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Prof.

 Christiano Leonardo Gonzaga Gomes 
 
LEIS EXCEPCIONAIS E TEMPORÁRIAS

As leis excepcionais e temporárias encontram previsão no artigo 3º do


Código Penal: “ a lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período
de sua duração ou cessadas as circunstâncias que determinaram, aplica-se
ao fato praticado durante a sua vigência”

 Lei excepcional – é aquela cujo período de vigência fica subordinado à


cessação das circunstâncias anormais que a determinaram. Ex.:
situações de calamidade pública.
 Lei temporária – é aquela que possui vigência previamente fixada pelo
legislador, início e fim.

Elas são sempre ultrativas, ou seja, têm eficâcia mesmo depois de cessada
sua vigência, regulando os fatos praticados durante seu tempo de duração,
ainda que sejam mais graves.

Discussão: art. 5º, XL, CF: a Constituição não prevê a possibilidade de


ultratividade da lei excepcional ou temporária, pois seria uma exceção à
retroatividade da lei penal mais benéfica.
Seriam elas então constitucionais?
Sim, são constitucionais, pois a regra geral é a do tempus regit actum. O
artigo 3º do CP obedece a regra geral, logo é constitucional. A regra da
retroatividade é exceção, não tendo cabimento a Constituição fazer uma
exceção da exceção, que seria o mesmo que afirmar a regra geral.

LUGAR DO CRIME

Três teorias buscam explicar o lugar do crime:


1. Da atividade: considera praticado o crime no lugar onde foi efetivada a
ação ou omissão.
2. Do resultado: considera praticado o crime no lugar onde houve a
consumação do mesmo.
3. Da ubiqüidade: considera praticado o crime tanto no local da ação ou
omissão, quanto o lugar do resultado.
O Código Penal adota a teoria da ubiqüidade, em seu art. 6º :” considera-
se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou
em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir o resultado.” Esta
teoria evita que um crime fique sem punição, como por exemplo em um pais
A, vigora a teoria da atividade e no pais B, a teoria do resultado. Cláudio, no
país B, dispara um tiro contra Antônio, que, ferido, é transportado para o país
A, onde vem a falecer. Onde ocorreu o homicídio? O crime não teria
acontecido em nenhum lugar, logo não houve crime, o que é um absurdo.

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