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Manejo de

Formação
das
Frangas de
Postura
Introdução

• Evolução no desenvolvimento das poedeiras;

• Maturidade sexual precoce;

• Diferenças entre linhagens;

• Problemas decorridos do amadurecimento


mais precoce;
Fatores que
contribuem para
formação da franga

Densidade de Programas de
criação alimentação
Debicagem Programas de
iluminação

Controle do peso
corporal e
uniformidade do
lote
1 - Controle do peso corporal e
uniformidade do lote

As tabelas e gráficos de desenvolvimento


corporal mostram como a ave foi feita e como
deve crescer, conforme a recomendação dos
manuais para cada linhagem.

Curvas de desenvolvimento das linhagens –


importante para que o lote atinja a maturidade
sexual com peso corporal recomendado
Controle do peso corporal e uniformidade do lote

Tabela 1 - Peso corporal da linhagem Hy-Line Brown

Fonte: Guia de manejo da linhagem Hy-Line Brown (2009-2011)


Controle do peso corporal e uniformidade do lote

Tabela 2 - Peso corporal ideal da linhagem Hy-Line W-36

Fonte: Guia de manejo da linhagem Hy-Line W-36 (2009-2011)


Controle do peso corporal e uniformidade do lote

Tabela 8- Desenvolvimento do peso corporal e consumo de ração


com programa de luz padrão da linhagem Lohmann LSL

Fonte: Guia de Manejo da linhagem Lohmann LSL


Controle do peso corporal e uniformidade do lote

OBJETIVOS DE CONTROLAR O PESO CORPORAL

• Avaliar o desenvolvimento corporal

• Decisão sobre o tipo e mudança de ração

• Indicação da quantidade de ração a ser ministrada

• Ter referência do momento correto para estimular a luz

• Medir a uniformidade do lote

• Decisão sobre outras práticas de manejo


Controle do peso corporal e uniformidade do lote

Pesagens semanais

– Geralmente as pesagens iniciam-se na 4ª semana;


– Amostragem representativa e em vários pontos do
galpão;
– Amostragem: cerca de 100 aves até 1 a 5% do lote;
– Individual em balanças graduadas 10 em 10 ou de 20 em
20 gramas (para efetuar o cálculo da uniformidade);
– Amostragem de 10% na 16º semana;
– Quando possível pesar 100% das aves na 4ª e 10ª
semanas, separando por categorias (leves, padrão e
pesadas), visando obter correções nos pesos
corporais.
Controle do peso corporal e uniformidade do lote

• Uniformidade do lote

– Calculada pelo peso médio do lote com uma


variação de ±10%;
– Determina a % de aves que se encontram dentro
da faixa de variação;
– Deve-se comparar com o peso esperado.
Controle do peso corporal e uniformidade do lote

• Uniformidade
Relação percentual entre o número achado e o total de
aves pesadas.
Exemplo
Número total de aves pesadas = 150
 Peso médio das aves = 1,27 g
 Limite de intervalo de avaliação =
-10% = 1,14 g
+10% = 1,40 g
Número de aves dentro do limite = 122
 Uniformidade = 122 x 100 = 81,33%
150
Controle do peso corporal e uniformidade do lote

• Cálculo
 Supõe-se peso médio = 1,27 kg
Peso esperado = 1, 22 kg
Variação 10% acima = 1,40 kg
Variação 10% abaixo = 1,14 kg
Controle do peso corporal e uniformidade do lote

Tabela 4 - Uniformidade do lote


Uniformidade % das frangas
Excelente 85 a 100

Bom 80 a 85

Satisfatório 75 a 80

Regular 70 a 75

Não satisfatória Menos de 70


Fonte: Avicultura, 2000
Controle do peso corporal e uniformidade do lote

Debicagem

Distribuição da Causas da má Disponibilidade


de comedouros e
ração uniformidade bebedouros

Nutrição inadequada
Controle do peso corporal e uniformidade do lote

Aves com picos


de produção
mais elevados

Boa Uniformidade
Maior massa do
de ovos uniformidade tamanho dos
assegura ovos

Melhor persistência
da produção
de ovos
Controle do peso corporal e uniformidade do lote

Tabela 5 - Relação entre o peso corporal e a idade ao primeiro


ovo e peso do ovo.

Peso corporal (g) Idade 1º ovo Peso 1º ovo (g)


18
1º ovo mudança
semanas
1100 1360 + 260 153 40,7

1200 1440 + 240 150 42,0

1280 1500 + 200 149 43,7

1380 1590 + 210 148 42,5

Fonte: Leeson & Summers (1997)


Controle do peso corporal e uniformidade do lote

Consumo de ração
•As informações de consumo – manuais devem seguir
como guia
•Fatores que afetam o consumo de ração
•Temperatura
•Produção
•Linhagem
•Ajustar o programa nutricional em função das variações
de consumo
Tabela 6 - Consumo de alimento durante o período de crescimento da linhagem
Hy-Line Brown

Fonte: Guia de Manejo da linhagem Hy-Line Brown (2009 – 2011)


Tabela 7 - Consumo de alimento durante o período de crescimento da
linhagem Hy-Line W-36

Fonte: Guia de manejo da linhagem Hy-Line W-36 (2009 – 2011)


Fatores que contribuem para formação da
franga

1 - Controle do peso corporal e uniformidade do lote;

2 - Densidade de criação;

3 – Debicagem;

4 – Programas de alimentação;

5 - Programas de iluminação.
2. Densidade de criação

• Varia em função das condições ambientais;

• Proporciona uma otimização do uso das instalações e


equipamentos e racionalização da mão de obra;

• Depende de maior ou menor disponibilidade de


equipamentos (comedouros e bebedouros).
Densidade de criação

Tabela 8 – Recomendações de alojamento de aves nas fases


de cria/recria

Fase Gaiola Piso (aves/m2) Gaiola *


(cm2/ave) (cm2/ave)

Cria 150 – 280 10 - 30 142

Recria 300 - 400 7 - 20 284

Fonte: * Patterson & Siegel (1998)


Fatores que contribuem para formação da
franga

1 - Controle do peso corporal e uniformidade do lote;

2 - Densidade de criação;

3 – Debicagem;

4 – Programas de alimentação;

5 - Programas de iluminação.
3. Debicagem
▪ Objetivo

• Previne o canibalismo;

• Evita que as galinhas biquem os ovos na fase de postura;

• Reduz o estresse social entre as aves;

• Redução da bicagem das penas;

• Diminui o desperdício de ração;

• Evita que as aves selecionem as partículas maiores da ração.


Debicagem

Causas do canibalismo

– Excesso de lotação;
– Deficiência nutricional;
– Falta de água / ração;
– Falta de comedouro / bebedouro;
– Ferimento / prolapso do oviduto;
– Hierarquia social;
– Altas temperaturas;

• Para atenuar o problema recomenda-se usar sal


na água ou adotar algo para distrair.
Debicagem
Idade e procedimento

• 1ª debicagem: 7 a 10
dias idade,
• corta-se 1/3 bico;
• 2 a 3 mm das narinas
Debicagem
Idade e procedimento

• 2ª debicagem: 8ª - 14ª semana,


• corta-se 2/3 bico superior e ½ do bico inferior; 4 a 6
mm das narinas,
• Debicando cada bico em separado.
Debicagem

Como debicar?

• Não há padronização de recomendação técnica


• Cada linhagem tem sua recomendação
• Adaptar às necessidades da granja
• Antes da ave atingir a maturidade
Debicagem

1. Apenas do bico superior

Pode ser leve, média e severa


Média e severa devem ser cauterizadas

A debicagem severa causa um estresse


muito grande nas aves, prejudicando o
seu desempenho
Debicagem

2. Bicos superior e inferior

• Remove-se um terço do bico


superior e apenas a
extremidade do bico inferior

• Debicagem leve

• Um terço dos bicos superior


e inferior da ave

• Debicagem severa
Debicagem

Procedimentos e tipos de debicagem

• Selecionar o orifício (4,0; 4,37 ou 4,75mm) da placa adequado pela


idade da ave, (2mm entre narina e anel de
cauterização)

• Inserir o bico no orifício, segurando o corpo da


ave em posição perpendicular à placa,

• Acionar o equipamento, a lâmina abaixa e corta o bico. É preciso


manter o bico no orifício e contra a lâmina por 2 segundos,

• Retirar a ave quando a lâmina subir,


liberando o bico,

• Fazer a cauterização correta do bico.


Debicagem

Procedimentos e tipos de debicagem

Cauterização do bico
Ave debicada e
Observar a temperatura/ sem debicar
cor da lâmina
Debicagem

• Cuidados para a realização da debicagem:

– Deve ser feita por pessoas treinadas;

– Aves saudáveis e não estressadas;

– Evitar coincidências com outros manejos;

– Evitar lâmina quente ou fria demais, a coloração deve


ser vermelho/laranja;

– Fornecer vit. K, 24 a 48 h antes da debicagem 2g/ton.


ração;
Debicagem

• Cuidados para a realização da debicagem:

– Manter o nível de ração no comedouro mais alto até o


bico cicatrizar;

– Antes de cortar, ter o cuidado de retirar a língua,


pressionando a garganta;

– Cauterizar bem para evitar sangramento;

– Debicar nas horas mais frescas;


Debicagem

Conseqüências da má debicagem

• Pode prejudicar a sobrevivência, peso e a uniformidade das


aves;

• Desperdício de ração;

• Redução no desempenho, devido à formação de neuromas


no bico, que são muito sensíveis e causam desconforto;

• Grandes diferenças entre as partes, principalmente


quando a inferior é menor.
Debicagem

Mitos e verdades sobre a prática

MITOS VERDADES
A debicagem é uma mutilação quase A debicagem é realizada por pessoas
que completa do bico. treinadas que realizam a operação com
cuidado evitando o sofrimento da ave.
Com a debicagem as aves sofrem Quando a debicagem é realizada
dores crônicas pelo resto de suas corretamente a ave não sofre de dor
vidas. crônica.
A debicagem dificulta a ave a beber Após a debicagem a ave recupera
água, alimentar-se e realizar outras completamente o uso do bico para
atividades normais. desenvolver suas atividades normais
Aves debicadas produzem menos Aves debicadas produzem a mesma
ovos quantidade de ovos que aves não
debicadas, sendo menos susceptíveis ao
ataque de outras
Fatores que contribuem para formação da
franga

1 - Controle do peso corporal e uniformidade do lote;

2 - Densidade de criação;

3 – Debicagem;

4 – Programas de iluminação;

5 - Programas de alimentação.
Programas de iluminação

Papel da luz

Fotorreceptores
hipotalâmicos/
Fatores
Luz no liberadores
olho

Ovário Hipófise
(FSH – LH)
4. Programas de iluminação

•Reflete na maturidade sexual


• Evita a postura precoce
•Estimular a produção de ovos
•Afetam ganho de peso corporal e uniformidade;
• Deve-se seguir as recomendações para cada linhagem
• Fornecer o número de horas de iluminação conforme a
idade e estado fisiológico das aves
Programas de iluminação

 Considerações para a implantação do programa de


luz:

 O Brasil situa-se entre as latitudes 5º ao norte e


33º ao sul, portanto, ocorre no mínimo 10 h de luz
natural em todo o país o ano inteiro;

 Região Sul= alta latitude - programa de luz na recria

 Região Centro e Norte= pouca diferença do


comprimento do dia, não é feito programa de luz.
Tabela 9 - Iluminação Natural (Nordeste, Centro e Sul)

...

Fonte: Guia de manejo da linhagem Hy-Line W-36 (2009 – 2011)


Programas de iluminação

 Fatores a considerar na elaboração do programa de


luz:

 Tipo de aviário (aberto ou controlado);

 Localização geográfica da granja (latitude);

 Época do ano no alojamento das aves (fotoperíodos


naturais crescente ou decrescente);

 Grau de sensibilidade aos estímulos luminosos (idade


ave).

 As aves são refratárias à luz até a 10ª semana de


idade;
Programas de iluminação

 Regras básicas para o programa de iluminação:


 Recria: evitar a maturidade sexual precoce;
 Postura: estimular a produção de ovos;

 Aves em crescimento devem ser submetidas à


fotoperíodos constante e decrescente;

 Aves em produção devem ser submetidas à


fotoperíodos constante e crescente;

 Não proporcionar estímulos luminosos para aves que


não estejam com o peso corporal adequado,
principalmente abaixo do esperado, pois resultará em
ovos menores e menor produção.
Programas de iluminação
Período de estímulo da luz:
 Quando a ave atingir a idade cronológica mínima (18
sem.);
 Peso corporal mínimo para linhagem,
Hy-Line Brown (1,48 kg),
Hy-Line W-36 (1,27 kg);
 Consumo de nutrientes para suportar a produção;
 Luz do dia constante (ou em cresc.) de pelo menos
12h.
 Estímulo da luz poderá interferir no tamanho e
produção de ovos;
Estímulo precoce renderá em poucos ovos a mais por
ave, com uma redução no tamanho dos mesmos.
Programas de iluminação

Elaboração do Programa:

 Determinar a data em que as aves completarão 10


semanas de idade;
 Verificar o comportamento da luz natural (crescente
ou decrescente);

 Dias crescentes= 21/junho a 21/dezembro;

 Dias decrescentes= 21/dezembro a 21/junho.


Tabela 9 - Iluminação Natural (Nordeste, Centro e Sul)

...

Fonte: Guia de manejo da linhagem Hy-Line W-36 (2009 – 2011)


Programas de iluminação
No caso das aves completarem 10 semanas de idade no
período crescente, o programa será o seguinte:
– Programa de luz (período de luz crescente)

Idade (semanas) Fotoperíodo


1ª semana fornecer 24 h de luz
2ª à 9ª semana Só luz natural

10ª à 17ª semana Programa de luz


decrescente/constante
18ª semana 15 h de luz

20ª semana 16 h de luz

22ª à 50ª semana 17 h de luz

51ª semana ao fim 18 h de luz


produção
Fonte: Avicultura, 2000
24 Luz Natural Crescente – 10 à 17ª semana (Recria)
Descarte
18
17
½ h./sem.

15
14 15
No Horas

min./sem.
12 12
Luz

Programa
de luz
decrescente
Luz natural / constante

Recria Postura
1 d. 3 d. 10 18 22 51 Sem.
Programas de iluminação

Como fazer o programa de luz decrescente?

1. Verificar a hora em que o dia vai clarear na


data que o lote vai completar 18 semanas (por
ex.: 6 hs);
2. Diminuir 2 hs. da hora do nascer do sol. Esse
será o momento de ligar o relógio: 6 – 2 = 4
hs.;
3. Ligar o relógio as 4hs da manhã, na 10ª
semana
(120 minutos/8 sem = 15 min/sem)

4. Diminuir 15 min. por semana, até a 18ª semana.


Programas de iluminação

acender as lâmpadas
• 10ª semana: 4,00 hs
• 11ª semana: 4,15 hs
• 12ª semana: 4,30 hs
• .............................
• 16ª semana: 5,30 hs
• 17ª semana: 5,45 hs
• 18ª semana: 6,0 hs (dia claro); dar estimulo luminoso
Programas de iluminação

Como fazer o programa de luz constante?

1. Determinar o número de horas de luz natural do dia


que o lote vai completar 18 semanas (por ex.: 12 hs);

2. Fornecer 12 horas de luz (natural + artificial) de 11


até 17 semanas de idade
Programas de iluminação

Então, acender as lâmpadas:


• 10ª semana: 10 hs luz/dia ( sol nasce as 7 põe as 17 hs)
• 11ª semana: 12 hs luz – (ascender luz as 17hs – apagar as
19hs)
• 12ª semana: 12 hs luz – (ascender luz as 17:15hs – apagar
as 19hs)
• .............................
• 16ª semana: 12 hs luz – (ascender luz as 18hs – apagar as
19hs)
• 17ª semana: 12 hs luz – (ascender luz as 18:30hs – apagar
as 19hs)
• 18ª semana: 12 hs luz natural – fornecer estimulo luminoso
Programas de iluminação

Se as aves completarem 10 semanas de idade no período de luz


natural decrescente – NÃO É NECESSARIO PROGRAMA LUZ

– Programa de luz (período de luz natural decrescente)

Idade (semanas) Fotoperíodo


1ª semana fornecer 24 h de luz
2ª à 17ª semana Só luz natural

18ª semana 15 h de luz

20ª semana 16 h de luz

22ª à 50ª semana 17 h de luz

51ª semana ao fim produção 18 h de luz

Fonte: Avicultura, 2000


24 Luz Natural Crescente – 10 à 17ª semana (Recria)
Descarte
18
17
½ h./sem.

15
No Horas

12 12
Luz

Luz natural

Recria Postura
1 d. 3 d. 18 22 51 Sem.
Programas de iluminação

Estímulo de luz – iniciar produção:

• Peso adequado: 1,3 kg;

Idade da ave: 20 semanas;

• Uniformidade do lote;

• 5% produção.
Programas de iluminação

Tipo de luz a ser utilizada

Incandescente Fluorescente
Watts Lúmens Watts Lúmens
15 125 15 500 a 700
25 225 20 800 a 1.000
40 430 40 2.000 a 2.500
50 655 75 4.000 a 5.000
60 810 200 10.000 a
12.000
100 1.600
150 2.500
200 3.500
Fonte: Avicultura, 2000
Programas de iluminação

Recomendação de luminosidade:
 22 lúmens/ m2;
 1 lâmpada 40 W para 20 m2 de galpão;
 2,2 watts/ m2

Instalações da rede de pontos de luz


 Dimensões do galpão: 10 m larg x 100 m compr x 3 m
pé direito ;
 Área = 100 x 10 = 1.000 m2 São necessários
22.000 lúmens para
 22 lúmens 1 m2
o galpão todo
 22.000 lúmens 1.000 m2
Programas de iluminação
Lâmpadas incandescente

Distribuição das lâmpadas: 50 W – 655 lúmens

 Galpão com 2 fileiras de lâmpadas; 60 W – 810 lúmens


 100 m / 6 (dobro pé-dir)= 16 lâmpadas/fileira;
 16 x 2 fileiras= 32 lâmpadas;
 22.000 lúmens / 32 lâmp. = 687 lúmens/lâmp.

3 m pé direito

6m 4m 10 m

3 m pé direito

100 m
Se a distância entre as 2 fileiras for maior que o dobro do pé direito (6 m),
colocar mais fileiras.
FIM

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