Compreensão da constituição do Direito cuja causa imanente reside na potência da
multidão – ou seja, há permanência da causa no causado. Esse retorno ao materialismo e
à real “fonte ativa” do Direito reorganiza a maneira como compreendê-lo. Compreensão do que é entendido como “operadores do Direito”, enquanto aqueles que fazem uso, manejam, mas também estão implicados na sua produção e construção. Entendimento que costuma ser associado às atividades advocatícias, judiciárias e legislativas, etc. Vislumbra-se com a perspectiva de Spinoza, uma reformulação dessa categoria, na medida em que passa a ser possível encontrar outros sujeitos ativos de Direito – no povo – que deixam de ser meros titulares da soberania que o constitui e voltam a ser agenciadores dentro da sua estrutura. E diferenciar também que a atuação dentro do Direito não se torna suficiente pela participação – que é já é um grande avanço – cujo médium da vida do mundo com a vida institucional (Estado) é o Direito. Mas sim entender práticas concretas e materiais, sociais, que ativam buscam a produção de direito, a concessão de direitos, o reconhecimento de direitos, moldando o Direito. Spinoza dá muito essa ênfase na Ação – Afeto Ativo Luciana Boiteux – Brigadistas Abortistas na Argentina (fora do Direito) / Escravos na Gringberg (batalha hermenêutica no Direito) / Revolução Haitiana (por uma nova constituição do Direito).