6° PERIODO A – NOTURNO PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA
FORMATIVA 4 DE PENAL
O artigo 1º da Lei n. 9.613/98 define a lavagem de dinheiro como “ocultar ou dissimular a
natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal”. A primeira geração das leis de lavagem de dinheiro surgiu com a Convenção de Viena no ano de 1988. Antigamente, para que o crime fosse cometido, era preciso que tivesse ocorrido exclusivamente a prática de tráfico de drogas como antecedente. Ou seja, segundo o tratado, a infração de lavagem só se enquadrava caso o crime antecedente fosse obrigatoriamente tráfico de drogas. Entanto, ao criar a lei, o Brasil já ingressou na segunda fase do crime de lavagem de dinheiro. Isso se deu por conta de além do tráfico de drogas, ela previa outras infrações como crime antecedente. Por exemplo, o terrorismo, o contrabando e a extorsão também poderiam gerar a lavagem de dinheiro. A terceira geração, se torna mais efetiva no combate à lavagem de dinheiro, devido ao fato de não limitar um rol de antecedentes, assim dando uma maior acessibilidade a persecução penal. Abe ressaltar que o crime antecedente é um elemento fundamental no crime de lavagem de dinheiro. Portanto, a lavagem de dinheiro depende de um crime antecedente, sem o qual não se configura o cometimento do delito. No ano de 2012, o Brasil aprovou a Lei n° 12.683. Essa converteu a Lei n° 9.613/98 em lei de terceira geração, possibilitando que qualquer delito penal antecedente ao crime de lavagem de dinheiro pudesse caracterizar esse ato ilícito. Portanto, pode-se dizer que a Lei 9.613/98 surgiu como lei de segunda geração, mas hoje integra a terceira geração da lei de lavagem de dinheiro. Entre as várias propostas de modificação, a mais importante foi a alteração do artigo 1º da lei, de forma a retirar a taxatividade do rol de crimes antecedentes à lavagem de dinheiro, assim transformando definitivamente a lei 9.813/98 em uma de terceira geração.