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Os textos, quando lidos separadamente, revelam-se distintos quanto aos temas que
pretendem debater, mas, ao coloca-los em justaposição, conseguimos encontrar uma
tese semelhante por detrás de ambos. Trabalham com o caminho percorrido
mentalmente até a expressão de uma opinião ou discurso, ou seja, o processo
psicológico para que se chegue a uma determinada conclusão. Entretanto, cada texto
discute suas suposições dentro de contextos diferentes e em óticas distintas.
Como a motriz do pensamento do Realismo Jurídico era estudar o Direito, quanto aos
seus efeitos e comportamentos, na prática, fugindo de apenas elucubrações teóricas e
abstratas, e tendo como objeto “o que as cortes provavelmente faziam de fato”, surgiu,
na década de 1930 nos EUA, a hipótese de que os juízes eram influenciados também por
outros fatores não-legais ao tomarem decisões. O que antes Holmes havia colocado
como fator determinante apenas elementos próprios do Direito, Jerome Frank e Joseph
Hutchenson acreditavam que havia, conjuntamente, influências extra-legais. Para Frank
e Hutchenson, o juiz teria em mente ao se deparar com os processos, uma intuição
primária que lhe vinha à mente, e depois disso, procurava nas fontes legais,
justificativas que corroboravam com essa intuição. E essa intuição era baseada menos
em fatores estritamente jurídicos, mas a outros alheios a este, como atributos pessoais
das partes, a alimentação dos juízes, preferências políticas e etc., que eram
extremamente particulares a cada situação. A conclusão pré-legal ou extra-legal do juiz
vinha sempre antes e independentemente da consulta ao material jurídico. Podemos
afirmar, portanto, que Frank e Hutchenson estabeleceram os fundamentos primários da
perspectiva Realista. As pesquisas empíricas tiveram como seus primeiros passos com
Underhill Moore. Este jurista e professor conseguiu constatar que realmente a doutrina
legal tinha uma participação bem pequena no processo decisório dos juízes. A partir de
então, as pesquisas foram aumentando, e importância do empirismo foi esclarecida
como a única forma de determinar quais fatores influíam para certos resultados
jurídicos.