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PRINCIPIOS- de QUIMICA QUESTIONANDO A VIDA MODERNA ; E O MEIO AMBIENTE 7° Edigao PETER ATKINS LORETTA JONES LEROY LAVERMAN 7D.A Coteto datompersura 70.2 Atootindes cludes Tépico 7D Os modelos de reagdes 7D.3- Ateota do exado oe transgso epi 7C As leis de velocidade e as constants de velocidade permitem a compreensio dos processos :moleculares das mudangas quimicss. Embors um mecanismo de reagdo possa ser estabele~ ido experimentalmente (Topico 7C),algumas questdes sobre as razbes pela quais as cons- tantes de velocidade das etapas individuais tém os valores que tém e por que variam com a ‘temperatura precisam ser respondidas, 7D.1 O efeito da temperatura As wlocdades da rages quimicas dependem da temperatura. A observagio quaitatvaé que muita reagées acontecem mais rapidamente quando a temperatura aumenta (Fig. 7D.) ‘Um aumento de 10°C na temperatura normal dobra, em geralaveocidade de reagio de espéciesorginicas em solugio.£ por isso que os alimentos precisam ser cozidos. © aquect- rmento aclera os processs que levam @ ruptura das membranas cellars e decomposigio das protenas Por outro laa, os alimentos so refrigerads para retardar a8 reagSes qumicas ‘aturais que levam a sua decomposiio, ‘Armuidanga da constante de velocidade em fungi da temperatura resume avaragio da \elocidade de reagio com a temperatura Sea constant de veloidade aumenta com atempe ralura entio a reago avanga mais apidamente para determinada quantidade de reagentes No final do século XIX, oquimico sueco Svante Arrhenius investigouo efeito quantitativo da \emperatura nas velocidades de rages edescobris que ogrilico do logartmo da constante de velocidade ln) contra oinverso da temperatura absolut (1/7) € uma linha rela. Em outra palaves, ele mostrou que ext Ink, = intercepto + inclinagio x 7 O intercepto édesignade come ln Ae, por razées que fcario lara, ainclinagio é designada como ~E/R, em que R éa constante dos gases. Com essa notacio, a equagio de Archenius, ‘uma equagio empiric, B na (aa) ‘Uma forma alternativa dessa expressio, obtida tomando-se os antilogaritmos de ambos os lados,é Ink, k= acer a) {As duasconstantes, A eB, so conhecida como parimetros de Arrhenius da reaio so determinadas experimentalmente. A échamado de fator pré-exponencial,¢ F, & a enet- gia deativagio. Ac E so praticamente independents da temperatura, mas dependem da reagio que est sendo estudada. A equagio de Aerhenius€ aplcivel a reagées de qualquer ordem. FIGURA 7D. A velocidades das roagées quase sempre aumentam com a temperatura, Obécher ‘esquerde contém magnésio am égua ra eo & dveta contém magndsio am Agua quente. Um in tiesdor fol ad ionada pare mostrar formas de ums solo aeaina quanaa © megnéso e898, (HCH. Froeman. Foto di Ken Karp) Topic TE: Por que vocé precisa estudar este assunto? Os quimicos usam Informagées sobre a variagao. das constantes de velocidade ‘em fungéo da temperatura para elaborar modelos de eventos atémicos. Os modelos de reagSes podem gerarinformagées Importantes sobre a natureza da dependéncia da temperatura ‘So apenas das constantes de velocidade de reacdo, como também das constantes de equilivio, Que conhecimentos vocé precisa dominar? Vocé precisa estar famliarzado com a teoria cinética ‘molecular dos gases (Tépico 30), 25 eis de velocidade (Tapico 7A) @ 2 relacéo entre as constantes de velocidace ¢ as constantes de eqliorio (Tépico 70), (© uso da constant doe gases nfo significa que aequacto de Arhenius 6 se aplica aos gates. Ha se plica também, ‘uma grande variedade de eagoes em solo As unidades do itr pré-enponencial so ss mesmas da constante de velocidade Logo, ostermosloartmicos da Equagto 1a sioadimensionas, porque expresso pode ser rearranjada na forma Ink) = ERT e as unidades se eancelam, 622 Topica 7D_Os modelos de reagdes + HLA j | 4 1 4 4 Lay 3s li 3033 enperaars, (1000 KYT FIGURA 70.2 Um grfico de rhe ius & um grice de Incomes VT. Se, como aq, foruma nha eta, ise {ques reagdo tem comportamenta de Brthon urna faa de temperatura ert dads, Este gti foi constuido com ot dads do Exemplo7D1. EXEMPLO 7D.1 Medida de uma energia de ativago [Uma reagZo muito importante na quimica orginica € 2 dos halogenetos organicos com o fon Ihidréxido para formar dlcoois. Voce est interessado no impacto da temperatura na velo- ‘idade dest tipo de reasio e decide determinar os parametzos de Archenius de uma dels, ‘A constante de velocidade da reagio de segunda ordem entre bromo etano fons hidréxido em gua, GH;Br(aq) + OH™(ag) —> CH,OH(ag) + Br” (aq), foi medida em varias tem- ‘peraluras, com os seguintes resultados ‘Temperatural"C 25 30. 35 40, 4“ 50. Constante de velocidade, kiemol'st)_ 38 x 107 1,6 X 10“! 2.8 x 10" 5.0 x 10-85 x 10-4 1.4 1077 ‘Determine a energia de ativagio da reacio, ANTECIPE As energias de ativagio de reagSes orginicas geralmente estio entre 10 ¢ 100 k-mol™', logo, voct deve esperar um valor nessa fixa PLANEVJE As energias de ativagio sio determinadas a partir da equagio de Arthenius (Bquagio 1). Lance em grifico In F, versus 1/T, com T em kelvins. Como a inclinagio ¢ igual ‘4 B,J, para encontrar a energia de ativasao, multiplique a inclinagdo da reta por ~R com R= 83145 FK~!mol”, Um papel milimetrado ou um programa gerador de grificos ou ‘uma ealculadora grifica sio muito ites para ess tipo de cileulo, RESOLVA. A tabela usada para desenhar 0 grifico ¢ Constante de velocidade, Temperatura/*C Temperatura, 7K (TI) —_y/(L-mol's"") in ky 25 298 335x107 BBX IO W934 30, 303 330x106 xovt 8.74 35 308 325x107 8x I0# 8.18 40, 313 319x107 0X10 7,60 45 318 314x107 BS x14 7.07 50. 323 310x1o? Lax? 8.57 CCaleuleainclinagio dos dados langados na Fig. 7D.2 usando dls pontos no grfico, Uma era renta de egresso linear também pode seri Incinagio = —1,1 10K ‘Como ainclinagio &iguala ~EJR, de F, = ~R X inclinado, B= ~(83145 JK" mol™) x (“11 x 10K) 89% 10°}mol”! AVALIE O valor calculado correspon 89 kJ:mol", que est dentro da margem esperada ‘Teste 7D.1A A constante de velocidade da reagfo de segunda ordem em fase gis HO(@) + H,(@) + H,0(g) + H(g) varia com a temperatura como: Temperatura" 100, 200. 300,400, Constante de velocidade, K/(Lemol™'s"!) 1,1 X10"? 1.8% 10-* 12 X 1077 44 1077 Determine a energia de atvagio, [Resposta: $2 mol“) ‘Teste 7D.1B A-velocidade de uma reacéo aumentou de 3,00 mol-L~!s~! para 4,35 mol-L~'-s-! «quando a temperatura fo clevada de 18C para 30°C. Qual 6a energia de ativagio da reaiot Exercicis relacionados 7D3¢7D4 ‘Dizemos que as reagbes que dio uma linha eeta em um geifico de ln k, contra 1/T tem ‘comportamento de Arthenius, Uma grande variedade de reagées tem comportamento de Arrhenius. Por exemplo, os vaga-lumes piscam mais rapidamente em noites mais quentes do TDA Oefeitodatemperatura 623 ‘TABELA7D.1 Pai Reasio A EuKhmot™) rimeira ordem, fase gis céclo-propano —> propeno 16% 108s! m cHNC— cH,CN 40x 10 160 CH, —>2cH, 23x 10075! ae NON, +0 0 x 0" eo 250 2,0, —> 4 NO, + 0, 40% 104 103 Segunda ordem, fase gis (0-+N,—>NO+N 1% 10! Emote! sis OH +H, H,0 +H 8X10 Lmol et 2 2.CH,— Cali, 2X10 Lmole! ° Segunda ordem,solugio em gua CH,Br + OH” —> C\H,OH + Br 43% 10! Lemal"so! 90 Co, + oF —> 110, 13X10 Lmol“e 38 CaHnO,, + HO— 2.6, 13 X 10" Lmol 108 {que em noites mais is, ea velocidade dos pulsos é do tipo Archenius em uma faxa estreita de temperatura. Essa observacio sugere que as reais bioquimicas responsiveis pelos pul- sos de luz tim constantes de velocidade que aumentam com a temperatura de acordo com & Equagio 1. Alguns parimetros de Arthenius esto listados na Tabela 70.1 ‘Como a inclinagio do grifico de Archenius € proporcional a E, sepue-se que, quanto ‘maior for a energia de aivagdo,E, maior serd a variagdo da constante de velocidade com a lemperatura. As reagies que tém encrpias de atvagio baixas (ao redor de 10 k}mol™, com srifcos de Arthenius nao muito inclinados)tém velocidades que crescem muito pouco com a temperatura. As reagdes que tém energias deativacio alta (acima de 60 kJmol™, aproxi- ‘madamente, com grificos de Arrhenius muito inclinados)tém velocidades que depender fortemente da temperatura (Fig, 7D) ‘A equagio de Arthenius €usada na predigio do valor de uma constante de velocidade em uma temperatura a parte de seu valorem outra temperatura Como isso ¢ feito? ‘As equagdes de Arrhenius nas duas temperaturas, Te Ts, quando as constantes develo cidade da reagio tém os valores, € ki fespectivamente, slo Na temperatura Ty ln ky = In — Na temperatura Ty: In ky = In A — limine ln A subtraindo a primeira equagio da segunda: Inika In ka — Inky A expresso obti pode ser rearranjada como ke Bef t 1) we Seog) ° Tos cxpresioem a segue interpreta © Quando‘, > 1, ola dirt éosive logon kk, postive ito ka > ki Sones qua constantede locate ne comavenpertrs © Para valores fixos de T) ¢ T>,In(k;a/k,,) € grande quando E, for grande. Logo, o aumento da constante de velocidade é grande quando a ativacao for grande. Energia de ativagio ala moda commande vlads, ak Logs lemperssra, UT FIGURA 70.3 Voras30 da constante de velacidade com a temperatura de dduas eagbes que thm enargias de at vagio cfareses. Quanto maior fora onergia de ativaedo, masfortomonte 3 constante de velocidede dependerd da temporature, Os detalnes mostam as barreias de atiacda das duas reagses. 624 Tépico 7D _Os modelos de reagdes EXEMPLO 7D.2 Uso da energia de ativacao para predizer uma constante de velocidade Ahhdrdlise da sacarose & uma parte do process digestivo. Suponka que vocé queira investiga adependéncia da velociéa de da temperatura de nosso corpo e precise clcular a constante de velocidade da hidrdlise da sacarose em 35,0°C sabendo que k, ~ 1,0 mL-mol™!s“! em 37°C (temperatura normal do corpo) e que a energia deaivacio da reacio ¢ 108 k}mol™ (Qual éa constante de velocidade da hidrdlise da sacarose em 35°C. ANTECIPE Vocé deve esperar uma velocidade de racio menor em temperatura mais baa PLANEJE Use a Equagio 2 com 7; = 310,0 K eT; = 308,0 K eexpresse R em quilojaules por kelvins por mols (para cancelar as unidades de E) RESOLVA, De ln(kaky) = (EJR)UT — UT, wht 108 ki-mol™ x( ) Ky 835 X 10 KK mal? ~ 3100K ~ 3080K, 027, Tae, TTT ; 4 4 3 Por fim, como, ky = 1,0 ml-mol a = (1,0 mbemol“s) x eo = 0,76 mL-mol™'s“! em 35°C AVALIE Como esperado, a constant de velocidade na temperatura mais baixa € menor. A alta energia de ativagio da reac significa que sua velocidade € muito sensivel temperatura, Teste 7D.2A A constantede vlocidade da eagio de segunda ordem entre CH,CH,Br e OH", em gua, 60,28 mL-mol™'s"* «em 35,°C. Qualé o valor da constante em 50,0°C? Consulte a Tabela7D.1 para os dado. [Resposta: 1,4 ml-mal“'s*) Teste 70.28 A constante de velockéade da isomerizacéo de primeira ordem de cilo-propano, CsHy, a propeno, (CH,CH=CH,, 66,7 x 10°45“! em 500. Qual € seu valor em 300,°C? Consulte a Tabela 70.1 para os dados, Exercicios relacionados 7D5e7D.6 Usa-se um gréfico de Arrhenius de Ink, versus 1/T para determinar os pardmetros de Arrhenius de uma reagdo, Uma energia de ativagdo grande significa que a constante de velocidade é muito sensivel a mudangas de temperatura, 7D.2 Ateoria das colisées Qualquer modelo de como as reacSes ocorrem em nivel molecular tem de levar em conta 1 dependéncia das constantes de velocidade em relacio & temperatura, como expresso na ‘equagio de Arrhenius. Ele deve, ainda, mostrar o significado dos parimetros de Arcnenius Ae Ey, Como as reagdes em fase gi sio conceitualmente mais simples do que as reagdes em solug, ela serdo consideradas inicialmente Em primeio lugar, imagine que uma reagio s6 pode ocorrer se os reagentes se encon. ‘tram. O encontro de duas moléculas em um gés é uma “colisi’, e 0 modelo obtido com base nessasconsideragdes &chamado de teoria das colisdes. Nesse modelo, as moléculas se ‘comportam como bolas de bilhar defeituoses: quando elas colidem em velocidades baixas, clas ricocheteiam, mas podem se despedacar quando o impacto tem energia muito alta, De modo anilogo, se duas moléculs colidem com energiacinética abixo de um certo valor, elas ‘simplesmente icocheteiam. Se elas se encontram com energia superior aesse valor, 7D.2 Ateoriadascalisses 625 «quimicas podem se quebrar e novas gages podem se formar (Fig. 70.4). Aenergiacinética ‘minima necesséria para areagio é denominada Em ara estabelecer uma teoria quantitativa baseada nessa representacdo qualitaiva, € pre ciso saber a frequéncia com que as moléculas colidem ea fracio das colisdes que tém pelo ‘menos a energiaFy.< necessria para que a reacio ocorea. A frequéncia de coliso (0 nlme- rode colisdes por segundo) entee as moléculas Ae Bem um gés,na temperatura T, pode ser caleulada com o uso do modelo cinético de um gis (Tépico 30): Frequéncia de colisdes = oF,aNy (AB) i) temque Ns éa constant de Avogedroe (sigma) éa secao transversal de colisio, area que ‘uma molécula mostra como alo durante a colisio. Quanto maior fora segio transversal de colisio, maior € frequéncia de colises, porque as moléculas maiores sia alvos mais féceis ddo que moléculas pequenas. A quantidade Zé a velocidade média relativa isto é,a velo cidade média com que as molécules se aproximam em um gis, A velocidade media relativa € calculada multiplicando-se cada vlocidade possvel pla fragdo de moléculas que tem aquela ‘elocidade e adicionando todos os produtos. Quando a temperatura éTe as massas molecu laressio My My essa velocidade médiarelativa € ‘BRT \" MyMa (Gi) ais « A frequéncia de colisio é maior quanto maioresforem as velocidades relativas das moléculas « portanto, quanto maior fora temperatura Embora a velocidade media das moléculas cresga com o aumento da temperatura e, em consequéncia, a frequéncia de coliséo também cresea, a Equagio 4 mostra que a velocida- cde média relaiva cresce somente com a raiz quadrada da temperatura, Essa dependéncia & ‘muito pequena para explicar o que ¢ observado, Se vacd usasse a Equacdo 4 para predizer a FIGURA 70.5 Afragdo de molécuas que colide com aanergi cinsiea gus! yn minima, um carta ver, Ea ue fdiante mostaremos sera enargia de atiazéo, £5), & dade pala reas sombreadas sb cada curva, Note ques feagdo aumenta rapidamente quando s perature aumenta 626 Topica 7D_O modelos de reagdes Mais senna enperatrs Frodo esses (ay Progresso da eagao Mais easel & potencial —p tee (oy Progesso daeagdo FIGURA 70.6 (a) Acnergia de ative he de umareagio endotérmiea émaiat a dregdo cireta do que na imverss, de mode quaa velocsade da reags0 deta SG maisnivel tomperatura e 9 oul bose deslce para os predutas quan ddoatemperatura sumenta.(b} © aposto verdadeiro para ume eapéo oxctér ria, ea reag invores é mois sonsvel temperatura, Neste caso, o equiloa te dasloce a dragho dos reagent, quando a temperature aumenta 0 cdleulo mostra que, de acordo com a teoria das colisdes, a constante de velocidade & = OTgNgie bt 6) A varlagfo exponencial de, com a temperatura é muito mais fort do que fraca dependén ‘ia da frequéncia de colisio, Comparando a Equago 5 com a Equagio 1b, podemos identi- Ficar o terme oT aNNx" come o fator pré-exponencial, A, ¢ Em como a energia de ativagio, E, toe © 0 fator pré-exponencial A, 6uma medida da velocidade com que as moléculas colidem. © A enetgia de ativagao, Fé energia cinética (molar) minima necessiria para que wma NO + NO~ Gl, NO; + NO, —>NO + NO +0; 1 clo —> ch, 1 Oy Hy + GH) > GH 01s 50 x 107 25x 107 17x 10 628 __Tépica 7D_Os modelos de reagoes A teoria do estado de transi também ‘conbeca como tora do complexo atvado (TCA), FIGURA 7D.8 Esta sequincia deme gers mostra a moldeulas dos reagantes fm solugio durante seu enconro Else posemse sapsrar ou adqurironerga sullcionte pelos mpactos com moléeu las de selene para forma, evertual- rmerta, um complex aivado, que pode prosseguire formar produtoe PONTO PARA PENSAR Por que o mecanismo de arpio, descrito no Quadro 7D.1, poder levar a um valor de P superior a1? Deacordo com a teoria das colisdes das reasdes em fase gs, uma reasio s6ocorre se as ‘moléculas dos reagentescolidem com uma energia cinética no minimo igual & energia de ativagao e se elas 0 fazem com a orientagao correta 7D.3 Ateoria do estado de transicao Embora a teoria das colisbes se aplique as reages em fase gs, alguns de seus conceitos po- ‘dem ser ampliados para explicar por que a equacio de Arrhenius também seaplica areagbes ‘em solugio, Em solugéo, s moléculas nio correm velozmente pelo espago e colidem, mas ‘se mavem juntamente com as moléculas de solventee permanecem nas vizinhancas umas das outras por periodos relativamente longos. A teoria mais geral que explica esse compor tamento (eas reagdes em fase gis), é chamada de teoria do estado de transigao. Essa teoria aperfeigoa a teoria das olisdes a0 sugerir um modo de calcular a constante de velocidade ‘mesmo quando as exigénciasestéricas si signficativas. Na teoria do estado de transigfo, duas moléculas se aproximam e se deformam quando ‘chegam muito perto uma da outa. Na fase gis, o encontro ea deformagio equivalem a “coli ‘fo" da teoria das colisoes. Em soludo,a aproximagio é uma raetdria em zigue-zague entre ‘moléculas de solvente, ea delormacio pode nio ocorrer até que as duas moléculas de reagen tes tenham se encontrado e recebido um “chute” paricularmente vigoroso das moléculas do solvente que estio a0 redor (Fig. 7D8). Nos dois casos, a colisio ou o “chute” ndo desfazem as moléculas imediatamente. Em ver disso, o encontro leva 3 formacio de um complexo ativado, um arranjo das duas moléculas que pode prosseguir na diresio dos produtos ou se separar para rstabelecer os reagentes no modificedos. ‘No complexo ativado, as ligacies origina se estcaram e enfraqueceram, e a novasIi- _ga¢8es 56 estio parcialmente formadas. Por exemplo, na reagio de transferéncia de préton centre 0 dcido fraco HICN e a gua, 0 complexo ativado pode ser representado como uma molécula de HN, com o étome de hidrogénio envolvido no processo de formacio de uma ligacio hidrogénio com o étomo de oxigénio de uma molécula de gua e colocad a meio ca minke entre as duas moléculas, Nesse ponto,o tomo de hidrogénio poderia volar a formar ICN ou transformar-se em H,0". Na teoria do estado de transigZo, a energia de ativacdo é uma medida da energia do com- plexo ativado em relago& dos reagents, O perfl de reagio da Fig, 7D.9 mostra como a energia ‘potencial total varia & medida que os reagentes se aproximam, encontram-se,formam o.com plexo ativado e prosseguem na diesio das produtos. Um perfl de ceasio mostra a energia ppotencial dos reagentes e produtos, com a energia total dependendo de sua posigao relativa, Encrpa de sivayte, FIGURA 7D.9 Peri de reazdo de uma roagdo oxctérmica [Nateoria do estado de transg30 de welocidades de reagSes, supde-se ques ereiaiapotercal fa energiaccatetada pela posigdc)aumenta quanda as moléclas da reagents fe aproximam stings @maximo quando alas formar o compe ativade Eis ante decresco & medida que os Sto ros se resrarjam no paso de ligagSescaracterisica dos produtes, que entdo se separam. Somente ae moldcuee que ‘im enargi sufciente padem atavessara Progreso da easio para formar procures. Energia potecial > 7D.2_Ateoria de estado de transigio 629 no de sua velocidade, Considere o que acontece quando os reagentes se aproximam com uma determinada energiacinétca. Quando els se aproximam, perdem energia cinéticae sobem 0 Jado esquerdo da barreira (em outraspalavras, suas energis potenciais aumentam devido re. pulsio resultante da aproximagio eda dstorgio de suas ligasées).Seos eagentes tém energia Cinética inferior aE, eles no atingem o topo da barrera de potenciale “rolam de volta pelo Jado esquerdo, eparando-se. Se eles tém enerpiacndtica no minima igual aE, podem formar ‘ complexo ativado, passar o topo da barrers, um arranjo especiico de &tomos conhecidos como estado de transicio,c“olar” pelo outro lado, onde se separam como produtos ‘Uma superficie de energia potencial pode ajudar a visuaizar as mudancas de energi {gue ocorrem durante uma reagio em funcio da posicio dos étomos. Neste grafico tridimen- sional, 0 eixo z é uma medida da energia potencial total dos reagentese produtos os cixos xe representam distincias interatomicas. Por exemplo, o grifico da Fig. 7D.10 mostra as 'mudangas de energia potencial que acorrem durante o ataque de um étomo de bromo a uma molécula de hidrogenio e o processo inverso, 0 ataque de um tomo de hidrogénio a uma smolécula de HBr: Hy + Be = HBr ~ H- ‘As regides de baixa energia que cortespondem aos reagentes ou a0s produtos esti separadas por uma bartira na qual hé uma trajetria de energiapotenctal minima que aenergiacinética das moléculas que se aproximam deve utrapassa. A trajetéra real do encontra depende da energia total das particulas, mas € possvel ter uma nogio do processo da reagio examinando apenas as mudangas de energiapotencia. Suponka, por exemplo, que ligapdo H—H mantém ‘o mesmo comprimento & medida que o dtomo de Br se aproxima, Iso levara o sistema 20 ponto A, um estado de energia potencial muito alta. Na verdade, em emperaturas normals, as, expécies que colidem podem nio ter energiacinéica suficiente para aingr este ponto, A tra- jetéria com a menor energia potencial é aquela que sobe do chio do vale, através do “ponte de sela" (uma regito com formato de sel) alé topo da passagem e desce até o chio do vale do ‘outro lado, Somente o caminho de menor energia esti disponivel, mas para segui-lo a ligagio HHT deve aumentar & medida que a nova ligagio H—Br comeraase formar. Como na teoria das colisdes, a velocidade da reagdo depende da frequéncia com que os reagentes podem formar o complexo ativado c entrar no estado de transigio no topo da bar- reira. A expressio resultante para a constante de velocidade é muito semelhante da Equacio 3, de modo que essa teoria mais eral também explica a forma da equagio de Arrhenius ea & Progreso ds ragdo FIGURA 70.10 {a} Contommos da su perlcie de energlapatencil da reagae ‘entra um steme de hidrogénio # uma molecule ce bromo (@ sie) A taj: ‘rade menor snergia poten fom ‘zu sabe um vale atrovent o passe (o ponte méxime em forma de sala) tdesce pele outa vale at os aradtoe (s esquoros).Atrajotéra mortreca om ‘ormelo levers of stomor a enarine potencias muta ates.) Os perf de ea¢do d rajetria de maxima energia (vermelng)e minima aneris zu 630 Tépico 7D_Os modelos de reacdes Tépico 7D Exerc’ 7D.A A constante de velocidade da reagio de primeira ordem 2 N,O(@) 2 Nulg) + 03(8)€ 0,76 5" em 1.000. K e087, em 1,030, K, Caleule a energia de ativasio da react 7D.2 A constante de velocidade da reagio de segunda ordem 2 HUG) — Hg) + L(g) 62,4 X 10-* Lmol™'s™ em 575 Ke 60 x 10 L-mal~*s~! em 630. K, Caleule a energia de aivacio a reagio. 70.3 (a) Use programas de computasio grifica padronizados para fer o grfico de Archenius apropriade aos dados aqui ape- sentados da conversia de cclo-propano em propeno e para calcu- lar a energia de ativagio da reagdo. (b) Qual € valor da constante de velocidade em 600°C? ™« 750. 800. 850, 900. kis) 18x10 2.7.x 107 30x 107 0.26 7D.A (a) Use programas de computasio grifica padronizados aa fazer o grifico de Arrhenius apropriaco aos dados ai ape fentados dx decomposico de fodo-etano em steno efodeto de hidrogénio, CHiN) > CaHh(g) + HI()e pare determinar a énergia de atvagio da reagio (©) Qual 9 valor da constante de ‘elocdade em 400°C? TK 660 680720760 kis# 7210 2.2107 1,7 x 107? OL 7D.5_A constant de velockdade da reagio entre CO, € OH” em ‘gua para dar o fon HCO,” € 1,5 X 10! Lmol”s~! em 25°C Determine a constant de vlocidade na temperatura do sangue (G7°0) sabendo que energia de ativagio da reagio €38k}:ol™ 70.6 0 etano, CHa, se dissocia em radicals metila, em 700.°C, «om constante de velocdade ky = 5.5 X 10" 5" Determine & 2,00) + 01(g) FIGURA 7E.1. Ume pequens quntissde de cataleador—neste cat, iodato de potéeio em Sgus = pode actlarar a decomposigio de patéxide de hidrogtnio em Agua e oxigtsic.)Enchimanto leeto.dobalao na auséncia dl cata sador (| Enchimento pido a presanga da caatzadr (WH Freeman, Fotos Ken Karp Por que vocé precisa estudar este assunto? Praticamente toda a indistia quimica depende da existéncia e do desenvolvimento dos catalisadores. Sem eles, seria dcll ou mesmo impossivel pproduzir om grande escala os fertilizantes usados na producso de alimentos ¢ os polimeras, ‘empregados na fabricagio de indmeros objetos. Que conhecimentos vocé precisa dominar? Voeé precisa testar familiarzado com as leis de velocidade (Tépico 7A), (95 mecanismos de reagao (opico 7C) ¢ 0 conceito de lenergia de ativagao (Tépico 70). Os caractereschineses para “atalisador, ‘que se traduzem como “easamenter’ capturam o sentido muito bem. | eaeéra orignal) Eisenia calisds) Ener poteaial —> Propeso da ragto FIGURA TE.2 0 catalsador permit lma novatraetSra de e0580 com ener dia destivagio mastaina, © que faz com ‘quemaismolielasdereegente curem abetaiaeformam produtos. A reagee rea ambém ¢aceleradae, seo, 2 composi do equlrio no 6 afetada 632 __Tepica 7E_Acstilise oer ed A ota ‘TEM A VER COM. Creed PROTEGAO DA CAMADA DE OZONIO ‘A cada ano, nosso planeta é bombardeado com energia do Sol suficente para destrur toda a vida. Apenas o ozénio da estra- tosfera nos protege desse staque violento, No entanto, 0 o76nio esté ameagado pelo modo de vida moderno. Os produtos qui ‘micas usados como refigerantes e propelentes, como 0s cloro- -fluoro -carbonetos (CFCs) eos éxidos de nitrogénto dos esca- pamentos de jatos, sio os responsiveis por buracos na camada de ozénio protetora da Terra, Como eles ager como catalisado 1, até mesmo pequenas quantidades desses reagentes podem causar grandes alteragées na vast extensio da estratosera. (© ovdnio se forma na estratosfera em duas etapas. Primei- ramente, moléculas de oxigénio ou outro composto contendo ‘oxiginio sio quebrados pela luz do Sol, um pracesso chamado de fotodiscciagdo 0, SAAR FO Entio, os dtomos de oxigénio, que sie radicaisreativos com dois elétrons desemparelhados, reagem com as moléculas de O;, ‘mais abundantes, para formar o ozdnio, As moléculas de ozdnio formam-se em um estado com energia tio alta que seus movi- ‘mentos vibracionais as quebrariam rapidamente, a no ser que foutra moléeula, em geral O; ou N;, colida primeiro com elas. ‘A outra molécula, M,retira parte da energis: 0 +0, — oF Oy +M—> 0, +M fem que * representa um estado de ata energia. A reacio total, a soma dessas duas reagGes clementares (apés multipici-as por 2) ¢ da reagio apresentada antes, €3 O; —> 2 05, Parte do o76- no € decomposta pela radiacio ultraviolet: ASM 9 + 9, © tomo de oxigénio produzido nessa etapa pode reagir com moléculas de oxiginto para produzir mais ozinio, de modo que 3 i VatiagSe saronal na ros médl de buraco de oxo na Anti am20%4 rnormalmente a concentrasio de ozénio na estratosfera perma- rece constante, om variagbes sazonais. Como a decomposigio de ozénio absorve radiacio ultravioleta, ela ajuda a proteger & ‘Terra de danos produzidos pela radiacio. “Adverténcias sobre a possibilidade de reagentes antropo- _sénicos(produzidos pelo homem) ameagarem 0 oz6nio da es- ‘ratosfera comesaram 2 aparecer em 1970 e 1971, quando Paul Crutzen concluiu experimentalmente que moléculas de NO NO; catalisam a destruigfo do ozinlo. Os éxidos de nitrogénio ‘lo produzidos naturalmente na atmasfera pelos relimpagos ¢ pela combustdo em motores de automéveis eavides. Contudo, apenas © N,O ¢ inerteo suficiente para alcangaraestratosfera, ‘onde é convertido em NO, ‘Mario Molina e Sherwood Rowland, em 1974, aproveitaram ‘trabalho de Crutzen e outros dados para construir um modelo da estratosfera que explicava como os cloro-fluoro-carbonetos também poderiam ameagar a camada de oxdnio.* Em 1985, 1980 1390 0 100 200 2000 2006+ 2010 xin totaimidades Debio 300 0 500 18 de ezino no Pole Sul nara o ms de saterbro entre 1980 «2010. concentragéo normal de caénio em att des tomperadas & cerca de 350.DUWverde) 1 dobson, 1 DU, coresponde 8 camada de ozério qu 1 atm lige, 380 DU conespande uma camacs com 350 mm de espesturs,O maiorburaco na camada de orn fl egistraco em 24 de setembro de 2005 para outros mapas, site htplororewstch gsc nata gov NASA) tra 10m de espessura om 0'C @ campesiie dona” ie, Molina Rowand cde oPrémio Noble 1995 em Qulmia por sea tah em que stasis, puarment rien forma ede.

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