultativas, que são outra opção de
Pântanos construídos podem ser usados para uma variedade de tratamento de águas residuais de “baixa tecnologia”, enquanto leitos de
aplicações1: fluxo vertical precisam de cerca de 20% menos espaço do que lagoas.
1. Tratamento de águas residuais municipais
2. Tratamento de águas residuais domésticas ou águas cinzas Na maioria das situações urbanas, nem HFBs nem lagoas podem ser
3. Tratamento terciário de efluentes de estações convencionais de implementados para tratamento de águas residuais devido à necessidade
tratamento de águas residuais de espaço. Os VFBs para aplicações descentralizadas podem, entretanto,
4. Tratamento de águas residuais industriais, como lixiviado de aterro, ser pequenos o suficiente para caber nos espaços urbanos disponíveis,
resíduos de refinaria de petróleo, drenagem ácida de minas, resíduos especialmente em climas quentes.
agrícolas, efluentes de fábricas de celulose e papel, fábricas de
têxteis. A fim de economizar espaço em aplicações urbanas, CWs de fluxo
5. Desidratação de lamas e mineralização de lamas fecais ou lamas de subterrâneo podem ser construídos em telhados de edifícios. Esta é uma
tanques de sedimentação. área de pesquisa interessante para o futuro, mas atualmente apresenta
6. Tratamento de águas pluviais e armazenamento temporário muitos inconvenientes práticos.
7. Tratamento de água de piscinas sem cloro
Mais detalhes sobre a área necessária de fluxo subterrâneo CWs são
fornecidos na Seção 3.2.4.
Esta publicação trata apenas do Os dois primeiros aplicações da
lista acima. Observe que o pré-tratamento de alguma forma é
2.7.2 Comparação de CWs de fluxo subterrâneo com processos de
necessário na maioria das aplicações.
tratamento aeróbio de alta taxa

Os processos de tratamento aeróbio de alta taxa requerem menos espaço


2.7 Seleção de tecnologia do que os pântanos construídos. Exemplos de processos são: plantas de
lodo ativado, filtros de gotejamento, discos giratórios, filtros aerados
Os CWs de fluxo subterrâneo oferecem um potencial significativo para o submersos ou plantas de biorreator de membrana.
tratamento descentralizado de águas residuais, mas não são a única
tecnologia disponível. A tecnologia de tratamento certa para uma O principal argumento a favor dos CWs de fluxo subterrâneo em
determinada aplicação deve ser cuidadosamente selecionada levando-se comparação com os processos de tratamento aeróbio de alta
em consideração uma ampla gama de aspectos e indicadores de taxa é sua robustez operacional, que é muito importante no caso
sustentabilidade2. de países em desenvolvimento e em transição.

Outro aspecto importante é a falta de produção de lodo


secundário em pântanos construídos, ao passo que o excesso de
lodo secundário é produzido em processos de tratamento
aeróbio de alta taxa e precisa ser gerenciado. Nos países em
desenvolvimento, esse excesso de lodo é frequentemente
despejado no meio ambiente de maneira descontrolada,
causando poluição e riscos à saúde.

Pântanos construídos são muito eficazes como sistema de tratamento


terciário depois de lodo ativado ou plantas de filtragem por
gotejamento3:
• A área úmida construída pode servir para compensar variações
temporárias na qualidade do efluente.
• Pântanos construídos alcançam mais remoção de patógenos do
que processos aeróbicos convencionais de alta taxa (consulte a
Seção 8.2 no Apêndice).

Figura 2. Tratamento de águas cinzas descentralizadas urbanas com um 2.7.3 Comparação de CWs de fluxo subterrâneo com lagoas
fluxo subterrâneo CW em Klosterenga em Oslo, Noruega (foto de L.
As áreas úmidas e lagoas construídas têm pontuação alta em termos de
Ulrich, 2008).
confiabilidade e simplicidade do processo, uma vez que nenhum equipamento
especial é necessário. Os principais argumentos para escolher CWs de fluxo
subterrâneo sobre lagoas incluem:
2.7.1 Requisitos de espaço como critério de seleção
• CWs de fluxo subterrâneo não têm corpos d'água abertos;
A grande necessidade de espaço em comparação com os processos de portanto, eles não encorajam a reprodução de mosquitos.
tratamento aeróbio de alta taxa pode limitar o uso de CWs de fluxo • Os CWs de fluxo subterrâneo produzem água limpa, enquanto os
subterrâneo, especialmente para aplicações urbanas. tanques têm uma alta produção de algas que influenciam a
qualidade do efluente.
• Devido à sua superfície de água aberta, mosquitos e
odor, os lagos são muito mais difíceis de integrar em um
1
Para uma visão geral desses aplicativos, consulte esta apresentação: bairro, particularmente em uma vizinhança urbana.
http://www.susana.org/langen/library?
view=ccbktypeitem&type=2&id=1035.2 Veja o documento de visão da
3
Sustainable Sanitation Alliance (SuSanA) para uma definição de indicadores A carga orgânica mais baixa que entra no CW nesse caso (após o
de sustentabilidade para o saneamento (http://www.susana.org/lang-en/ tratamento secundário) reduz significativamente a necessidade de área
intro/156-intro/267-vision-document). para o CW.

10
• Pântanos construídos com bom funcionamento não têm geração de O tipo mais comum de reutilização é a irrigação, como irrigação por
odores, enquanto na maioria dos tanques a geração de odores é gotejamento ou irrigação subterrânea, para gramados, espaços verdes ou
comum. produção agrícola. Nesse caso,utilização de nutrientes contidos nas águas
• As áreas úmidas construídas não produzem lodo, exceto residuais, em vez de nutrientes remoção é desejável.
para o lodo produzido na etapa de pré-tratamento a
montante dos leitos de filtro. Por outro lado, nas lagoas, as Diretrizes relevantes devem ser seguidas para garantir que esta prática
lamas acumulam-se com o tempo e têm de ser removidas seja higienicamente segura para os consumidores das plantações, bem
após cerca de dez anos. Isso é frequentemente como para os trabalhadores que podem estar em contato com águas
negligenciado nos países em desenvolvimento e, em vez residuais tratadas. Padrões internacionais para reutilização e uma
disso, as lagoas são abandonadas. explicação do importante conceito de barreira múltipla podem ser
encontrados na OMS (2006).
E quais são as vantagens das lagoas sobre os CWs de fluxo subterrâneo?
Eles são mais fáceis de projetar e construir, não precisam de um substrato 2.8.2 Aspectos de higiene (patógenos)
(areia) e têm custos de capital mais baixos para plantas de grande escala
Os humanos excretam muitos tipos diferentes de patógenos causadores
(ver Seção 2.7.4).
de doenças, caso estejam infectados ou sejam portadores de uma doença.
O trato intestinal humano contém bactérias coliformes que são eliminadas
2.7.4 Considerações de custo
com as fezes. Essas bactérias coliformes não são patógenos, mas se
Os custos de capital de CWs de fluxo subterrâneo são altamente presentes em amostras ambientais indicam que patógenos intestinais
dependentes dos custos de areia, uma vez que o leito deve ser preenchido também podem estar presentes.
com areia. Em segundo lugar, os custos de capital também dependem do
custo da terra. Água cinza que foi tratado em CWs de fluxo subsuperficial
geralmente atende aos padrões para níveis de patógenos para
As decisões financeiras sobre os processos de tratamento não devem ser descarga segura em águas superficiais sem tratamento adicional.
feitas principalmente com base nos custos de capital, mas no valor No caso deesgoto doméstico, a desinfecção por tratamento
presente líquido ou nos custos de toda a vida, que incluem os custos terciário pode ser necessária, dependendo da aplicação de
anuais de operação e manutenção. reutilização pretendida.

Os seguintes pontos podem ser feitos ao comparar os custos de Para obter mais informações sobre os tipos de patógenos e sua
áreas úmidas construídas e processos de tratamento aeróbio de remoção por vários processos de tratamento, consulte o
alta taxa: Apêndice.
• As áreas úmidas construídas não apresentam economias de escala
no mesmo grau que as estações de tratamento aeróbio de alta taxa.
Para plantas pequenas de até 500 ep, os pântanos construídos são
geralmente mais baratos de construir do que plantas aeróbicas de
alta taxa, mas para plantas maiores, eles são geralmente mais caros
em termos de custos de capital.
• Os pântanos construídos têm custos de operação e manutenção
significativamente mais baixos em comparação com processos aeróbicos
de alta taxa para uso de energia e tempo do operador.

Para estações de tratamento em grande escala com mais de 10.000


equivalentes de pessoa (ep) em áreas onde a terra está disponível a baixo
custo, os tanques têm custos de capital mais baixos do que os pântanos
construídos. Mas há uma série de outros aspectos que devem ser levados
em consideração ao se tomar a decisão entre os dois processos de
tratamento diferentes, conforme mostrado acima.

Argumentamos que o argumento dos custos de capital deve ser menos


importante do que a confiabilidade e a sustentabilidade de longo prazo da
estação de tratamento, incluindo sua sustentabilidade financeira, que é
fortemente influenciada pelos custos anuais de operação e manutenção.
Figura 3. O efluente tratado (esquerda) do fluxo vertical construído
a área úmida em Haran Al-Awamied, Síria, é coletada neste tanque de armazenamento
(à direita) antes de sua reutilização para irrigação na agricultura (fotos de E. von
Muench, 2009; projeto apoiado pela GIZ).
2,8 Reutilizar aspectos

2.8.1 Reutilizar para irrigação


2.8.3 Aspectos de quantidade
Os CWs de fluxo subterrâneo tratam as águas residuais com um padrão
Os leitos de fluxo horizontal em climas quentes podem perder todas
adequado para descarga em águas superficiais ou adequadas para várias
as águas residuais devido à evapotranspiração. Isso precisa ser
aplicações de reutilização de acordo com as diretrizes da OMS (OMS, 2006).
considerado no balanço hídrico. Quanto maior a área de superfície,
Os requisitos legais para a qualidade do efluente variam de acordo com as
mais significativos são os efeitos da precipitação (chuva) e
regulamentações específicas de cada país e também da forma de reúso ou
evapotranspiração, especialmente em climas quentes e secos.
destinação pretendida. O projeto do fluxo subterrâneo CW deve estar
alinhado com a qualidade desejada do efluente para descarte ou
reutilização.

11
Se a perda de água for considerada um problema, os VFBs são preferíveis • Sólidos suspensos medidos como "sólidos suspensos totais", TSS
aos HFBs, porque eles têm uma camada superior insaturada no leito e um
tempo de retenção mais curto do que os HFBs. • Nutrientes4, ou seja, nitrogênio e fósforo
• Patógenos, metais pesados e contaminantes orgânicos.
2.8.4 Aspectos de cor
As áreas úmidas construídas são freqüentemente chamadas de
O efluente de qualquer processo de tratamento biológico de águas
“sistemas simples e de baixa tecnologia”, mas os processos de
residuais, como um pântano construído, pode ter uma cor amarelada
tratamento biológico, físico e químico envolvidos estão longe de ser
ou acastanhada. Isso é causado por substâncias húmicas, como
simples. Eles ocorrem em diferentes zonas na principal camada ativa
ácidos húmicos ou huminas (Figura 4). A coloração pode reduzir a
do pântano construído, o “leito filtrante”. Essas zonas incluem:
aceitação social da reutilização de águas residuais.
• Sedimento, leito de areia
• Zona da raiz, água nos poros
Os ácidos húmicos são originados da degradação biológica da
matéria orgânica, sendo a fração não biodegradável da matéria
• Lixo, detritos (material orgânico particulado não vivo,
orgânica. Os ácidos húmicos são um composto natural da água do
como serapilheira)
solo, lago e rio. Não são prejudiciais ao meio ambiente, mas têm um • Água
impacto negativo nos processos de desinfecção com cloro ou • Ar
radiação ultravioleta. • Plantas e raízes de plantas
• Zonas de biomassa, como bactérias que crescem na areia e se
Quando as águas residuais tratadas são utilizadas na descarga do fixam nas raízes
vaso sanitário, é mais fácil usar porcelana colorida para o vaso
sanitário do que tentar remover a coloração, uma vez que as O tratamento de águas residuais no leito filtrante de pântanos
substâncias húmicas só podem ser removidas por tecnologias construídos é o resultado de interações complexas entre todas essas
avançadas, como carvão ativado, ozônio, oxidação fotocatalítica zonas. Um mosaico de locais com diferentes níveis de oxigênio existe
(Guylas et al., 2007; Abegglen et al., 2009). em pântanos construídos, o que desencadeia diversos processos de
degradação e remoção.
A partir das experiências dos principais autores, a água cinza após o
tratamento em um pântano construído tende a ter sem cor. Por outro
lado, as águas residuais domésticas ou águas negras após o tratamento Tabela 1. Visão geral dos processos de remoção de poluentes em subsuperfície
em um pântano construído são muitas vezes, mas nem sempre, fluxo CWs.
ligeiramente amarelo ou marrom (veja por exemplo a Figura 4).
Poluente Processo

Orgânico • A matéria orgânica particulada é removida por


material sedimentação ou filtração, então convertido
(medido como em BOD solúvel.
BOD ou COD) • A matéria orgânica solúvel é fixada por biofilmes
e removida devido à degradação por bactérias
aderidas (biofilme em caules, raízes, partículas
de areia, etc.).

Suspenso • Filtração
sólidos (TSS) • Decomposição por bactérias especializadas do solo
durante longos tempos de retenção

Azoto • Nitrificação e desnitrificação em biofilme


• Absorção pela planta (apenas influência limitada)

Fósforo • Retenção no solo (adsorção)


• Precipitação com cálcio, alumínio e ferro

Figura 4. Amostras de águas residuais antes e após o tratamento em um • Absorção pela planta (apenas influência limitada)
VFB. Foto esquerda: água cinza pré-tratada (garrafa esquerda) e efluente do CW
que é reaproveitado para irrigação de lavouras (garrafa direita). Foto à direita: Patógenos • Filtração
água negra pré-tratada (garrafa esquerda) e efluente do CW que apresenta • Adsorção
coloração acastanhada típica causada pelo ácido húmico (garrafa direita) (fotos: • Predação (“alimentação”) por protozoários
H. Hoffmann, 2008).
• Die-off devido a longos tempos de retenção

Metais pesados • Precipitação e adsorção


• Absorção pela planta (apenas influência limitada)

3 Critérios de projeto para CWs de fluxo subterrâneo Orgânico • Adsorção por biofilme e partículas de argila
contaminantes • A decomposição devido aos longos tempos de
3,1 Princípios de tratamento retenção e bactérias especializadas do solo é possível

3.1.1 Visão geral dos principais processos

CWs de fluxo subterrâneo conseguem a remoção dos seguintes poluentes


(consulte a Tabela 1 para obter detalhes):
• Matéria orgânica medida como "demanda biológica de 4A remoção de nutrientes não é necessária quando as águas residuais tratadas devem ser
oxigênio" (BOD) ou "demanda química de oxigênio" (COD) reutilizadas para fins de irrigação (consulte a Seção 2.8).

12
O leito do filtro atua como um filtro mecânico e biológico. Os sólidos Mesa 2. Taxas de remoção (em%) de HFBs e VFBs (subsuperfície
em suspensão e os sólidos microbianos gerados são retidos fluxo CWs) para tratamento de águas cinzas. Os valores são semelhantes para o
tratamento de águas residuais domésticas.
principalmente mecanicamente, enquanto a matéria orgânica solúvel
é fixada ou absorvida por um chamado biofilme. Toda a matéria HFB VFB
orgânica é degradada e estabilizada por um longo período por Poluente (Morel e Diener, (Ridderstolpe,
processos biológicos. O tratamento biológico no leito filtrante é 2006) 2004)
baseado na atividade de microrganismos, principalmente bactérias BOD (biológico
aeróbias e facultativas. Esses microrganismos crescem na superfície 80-90 90-99
demanda de oxigênio)
das partículas do solo e raízes, onde criam um biofilme altamente
TSS (total
ativo. 80-95 90-99
sólidos em suspensão)

Os CWs de fluxo subterrâneo são projetados para tratamento aeróbio TN (nitrogênio total) 15-40 30
e facultativo. Os processos aeróbicos sempre precisam da presença As taxas de remoção de fósforo
de oxigênio (ar). Os processos facultativos podem ocorrer sob TP (total dependem das propriedades do material
condições temporárias de oxigênio limitado ou na ausência fósforo) do filtro e do tempo de operação do CW
para.
de oxigênio, quando nitrato (NO - 3 ) é usado por bactérias especializadas
para a oxidação da matéria orgânica. Isso é então chamado de
processo anóxico.
3.1.3 Remoção de nutrientes
CWs são não projetado para tratamento anaeróbico (que ocorre na
ausência de oxigênio), mas algumas pequenas zonas anaeróbicas ainda O crescimento das plantas leva à remoção de nutrientes como
podem existir em CWs, particularmente para CWs e HFBs de fluxo nitrogênio e fósforo: A redução de amônia e fosfato das águas
superficial de água livre. As possíveis emissões de biogás devido a esses residuais domésticas pelo cultivo das plantas é de cerca de 10-20%
processos anaeróbicos são, no entanto, insignificantes em comparação durante o período de vegetação. Mais importantes para a remoção de
com outras fontes. nitrogênio são, entretanto, os processos de nitrificação /
desnitrificação realizados por bactérias.
Uma baixa carga orgânica para o CW permite a degradação de
Remoção de nitrogênio:
matéria orgânica menos degradável (contaminantes orgânicos), que
será decomposta por bactérias naturais especializadas do solo. Essas
bactérias especializadas têm taxas de crescimento muito baixas. Toda • HFBs: Como o transporte de oxigênio para os HFBs é limitado,
a matéria orgânica, sólidos suspensos e também sólidos microbianos não se pode esperar uma nitrificação aprimorada. Por outro
gerados são finalmente reduzidos por processos aeróbicos e anóxicos lado, a desnitrificação pode ser muito eficiente, mesmo em
em CO2, H2O, NÃO3 e n2. proporções muito baixas de carbono para nitrogênio (Platzer,
1999). O nitrato produzido pode ser reduzido em condições
A aceitação de metais pesados por plantas em pântanos construídos anóxicas por bactérias heterotróficas a nitrogênio (N2); isso é
foi relatado. As razões fisiológicas para a absorção de metais pesados chamado de desnitrificação.
ainda não são totalmente compreendidas e provavelmente • VFBs: Em VFBs com suprimento de oxigênio suficiente, a
dependem fortemente da espécie de planta. No entanto, deve-se amônia pode ser oxidada por bactérias autotróficas a
ressaltar que os metais pesados não desaparecem, mas nitrato; este processo é denominado nitrificação. Uma
permanecem nos tecidos vegetais. Em águas cinzas e efluentes nitrificação quase completa com 90% de oxidação de amônia
domésticos, metais pesados geralmente não são um problema, é comumente relatada para VFBs. No entanto, a nitrificação
porque sua concentração é baixa nesses tipos de efluentes. depende fortemente do suprimento de oxigênio. Para o
dimensionamento é essencial calcular o consumo de
3.1.2 Taxas de remoção de poluentes para tratamento de água cinza
oxigênio no VFB (Platzer, 1999; Cooper, 2005; Platzer et al.,
2007). Por outro lado, como os VFBs não fornecem muita
As eficiências de remoção para tratamento de águas cinzas com desnitrificação, o nitrogênio permanece como nitrato no
dois tipos de CWs de fluxo subsuperficial estão resumidas na efluente e a taxa de remoção de nitrogênio total é, portanto,
Tabela 2. É óbvio que existem diferentes taxas de remoção para apenas cerca de 30%.
HFBs e VFBs, bem como para os diferentes parâmetros. As taxas • Combinação: Freqüentemente, uma combinação de um VFB seguido por
de remoção de BOD e TSS são de até 99%, enquanto as taxas de um HFB e recirculação de fluxo é usada quando a remoção de nitrogênio é
remoção de nitrogênio total são de apenas 40% (mas mais altas necessária. Para obter detalhes, consulte a Seção 5.4.
para sistemas híbridos). Os valores podem ser semelhantes para
esgoto doméstico tratamento. Remoção de fósforo:

As concentrações de efluentes de poluentes podem ser calculadas A maioria dos CWs são não projetado principalmente para remoção
multiplicando as concentrações de afluentes no fluxo para o leito do filtro de fósforo e em países em desenvolvimento são praticamente nunca
(isto é, após o pré-tratamento) com a taxa de remoção. projetado para remoção de fósforo, uma vez que geralmente não é
um requisito lá. A remoção do fósforo não é uma questão tão
importante nesses países em comparação com os outros riscos à
saúde decorrentes da descarga de águas residuais não tratadas. Se o
excesso de fósforo nas massas de água receptoras, como lagos e rios,
se tornar um problema importante, um primeiro passo poderia ser
proibir os detergentes que contêm fósforo, como tem sido feito, por
exemplo, na Suíça.

Um projeto confiável para a remoção de fósforo ainda não foi desenvolvido,


embora muitos CWs de fluxo subsuperficial apresentem uma taxa de remoção
de fósforo relativamente alta por um período de tempo

13
(Rustige e Platzer, 2001). A remoção de fósforo pode ser alcançada Em resumo, os efeitos das plantas que contribuem para os processos
em CWs por adsorção e precipitação, e uma pequena quantidade de tratamento em CWs de fluxo subterrâneo incluem:
também é absorvida pelo crescimento da planta. • O sistema radicular mantém a condutividade hidráulica do
substrato de areia grossa.
Os autores estimam que uma taxa de remoção de fósforo • As plantas facilitam o crescimento de colônias de bactérias e
pelo crescimento da planta de até 10% é possível outros microorganismos que formam um biofilme aderido à
dependendo do clima, plantas, tipo de água residual, etc. A superfície das raízes e partículas do substrato.
capacidade de ligação química do fósforo e, portanto, a • As plantas transportam oxigênio para a zona da raiz para permitir
eficiência de remoção de fósforo, diminui durante a vida de que as raízes sobrevivam em condições anaeróbicas. Parte desse
um fluxo subterrâneo CW. Isso se deve aos locais de oxigênio está disponível para processos microbianos, embora a
adsorção limitados da areia. contribuição exata ainda seja um ponto de discussão.

Se a remoção de fósforo for realmente necessária, um filtro de


solo não plantado separado pode ser usado a jusante do fluxo
subsuperficial CW, onde o substrato pode ser substituído uma
vez que sua capacidade de adsorção de fósforo tenha sido
atingida. A troca de substrato também é teoricamente possível
para CWs de fluxo subterrâneo, mas na prática não é
economicamente viável.

3.1.4 Papel das plantas em CWs de fluxo subterrâneo

CWs de fluxo subterrâneo são plantados com plantas macrófitas que


são comumente encontradas em pântanos naturais ou margens de
rios não submersos na região. As plantas são uma parte essencial de
um pântano construído5. Eles são esteticamente agradáveis e
adicionam vegetação a uma área construída. Eles servem como
habitat para animais como pássaros e sapos, e atuam como um
“espaço verde” local.

O mais significativo em comparação com filtros não plantados é a


Figura 5. Sistema de raiz e rizoma de junco (Phragmites australis)
capacidade dos CWs de fluxo subterrâneo - que são, por
(foto da esquerda) e arundo donax (foto da direita) (fotos de M.
definição,com plantas - para manter ou restaurar a Blumberg, 1995).
condutividade hidráulica do leito do filtro. Os filtros de solo
não plantados, por outro lado, devem ser tratados para
recuperar sua condutividade hidráulica, por exemplo, removendo
os poucos centímetros superiores do substrato. 3,2 Considerações básicas de design

As plantas também desempenham um papel importante no processo 3.2.1 Condições necessárias e configuração básica
de tratamento. Eles fornecem um ambiente apropriado para o
crescimento microbiano e melhoram significativamente a As condições necessárias para ser capaz de usar áreas úmidas construídas
transferência de oxigênio para a zona da raiz, que faz parte do leito para tratamento de águas residuais estão listadas abaixo:
do filtro. Além disso, em zonas de clima frio, o material vegetal morto • Deve haver espaço suficiente disponível porque é um sistema de
fornece uma camada de isolamento, que tem um efeito positivo para baixa taxa com um requisito de espaço maior do que os sistemas de
a operação de CWs de fluxo subterrâneo no inverno. alta taxa (Seção 2.7.1).
• Climas sem períodos de congelamento mais longos são
Por exemplo, no caso do junco, existe uma enorme rede de raízes preferíveis, embora CWs de fluxo subterrâneo com projetos
e rizomas6, que mantêm uma alta atividade biológica no pântano ajustados funcionem em climas frios (Jenssen et al., 2008).
construído, devido à sua capacidade de transportar oxigênio das • A situação de luz solar total é preferível e as condições de sombra
folhas para as raízes (ver Figura 5). Para HFBs, uma distribuição total devem ser evitadas. Especialmente para CWs de fluxo
uniforme de raízes em todo o leito do filtro é importante, subsuperficial, é muito importante que a área de superfície possa
enquanto para VFBs apenas a distribuição uniforme de raízes no secar completamente regularmente, pois, caso contrário, o risco de
superior camada (os primeiros 10 cm) é essencial. entupimento aumenta devido ao crescimento excessivo de biofilme
em condições úmidas.
As características de plantas como papiro ou bambu, que são • As plantas utilizadas devem ser adaptadas para o crescimento
adaptadas às condições de crescimento em pântanos em condições parcialmente submersas, ao clima local e às
naturais temporariamente submersos, são provavelmente condições de luz solar / sombra da respectiva localização da
semelhantes. No caso do bambu, suas raízes podem atingir zona húmida.
muito abaixo e, portanto, destruir o forro na base do pântano • Como para todos os processos de tratamento biológico, as águas residuais
construído. não devem conter substâncias tóxicas, embora o alto tempo de retenção
torne as áreas úmidas construídas mais robustas a eventos tóxicos em

5 Existem outros tipos de sistemas de tratamento que têm algumas semelhanças


comparação com sistemas mais altamente carregados.
com SSF CWs, mas funcionam sem plantas; esses sistemas são chamados de • É necessária uma equipe de manutenção bem treinada para realizar
“filtros de solo não plantados” - consulte a literatura relevante para obter mais as tarefas básicas de manutenção.
detalhes sobre esses sistemas, pois eles não estão incluídos neste documento.6
Um rizoma é um caule caracteristicamente horizontal de uma planta que A urbanização e o desenvolvimento futuro da população devem
geralmente é encontrado no subsolo, geralmente emitindo raízes e brotos de
ser considerados ao calcular a vazão esperada de águas residuais
seus nós (fonte: www.wikipedia.org).
para a área úmida construída.

14
Existem algumas considerações gerais sobre a construção de CWs de anos e essas plantas ainda estão produzindo bons resultados de
fluxo subterrâneo, que geralmente são respeitadas: tratamento.
• Recomenda-se uma borda livre de 15 cm para
acumulação de água. 3.2.3 Parâmetros de projeto
• A superfície deve ser plana e horizontal para evitar distribuição
desigual ou “escoamento superficial” (o que significa no caso de
Existem vários parâmetros de projeto para projetar CWs de
HFBs que a água residual está fluindo através da superfície do
fluxo subterrâneo que são usados em diferentes pontos nos
CW para a saída, mas não se infiltrando e, portanto, não
cálculos de projeto, dependendo do tipo de água residual e
recebendo tratamento).
do clima:
• o projeto da área de entrada e tubos de distribuiçãodeve • Área por pessoa em m2/ pe, onde pe significa “pessoa
garantir uma distribuição uniforme das águas residuais, sem equivalente”;
permitir curto-circuitos do fluxo. • Carregamento orgânico por área de superfície em gBOD / (m2· D) ou
o A seleção correta do material de filtro é crucial (consulte a gCOD / (m2· D);
Seção 3.3 para obter detalhes). • Carga hidráulica em mm / d ou m3/ (m2· D);
o A água residual é aplicada ao leito por meio de tubos de • Entrada e consumo de oxigênio (kg / d).
distribuição que possuem pequenos orifícios igualmente
distribuídos ao longo do comprimento dos tubos. Não existe uma abordagem de design comumente aceita que use o tempo de
• Tubos de drenagem colete as águas residuais tratadas na base retenção para dimensionar um fluxo subterrâneo CW.
abaixo do leito do filtro.
• Liner na base: Forro de plástico de PVC, uma camada de O melhor método para minimizar o tamanho de uma área úmida
argila ou uma base de concreto são usados para selar o construída é um pré-tratamento eficiente (consulte a Seção 4) e o
leito do filtro na base (ver Figura 9). Para HFBs, isso é cálculo preciso da carga real. A carga orgânica para um CW (em
sempre necessário. Para VFBs, só é necessário quando o g / d) é igual à taxa de fluxo (em m3/ d) multiplicado pela
efluente vai ser reutilizado ou quando o lençol freático é alto concentração de DBO na água residual pré-tratada (em mg / L).
e a água subterrânea é usada para fins de água potável. Às
vezes, as autoridades também estipulam a vedação da base.

o O forro evita o contato das águas residuais com as águas


subterrâneas, mas de outra forma não melhora a
qualidade do efluente nem evita o entupimento. As
o desvantagens do forro são os custos adicionais, a
dificuldade em encontrar um fornecedor local
(principalmente em áreas rurais), a poluição ambiental
durante a produção do forro de PVC e a necessidade de
especialistas para colocar as folhas de PVC de maneira
adequada no orifício.

Detalhes sobre o projeto de CWs de fluxo subsuperficial são


fornecidos na Seção 5. Atenção especial sempre deve ser dada ao pré-
tratamento (ver Seção 4).

3.2.2 Componentes principais e vida útil do projeto Figura 6. VFB em construção, durante o bombeamento de afluente com
água cinza para teste de distribuição uniforme em Lima, Peru. Observe os
Os principais componentes de um pântano construído são uma
pequenos orifícios nos tubos de distribuição. Toda a superfície é utilizada como
bomba de afluente (para VFBs; isso não é necessário para HFBs), área de entrada, e os tubos são posteriormente cobertos com cascalho após a
tubos de plástico, revestimento de plástico sob os tubos de conclusão dos testes (foto de H. Hoffmann, 2008).
drenagem, cascalho e areia. Portanto, a vida útil do projeto é
determinada pela vida útil desses componentes principais. As bombas
e tubos de alimentação podem ser facilmente substituídos, se
necessário. O cascalho e a areia, na prática, nunca são substituídos. A
vida útil do revestimento de plástico é difícil de prever e a condição do
revestimento de plástico, infelizmente, é impossível de avaliar em um
pântano construído enquanto estiver em uso.

Não há razões teóricas para indicar que os pântanos construídos


parariam de remover matéria orgânica, nitrogênio e patógenos
após um certo período de tempo7. Se um pântano construído
tiver que ser abandonado, é fácil usar o espaço para outros fins
ou apenas deixar as plantas crescerem de maneira selvagem.

Pode-se esperar que as zonas úmidas construídas tenham uma vida útil
pelo menos tão longa quanto outros sistemas de tratamento de águas
residuais, como processos aeróbicos de alta taxa ou lagoas. Algumas áreas
úmidas construídas já estão em operação contínua há mais de 20
Figura 7. VFB em construção na cidade de Bayawan, Filipinas;
a zona úmida tratará águas residuais de um aterro (foto de J.
7
A situação é diferente para a remoção de fósforo, consulte a Boorsma, 2009; projeto apoiado pela GIZ).
Seção 3.1.3.

15
3.2.4 Valores típicos para requisitos de área baixo em águas cinzas, mas é uma consideração importante para
águas residuais domésticas.
O parâmetro de projeto mais simples para pântanos construídos é a área
necessária por pessoa, mas este parâmetro de projeto por si só é não suficiente
para dimensionar adequadamente as áreas úmidas construídas. Este parâmetro
só pode ser usado para uma avaliação básica, a fim de obter uma primeira
3,3 Substrato usado em CWs de fluxo subterrâneo
indicação da necessidade de espaço (consulte a Seção 5 para obter informações A seleção de um substrato permeável adequado em relação ao
detalhadas sobre o projeto). carregamento hidráulico e orgânico é o parâmetro de projeto mais
crítico para CWs de fluxo subterrâneo. A maioria dos problemas de
A Tabela 3 mostra como o clima e o tipo de área úmida tratamento ocorre quando a permeabilidade não é escolhida
construída (HFB versus VFB) influenciam a necessidade de área adequadamente para a carga aplicada.
das áreas úmidas construídas. Esta tabela pode ser usada como
um guia e deve ser lida da seguinte forma: se um pântano Esta publicação se refere apenas ao uso de areia grossa como substrato
construído for menor do que o valor recomendado na Tabela 3, para filtração. Em nossa opinião, este é o substrato mais adequado para a
pode ocorrer uma situação de sobrecarga que causaria sérios aplicação de CWs de fluxo subterrâneo para águas residuais ou
problemas operacionais e desempenho reduzido do tratamento. tratamento de águas cinzas em países em desenvolvimento ou em
Por outro lado, os pântanos superdimensionados não transição (com um clima quente a moderado).
apresentam problemas com a eficiência do tratamento e são
mais robustos, mas são desnecessariamente grandes e caros. Os tubos de drenagem da base são cobertos com cascalho. No
topo desta camada de cascalho, há uma camada de areia de
Para dar um exemplo: um VFB para tratar águas residuais de 40-80 cm de espessura que contém o leito de filtro real do fluxo
3.000 pessoas precisa de cerca de 3.000 a 12.000 m², subterrâneo CW. No topo desta camada de areia existe outra
dependendo do clima e do projeto. Um HFB precisaria de pelo camada de cascalho com cerca de 10 cm de espessura, para
menos o dobro de espaço. evitar o acúmulo de água na superfície. Esta camada superior de
cascalho não contribui para o processo de filtragem.
Deve-se observar que o pré-tratamento necessário é o mesmo para
HFBs e VFBs. Mas o pré-tratamento paraesgoto é diferente do pré-
tratamento de Água cinza, já que as características das águas
residuais diferem (consulte a Seção 4 para obter detalhes).

Tabela 3. Valores aproximados de projeto para estimar a área


requisito para CWs de fluxo subterrâneo em diferentes condições climáticas para
águas residuais domésticas (após o pré-tratamento)8.

Clima quente,
Clima frio, anual
média anual>
Valor de design média <10 ° C
20 ° C

HFB VFB HFB VFB


Área por pessoa
8 4 3 1,2
(m² / pe)

Figura 8. Exemplo de material de filtro usado para VFBs para municipal


3.2.5 Diferenças de projeto entre CWs para águas residuais tratamento de esgoto no Brasil: areia grossa de rio, sem argila nem
domésticas e CWs para águas cinzas silte (foto de C. Platzer, 2008).
As águas residuais domésticas e as águas cinzas têm
características diferentes e devem ser consideradas no Isto é não recomendado para construir camadas com diferentes tamanhos
dimensionamento de um CW. A caracterização de águas de grãos, como grãos maiores no topo, tamanhos de grãos menores na
residuais domésticas e águas cinzas é descrita no Apêndice. base - já que esta abordagem de projeto levou a pântanos construídos
com baixo desempenho no passado.
As principais diferenças entre o projeto de áreas úmidas construídas
para o tratamento Água cinza em comparação com o tratamento Isso é também não Recomenda-se a utilização de uma camada de
águas residuais domésticas ou municipais incluir: tecido entre a camada inferior de gravilha e a camada de areia. Isso
• Nitrogênio e fósforo a remoção é muito mais fácil de conseguir para havia sido incluído em alguns pântanos construídos na Alemanha e
águas cinzas do que para o tratamento de águas residuais levou ao entupimento de zonas mais profundas dos VFBs, que era
domésticas, uma vez que as cargas e concentrações de nutrientes impossível de reverter. Também no caso de HFBs, essa camada de
são muito mais baixas nas águas cinzas devido à falta de urina e separação de tecido teria um impacto negativo na condutividade
fezes. hidráulica.
• Patógeno a remoção não é uma consideração de projeto para o
As recomendações de projeto em relação ao substrato a ser usado em
tratamento de água cinza, uma vez que os níveis de patógenos são muito
CWs de fluxo subterrâneo estão listadas abaixo:
• A areia deve ter capacidade hidráulica (kf valor) de cerca
de 10-4 a 10-3 em.
8
Os valores são os mesmos para o tratamento de água cinza se a • A camada de areia de filtração deve ter uma espessura de 40 a
unidade de pré-tratamento resultou nas mesmas concentrações de 80 cm.
efluente (a unidade de pré-tratamento pode ser menor para o tratamento • A distribuição de tamanho de grão recomendada para o
de água cinza quando o cálculo é feito por pessoa). substrato é mostrada na Figura 32.

16
• O substrato não deve conter argila, limo ou outro Tabela 4. Visão geral de algumas plantas possíveis que podem ser usadas em

material fino, nem deve consistir em material com fluxo subterrâneo CWs em climas quentes. Todas as plantas mostradas
abaixo são plantas macrófitas, exceto vetiver, que é uma grama perene.
bordas afiadas. A Figura 8 ilustra a aparência visual de
Muitas outras plantas são possíveis, ver por exemplo Brisson e Chazarenc
areia adequada. (2009).

Nome da planta Características Desvantagens

Junco de papiro Decorativo 3 m de altura, forma uma


(Cyperus papyrus) (veja a Figura 11). camada na superfície CW, as
raízes são formadas apenas a
partir da planta-mãe.

Junco guarda-chuva Plantas muito robustas,


(Cyperus excelente também para
albostriatus e altamente concentrado
Cyperus ou sal contendo
alternifolius) águas residuais.

Papiro anão Excelente quando é Não sobrevive à sombra


(Cyperus haspens) a única planta. de plantas maiores.

Bambu, menor Decorativo. Crescimento lento


ornamental principalmente nos primeiros 3
espécies anos e se a planta não estiver
bem adaptada ao clima.

De folha larga É frequentemente mais

taboa (Typha resistente no calor


latifolia) condições do que
Figura 9. Esquerda: VFB durante construção em Palhoça, Santa
junco comum.
Catarina, Brasil; os tubos de drenagem situados no topo do forro de PE estão sendo
cobertos com cascalho. À direita: VFB em Lima, Peru durante enchimento com areia
Espécies de gênero Decorativo Algumas plantas dessas
(fotos de H. Hoffmann, 2007).
- Heliconia: espécies preferem a metade
garras de lagosta, sombra, outras cheias
bananas selvagens condições de luz solar.
- Canna: Canna
3.4 Tipos de plantas usadas lírio
- Zantedeschia:
Para a seleção de plantas a serem usadas em pântanos construídos
Lírio de Calla
(principalmente plantas macrófitas, ou seja, plantas aquáticas que crescem
na água ou perto dela), as seguintes recomendações podem ser feitas:
• Use espécies indígenas locais e não importe espécies exóticas, Capim Napier ou Espécies de grama
possivelmente invasivas. Grama elefante nativo das pastagens
• Use espécies de plantas que crescem em pântanos naturais ou (Pennisetum tropicais da África.
margens de rios porque suas raízes estão adaptadas para crescer em
purpureum) Possui uma produtividade
altíssima, tanto como
condições saturadas de água.
forragem para gado
• Plantas com uma raiz extensa e sistema de rizoma abaixo do e como cultura de
solo são preferíveis (ver Figura 5). biocombustível.

• As plantas devem ser capazes de suportar cargas de choque, bem como


curtos períodos de seca. Vetiver Pode crescer até As raízes não crescem tão
• As plantas deveriam não requerido inundações permanentes, mas ser (Crisopogon 1,5 m de altura e bem quando a planta é
zizanioides, forma um eficiente usada como esgoto
capaz de lidar com inundações temporárias e solos saturados de água.
anteriormente chamado sistema radicular. Esse tratamento em áreas úmidas
Vetiveria grama é usada em construídas, mas as raízes
Se as plantas pantanosas devem ser colhidas ou não, é zizanioides ou climas quentes para ainda são suficientes para
discutido na Seção 6.4 como parte das tarefas operacionais. grama cuscuz) controle de erosão e manter a funcionalidade de
para produzir um VFB.
óleo essencial que
Plantas usadas em CWs de fluxo subterrâneo em climas frios da
é destilado de suas raízes. Portanto, o vetiver é recomendado
Europa, Sul da Austrália e América do Norte incluem, por
A grama também é usada apenas para VFBs,
exemplo: como planta forrageira ou mas não para HFBs.
• Junco comum (Phragmites australis): esta é a planta mais para

utilizada na Europa e em países de clima frio. material de artesanato.

• Taboa de folhas largas (Typha latifolia), capim-doce de junco


(Gliceria máxima), canário de capim-canário (Phalaris
arundinacea) e íris amarela (Iris pseudacorus).

Os tipos de plantas usadas em CWs de fluxo subterrâneo em


climas quentes da América do Sul, África e Ásia estão resumidos
na Tabela 4.

17
4 Pré-tratamento do esgoto antes
Tratamento CW de fluxo subterrâneo

4.1 Visão geral dos processos


Os pântanos construídos podem ser chamados de uma etapa de tratamento
secundária, uma vez que sólidos suspensos, partículas maiores, incluindo papel
higiênico e outros resíduos, bem como alguma matéria orgânica, precisam ser
removidos antes que as águas residuais possam ser tratadas em CWs de fluxo
subterrâneo. A tecnologia usada para o pré-tratamento (também chamado de
tratamento primário) depende do tipo e da quantidade de água residual. A
Tabela 5 fornece uma visão geral.

O pré-tratamento é extremamente importante para evitar o entupimento dos


CWs do fluxo subsuperficial, que é uma obstrução dos espaços de poros livres
Figura 10. Reed após dois anos de crescimento em um VFB tratando águas devido ao acúmulo de sólidos (consulte a Seção 5.2.2 para obter detalhes).
residuais domésticas em Haran Al-Awamied perto de Damasco, Síria (foto de E.
von Muench, 2009; projeto apoiado pela GIZ).

Esta seção fornece apenas orientações gerais sobre os processos de pré-


tratamento. Literatura especializada ou especialistas locais devem ser
consultados para planejar o processo de pré-tratamento. Ver, por
exemplo, Gutterer et al. (2009) para equações de projeto para fossas
sépticas, tanques defletores e tanques de Imhoff.

As pequenas estações de tratamento doméstico (com menos de 1 000


ep) são geralmente projetadas sem telas. Neste caso, fossas sépticas,
tanques defletores ou filtros de composto realizam a função de
triagem.

Cerca de 60% dos sólidos suspensos nas águas residuais são


removidos na etapa de pré-tratamento. Como regra básica, o objetivo
é termenos de 100 mg / L de TSS no afluente para um SSF CW (ou
seja, após o pré-tratamento).

Tabela 5. Visão geral dos processos de pré-tratamento disponíveis e seus


adequação para diferentes tipos de águas residuais: GW significa águas cinzas,
Figura 11. Papiro após seis meses de crescimento em um VFB
WW significa águas residuais (X significa: pode ser usado).
tratando esgoto doméstico em Florianópolis, Brasil (foto de C. Platzer,
2008). Doméstico
GW com
Pré- WW ou GW
baixo Biogás
tratamento com alto Escala (pe)
orgânico Produção
processo orgânico
carga
carga

Telas
(mecanicamente X X > 1 000 Não
operativo)
Areia e cascalho
X X > 1 000 Não
remoção

No
Armadilha de gordura X X doméstico Não
nível
Filtro de composto - X Até 70 Não
Tanque séptico - X 5-200 sim
Tanque confuso - X 200-2 500 sim
Tanque imhoff - X 500-20 000 sim
Figura 12. Simsen (Scirpus sp.) em um VFB tratando águas residuais UASB - X > 5.000 sim
domésticas no Olympic Forest Park em Pequim, China (foto de J.
Germer, 2008).

18
a jusante da pia da cozinha, antes que essas águas residuais
sejam misturadas com outros fluxos de águas residuais. A saída
da pia e / ou entrada do coletor de gordura deve ser dotada de
tela removível que retenha restos de comida e areia.

A camada de espuma flutuante deve ser removida periodicamente


antes de ficar tão espessa que se misture com o efluente da
armadilha de gordura. A frequência da retirada depende do uso de
gordura na cozinha.

Para unidades domésticas, podem ser compradas armadilhas de plástico


comerciais com baldes removíveis (ver Figura 14) que simplificam a
limpeza. Os coletores de gordura maiores (como orientação: por mais de
20 ep) devem ser limpos com uma bomba.

Outras recomendações sobre armadilhas de gordura incluem:


Figura 13: Bombeamento de lodo sedimentado da unidade de pré-tratamento
de fluxo subterrâneo CW em Tirana, Albânia. O lodo removido será levado para • Métodos comuns de pré-tratamento para águas residuais
uma estação de tratamento de águas residuais local por meio de tanque municipais (por exemplo, fossas sépticas) também eliminam
(projeto apoiado por GIZ, foto de J. Nowak, 2010) uma fração de FOGs, mas pelo menos para restaurantes e
grandes cozinhas é importante ter uma caixa de gordura porque
as gorduras concentradas causam problemas no pré-
tratamento, bem como bloqueios no esgoto. Os coletores de
4.2 Emissões de biogás durante o pré-tratamento gordura são instalados a jusante da pia da cozinha.
Na maioria das instalações de pré-tratamento, processos de • Se a armadilha de gordura for a única etapa de pré-tratamento
degradação anaeróbia ocorrem no lodo acumulado (ver Tabela 5). para água cinza antes de entrar em um pântano construído,
Esses processos anaeróbicos levam à emissão de biogás, que contém pode ser necessário combiná-la com um tanque de
normalmente cerca de 66% de metano9. Metano (CH4) na atmosfera sedimentação ou ter uma saída no fundo da armadilha. Isso
terrestre é um importante gás de efeito estufa com um potencial de permite a remoção de lamas / sedimentos que podem ser
aquecimento global 25 vezes maior em comparação com o CO2 ao formados por areia, sabão e pedaços de alimentos que, de outra
longo de um período de 100 anos10. forma, passariam para a zona húmida.
• A espuma removida deve ser tratada, por exemplo, por
Infelizmente, a carga orgânica nas águas residuais comunitárias, na compostagem ou por transporte em caminhão-tanque para uma
maioria dos casos, não é alta o suficiente para o uso econômico do estação de tratamento centralizada, se houver uma nas
biogás para cozinhar, iluminar ou aquecer. Às vezes, a distância entre proximidades. O alto valor energético dos FOGs significa que a
o ponto de geração de biogás e o ponto de possível uso do biogás espuma removida também pode ser usada para digestão anaeróbica
também é muito grande. Nestes casos, o biogás deve ser pelo menos (geração de biogás).
queimado (também chamado de “flare”).

Quando o biogás precisa ser queimado, há custos adicionais para


equipamentos de segurança. O flare para uma planta doméstica tem
quase os mesmos custos que um flare para uma planta grande de 20.000
habitantes - portanto, os custos específicos por pessoa são relativamente
altos para flares implementados em sistemas pequenos.

Devido ao fato de que fossas sépticas, tanques defletores, tanques


Imhoff e UASBs levam a emissões de biogás e uma vez que os
queimadores não são econômicos nem práticos em pequena escala, o
projetista deve estar ciente do impacto negativo sobre as mudanças
climáticas desses métodos de pré-tratamento .
Figura 14. Esquerda: Esquema da caixa de gordura. À direita: Caixa de gordura
Recomenda-se sempre verificar a possibilidade de queima do biogás aberta usada para efluente de uma pia de cozinha de uma casa em Lima, Peru,
ou de usar outros métodos de pré-tratamento disponíveis que não antes do tratamento de áreas úmidas. O balde interno pode ser retirado para
produzam biogás. Embora as emissões de gases de efeito estufa remover a graxa (fontes: H. Hoffmann, 2010).
(metano) de processos anaeróbicos nos processos de pré-tratamento
sejam relativamente pequenas em comparação com outras fontes de
gases de efeito estufa, elas ainda devem ser minimizadas o máximo
possível. 4.4 Fossa séptica
Alguns fatos básicos sobre fossas sépticas estão listados abaixo:
• Amplamente utilizado para tratamento de águas residuais
4.3 Caixa de gordura domésticas descentralizado (“no local”) devido à sua construção
simples. Muitos países têm padrões para o projeto de fossas sépticas.
Gorduras, óleos e graxas (FOG) são removidos pela flutuação
• Comum em muitos países em desenvolvimento, mas também em
desse material, que é mais leve que a água, em um recipiente
regiões escassamente povoadas de países desenvolvidos.
• Pode ser usado para pré-tratamento de águas residuais de 5 a
9Veja também a revisão da tecnologia GIZ sobre saneamento de biogás: 200 habitantes.
http://www.gtz.de/en/themen/umwelt-infrastruktur/wasser/9397.htm10 Fonte:
http://en.wikipedia.org/wiki/Methane.

19
• Consiste em duas ou três câmaras (consulte a Figura 14) que têm O processo funciona da seguinte maneira:
uma profundidade de 1,4 m ou mais a partir da ponta do tubo de • A água residual bruta passa por um saco de filtro que é feito de
entrada. material plástico em uma câmara com um tubo de ventilação.
• As câmaras são feitas de concreto ou são instaladas como tanques
de plástico pré-fabricados. • O efluente líquido do filtro de composto é coletado abaixo das
• A taxa de remoção de matéria orgânica, medida como DBO, é mangas de filtro e normalmente precisa ser bombeado para o
normalmente 30%. pântano construído, pois a perda de carga hidráulica nos filtros
• Em climas quentes, as fossas sépticas são projetadas com tempo de composto é de cerca de 1,5 m.
de retenção hidráulica de 1-2 dias. Em climas frios, podem ser • Os componentes sólidos das águas residuais, ou seja, fezes, alimentos e
necessários até 5 dias. papel higiênico, são retidos no cama de palhaque está contido no saco de
• O processo de tratamento é baseado na sedimentação e filtro. Uma vez por semana, é necessário adicionar palha seca para obter
flotação da escória, com degradação anaeróbia parcial do uma proporção adequada de carbono para nitrogênio (C / N) e também
lodo. Este processo leva a emissões indesejadas de biogás para atuar como um material de filtragem e enchimento para melhor
(consulte a Seção 4.2). aeração do composto.
• 2-4 bolsas de filtro são usadas em modo alternado em duas
Em um sistema de três câmaras, a primeira câmara é projetada com câmaras separadas. As dimensões das câmaras dependem
50% do volume total. Ele é conectado à segunda câmara de um nível do número de usuários. Os sólidos retidos são compostados
de 60-80 cm acima do fundo do tanque. Com este arranjo, os sólidos durante a fase de repouso de seis meses, período em que a
sedimentados e a espuma flutuante são retidos principalmente na segunda bolsa está sendo utilizada. Durante esse tempo, a
primeira câmara. A terceira câmara é usada como reservatório para redução do volume pode ser de até 75%.
as águas residuais pré-tratadas.
O produto final, depois de totalmente aerado e deixado sem
As fossas sépticas devem ser removidas regularmente quando a adição de novo material por seis meses, é um material preto
lama na primeira câmara quase transborda. A duração entre os compacto que tem aparência e cheiro de terra preta ou húmus.
eventos de esvaziamento varia com o design e o número de No entanto, o material ainda precisa de tratamento adicional em
usuários, mas pode variar de 1 a 5 anos. outra unidade de compostagem, pois ainda contém patógenos,
como ovos de helmintos (ver Seção 2.8.2).
As lamas fecais removidas devem ser geridas e tratadas de forma
adequada, mas, infelizmente, muitas vezes são simplesmente despejadas As vantagens dos filtros de composto incluem:
em qualquer parte do ambiente. As lamas fecais da fossa séptica não • O efluente ou filtrado de um filtro de composto não tem odores
podem ser reutilizadas sem tratamento posterior. desagradáveis - pelo menos não em climas quentes - de acordo
com a vasta experiência dos principais autores.
• Não há produção de biogás por se tratar de um processo
aeróbio. Esta é uma vantagem pelas razões descritas na
Seção 4.2.

As desvantagens dos filtros de composto incluem:


• Eles precisam de mais manutenção “prática” do que outros métodos
de pré-tratamento.
• Seu uso é limitado a pequenas unidades.
• Os filtros de composto funcionam apenas com águas residuais altamente
concentradas (como águas negras de vasos sanitários com baixa
descarga), porque, caso contrário, muitos sólidos podem ser lavados das
bolsas de filtro.
• Podem ocorrer bloqueios, embora isso geralmente se deva ao fato de você
Figura 15. Esquerda: Esquema da fossa séptica. À direita: fossa séptica com ter selecionado as bolsas de filtro incorretas, onde os poros do filtro são
3 câmaras em construção em uma casa com 15 habitantes em Lima, Peru muito pequenos.
(fontes: H. Hoffmann, 2009).
No geral, o processo parece funcionar de forma confiável em climas
quentes, mas possivelmente nem tanto em climas frios, com base nas
experiências em Linz, Áustria e Berlim, Alemanha.
4.5 Filtro de composto
Um “filtro de compostagem”11 é um novo método de pré-
tratamento, especialmente quando há um desejo de evitar as 4.6 tanque Imhoff
emissões de biogás. Até agora, este processo aeróbio foi usado
apenas para famílias individuais ou até 70 ep, por exemplo, em O tanque Imhoff é um sistema anaeróbio de dois estágios, onde
projetos de saneamento ecológico onde se concentram águas o lodo é digerido em um compartimento separado e não é
negras12 requer pré-tratamento (Gajurel et al., 2004; Hoffmann, misturado ao esgoto que chega13. Pode ser usado em climas
2008; Hoffmann et al., 2009). moderados a frios. É um sistema comunitário compacto e
eficiente para o pré-tratamento de águas residuais municipais de
500 a 20 000 habitantes. Ele remove cerca de 30-40% da matéria
orgânica das águas residuais brutas.
11 Para obter mais informações sobre a compostagem de matéria fecal,

consulte também a revisão da tecnologia GIZ em banheiros de


compostagem:http://www.gtz.de/en/themen/umwelt-infrastruktur/
12
wasser/9397.htm) Blackwater é apenas a descarga do banheiro (ou 13 Na literatura alemã sobre águas residuais, o termo “Emscherbrunnen” é usado

seja, urina, fezes e descarga). para este tipo de tanque.

20
O tanque Imhoff é projetado com três compartimentos: Além disso, uma área úmida construída tratando águas residuais que foi
1. Compartimento superior para sedimentação pré-tratada em um tanque defletor precisa de apenas cerca de 60% da
2. Seção inferior para digestão de lodo área de uma área úmida construída que está tratando águas residuais
3. Ventilação de gás e seção de escória após o pré-tratamento em uma fossa séptica. Portanto, os custos mais
elevados de pré-tratamento para o tanque deflagrado são parcialmente ou
O lodo que é sedimentado e armazenado em um tanque Imhoff deve ser totalmente compensados pelo custo mais baixo para o pântano
removido periodicamente por uma bomba. É estabilizado e pode ser seco, construído.
compostado ou usado diretamente na agricultura, desde que os aspectos
de higiene sejam considerados e as precauções de segurança relevantes
tomadas (ver Seção 2.8.2).

Há mais produção de biogás do que em tanques sépticos, mas


infelizmente a carga orgânica em águas residuais comunitárias
geralmente não é alta o suficiente para o uso econômico ou queima
do biogás.

Figura 17. Esquema de tanque defletor com seis compartimentos (fonte:


Gutterer et al., 2009).

4,8 reator UASB


O reator de manta de lodo anaeróbico de fluxo ascendente (UASB) é
uma tecnologia para tratamento anaeróbio de águas residuais
desenvolvida pelo Sr. Lettinga da Holanda (van Haandel e Lettinga,
1995). É frequentemente usado em climas quentes para tratamento
de águas residuais municipais e para efluentes industriais com altas
cargas orgânicas, como efluentes de padaria ou cervejaria. Existem
Figura 16. Esquerda: esquema do tanque Imhoff com três
também muitas aplicações no Brasil para águas residuais municipais.
compartimentos. À direita: tanque Imhoff em construção em uma área
rural do Peru (fontes: H. Hoffmann, 2008).

O afluente entra na base do reator UASB e flui para cima.


Devido à alta carga e design especial, as bactérias anaeróbias
4.7 Tanque deflagrado formam grânulos de lodo, que filtram as águas residuais
biologicamente e mecanicamente. A saída para o esgoto
A fossa deflectora é uma fossa séptica melhorada e é usada, por exemplo,
tratado e a captação do biogás fica na parte superior do
pela BORDA14 para tratamento de águas residuais primárias em
reator.
comunidades com 200 a 2 500 habitantes como parte de seus “DEWATS -
sistemas descentralizados de tratamento de águas residuais” (ver Gutterer
O reator UASB é uma tecnologia muito compacta que atinge
et al. (2009) para detalhes). Esse tipo de sistema também é chamado de
até 80% de redução de matéria orgânica (medida como DBO).
reator anaeróbio com defletores.
Os reatores UASB são adequados apenas para usinas
maiores (> 5.000 ep), pois têm uma complexidade técnica
As características do tanque deflagrado são:
relativamente alta. Eles têm uma baixa produção de lodo e a
• O tanque defletor tem de 4 a 6 compartimentos em vez dos 2 ou 3
captura integrada de biogás permite a utilização ou queima
compartimentos de tanques sépticos. O tempo total de retenção é
do biogás.
muito mais curto do que em uma fossa séptica: em climas quentes,
10-12 horas são usadas em comparação com 24-48 horas para fossas
A lama pode ser perdida do reator UASB com as águas residuais
sépticas.
pré-tratadas e entrar no leito do filtro CW. Portanto, o
• A taxa de remoção de matéria orgânica medida como DBO é dimensionamento adequado da seção de decantação no reator
cerca de 40% em climas frios e 60% em climas quentes; UASB é muito importante. A alta eficiência do pré-tratamento
conseqüentemente, a produção de biogás é maior do que em com UASBs permite áreas úmidas construídas relativamente
fossas sépticas e o biogás deve ser queimado ou aproveitado. pequenas.
Novamente, isso infelizmente não é comumente feito na prática
devido aos custos adicionais do flare ou tubulação de gás e
queimador de biogás.
• O lodo é estabilizado e pode ser usado na agricultura, desde que os
5 Princípios de design para CWs de fluxo
aspectos de higiene sejam considerados e as precauções de
segurança relevantes sejam tomadas (consulte a Seção 2.8.2).
subterrâneo
Esta seção explica os princípios gerais de projeto para leitos de
Os tanques defletores têm uma taxa de remoção mais alta de matéria fluxo horizontais (HFBs) e leitos de fluxo verticais (VFBs), que são
orgânica (40-60% de remoção de DBO) em comparação com os tanques dois tipos de áreas úmidas construídas com fluxo subterrâneo
sépticos (normalmente 30%) devido à clarificação mais eficiente e retenção (SSF CWs). O leito do filtro consiste principalmente de areia e
de lodo no tanque deflagrado. raízes de plantas. O cascalho do leito não tem função filtrante,
mas serve para cobrir os tubos de distribuição de afluentes e de
drenagem e evitar poças na superfície.
BORDA é uma organização alemã sem fins lucrativos: http://
14

www.bordanet.org/

21
5.1 Leitos de fluxo horizontais (HFBs) 2006). No entanto, o fator limitante é a carga orgânica, o que
significa que a água cinza combaixo carga orgânica (de
Como os projetos iniciais de CWs de fluxo subterrâneo eram para HFBs, chuveiros ou lavanderia) provavelmente pode ser aplicada ao
eles ainda são o tipo mais comum de fluxo CW subterrâneo. No início, os HFB com cargas hidráulicas ainda maiores.
HFBs geralmente tinham uma qualidade de efluente ruim, principalmente
devido às áreas de entrada que eram muito pequenas, mas hoje em dia os
HFBs bem projetados são amplamente aceitos como um sistema de
tratamento robusto com baixa necessidade de manutenção. Os HFBs são
uma opção interessante, especialmente em locais sem fornecimento de
energia e baixo gradiente hidráulico, enquanto os VFBs requerem bombas.

Em HFBs, a água residual flui lentamente através do meio


poroso sob a superfície do leito em um caminho horizontal
até atingir a zona de saída (consulte a Figura 18). Na saída, o
nível de água no HFB é controlado por um tubo vertical
ajustável. Para operação contínua, a altura submersa do leito
deve ser inferior a um terço da altura total do leito do filtro
para evitar condições anaeróbicas no leito.
Figura 18. Seção transversal esquemática de um HFB (fonte: Morel e
A matéria orgânica das águas residuais é removida por bactérias da Diener, 2006).
superfície das partículas do solo e das raízes das plantas. O
fornecimento de oxigênio desempenha um papel importante para a
eficiência do processo de tratamento. Ao contrário dos VFBs, os HFBs
têm muito pouca transferência externa de oxigênio adicional. Esta é
uma das razões para a maior exigência de área de HFBs.

A segunda razão é a menor área de entrada disponível: a área de


entrada consiste na largura do leito multiplicada pela profundidade
do leito, enquanto nos VFBs toda a área de superfície é usada como
área de entrada.

Mesmo em climas quentes, há pouco espaço para redução de área de


HFBs. Eles são, portanto, menos adequados do que os VFBs para Figura 19. Corte transversal esquemático de um HFB mostrando pré-tratamento
aplicações urbanas onde o espaço é caro. com fossa séptica à esquerda (fonte: Fehr, 2003).

Se a reutilização de águas residuais for um objetivo, os HFBs não são


recomendados em climas quentes devido às suas taxas de
evaporação muito altas nesses climas.

As recomendações básicas de projeto para HFBs que tratam águas residuais


domésticas são:
• Enquanto a superfície do filtro é mantida nivelada para evitar a
erosão, a inclinação do fundo deve ser de 0,5-1% da entrada à
saída para obter uma boa drenagem (Morel e Diener, 2006).

• A profundidade dos leitos de filtro é normalmente em torno de 60 cm com


uma borda livre adicional de 15 cm para o acúmulo de água.
• A área de superfície específica necessária é sobre 3-10 m² /
pedependendo da temperatura e outros fatores15. Em climas
quentes, menos área é necessária devido à maior atividade
biológica. Em climas frios, o valor mínimo do projeto não
deve ser inferior a 5 m² / ep (por exemplo, na Alemanha).
Figura 20. Zona de entrada com pedras num HFB perto de Leiria, Portugal
• A carga orgânica por área de superfície não deve exceder
(foto de J. Vymazal, 2003).
4-10 gBOD / (m² · d) em climas frios (Wood, 1995; Morel e
Diener, 2006) ou 16 gCOD / (m² · d) (DWA, 2006). Não há
dados disponíveis para climas quentes com substrato de Os HFBs são mais simples de projetar e construir do que os VFBs; no
areia grossa. entanto, eles ainda podem falhar devido a erros de projeto. O ponto
• A carga hidráulica deve ser de 60-80 mm / d para águas mais importante para um projeto adequado é a zona de entrada, que
cinzas (Wood, 1995; Ridderstolpe, 2004; Morel e Diener, atua como um filtro e remove uma parte significativa dos sólidos em
2006) e 40 mm / d para águas residuais (DWA, suspensão.

15 Em geral, o parâmetro de design "requisito de área por pessoa" é inferior ao tratar Em HFBs, o entupimento ocorre principalmente como uma obstrução
Água cinza de uma pessoa média. Mas, uma vez que as características da água cinza da área de entrada por sólidos em suspensão ou acúmulo de um
variam amplamente (por exemplo, água cinza de cozinha versus água cinza de biofilme (lodo). É causado por pré-tratamento insuficiente, alta carga,
chuveiro), é melhor usar o carregamento de BOD como um parâmetro de projeto. Para área de entrada subdimensionada ou material de filtro muito fino.
águas cinzas combaixo Concentrações de DBO, o carregamento hidráulico pode ser
usado para o projeto.

22
HFBs projetados incorretamente também podem apresentar “escoamento Em VFBs, as águas residuais são bombeado intermitentemente para a
superficial”. Isso ocorre se a área de entrada for muito pequena ou superfície e então drena verticalmente para baixo através da camada de
obstruída e as águas residuais se acumularem na área de entrada, inundar filtro em direção a um sistema de drenagem na parte inferior. O processo
o pântano e fluir para a saída sem infiltração e, portanto, sem tratamento. de tratamento é caracterizado por intervalos de carregamento
intermitentes de curto prazo (4 a 12 doses por dia) e longos períodos de
descanso durante os quais a água residual se infiltra através do substrato
Para evitar o entupimento e o escoamento da superfície, as seguintes insaturado e a superfície seca. O carregamento intermitente do lote
ações são recomendadas: aumenta a transferência de oxigênio e leva a atividades de alta
• O melhor método para evitar problemas de entupimento degradação aeróbia. Portanto, os VFBs sempre precisam de bombas ou
e infiltração é otimizar a eficiência do pré-tratamento. pelo menos carregamento de pulso de sifão, enquanto os HFBs podem ser
operados sem bombas.
• A zona de entrada pode ser preenchida com pequenas rochas ou
cascalho grosso e deve ter vários tubos de riser vertical para garantir As recomendações básicas de projeto para VFBs tratando águas residuais
que as águas residuais sejam distribuídas uniformemente por toda a domésticas são:
largura e profundidade. • A superfície superior do filtro deve ser mantida nivelada e os tubos
• Outra possibilidade é introduzir uma pequena barragem após 2 de distribuição são frequentemente cobertos com cascalho para
m do leito para que a primeira parte da superfície do HFB sirva evitar o acúmulo de água aberta durante os períodos de
como zona de entrada (Figura 21). bombeamento.
• É absolutamente necessário realizar um dimensionamento • Os tubos de distribuição devem ser projetados de forma que
hidráulico pela lei de Darcy para garantir um gradiente alcancem uma distribuição uniforme das águas residuais pré-
hidráulico suficiente no leito do filtro16. tratadas em todo o leito úmido construído (ver Figura 6). Isso é
garantido selecionando o diâmetro correto dos tubos de
Os pontos a seguir fornecem orientação básica para o projeto de distribuição, comprimento dos tubos, diâmetro dos orifícios e
HFBs com material de filtro de areia grossa: espaçamento entre os orifícios nos tubos de distribuição.
• Um uso eficiente da área do filtro é dado por um comprimento do filtro
(distância da entrada à saída) de cerca de 5-8 m (DWA, 2006). • A distância entre os tubos de drenagem é baseada no projeto
Comprimentos de filtro mais longos levariam a problemas hidráulicos. detalhado, mas pode ser em torno de 5 m. Os tubos de drenagem
• Um comprimento de entrada (ou largura do leito) de mais de 15 m é são cobertos com cascalho para permitir uma boa drenagem.
incomum na Alemanha; outras abordagens de projeto usam • Uma inclinação inferior de 0,5-1% na direção da saída é
comprimentos de até 25 m. Certamente, um comprimento de importante para grandes VFBs.
entrada de mais de 30 m não é recomendado, pois leva a uma • A profundidade dos leitos de filtro de areia deve ser de no
distribuição de fluxo desigual. Em vez disso, a área de entrada deve mínimo 50 cm, com mais 20 cm de cascalho na base para
ser dividida em vários compartimentos com entradas separadas. cobrir os tubos de drenagem, 10 cm de cascalho no topo do
• O tamanho do grão do meio filtrante deve ser grande o leito e 15 cm de borda livre para acúmulo de água. O
suficiente para permitir o fluxo contínuo da água residual cascalho na parte superior evita o acúmulo de água livre na
sem entupir, mas não deve ser muito grande para reduzir a superfície e poderia, de fato, ser omitido se não houvesse
eficiência do tratamento. acesso ao CW para o público.
• A área de superfície específica necessária é geralmente 3-4 m² /
peem regiões frias e 1-2 m² / pe em regiões quentes17. No
entanto, isso também pode variar dependendo da opção de
reutilização e da legislação local. Os autores têm boas
experiências com o projeto de VFBs em climas quentes com
cerca de 1,2 m² / ep (Platzer et al., 2007).
• A carga orgânica por área de superfície deve ser limitada a
20 gCOD / (m²·d) em climas frios (DWA, 2006; ÖNORM,
Figura 21. Esquerda: Vista lateral do nível de líquido em um HFB mostrando a 2009). Isso se aplica a águas cinzas e águas residuais. Os
barragem de entrada para controlar o entupimento e evitar o escoamento superficial autores tiveram boas experiências com o projeto de VFBs
das águas residuais. A seta vertical esquerda é influente e a seta vertical direita é em climas quentes com cerca de60-70 gCOD / (m² · d),
efluente. Direita: Vista superior da geometria correta de HFBs maiores, onde o correspondendo a aproximadamente 30-35 gBOD / (m² · d).
comprimento do filtro (veja as setas verticais) é de 5 a 8 m, e a largura do leito (veja as
• A carga hidráulica para VFBs em climas frios não deve exceder
setas horizontais) é de no máximo 30 m (fonte: Platzer, 2000).
100-120 mm / d (DWA, 2006). As experiências dos autores
mostraram que em climas quentes, taxas hidráulicas de até 200
mm / d de águas residuais pré-tratadas podem ser aplicadas
5,2 Leitos de fluxo vertical (VFBs) sem influência negativa. Durante eventos de chuva, uma carga
hidráulica de curto prazo de até 500 mm / d pode ser aplicada.
5.2.1 Recomendações básicas de design
• O fator chave em climas quentes é o dimensionamento de acordo
Os VFBs são mais adequados do que os HFBs quando há restrição de com a disponibilidade de oxigênio, consulte a Seção 5.2.2.
espaço, pois têm maior eficiência de tratamento e, portanto, precisam
de menos espaço.

17 Emgeral, o parâmetro de design "requisito de área por pessoa" é inferior ao tratar


Água cinza de uma pessoa média. Mas, uma vez que as características da água cinza
16
Em dinâmica de fluidos e hidrologia, a lei de Darcy é uma equação variam amplamente (por exemplo, água cinza de cozinha versus água cinza de
fenomenologicamente derivada que descreve o fluxo de um fluido através chuveiro), é melhor usar o carregamento de BOD como um parâmetro de projeto. Para
de um meio poroso (fonte: www.wikipedia.org) Consulte os manuais de águas cinzas combaixo Concentrações de DBO, o carregamento hidráulico pode ser
design para obter detalhes, como Metcalf e Eddy (2003). usado para o projeto.

23
As experiências com o entupimento do solo em pântanos construídos
diferem amplamente, uma vez que o problema depende de muitos
fatores. Aeração suficiente do solo (ou leito) é o principal fator para o
funcionamento adequado dos VFBs e, portanto, os seguintes aspectos do
projeto são muito importantes:
• A água residual precisa ser bombeada para os VFBs de
forma intermitente (4-12 vezes por dia)
• VFBs que tratam águas residuais municipais devem ter pelo menos4
camas para poder repousar as camas de forma regular: 6 semanas
de funcionamento e 2 semanas de repouso.
• É necessária uma distribuição uniforme das águas residuais.

Figura 22. Seção transversal esquemática de um VFB (fonte: Morel e Diener, • A carga de sólidos filtráveis deve ser menor que5 g /
2006)18. A camada intermediária de areia grossa normalmente tem uma altura (m² · d) e isso requer um pré-tratamento eficiente.
de 50 cm, e a camada de cascalho superior uma altura de 10 cm. • Plantas adequadas com sistemas de rizoma / raízes bem
desenvolvidos desempenham um papel importante na manutenção e
restauração da condutividade do solo.
• A carga hidráulica e orgânica para os VFBs precisa ser
verificada regularmente e não deve exceder os valores de
projeto fornecidos na seção anterior.

Em VFBs, o suprimento de oxigênio é a consideração chave para a


degradação eficiente da matéria orgânica, para a nitrificação e para evitar
o entupimento. É por isso que o parâmetro de design comumente usado
“área por pessoa equivalente” não é suficiente para garantir bons
resultados de tratamento.

Figura 23. Corte transversal esquemático de um VFB mostrando o pré- O dimensionamento de VFBs com base na demanda de oxigênio foi
tratamento com uma fossa séptica à esquerda (fonte: Fehr, 2003). desenvolvido pela primeira vez por Platzer (1999). O projeto depende da
demanda de oxigênio para a oxidação da matéria orgânica e para a
nitrificação, bem como a entrada de oxigênio (frequência de carga, volume
O desenvolvimento de VFBs tem sido muito rápido desde a
de carga, raízes e área superficial).
publicação dos primeiros resultados na conferência IAWQ em
Cambridge, Reino Unido (Cooper e Findlater, 1990). Devido à sua alta
O carregamento intermitente do lote é mais significativo para a entrada de
capacidade de tratamento para remoção de matéria orgânica e
oxigênio: uma transferência adequada de oxigênio em VFBs só é garantida
nitrificação, os VFBs tornaram-se “estado da arte” durante os últimos
quando a aplicação e a infiltração ocorrem em um curto período de tempo
20 anos (Platzer, 1999; Philipi et al., 2006, Platzer et al., 2007).
com atraso suficiente para a próxima aplicação.

A remoção de sólidos em suspensão e de matéria orgânica é de cerca


Ainda existe uma falta de conhecimento sobre o impacto total de todos os
de 90-99%. Nitrificação quase completa com oxidação de amônia 90%
fatores que podem influenciar a eficiência do tratamento da área úmida
é comumente relatada. Mais informações sobre a remoção de
construída: As condições climáticas, as características das águas residuais,
nitrogênio são fornecidas na Seção 3.1.3.
as influências das plantas e os processos de degradação microbiana. Suas
interações entre si ainda não são totalmente compreendidas. Cada área
5.2.2 Obstrução do solo e aeração do solo em VFBs úmida construída bem planejada, operada e monitorada pode nos
Um aspecto extremamente importante dos VFBs é o risco potencial fornecer informações importantes para obter uma melhor compreensão
de entupimento do solo que resulta em uma falha geral do sistema do processo de tratamento.
(Cooper e Green, 1994; Platzer e Mauch, 1997; Winter e Goetz, 2003).
O entupimento “temporário” do solo ocorre regularmente em VFBs e
faz parte do processo. O descanso regular dos canteiros reverte o 5.3 O Sistema Francês para o tratamento combinado
entupimento temporário do solo. primário e secundário de águas residuais brutas

Em VFBs, o entupimento ocorre como uma obstrução da área de superfície Desde cerca de 1990, um fluxo vertical especial de fluxo
por sólidos em suspensão ou devido a um biofilme de rápido crescimento subsuperficial CW para o tratamento de águas residuais brutas tem
(lodo). É causado por um pré-tratamento deficiente, alta carga ou areia de sido usado na França, chamado de “Sistema Francês”. Um aspecto
filtro muito fina. O termo usado na literatura é “entupimento do solo”, muito interessante sobre este sistema é que ele faznão requerem
mesmo que o termo “entupimento do leito” seja melhor. uma etapa de pré-tratamento, portanto, evita os problemas
associados à produção de lodo e geração não intencional de biogás.
O entupimento é uma reação normal causada pela atividade biológica dos Em vez disso, o pré-tratamento é realizado no primeiro estágio do
microrganismos. Portanto, o sistema deve ser projetado grande o Sistema Francês, que também é um VFB.
suficiente para que períodos de descanso em partes do leito do filtro
possam ocorrer. Outra possibilidade de evitar o entupimento é manter a A descrição a seguir deste sistema VFB de dois estágios é baseada
carga baixa o suficiente para que ela não ocorra devido aos processos principalmente em uma publicação de Molle et al. (2005).
naturais de degradação.
A primeira fase do sistema francês é um VFB preenchido comcascalho
e é projetado para pré-tratamento de águas residuais brutas. A água
residual bruta, após a triagem ou mesmo sem triagem, é bombeada
18 Nota sobre este esquema: Os tubos de distribuição são comumente noa camada de para esse leito por meio de tubos de diâmetro tipicamente 100 mm.
cascalho superior. Esses tubos de distribuição não têm orifícios ao longo do
comprimento do tubo, ao contrário dos VFBs convencionais

24
que têm pequenos orifícios. O efluente pré-tratado passa então camada (d10 de 0,25 mm a 0,4 mm)20. Na França, todas as camas de
pelo segundo estágio para tratamento posterior, que é um VFB filtro são geralmente plantadas com junco comum (Phragmites
preenchido comareia grossa. australis)

Molle et al. (2005) recomendam dividir o primeiro estágio para


tratamento de águas residuais brutas em três VFBs, e o segundo
estágio para tratamento secundário em dois VFBs, como pode ser
visto na Figura 24.

Figura 26. Tubos de distribuição de águas residuais brutas na primeira fase (VFB)
no Sistema Francês em Albondón, Espanha (foto de T. Burkard, 2007).

Para o dimensionamento do Sistema Francês de tratamento de águas


residuais municipais, Molle et al. (2005) recomendam:
• Para a primeira fase: 1,2 m² / pe (equivalente a um
carregamento médio100 de gCOD / (m² · d); 50 gTSS / (m² · d);
Figura 24. Sistema francês, da esquerda para a direita: três VFBs (filtros) para
10 gTKN / (m² · d) e 120 L / (m² · d) dividido em três
pré-tratamento e dois VFBs para tratamento secundário em Albondón, Espanha,
unidades idênticas com alimentação alternada.
com 800 habitantes. A usina não precisa de fornecimento de eletricidade, pois é
construída em uma encosta (foto de T. Burkard, 2005). • Para o segundo estágio: 0,8 m² / pe dividido em dois leitos de filtro
alimentados paralelamente ou alternadamente. Isso resulta em uma
carga média muito baixa de 25 gCOD / (m² · d).
O primeiro estágio é operado em fases alternadas para controlar o
crescimento da biomassa e manter as condições aeróbias no VFB. Cada
Molle et al. (2005) relataram para o leito de cascalho altamente
VFB recebe todas as águas residuais brutas por 3-4 dias e, em seguida, fica
carregado (primeiro estágio) uma eficiência de remoção de 80% COD,
em repouso por 6-8 dias enquanto os outros leitos de filtro são usados.
86% TSS e 50% TKN, que é mais eficiente do que qualquer processo
de pré-tratamento convencional. Em alguns países, esses resultados
seriam até suficientes para a descarga do rio. Os sólidos retidos
A água residual bruta é tratada (ou "filtrada") no primeiro estágio em fluxo
formam uma camada de lodo, que limita a infiltração e melhora a
vertical: ela passa primeiro por uma camada de cascalho fino de 30 cm
distribuição da água na superfície.
(tamanho de partícula de 2-8 mm), depois por uma camada de cascalho de
transição de 10-20 cm (5 -20 mm de tamanho de partícula) e então atinge a
O acúmulo de lodo no leito do filtro do primeiro estágio é de
camada de drenagem (cascalho com tamanho de partícula de 20-40 mm
cerca de 1,5 cm por ano. O lodo se mineraliza na superfície do
ou mesmo tamanho de partícula de 30-60 mm) no fundo do leito do filtro
leito do filtro e deve ser removido após 10-15 anos, quando
(ver Figura 25). Os sólidos são retidos na superfície onde são mineralizados
uma camada de até 20 cm já se acumulou. O
19 (veja a Figura 26).
reaproveitamento do lodo para fins agrícolas é possível, mas,
como sempre, depende também do teor de metais pesados
da água residuária.

O segundo estágio é necessário para completar a nitrificação e para


alcançar a remoção do patógeno e para uma redução adicional de
COD e TSS (isso é chamado de “polimento”). O sistema francês de
tratamento de águas residuais brutas normalmente remove 90% do
COD, 96% do TSS e 85% do TKN.

Este sistema é uma opção interessante para pequenas


comunidades por ser simples e de baixo custo. Isso evita as
desvantagens do pré-tratamento convencional, ou seja, a
produção primária de lodo e as emissões de biogás (ver Seção
Figura 25. Pré-tratamento de águas residuais brutas no primeiro estágio (a VFB) do
4.2). O Sistema Francês é usado há mais de 20 anos, e
Sistema Francês (fonte: Molle et al., 2005). As águas residuais fluem para fora dofim aproximadamente 500 áreas úmidas construídas desse tipo
dos tubos de distribuição (sem pequenos orifícios ao longo do comprimento do tubo). existem na França. Algumas fábricas agora também estão em
uso na Alemanha, Portugal e Espanha.

Os dois VFBs usados no segundo estágio podem ser operados em


Em geral, a necessidade de espaço do sistema francês em
comparação com VFBs e HFBs convencionais é a seguinte
paralelo com a opção de colocar um filtro em repouso ou alternar a
(como o sistema francês já inclui o pré-tratamento, o
operação. Os VFBs do segundo estágio têm uma areia de 30 cm

20 O d10 é o diâmetro do grão que corresponde ao tamanho do grão

Em biologia, mineralização se refere ao processo em que uma substância onde 10% dos grãos são menores do que o tamanho do
19
grão (ver Apêndice para mais detalhes).
orgânica é convertida em uma substância inorgânica.

25
o requisito de área para pré-tratamento ainda precisaria ser Tabela 6. Requisitos de área de exemplo para VFBs (consulte SuSanA
21
adicionado no caso de VFBs e HFBs): estudos de caso para detalhes )
• para climas quentes:
Específico Tamanho CW
HFB> Sistema francês> VFB (o que significa que os VFBs exigem Localização e
área parametros
menos espaço) tipo de esgoto
(m2/educaçao Fisica) (valores medidos)
• para climas frios:
7 000 ep; Haran Al-Awamied, Síria
HFB> VFB> Sistema francês (o que significa que o sistema
0,4 2 992 m2; 300 m3/ d; (esgoto doméstico após
francês requer menos espaço) (43 L / (cap · d)) tanques de sedimentação)

3.000 pessoas; Bayawan City, Filipinas (águas


As desvantagens do sistema francês incluem:
0.9 2 680 m2; 150 m3/ d; residuais domésticas após
• Devido à necessidade de carregamento intermitente para cada das
(50 L / (cap · d)) tanques sépticos)22
duas etapas, duas estações elevatórias são necessárias. Um sifão de
140 pessoas; Hamburgo Allermoehe,
escorvamento automático para o carregamento de lote intermitente
1,7 240 m2; 10-13 m3/ d; Alemanha (água cinzenta depois de
dos leitos de filtro pode, às vezes, ser usado para evitar o
(82 L / (cap · d)) decantador)
bombeamento. Os sifões precisam de uma diferença de altura
suficiente entre o nível do afluente e a área de superfície. SolarCity Pichling Linz, Áustria
460 pe; 771 m2; taxa
1,7 (água cinza e filtrado da água
• O sistema francês não é adequado para pequenos sistemas de fluxo desconhecida
marrom23 filtro de composto)
domésticos devido a potenciais problemas de higiene de ter
acesso aberto a águas residuais não tratadas no jardim ou 270 pe;
Dubai, Emirados Árabes Unidos
perto de casa. 1,9 500 m2; 25-30 m³ / d;
(água cinza após sedimentação)
(102 L / (cap · d))
• Muitos especialistas hesitam em construir o Sistema Francês
porque temem a falta de aceitação devido à aplicação de
águas residuais brutas nos leitos de filtro. O sistema,
portanto, não deve ser construído em áreas densamente
povoadas para evitar problemas de aceitação social.

Em nossa opinião, o Sistema Francês tem um potencial significativo para o


futuro para as estações de tratamento de águas residuais domésticas a
nível comunitário, que são vedadas para evitar o acesso descontrolado.

5.4 Sistemas híbridos


Vários tipos de CWs de fluxo subterrâneo podem ser combinados
a fim de alcançar eficiências de tratamento mais altas,
especialmente para remoção de nitrogênio e patógenos. Nestes
sistemas, as vantagens dos sistemas HFB e VFB são combinadas
para se complementar. Tem havido um interesse crescente em
sistemas híbridos, embora sejam mais caros de construir e mais Figura 27. Fluxo subterrâneo CW na cidade de Bayawan, Filipinas. O
caminho no meio separa o VFB e o HFB (foto de J.
complicados de operar do que os sistemas não híbridos. 24
Boorsma, 2009; projeto apoiado pela GIZ).

5.5 Exemplos de projetos A Tabela 7 mostra como as cargas separadas das águas cinzas e
negras foram calculadas para uma escola em Lima (Hoffmann, 2008;
A Tabela 6 contém exemplos de pântanos construídos para o tratamento Hoffmann et al., 2009). Ambos os fluxos de águas residuais são
de águas cinzas e águas residuais domésticas. Em climas quentes, a área tratados separadamente em dois pântanos construídos e são
específica pode ser relativamente baixa, pois a atividade biológica é alta. posteriormente usados para fins de irrigação25.
No entanto, é arriscado construir pântanos que são projetados de forma
muito agressiva com uma área específica baixa, pois há um risco maior de A escola consome cerca de 200 m³ de água potável por mês.
falha do processo. 18 pessoas vivem constantemente na área da escola e cerca
de 40 pessoas vêm de fora. A ocupação diária foi calculada
com 70 ep. Como todas as instalações sanitárias já existiam, a
separação das águas cinzas só foi possível para a padaria da
escola comercial, lavanderia e duas cozinhas (a da escola e
uma privada). Na cozinha da escola são preparadas cerca de
60 refeições por dia.

21
http://www.susana.org/lang-en/case-studiesTipo de área
22
úmida: VFB seguido por HFB Brownwater é uma mistura
23
de fezes e água. Consulte o estudo de caso da SuSanA
24
para obter mais informações:
http://www.susana.org/lang-en/casestudies?
view=ccbktypeitem&type=2&id=5125 Para obter mais informações
sobre este projeto em inglês, consulte o estudo de caso da SuSanA:
http://www.susana.org/lang-en/casestudies?
view=ccbktypeitem&type=2&id=70

26
O efluente de todos os banheiros (com banheiros, chuveiros e
pias) e de duas cozinhas privadas é misturado e denominado
“blackwater”. A carga específica de águas negras por pessoa teve
que ser estimada com antecedência, o que é um desafio comum
em projetos de saneamento sustentável. Recomenda-se sempre
utilizar fatores de segurança adequados nos cálculos para evitar
situações de sobrecarga.

Tabela 7. Exemplo de cálculo de carga de água cinza e


córregos de águas negras e a ocupação da área resultante dos dois CWs para
uma escola em Lima, Peru (a base do projeto foi de 70 ep). O texto em itálico
entre colchetes fornece as taxas de redução.

Água cinza Água Preta


Unidades Totaluma Separa- Graxa Separa- Composto
ção armadilha ção filtrob

7 000 2 100 4 900 Figura 28. Esquerda: Caixa de gordura com defeito e muito acúmulo
L/d N/D N/D de lodo. À direita: o lodo da caixa de gordura obstrui a área de
(100%) (30%) (70%)
infiltração do CW que ficou preta porque não há mais transporte de
3 500 630 2 800 2 100 oxigênio e ficou entupido (foto por
gBOD / d 700 (20%)
(100%) (-10%) (80%) (-25%) H. Hoffmann, 2009).
m² para VFB em
clima quente com N/D 21 N/D 70
As tarefas operacionais necessárias para o leito de filtro de pântano
30 g BOD / (m² · d)
construído incluem a verificação regular de:
Notas: N / A = sem efeitouma A vazão de águas residuais foi calculada pela
• bombas
água potável conhecida
uso por mês, o BOD foi baseado na norma peruana (ver Tabela 8). • estruturas de entrada para obstruções e para o nível de água
b Blackwater é pré-tratada em um filtro de composto (ver Seção 4.5), • estruturas de saída para o nível de água
Foi estimada uma redução de 25% na DBO. • taxa de carga hidráulica e cargas de poluentes, ou seja,
concentrações de afluente e efluente de BOD e SS, bem como
Resultados após dois anos de operação: taxa de fluxo do afluente
• A remoção de DBO nos VFBs para águas cinzas (21 m²) e águas • vegetação de terras úmidas para doenças, insetos, etc. (remova ervas
negras (70 m²) é de cerca de 95%. daninhas e plantas predatórias até que a vegetação de terras úmidas
• A remoção de sólidos suspensos é de cerca de 90% no esteja totalmente estabelecida).
VFB de água cinza e 86% no VFB de água negra.
• O número de bactérias coliformes termotolerantes é inferior Se a manutenção for ignorada, as seguintes consequências ocorrerão mais
a 1 000 por 100 ml no efluente. cedo ou mais tarde:
• Toda a água tratada é utilizada para irrigação de plantações, árvores • distribuição de fluxo desigual
e áreas verdes (Hoffmann, 2008). • sobrecarga local e odor
• deterioração da eficiência do tratamento.

6 Operação e manutenção 6.2 Tarefas para a operação de HFBs


É muito importante verificar se o leito do filtro está entupido. O
6,1 Tarefas operacionais para HFBs e VFBs
entupimento ocorre, por exemplo, em HFBs que foram construídos muito
Embora as áreas úmidas construídas sejam sistemas de “baixa tecnologia”, elas ainda longos, ou seja, onde a distância horizontal entre a entrada e a saída é
requerem manutenção adequada por uma pessoa treinada com habilidades básicas. muito longa. Esses HFBs têm uma alta carga hidráulica em uma zona de
entrada relativamente curta.

A unidade de pré-tratamento requer manutenção conforme indicado Uma possível etapa de renovação para tais HFBs é dividir o HFB
na Seção 4, dependendo do tipo de tecnologia. A eficiência das ao meio após a metade do comprimento horizontal, cavando
unidades de pré-tratamento deve ser verificada regularmente. uma vala e colocando tubos de drenagem lá. A nova vala se
Quanto maior for o sistema, maior será a frequência necessária. O tornará uma vala de entrada ou de “alimentação” também. Com
efluente do sistema de pré-tratamento deve ser analisado quanto a esta modificação, a zona de entrada dobra e a distância do fluxo
sólidos sedimentáveis usando um “cone de Imhoff” para saber a é reduzida à metade.
quantidade de sólidos que está sendo transferida para o pantanal. A
lama dos sistemas de pré-tratamento deve ser removida Outra possibilidade é introduzir uma pequena barragem após 2 m da
regularmente. entrada para o leito (ver Figura 21). Com esta medida, a primeira
parte do HFB serve como zona de entrada.

Outras tarefas para o operador e, portanto, considerações para o


designer incluem:
• Quando o lodo se acumula na zona de entrada do HFB, o
leito do filtro deve ser retirado de operação para que possa
secar. Na pior das hipóteses, todo o material do filtro
afetado na área de entrada deve ser trocado. Até o filtro

27
material é trocado, o CW não pode operar e tratar as águas
residuais.
• Especialmente no caso de HFBs, é recomendável ter a
possibilidade de, ocasionalmente, represar o leito do filtro
completamente para poder controlar o crescimento das
plantas pantanosas.
• Para garantir a aeração suficiente do leito do filtro, é
recomendável ter a opção de diminuir o nível de água
até o fundo do HFB.

6.3 Tarefas para a operação de VFBs


Os VFBs precisam de mais operação e manutenção do que os HFBs.
As seguintes atividades de operação e manutenção devem ser
realizadas para VFBs:
• A distribuição uniforme do efluente pré-tratado em toda a
superfície é importante para os VFBs e deve ser monitorada.
Válvulas na frente dos tubos de distribuição e tampas removíveis Figura 29. Esquerda: limpeza dos tubos de distribuição de águas residuais abrindo e
na extremidade permitem a limpeza dos tubos durante as fases fechando válvulas e tampas durante a fase de bombeamento (plantas de cana guarda-
de bombeamento (ver Figura 29). No caso de um leito de filtro, chuva de papiro de tamanho médio logo após o replantio). À direita: tampa aberta em
ou áreas do leito de filtro, ser afetado por entupimento e um tubo de distribuição bloqueado (fotos de VFB para tratamento de águas negras em
uma escola em Lima, Peru por H. Hoffmann, 2009)
precisar descansar, as válvulas podem ser fechadas.
• Os intervalos de alimentação de águas residuais devem ser
mantidos por um sistema automático com bombas ou sifões. No
entanto, VFBs para o tratamento de água cinza de residências 6.4 As plantas de áreas úmidas devem ser colhidas ou não?
podem ser projetadossem uma bomba ou sifão, se a produção
de água cinza tiver intervalos adequados e regulares. Se as plantas de pântanos construídos devem ser colhidas ou
• A superfície deve ter a possibilidade de secar entre cada não, é uma questão de debate. Uma resposta geral não pode ser
carregamento com águas residuais. dada, mas as plantas precisam ser colhidas se afetarem a
• Ação imediata deve ser tomada em caso de entupimento (consulte a operação ou as atividades de manutenção. Experiências em
Seção 5.2.2 para obter detalhes). Um VFB pode se recuperar bem zonas de clima quente mostraram que em VFBs as plantas devem
após um período de descanso de duas semanas, quando o leito do ser removidas a cada dois anos para permitir uma verificação
filtro pode secar. No entanto, em zonas de clima frio com baixa visual do sistema de distribuição.
temperatura e períodos de congelamento (temperatura 0-8 ° C), um
VFB não pode se recuperar tão rapidamente. É por isso que os VFBs Além disso, há uma diferença entre um clima “quente e seco” e um
devem ser projetados muito maiores em zonas de clima frio (consulte clima “quente e úmido”. Por exemplo, em Dubai com um clima quente
a Tabela 3). e seco, a taxa de decomposição do junco morto acumulado na
• É melhor sobrecarregar uma parte do leito do filtro para dar um superfície é muito lenta, enquanto no Brasil com um clima quente e
descanso à outra parte do que esperar que todo o sistema se úmido é muito rápida. Portanto, uma área úmida construída em
recupere ao mesmo tempo. Uma vez entupido, o sistema não se Dubai precisará de colheita mais frequente do que uma no Brasil (ver
recupera sem períodos de descanso. Foi demonstrado que um Figura 30 e Sievert e Schlick (2009)).
VFB pode recuperar quase completamente sua eficiência após
longos períodos de descanso (Platzer e Mauch, 1997). Esse Os benefícios da colheita de plantas de pântanos construídos
período de descanso é necessário para secar completamente a incluem:
camada obstruída e pode ser tão curto quanto três semanas em • Os nutrientes absorvidos pelas plantas serão removidos
um clima seco e ensolarado a cerca de seis meses em um clima do sistema.
frio e úmido. • Menos biomassa vegetal pode tornar as tarefas de manutenção mais
fáceis no caso de VFBs.
• Pode ser possível usar o material vegetal como cultura de
forragem ou palha.

Benefícios de não colheita de plantas de pântanos construídos


incluem:
• Criação de uma camada isolante de material vegetal morto - isso
só é importante para zonas de clima moderado.
• Fornecimento de uma fonte de carbono para desnitrificação se a remoção de
nitrogênio for importante.
• Nenhuma alteração do funcionamento ecológico das zonas húmidas.
• Menos trabalho para o pessoal de manutenção.

28
• Matéria oleosa no efluente às vezes ocorre especialmente em
HFBs; esse efeito também pode ser causado por substâncias
húmicas.

Se possível, as amostras de efluentes também devem ser analisadas


profissionalmente em um laboratório de água de tempos em tempos,
especialmente quando o efluente é reutilizado para irrigação.

7 Referências e outros recursos


Observação: para todos os documentos sem direitos autorais, é
fornecido um link de URL. Para artigos de periódicos, use os sites
www.sciencedirect.com ou www.iwaponline.com para ver o
resumo e ver as instruções de compra do artigo.

Os artigos da revista “Water Science and Technology” podem


Figura 30. Pântano construído em Dubai para tratamento de águas ser vistos usando www.sciencedirect.com até o volume 40, e
residuais onde o junco atingiu uma altura de 6 m (foto de W. Sievert, 2007). a partir do volume 40 estão disponíveis no
www.iwaponline.com.

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U. (2007) Compreendendo o uso e descarte de água cinza nas
Figura 31. Cyperus papyrus após 12 meses de crescimento em um VFB: O
áreas sem esgoto na África do Sul. Relatório para o Relatório WRC
crescimento ocorreu na superfície, mas sem raízes verticais suficientes. As
plantas podem cair e não contribuir mais para o processo de tratamento. da Comissão de Pesquisa da Água No 1524/1/07, África do Sul,
Eles precisam ser removidos e replantados (foto por http://www2.gtz.de/Dokumente/oe44/ecosan/en-useand-
H. Hoffmann, 2008). disposal-greywater-2007.pdf

Cooper, P. (2005) O desempenho de sistemas alagados construídos


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6.5 Solução de problemas básicos transferência de oxigênio e taxas de carregamento hidráulico,Ciência
Uma indicação do desempenho do leito de filtro pode ser e Tecnologia da Água51(9), 81-90,
obtida verificando o efluente do pântano construído quanto à www.iwaponline.com.
aparência visual e odor:
• Turbidez e / ou cor acinzentada é um indicador de Cooper, P. e Findlater, BC (1990) Proceedings of the
suprimento insuficiente de oxigênio. A reação deve ser:o International Conference on the Constructed wetlands in
No caso de VFBs, uma distribuição uniforme deve ser
Water Pollution Control, ISBN 978-0080407845, Pergamon
assegurada. Pode ser que os intervalos entre os eventos de
Press, Cambridge, UK.
bombeamento do afluente sejam muito curtos. Assim, a
superfície não pode secar e isso pode levar ao
Cooper, P. e Green, B. (1994) Sistemas de tratamento de leito de
junco para tratamento de esgoto no Reino Unido - os primeiros
entupimento.
10 anos de experiência. Ciência e Tecnologia da Água32(3),
o No caso de HFBs, a drenagem do efluente deve ser
317-327, www.iwaponline.com.
reduzida para permitir mais suprimento de oxigênio no
leito do filtro.
DWA (2000) Bemessung von einstufigen Belebungsanlagen
• Um cheiro desagradável de ovos podres indica condições
(Projeto de plantas de aeração de estágio único, em alemão).
anaeróbicas no leito do filtro. Esta é uma situação muito crítica.
ATV-DVWK-A 131, ISBN 978-3-933707-41-3, DWA Hennef,
O leito do filtro deve ser colocado em repouso e a carga para o
Alemanha,www.dwa.de.
leito do filtro deve ser reduzida para aumentar o suprimento de
oxigênio (consulte a Seção 5.2.2).
DWA (2006) Arbeitsblatt DWA-A 262: Grundsätze für
• Efluente claro, mas de cor ligeiramente amarelada ou acastanhada devido
Bemessung, Bau und Betrieb von Pflanzenkläranlagen mit
aos ácidos húmicos, é uma situação normal em sistemas de tratamento
bepflanzten Bodenfiltern zur biologischen Reinigung
biológico, especialmente em áreas úmidas (ver Figura 4).
kommunalen Abwassers (Princípios para o dimensionamento,

29
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31
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GTZ (2008) FAQs Constructed Wetlands. Uma opção
sustentável para tratamento de águas residuais nas Filipinas, A GIZ e os parceiros compilaram uma grande coleção de fotos de
GTZ-Filipinas e na cidade de Bayawan, Filipinas,http:// pântanos construídos no site de compartilhamento de fotos
www2.gtz.de/Dokumente/oe44/ecosan/en-FAQsconstructed- Flickr.com, veja aqui (ou use a palavra de pesquisa "pântano
wetlands-2008.pdf. construído"):
http://www.flickr.com/photos/gtzecosan/sets/7215762265235
Kadlec, R. e Wallace, S. (2009) Treatment wetlands. 2WL 3912 /
edição, CRC press, Boca Raton, FL, USA. ISBN-978-1-
56670-526-4. Os desenhos técnicos estão disponíveis aqui:http://
www.susana.org/lang-en/library/rm-technical-drawings
Kivaisi, AK (2001) O potencial de áreas úmidas construídas para
tratamento e reutilização de águas residuais em países em
desenvolvimento: uma revisão.Engenharia Ecológica16(4), 545-560,
www.sciencedirect.com. 8 Apêndice

Proceedings of the IWA Specialist Group Conferences on the "Use 8,1 Apêndice 1: Características das águas residuais
of Macrophytes for Water Pollution Control": domésticas e águas cinzas
• Viena, Áustria, 1996
• Águas de São Pedro, Brasil, 1998 8.1.1 Esgoto doméstico
• Orlando, FL, EUA, 2000
• Arusha, Tanzânia, 2002 As águas residuais domésticas são uma mistura de todos os efluentes de
• Avignon, França, 2004 uma casa, ou seja, de casas de banho, WC, lavandaria e cozinha. As águas
• Lisboa, Portugal, 2006 residuais municipais contêm águas residuais domésticas mais águas
residuais industriais, escoamento de águas pluviais e água de infiltração.
• Indore, Índia, 2008
• Veneza, Itália, 2010
• Perth, Austrália, 2012 (planejado)
Para obter informações atualizadas, consulte o site IWA Water Wiki do
Grupo de Especialistas em www.iwawaterwiki.org/. Tabela 8. Fatores de carga de unidade típicos em águas residuais brutas para quatro
países.
Artigos selecionados das Conferências do Grupo de Especialistas da Carga
IWA foram publicados em:
Brasiluma Perub Alemanhac EUAd
g / (capital · d)
• Ciência e Tecnologia da Água 35(5), 1997 BOD 54 50 60 85
• Ciência e Tecnologia da Água 40(3), 1999
120 198
• Ciência e Tecnologia da Água 44(11-12), 2001 BACALHAU

• Ciência e Tecnologia da Água 48(5), 2003 TSS 90 90 70 95


• Ciência e Tecnologia da Água 51(9), 2005 TKN 10 12 11 13
• Ciência e Tecnologia da Água 56(3), 2007
P Total 3 1.8 3
Procedimentos das conferências "Wetland Pollution Dynamics Óleo e
15e 31
and Control (WETPOL)": www.wetpol.org graxa
• Ghent, Bélgica, 2005 Taxa de fluxo em
100-300f 150-250 100-150f 190-460
• Tartu, Estônia, 2007 L / (capital · d)

• Barcelona, Catalunha (Espanha), 2009 Notas:


• Praga, República Tcheca, 2011 uma Jordão e Pessoa (2009)b Em espanhol: Norma de Saneamiento
S.090 (1997) Resolución
Ministerial Nº 048-97-MTC / 15 VC de 27/01/97 - Reglamento
Artigos selecionados das conferências WETPOL foram
Nacional de Construcciones, Peru
publicados em: cDWA (2000), 85% do valor do arquivod Metcalf e Eddy (2003)e Com
• Ciência do Meio Ambiente Total 380(1-3), 2007 base em valores de concentração de óleo e graxa no Brasilf Com
• Ciência do Meio Ambiente Total 407(13), 2009 base nos valores de concentração de DBO no Brasil / Alemanha
• Engenharia Ecológica 35(2), 2009
• Engenharia Ecológica 35(6), 2009
A caracterização das águas residuais domésticas é geralmente
Site de um grande projeto de pesquisa na Alemanha que foi expressa como carga per capita, e os valores típicos são bem
concluído em 2003 e contém relatórios importantes (em alemão documentados para os países industrializados, mas nem tanto para
e inglês): www.bodenfilter.de/engdef.htm(design do site: K. os países em desenvolvimento. A massa de DBO liberada por
Tempel e H. Kolster, 2003; proprietário: G. Fehr) indivíduos varia em uma faixa relativamente estreita (ver Tabela 8) e
essa variação é principalmente devido às diferenças na dieta, bem
como ao status socioeconômico. Em países em desenvolvimento
7.2.2 Estudos de caso da Aliança de Saneamento como Egito, Índia, Palestina, Zâmbia ou Quênia, as cargas de DBO são
Sustentável (SuSanA) apenas cerca de 30 g por pessoa por dia (Metcalf e Eddy (2003);
Jordão e Pessoa (2009)).
Os estudos de caso de projetos de saneamento sustentável com
áreas úmidas construídas estão listados aqui (selecione por A vazão e a concentração das águas residuais são resultado do
tecnologia):http://www.susana.org/case-studies consumo de água potável. O consumo per capita de água pode
variar imensamente entre os países ou mesmo dentro de um país
devido aos diferentes níveis de renda.

32
A capital peruana, Lima, por exemplo, está situada em um deserto, mas pessoas, mais água cinza eles produzem. Os agregados
famílias ricas usam até 400 litros de água por pessoa por dia, enquanto familiares sem ligação de água interna produzem águas cinzas
pessoas que vivem em assentamentos informais sem abastecimento que são mais concentradas do que as águas residuais de áreas
público de água usam apenas 20 litros por pessoa por dia.26. ricas, devido ao menor consumo de água e às práticas de reúso
existentes: A água é primeiro utilizada para higiene pessoal,
Em contraste com a situação em Lima, o menor consumo de depois para lavar roupa e depois para lavar o chão.
água na Alemanha se deve ao uso mais consciente da água e
aos preços mais altos da água. O menor consumo de água Para famílias com banheiros secos, como latrinas, banheiros com
resulta em águas residuais que são mais concentradas, mas separação de urina e desidratação27 ou banheiros compostáveis, a
as cargas de massa per capita (como gCOD / (pessoa · d)) produção de água cinza é igual à produção total de águas residuais
permanecem as mesmas, independentemente do respectivo da casa. Por outro lado, para residências com autoclismos, a
consumo de água. produção de águas cinzas é igual ao fluxo total de águas residuais
menos a quantidade usada para a descarga dos sanitários. As águas
A caracterização de águas residuais domésticas não está residuais do autoclismo são chamadas de “águas negras” e a sua
completa sem discutir a presença de patógenos. Este aspecto é quantidade depende do tipo de autoclismo. Normalmente o volume
discutido separadamente na Seção 8.2. varia entre 40-60 L / (cap · d).

8.1.2 Greywater As seguintes quantidades de água cinza foram medidas em projetos


de saneamento sustentável no Peru e no Brasil pelos principais
Greywater é definido como esgoto doméstico sem descarga sanitária.
autores:
Portanto, não deve conter urina e fezes, mas na prática pode conter
• Lavagem das mãos em banheiro público: 0,5-1 L de água por evento
vestígios de ambos e, portanto, vestígios de patógenos. Para obter
de lavagem das mãos
uma estimativa da quantidade, consulte Ridderstolpe (2004) e
• Tomando banho de 5 minutos: 40 L de água
Ottoson (2003). Os patógenos em águas cinzas se originam
• Preparar uma refeição básica de três pratos em um restaurante
principalmente das seguintes vias de contaminação:
e lavar os pratos depois: 5-25 L de água.
• Lavar a região anal de uma pessoa no chuveiro ou banheira.
• Lavar fraldas ou roupas íntimas.
O uso específico da água depende da região e dos aparelhos,
• Recrescimento de patógenos (em particular bactérias) no tanque
e também a composição desses efluentes é diferente e às
de coleta de água cinza.
vezes difícil de prever. Alguns exemplos são dados a seguir.
Greywater é a água residual de fontes como chuveiros, banheiras,
pias para lavar as mãos, lavanderia, limpeza de pisos, pias de cozinha Água cinza de chuveiros ou lavanderia:
e similares. Em comparação com as águas residuais domésticas, as
• Esta água cinza contém detergentes, cuja degradabilidade
águas cinzas têm níveis significativamente mais baixoscargas per
depende do produto; recomenda-se o uso de detergentes
capita de matéria orgânica, nutrientes (nitrogênio e fósforo) e
biodegradáveis. As fibras têxteis e o cabelo humano
patógenos. Os valores padrão para essas cargas não existem porque
costumam ser mal retidos em telas de água cinza e podem
as características da água cinza variam amplamente, dependendo das
causar problemas em bombas e válvulas. É necessária uma
fontes da água cinza.
limpeza regular das bombas e válvulas.
• Hábitos inesperados, como urinar no chuveiro, podem
o concentração de matéria orgânica em águas cinzas pode diferir
causar problemas de odor quando o efluente do chuveiro é
significativamente de águas residuais domésticas: a concentração de
tratado por conta própria (em albergues, áreas de esporte
matéria orgânica é muito mais baixa quando a água cinza vem
ou camping) ou quando o efluente é armazenado antes do
apenas de chuveiros / lavanderias, mas é maior quando a água cinza
tratamento.
vem de cozinhas e restaurantes.

Greywater de cozinhas, padarias ou restaurantes:


Uma análise detalhada das características da água cinza foi
• Este tipo de água cinza pode ter uma carga orgânica muito alta de
publicada por Ridderstolpe (2004) para as condições suecas e
restos de alimentos e óleos e graxas, o que pode resultar em uma
por Gulyas (2007) para as condições alemãs. As características
alta concentração de matéria orgânica de mais de 500 mgBOD / L.
da Greywater na África do Sul e no Quênia foram analisadas
Nesse caso, o pré-tratamento anaeróbio com uso de biogás pode ser
por Carden et al. (2007), Mungai (2008), Kraft (2009) e Raude
uma opção adequada, principalmente em climas quentes.
et al. (2009).

O tratamento e reúso de águas servidas, por exemplo, como parte dos


• A água cinza das pias de cozinha pode ter uma grande quantidade de
areia da lavagem de vegetais, mas a maioria das armadilhas de gordura
conceitos de saneamento ecológico (ecosan), é um conceito relativamente
convencionais não são projetadas para a remoção de areia. Consulte a
novo que muitas vezes é considerado uma forma mais simples de
Seção 4.3 para obter uma solução para este problema.
tratamento de águas residuais, mas ainda falta experiência. A maioria das
tecnologias de tratamento de água cinza é derivada do tratamento
• Além disso, o uso de cinzas para lavagem de louças pode causar
problemas com o entupimento do solo em CWs de fluxo subterrâneo,
convencional de água residual e não foi desenvolvida especificamente
especialmente quando o efluente é misturado com sabão de águas
para o tratamento de água cinza.
residuais de lavanderia: Cinzas e sabão formam um coagulante que
A quantidade de água cinza gerada depende do nível de pode passar por caixas de gordura, mas permanece na superfície do
renda da família. Como regra geral: quanto mais rico o fluxo subterrâneo CW. Portanto, o uso de cinzas para a lavagem da
louça não é recomendado aqui.

26
20 litros de água por pessoa por dia é considerado o consumo
mínimo absoluto de água para se manter saudável pela Organização
Mundial de Saúde (ver “Água, saúde e direitos humanos”, 2003,http:// 27 Para obter mais detalhes sobre UDDTs (banheiros com separação de urina e
www.who.int/water_sanitation_health/humanrights/en/) desidratação), consulte Winker e von Muench (2009).

33
8.2 Apêndice 2: Mais detalhes sobre patógenos e com minhocas). Os possíveis métodos de tratamento para inativar os ovos
sua remoção em áreas úmidas construídas de helmintos nas fezes incluem compostagem termofílica ou
armazenamento de longo prazo (OMS, 2006, volume 4).
Os agentes patogênicos que são transmitidos por águas residuais ou
água contaminada (doenças de veiculação hídrica) são, por exemplo Protozoários e vírus: Protozoários gostam Giardia e
(OMS, 2006): Cryptosporidium têm um impacto significativo em pessoas com
• Bactérias: Escherichia coli, Salmonella typhi, Vibrio sistema imunológico comprometido. A infecção é causada pela
cholera, Shigella, Legionella, Leptospira, Yersinia. ingestão de água contaminada e os cistos e oocistos são
• Protozoários: Entamoeba, Giardia e Cryptosporidium. excretados com as fezes e, portanto, comuns em águas residuais.
• Helmintos (vermes intestinais): Ascaris, Enterobios, A taxa de eliminação dessas pequenas partículas (3-14 µm) é a
Taenia, Schistosoma, Trichuris, Fasciola. mesma dos vírus.
• Vírus: Adeno-, Entero-, Hepatite A-, Polio-, Rota-,
Vírus Norwalk.28 Cada estágio do tratamento elimina alguns patógenos. De modo geral, os
sistemas altamente carregados eliminam menos patógenos do que os
As doenças típicas são diarreias inespecíficas com cólicas e sistemas com baixa carga e longos tempos de retenção (consulte a Tabela
vômitos, náuseas, desidratação ou febre tifóide, cólera, 10).
poliomielite ou também doenças respiratórias (como o
adenovírus). As concentrações de patógenos em águas residuais
brutas são mostradas na Tabela 9. Tabela 10. Redução da unidade de log de patógenos por tratamento selecionado
processos (da OMS (2006), volume 2).

Tratamento Bactérias Helmintos Protozoários Vírus


Tabela 9. Concentrações típicas de microrganismos e patógenos
encontrado em águas residuais brutas.
Assentamento primário 0-1 0- <1 0-1 0-1
Anaeróbico
Concentração Valores tipicos 0,5-1,5 0,5-1 0-1 0-1
Brasil29 EUA30 digestão, UASB
(Número / 100ml) no mundo todo31
Construído
Termotolerante 0,5-3 1-3 0,5-2 1-2
106-1010 106-108 108-1010 pantanal
coliformes
Estabilização
Ovos de helmintos 10-103 10-103 10-103 1-6 1-3 1-4 1-4
Lago
Cistos de Giardia 102-104 103-104 102-105
Cryptosporidium Experiências na Europa mostram que CWs de fluxo subsuperficial
10-102 10-103 10-104
oocistos com fluxo vertical e com pré-tratamento eficiente (fossa séptica ou
fossa de Imhoff) podem produzir efluentes com apenas cerca de 104
Bactérias: bactérias fecais coliformes por 100 mL (Hagendorf, 2005), o que é um
A maioria dos tipos de bactérias coliformes termotolerantes não são bom resultado. A eficiência da remoção do patógeno depende do
patógenos, mas a probabilidade de que bactérias patogênicas sejam tempo de retenção e do material de filtragem: os HFBs são mais
transmitidas só pode ser minimizada pela redução de todas as bactérias. É eficientes do que os VFBs, e a areia é sempre muito mais eficiente do
importante mencionar que as bactérias sobrevivem em climas quentes por que o cascalho.
períodos mais longos (WHO, 2006)32.
Algumas aplicações de reutilização exigem uma desinfecção final do
Ovos de helmintos: efluente por etapas de tratamento terciário, como:
A prevalência de infecções por helmintos no mundo correlaciona-se • Cloro e compostos de cloro que causam a oxidação de toda a
claramente com a cobertura de saneamento. As taxas de infecção da matéria orgânica. O cloro é tóxico para as bactérias e todos os
população, principalmente crianças, nos países em desenvolvimento outros organismos.
podem ser muito altas. Os helmintos são transmitidos por ovos, que • Radiação UV: atua infligindo danos fotoquímicos aos
são resistentes à desinfecção com cloro e são relativamente grandes patógenos. A radiação UV é mais cara do que a
(10-100 µm) (Metcalf e Eddy, 2003). Portanto, a sedimentação em uma desinfecção com cloro, mas não apresenta riscos
lagoa com um longo tempo de residência como pré-tratamento, ambientais e de saúde.
seguida pela filtração em pântanos construídos, mostra bons o Cistos e oócitos não são inativados pela
resultados de eliminação. desinfecção convencional com cloro, enquanto
a desinfecção por UV parece ser extremamente
Os ovos persistem no lodo de tanques de estabilização de resíduos e eficaz (Metcalf e Eddy, 2003).
outros processos de sedimentação e podem sobreviver por mais de o Os vírus são inativados pelo cloro, mas a
10 anos (Metcalf e Eddy, 2003). Os ovos devem ser desativados antes radiação UV parece ser mais eficiente para a
que esse lodo seja usado na agricultura. inativação do vírus (Metcalf e Eddy, 2003).

Ovos de helmintos não são afetados por cal (carbonato de cálcio), Bom pré-tratamento e tempos de retenção estendidos em CWs
digestão mesofílica nem por vermicompostagem (compostagem de fluxo subterrâneo com areia grossa é o melhor projeto
possível para a remoção eficaz de patógenos em pântanos
28 Nãohá evidências de que o HIV, o vírus que causa a AIDS, seja construídos.
transmitido por águas residuais (Metcalf & Eddy, 2003).
29
Jordao e Pessoa (2005)
30
Metcalf e Eddy (2003) OMS
31
(2006), volume 2
32
Isso pode levar a mais problemas com doenças transmitidas pela água como um
resultado das mudanças climáticas nas regiões onde as águas residuais não são
tratadas.

34
8.3 Apêndice 3: Distribuição de tamanho de grão recomendada de areia em CWs de fluxo subsuperficial

É importante prestar atenção ao tamanho do grão da areia usada como material de filtro em CWs de fluxo subterrâneo. O aspecto mais
importante é um tamanho de grão suficientemente grosso. O d10 (veja na figura abaixo), que corresponde ao tamanho do grão onde 10% dos
grãos são menores que esse tamanho, deve estar entre 0,1 mm e 0,4 mm. Idealmente, o d10 deve estar mais próximo de 0,4 mm. A areia não
deve ter publicidade10 mais grosso do que 0,4 mm, pois o efeito de filtração no leito do filtro se deterioraria. Quanto mais íngreme for a curva de
peneiração, melhor.

distribuição de tamanho de grão

lodo areia cascalho


multar meio grosso multar meio grosso multar meio grosso
100

90

80
massa de grão <d -%

70 recomendado
areias
60

50

40
d10
30

20

10

0
0,001 0,002 0,006 0,02 0,06 0,2 0,63 2,0 6,3 20 63 100
diâmetro do grão em mm
Figura 32. Distribuição recomendada de tamanho de grão de areia em CWs de fluxo subsuperficial (Platzer, 1998). A curva de peneiramento da areia deve
ficar entre as duas curvas indicadas no gráfico.

35
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