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XXXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

“Os desafios da engenharia de produção para uma gestão inovadora da Logística e Operações”
Santos, São Paulo, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2019.

A APLICAÇÃO DAS FERRAMENTAS DA


QUALIDADE EM PROJETOS
GOVERNAMENTAIS - UM ESTUDO DE
CASO DO PROJETO DE INTEGRAÇÃO
DAS BACIAS DO RIO SÃO FRANCISCO
Isamara de Melo Dantas Bezerra (Instituto Federal do Rio Grande
do Norte )
isamaradantass@gmail.com
Dellano Jatobá Bezerra Tinoco (Bilbioteca Karl A. B )
dellanojbt@hotmail.com

As ferramentas da gestão da qualidade são técnicas e metodologias


utilizadas para correção de erros e falhas em processos, elaboração de
melhoras e auxiliar empresas a ter padronização em seus processos. A
pesquisa foi feita com o intuito dde propor a aplicação das ferramentas
da qualidade em projetos governamentais tendo em vista que o mesmo
tem abrangência a população tão grande ou talvez até maior que as
empresas privadas, uma vez que projetos para atender suas
necessidades com maior eficiência é algo que a população necessita.
Foi estudado e aplicado as ferramentas da qualidade no caso do
projeto governamental relacionado a escassez hídrica da região
semiárido do Brasil, o atual projeto de integração nacional, trata-se da
integração da bacia do Rio São Francisco com as bacias do nordeste
setentrional. O objetivo presente neste trabalho é apresentar a eficácia
das ferramentas da qualidade e como a sua utilização pelo governo
para projetos voltados a população traria grandes benefícios tanto a
população quanto ao próprio governo, melhorando sua gestão e
melhorando o nível dos projetos oferecidos.

Palavras-chave: Gestão da qualidade, São Francisco, Ferramentas da


qualidade, planejamento e governo
XXXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“Os desafios da engenharia de produção para uma gestão inovadora da Logística e Operações”
Santos, São Paulo, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2019.

1. Introdução
A população está se tornando cada vez mais exigente com gestores e governantes, cobrando
seus direitos e projetos que lhes são prometidos. Também conhecido como velho Chico, o rio
São Francisco é um dos mais importantes rios do território brasileiro, com grande potencial de
atender à necessidade hídrica da população da região semiárido que sofrem com a seca e
escassez de água.
Visando atender as populações que sofrem com esta necessidade e melhorar a vida do
sertanejo, foi discutido e criado o atual projeto de integração nacional, trata-se da integração
da bacia do Rio São Francisco com as bacias do Nordeste setentrional, o projeto é antigo, foi
concebido em 1985 pelo extinto DNOS – Departamento Nacional de Obras e Saneamento,
sendo, em 1999, transferido para o Ministério da Integração Nacional, atual Ministério do
Desenvolvimento Regional (MDR), e acompanhado por vários ministérios desde então, assim
como, pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF).
Os canais e meios de traspor a água foram projetados com vazão máxima de 127m³/s, porém,
as condições hidráulicas foram redefinidas pela outorga de direito de uso da água expedida
pela Agência Nacional de Águas, por meio da Resolução nº 411 de 22 de setembro de 2005
(ANA, 2005b). De acordo com esse documento, a vazão de retirada máxima no Projeto de
Integração do Rio São Francisco (PISF), é de 26,4m³/s, bombeando continuamente cerca de
26,4m³/s de água a população do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte por
meio das bacias de Terra Nova, Brígida Pajeú, Moxotó, Bacias do Agreste em Pernambuco,
Jaguaribe, Metropolitanas no Ceará, Apodi, Piranhas-Açu no rio Grande do Norte, Paraíba e
Piranhas na Paraíba.
Este é um tema ainda muito polêmico, pois traz uma solução em potencial para sanar a
escassez hídrica, mas ao mesmo tempo é um projeto delicado em termos ambientais,pois
alterará um dos rios de grande importância do Brasil tanto pela sua extensão e importância na
manutenção da biodiversidade, quanto pela sua utilização em transportes e abastecimento.
Visando os gestores públicos e sua administração em relação ao projeto e seus obstáculos,
neste artigo é proposto a utilização de ferramentas da qualidade tendo em vista que a sua
finalidade é o aperfeiçoamento de processos, para possibilitar ter maior facilidade frente as
dificuldades, para que serviços tão vitais à população sejam realizados com custos mais
baixos e buscando atingir os seus objetivos.

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2.Impacto social da seca


Dentre os muitos aspectos no nordeste brasileiro, um deles é a seca que historicamente castiga
com fome e miséria a vida do nordestino.

De acordo com as informações do Ministério da Integração Nacional, o Projeto de


Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste
Setentrional é um empreendimento do governo federal destinado a assegurar oferta
de água, a cerca de 12 milhões de habitantes de cidades da região semiárida dos
estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. (AGÊNCIA DO
SENADO FEDERAL, 2008)

O portal G1 no dia 13/03/2017 divulga que cerca de 12 milhões de nordestinos são atingidos
pela seca. Já foram criados diversos programas e projetos do governo que tem seus olhos
voltados à necessidade desse povo local, programas estes que tem como medidas ir antemão a
fome, pobreza e principalmente a escassez da água, por exemplo bolsa família, bolsa
estiagem, garantia safra e carro-pipa.
Porém mesmo com estes auxílios os nordestinos continuam sofrendo com a seca de forma
austera, em 2007 foi iniciada as obras para transpor o Rio São Francisco para reduzir os
problemas causados pela seca no sertão nordestino. As obras tinham previsão para 2010, mas
alguns contratempos a fizeram ter uma nova previsão, tendo 2015 como prazo final.
Com este projeto iniciado foi trazido ao sertanejo esperança de uma vida melhor, com menos
miséria, sem fome, finalmente água para sua família, animais e plantações. Mas está ainda
não é a realidade do nordestino, as obras iniciadas em 2007,com novas previsões para 2015,
também tiveram suas interrupções devido a um planejamento que foi falho e problemas com a
empresa contratada para dar forma ao projeto, empreiteira Mendes Junior que cuidava do
andamento da obra, estava envolvida na operação lava-jato, desistiu da obra alegando
incapacidade técnica e financeira para cumprir os contratos. O portal G1 divulgou no dia
13/03/2017 que o custo orçado inicialmente em R$ 4,5 bilhões, subiu para R$ 8,2 bilhões e em
2017 estava em R$ 9,6 bilhões. Com valores dos orçamentos podemos visualizar falhas no
momento de um planejamento, onde foi necessário gastar mais, devidoa erros quando foi feito o
primeiro orçamento.

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A obra já foi parada e recomeçada diversas vezes, alterando seu prazo de entrega. Para muitos
nordestinos a paralisação desta obra é um sofrimento, pois a água em abundância para eles é algo
que foge de sua realidade, O portal do G1 no dia 13/03/2017 divulgou entrevistas com
moradores da região, umadas moradoras entrevistadas mostrou um pouco de sua realidade.

A situação aqui está ruim, não tem água e falta até para os animais, porque os açudes estão
acabando de secar, a água está até barrenta. Essa semana procurei água para colocar em
uma garrafa e colocar na geladeira e não achei. Já faltou água até para beber. Eles
deveriam colocar 12 carros-pipa por semana, para 40 famílias, mas essa semana só
chegaram cinco. (MARIA APARECIDA, AGRICULTORA)

Com o depoimento dos moradores sobre a realidade sofrida, podemos ver o quanto é necessário a
conclusão desse projeto. Com o planejamento correto, medidas e indicadores para acompanhar e
prever erros, qualquer organização aumenta suas chances de obtersucesso em seu objetivo.

Qualquer organização, sem grandes esforços, sabe identificar um rumo para sua
qualidade, desde que assim queira fazê-lo. Basta que pense, enquanto organização
integrada, em aspectos tais como: - Atendimento às necessidades do cliente (adequação ao
uso do produto ou serviço por parte dele), - Eliminação de deficiências. (OLIVEIRA, O.
J. ,2003. p.29).

Atualmente a obra já foi retomada, após uma paralisação divulgada pelo jornal local de
Juazeiro,CETV 2ª Edição - Juazeiro do Norte,devido à greve de funcionários do consorcio
responsável pela mesma. O presidente do STJ (Supremo Tribunal de Justiça), João Otavio de
Noronha liberou a retomada das obras referentes ao eixo norte da transposição. A decisão foi
tomada na terça-feira 23/04/2019.

A mesma é dividida em duas partes; eixo leste que abastecerá parte do sertão e regiões do
agreste da Paraíba e Pernambuco, eixo norte abastecerá sertões do Ceará, Paraíba,
Pernambuco e Rio Grande do Norte. O intuito do projeto é integrar as bacias de forma que a
água chegue na população que necessita dela, atualmente o eixo leste já teve um de seus
trechos inaugurados.

O Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco recebeu licença de


funcionamento emitido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

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Naturais Renováveis (Ibama). Com a autorização, as estações de captação e


bombeamento de água já podem operar nos 217 quilômetros dos canais atendidos,
de Petrolândia (PE) a Monteiro (PB).

De acordo com o Ministério da Integração Nacional, essa parte do empreendimento


foi projetada para levar água a 168 municípios que sofrem com a seca em
Pernambuco e na Paraíba. Com a licença concedida, ela poderá operar por completo.
(GOVERNO DO BRASIL, 2018)

Já o eixo norte ainda está em andamento, atualmente em fase de conclusão com cerca de 96%
das obras concluídas.
A outra parte do Projeto de Transposição do São Francisco está em fase de
construção. Com 477 quilômetros de alcance, o empreendimento deve garantir a
segurança hídrica a 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos estados de
Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, frequentemente afetados pela
seca. (GOVERNO DO BRASIL, 2018)

O projeto é algo delicado e que envolvem certas dificuldades como a perda de biodiversidade,
revitalização do rio, esgotamento sanitário, poluição das águas e outros obstáculosdebatidos
em fóruns e reuniões, alguns debatidos com a população que necessita e defende o projeto,
mas mesmo com todas discursões ainda não foi tomada uma medida para resolve-los.
Os problemas presentes no projeto podem ser solucionados ou ajudar dando início a possíveis
soluções com a aplicação da gestão da qualidade, onde seu objetivo é aperfeiçoar processos.
A gestão da qualidade traz consigo metodologias e técnicas para identificação, priorização de
problemas, elaboração de soluções e verificação de resultados. Com dados reais, corretos e
aplicados com técnicas e metodologias que a mesma oferece,qualquer organização
independente de sua natureza obterá resultados.

3. Gestão da qualidade
A gestão da qualidade é um conjunto de atribuições que à definem, com um único propósito;
aperfeiçoar os processos.Qualidade é um conjunto de características, propriedades, atributos,
ou elementos que compõem bens e serviços. (PALADINI, 2008 apud SOUZA, E. K., &
MACHADO, F. O. 2011. p.25)
Alguns autores denominados gurus da qualidade devido suas grandes contribuições para a
gestão da qualidade a definiram de algumas formas.

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De fato, nenhuma definição fixa com precisão o que, exatamente, determina a adequação do
produto ao uso. (PALADINI, E. P. ,2000. p.35)

Deming (2003), que define qualidade como um “sistema sem erros”. Os esforços em
busca da qualidade devem focar as necessidades presentes e futuras do consumidor.
Juran (1992), definia “a qualidade como a adequação ao uso”
As definições proporcionam a conclusão que a melhoria contínuaé de extrema
importância para qualquer organização. (PEREZ, V. et al, 2016)

Com definições da gestão da qualidade podemos ter uma ideia de que é algo quando aplicado
de forma correta, traz benefícios consigo, uma vez aplicado no PISF traria ao projeto grande
impacto, melhorando o projeto em si e administração dos gestores.

4. Referencial teórico
4.1. Ferramentas da qualidade
Algumas ferramentas associadas conjuntamente são utilizadas para visualizar, prever e propor
soluções na gestão da qualidade. Podendo ser aplicadas em quais quer contextos, da forma
correta com os dados reais, as ferramentas serão de grande utilidade para solucionarobstáculos
como dificuldades encontradas para a conclusão do eixo norte e do projeto ao todo.

4.2. Diagrama de Ishikawa

O diagrama de causa-efeito ou espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa é uma


ferramenta gráfica usada para mostrar a relação entre causas e efeitos ou alguma
característica de qualidade e os fatores envolvidos. Essas causas principais podem
ainda, por sua vez, ser ramificadas em causas secundarias e/ ou terciarias.
(BALLESTERO-ALVAREZ, 2010. p.112).

O diagrama de Ishikawa consiste emver com mais clareza o problema. Problema esse que
deve ser colocado como a “cabeça do peixe”, e suas causas elencadas onde seria as “ espinhas
do peixe”, as subcausas são colocadas ao longo das linhas que seriam as “espinhas do peixe”.

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Figura 1- Digrama de Ishikawa

Fonte: Autores (2019).

Este conceito de divisibilidade de um processo permite controlar sistematicamente


cada um deles separadamente, podendo desta maneira conduzir a um controle mais
eficaz sobre o processo todo. Controlando-se os processos menores é possível
localizar mais facilmente o problema e agir mais profundamente sobre sua causa.
(CAMPOS, 2004 apud SALGADO, L. 2008. p.9)

4.3. Fluxograma

O fluxograma é usado para diagramar sequencialmente as etapas de um processo


qualquer; constitui importante auxiliar para detectar oportunidades de melhorias,
pois fornece o detalhamento das atividades concedendo a visão global do fluxo, de
suas falhas e de seus gargalos. Os fluxos são elaborados com símbolos padronizados
para tal fim. É importante que as pessoas que elaborem ou manipulem este tipo de
ferramenta conheçam os símbolos e seu significado. (BALLESTERO-ALVAREZ,
2010. p.115).

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Figura 2 - Fluxograma

Fonte: Autores (2019).

O fluxograma é baseado na visualização das possíveis escolhas e o que elas podem ocasionar,
sempre mostrando dois caminhos, tomar ou não tal decisão. A simbologia presente no
fluxograma tem significados. É essencial conhecer significados para a utilização de forma
correta.

Figura 3 - significados do fluxograma

Fonte: Autores (2019).


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4.4. Diagrama de Pareto

O diagrama de Pareto (ou diagrama ABC, 80-20, 70-30) é um gráfico de barras que
ordena as frequências das ocorrências, da maior para a menor, permitindo a
priorização dos problemas. Seu objetivo principal é detectar quais problemas são
fundamentais e separá-los dos mais comuns; parte do princípio de que normalmente
temos muitos problemas sem importância frente a outros com mais importância.
Auxilia em especial na visualização e na identificação das causas ou problemas mais
importantes, possibilitando a concentração de esforços sobre eles.(BALLESTERO-
ALVAREZ, 2010. p.111).

Figura 4 – Gráfico de Pareto

Fonte: Autores (2019).

A figura acima é uma simulação de como fica o gráfico após aplicação de dados. Para fazer a
utilização de Pareto deve ser feita a listagem de causas dos problemas e quantidades de
ocorrências relacionadas, depois colocar os dados de forma decrescente e calcular a sua
porcentagem, depois a porcentagem acumulada. Após feito isso, se gera o gráfico, as barras
são as porcentagens de cada motivo e a linha a acumulada das ocorrências.

4.5. Carta de controle

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O gráfico de controle é outra ferramenta visual, estatística, utilizada para avaliar a


estabilidade ou as flutuações de um processo, distinguindo as variações devidas às
causas assinaláveis ou especiais das variações casuais inerentes ao processo. As
variações casuais repetem-se aleatoriamente dentro de limites previsíveis. As
variações decorrentes de causas especiais necessitam de tratamento especial. É
necessário, então, identificar, investigar e colocar sob controle alguns fatores que
afetam o processo.(BALLESTERO-ALVAREZ, 2010. p.114).

Figura 5 – Carta de controle

Fonte: Autores (2019).

Carta de controle é um tipo de gráfico utilizado para acompanhar processos, determinando


estatisticamente uma faixa denominada como limites de controle que tem fim na parte
superior e na linha inferior, além de ter uma linha média. Obtendo função principal verificar
através do gráfico se o processo está sob controle, apresentar informações para que sejam
tomadas medidas gerenciais e manter o estado de controle estatístico, estendendo a função dos
limites de controle como base de decisões.
Na simulação acima observamos que há limites como base, inferior e superior, e a linha
média. Ao coletarmos dados e aplicarmos nesta ferramenta ela mostrará o que está fora da
linha da média, tanto superior como inferior e assim podemos acompanhar processos,
visualizandose houve alguma falha ou melhora.

4.6. Ciclo PDCA

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O Ciclo PDCA é uma metodologia utilizado para a melhoria contínua de processos e solução
de problemas.Suas finalidades são acelerar e aperfeiçoar as atividades de uma empresa, por
meio da constatação dos problemas, seus motivos e suas potenciais soluções.
PDCA significa plan (planejar), do (fazer), check (checar) e action (agir). Esta ferramenta é
completa e eficiente, é um método bastante conhecido para ajudar na execução do
planejamento estratégico e utilizado nas organizações com melhorias.

Figura 6 - PDCA

Fonte: Autores (2019).

Chamo sua atenção para a simplicidade do PDCA. É essa sua simplicidade que faz
dele um instrumento muito flexível e que nos permite utilizá-lo e aplicá-lo tanto na
gerencia da empresa como em cada em dos processos existentes numa organização
em qualquer setor ou área. (BALLESTERO-ALVAREZ, 2010. p.100).

5. Ferramentas auxiliares
Algumas ferramentas consideradas auxiliares têm grande utilidade. Facilitando a forma de
organização do trabalho e a apresentação de dados e resultados. As ferramentas auxiliares são:

- Brainstorming: tem significado de “tempestade de ideias”, consiste em


reuniões em grupo, onde cada indivíduo possa expressar suas opiniões e ideias.
- Matriz GUT: A matriz auxilia a resoluções de problemas, classificando cada
obstáculo pertinente por sua gravidade, urgência e tendência.
- Os cinco porquês: Tem como finalidade encontrar a causa raiz de um
problema, tem como base perguntar cinco vezes o porquê tem um certo problema
estar acontecendo e isso resultara no encontro da sua causa original. (PEREIRA;
RIBEIRO; SOUZA, 2017. p.7)

6. Metodologia

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A metodologia utilizada é o estudo de caso, “O estudo de caso é caracterizado pelo estudo


profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir conhecimento amplo
e detalhado do mesmo”. (GIL, 1994 apud ABBAS, K. 2001. p.19)
No estudo de caso foi analisado as problemáticas que envolviam o PISF para descobrir e
analisar dificuldades presentes nele de forma que as ferramentas da qualidade sejam uteis para
o mesmo.
Para tomar decisões e possibilitar melhorias contínuas, foram coletadas informações
confiáveis. Buscar por problemas ajuda na elaboração de planos e medidas para abrandar ou
até mesmo sanar a causa.
A pesquisa foi feita do tipo exploratória, onde os dados e informações utilizadas foram
divulgados pelo MMA ( Ministério do Meio Ambiente), CGU (Controladoria-Geral da
União), Senado Federal, CBHSF ( Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco),
artigos científicos e jornais, serão colocadas em algumas ferramentas da qualidade para
podermos ter uma visualização diferente dos problemas e causas que dificultam a integração
da bacia do Rio São Francisco com as demais envolvidas no projeto e se obter resultados com
relação a problemática exposta neste artigo.

7. Analisaros resultados
A primeira ferramenta que pode ser utilizada na etapa de planejamento do PDCA é diagrama
de Ishikawa, para visualizar o problema de uma forma mais clara e identificar suas causas.

Figura 7 – Diagrama de Ishikawa na biodiversidade

Fonte: Autores (2019).

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Foi utilizada a perda da Biodiversidade como problema. Umas das características do


Diagrama de Ishikawa é elencar causas possíveis e suas subcausas, as causas elencadas são as
de maior ocorrência que geram a perda da biodiversidade
Na figura 7podemos observar possíveis causas dos problemas que levam a perda da
biodiversidade, por exemplo, alteração do habitat. A modificação ou destruição de um habitat
geralmente é causada pelo crescimento das cidades ou crescimento econômico baseado na
extração desenfreada dos recursos naturais. As drenagens de recursos naturais causam
alterações no ambiente, causando extinção das espécies tanto de plantas como animais que
eram naturais de tal local.
Um dos problemas que também trazem impacto para o projeto é a poluição do rio, o mesmo
recebe toneladas de rejeitos a décadas, além dos despejos de esgotos não tratados, jornais
locais divulgaram operações voluntarias dos cidadãos que se colocaram à disposição de ir e
contribuir com a limpeza do velho Chico, com alguns voluntários em partes diferentes do
Chico foi retirado cerca de 1400 kg de lixo do rio, mas ainda há muito lixo presente no rio.
Para este será adotado o gráfico de Pareto, onde poderemos visualizar quantidades de lixo
retirada do rio e em que período foi feita a limpeza.

Figura 8 – Pareto na limpeza do rio

Gráfico de pareto
1400 100% 100%
1200 1000 86% 80%
1000 71%
800 60%
600 40%
400 200 200
20%
200
0 0%
retirada em 11/2018 retirada em 10/2018 retirada em 04/2018

valores acumulada

Fonte: Autores (2019).

Analisando a figura 8podemos ver que em cerca de quase um ano foram feitas três limpezas,
retirando 1400 kg de lixo do velho Chico, apenas com a ação voluntaria de cidadãos, porem

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levando em consideração que o rio sofre há décadas com o despejo de dejetos, 1400 kg se
torna pouco. O governo diversas vezes refez o orçamento para revitalizar o Rio São Francisco
e cada vez que o orçamento é refeito ele muda, em outubro de 2018 o MMAanunciou a
liberação de 262,5 mil reais para o projeto de recuperação das matas ciliares para revitalizar o
rio. O governo poderia investir não só apenas na revitalização, mas na conscientização da
população e trabalhos voluntários tendo em vista que os cidadãos já o fazem.
O projeto, como já dito antes teve seu orçamento refeito diversas vezes. O valor original do
projeto era de 4,5 bilhões, e tinha previsão para término em 2010. Mas o mal planejamento e
má utilização dos recursos para a obra fizeram com que ela tenha sido parada algumas vezes e
isso levou o seu orçamento a ser refeito a cada parada.
Em março de 2018 foi divulgado pela CGUo orçamento de R$ 10,7 bilhões (o custo final
estimado da obra é de R$ 20 bilhões). Devido ao mal planejamento foi ocasionado perdas de
algumas estruturas de concreto que davam forma ao projeto. Ao parar obras, pode ocorrer
necessidade de uma manutenção e para uma obra de grande porte como o PISF, esta
manutenção se torna algo cada vez mais cara tendo em vista que a mesma teve paradas
durante o seu processo de construção e atualmente teve uma pequena parada devido à greve
de funcionários do consorcio responsável pela mesma.
Para da tomada de decisões com mais clareza poderia ser utilizado o fluxograma, facilitando a
visualização de cada decisão conjuntamente com as ferramentas auxiliares, por exemplo o
Brainstorming que consiste na reunião em grupo para ter mais ideiase soluções, para
acompanhar o processo após a tomada de decisões seria interessante adotar a carta de
controle, facilitando o acompanhamentodas rupturas e altos do processo.

8. Considerações finais
Neste trabalho foi apresentado a importância da utilização das ferramentas da qualidade e seus
aspectos, apresentadas na revisão bibliográfica com finalidade de buscar e propor melhoras,
tanto à administração dos gestores, como no momento de elaboração de quaisquer projetos do
governo ofertados a população.
Foram exemplificadas algumas das ferramentas da qualidade e algumas ferramentas
auxiliares.
Foi exemplificado e estudado o PISF, juntamente com os seus obstáculos para a aplicação das
ferramentas da qualidade.

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Foi exemplificado algumas formas que possibilitam a melhoria de quais quer organizações,
utilizando do PISF para poder demonstrar que tais ferramentas implementadas em projetos
governamentais ajudariam a obtenção dos objetivos.
Conclui-se que a melhoria continua é o ideal e que tem suma importância para qualquer
organização, um dos meios de atingi-la é a utilização das ferramentas da qualidade e suas
ferramentas auxiliares, vale lembrar que neste estudo não tem todas as ferramentas da gestão
da qualidade, as utilizações de todas ferramentas conjuntas entre si proporcionarão melhores
resultados a futuros projetos do governo.

REFERÊNCIAS
ABBAS, Katia et al. Gestão de custos em organizações hospitalares. 2001.

Ação voluntária retira 200kg de lixo de trecho do Rio São Francisco em Petrolina, 2018.
Disponível em: <https://www.carlosbritto.com/grupo-de-voluntarios-retira-200kg-de-lixo-das-margens-do-rio-
sao-francisco-em-petrolina/>. Acesso em: 24 abril 2019

BALLESTERO-ALVAREZ, Maria Esmeralda. Gestão de qualidade, produção e operações. São Paulo: Atlas,
2010.

CASTRO, Cesar Nunes de. Transposição do Rio São Francisco: análise de oportunidade do projeto. 2010.

Com obra da transposição inacabada, famílias sofrem com a seca no Sertão, 2017. Disponível em:
<http://g1.globo.com/pe/petrolina-regiao/noticia/2017/03/com-obra-da-transposicao-inacabada-familias-sofrem-
com-seca-no-sertao.html>. Acesso em: 25 abril 2019

Dia mundial da água: esgoto sem tratamento é despejado no Rio São Francisco, em Juazeiro, 2016. Disponível em:
<http://g1.globo.com/bahia/bahia-meio-dia/videos/t/tv-sao-francisco/v/dia-mundial-da-agua-esgoto-sem-
tratamento-e-despejado-no-rio-sao-francisco-em-juazeiro/4901844/>. Acesso em: 27 abril 2019

Esgoto sem tratamento é despejado no Rio São Francisco em Piranhas, 2016. Disponível em:
<http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2016/11/esgoto-sem-tratamento-e-despejado-no-rio-sao-francisco-em-
piranhas.html>. Acesso em: 24 abril 2019

Mais recursos para revitalizar a região do Velho Chico, 2018. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/informma/item/15126-mais-recursos-para-revitalizar-a-regi%C3%A3o-do-velho-
chico.html>. Acesso em: 24 abril 2019

Mergulhadores fazem mutirão de limpeza do rio São Francisco, no norte do estado, 2018.Disponível em:
<https://globoplay.globo.com/v/7165746/>. Acesso em: 24 abril 2019

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Santos, São Paulo, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2019.

MORAES, Luiz Flavio Mathias de Mello. Avaliação Econômico-Financeira do Projeto de Integração do Rio
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XXXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“Os desafios da engenharia de produção para uma gestão inovadora da Logística e Operações”
Santos, São Paulo, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2019.

Voluntários retiram cerca de 200kg de lixo da margem do rio São Francisco, 2018.
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