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Análise de Investimentos

Unidade 04 – Métodos de Avaliação (Parte 2)


Prof. Guilherme Monteiro de Menezes
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO (Parte 2)
IV – MÉTODO DA RECEITA UNIFORME LÍQUIDA – RUL

Este método é empregado geralmente para comparar alternativas com vidas úteis diferentes.
O significado do resultado do Método da RUL - Receita Uniforme Líquida é semelhante ao
significado dado ao método do VPL. A única diferença é que a RUL “distribui” o VPL ao
longo da vida útil da alternativa. Isto elimina o problema de comparação entre alternativas
com vidas úteis diferentes.

Para se calcular a RUL utilizando a calculadora HP-12c é muito simples. Basta lançar os
dados do Fluxo de Caixa, a TMA e calcular o VPL. Veja o exemplo abaixo:

Exemplo: Dado o Fluxo de Caixa apresentado a seguir, calcule a RUL, utilizando a mesma
taxa TMA de 10% a.a.

Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5


-2.000,00 480,00 500,00 600,00 600,00 700,00

Primeiro calculamos o VPL e encontramos R$ 144,83. Em seguida, lançamos os dados na


calculadora HP-12C, como segue:

PV = 144,83
i = 10
n=5
PMT = ?

Apertando a tecla PMT encontramos o valor de R$ 38,21 que é o valor da RUL – Receita
Uniforme Líquida. Esse valor representa um VPL médio anual de R$ 38,21 durante 5 anos.

Também é possível se calcular a RUL pela fórmula:

RUL = VPL x FRC (i,n)


Fórmula do FRC (Fator de Recuperação de Capital):

(1+i )n i
[ ( 1+i )n −1 ]
Onde:

n = Quantidade de Períodos
i = Taxa de Juros Compostos

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Outra maneira de se calcular o FRC é usando a calculadora HP-12C. Basta lançar os dados
fornecidos “n” e “i” e colocar 1 no “PV”. Agora é só mandar calcular o PMT. O valor que
aparecer será o FRC.

Usando a calculadora HP-12c

10 i
5 n
1 PV
PMT = 0,263797481 (FRC)

VPL (10%) = 144,83


RUL = VPL x FRC (10%, 5) = 144,83 x 0,263797481
RUL = 38,20578914 ou RUL = 38,21.

Exemplo 2: Comparar as duas alternativas a seguir:

Alternativa A – VPL (12%) = US$ 5,0 MM – Vida Útil de 3 anos

Alternativa B – VPL (12%) = US$ 12,0 MM – Vida Útil de 15 anos

Se os VPL’s forem “distribuídos” ao longo da vida útil das alternativas, teremos:

RULA (12%) = US$ 2,08 MM por ano

RULB (12%) = US$ 1,76 MM por ano

Podemos então concluir, que a Alternativa A é mais eficiente em gerar retorno por unidade
de tempo, que a Alternativa B.

Outra aplicação do Método da RUL - Receita Uniforme Líquida

Consiste em avaliar alternativas que estão associadas a custos e/ou despesas, e não a
receitas. Neste caso, o método toma o nome de Custo Uniforme Líquido. Assim,
alternativas que não geram receitas ou cujas receitas são dificilmente quantificáveis, tais
como aquelas envolvidas com equipamentos para controle de poluição, veículos, tratores,
máquinas copiadoras, sistemas de iluminação, sistemas de aquecimento etc., consistem
exemplos que podem ser analisados mais adequadamente pelo Método do Custo Uniforme
Líquido. Esta mudança de nome só é usada por conveniência e para evitar valores negativos
de Receitas Líquidas. Em resumo, alternativas que possuem somente custos devem ser
comparadas entre si pelos respectivos Custos Uniformes Líquidos. Como critério de
decisão, podemos concluir que a melhor alternativa é aquela com o menor Custo Uniforme
Líquido.

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V – MÉTODO DO ÍNDICE BENEFÍCIO / CUSTO (IB/C)

Este método, também conhecido como Método do Índice de Lucratividade IL, é definido
como a relação entre o Valor Presente das Receitas Líquidas dividido pelo Investimento
Líquido trazidos para o valor presente.

IB / C = Valor Presente das Receitas Líquidas


Valor Presente do Investimento

Onde:

Valor Presente das Receitas Líquidas = VPL + I.I. (Investimento Inicial)


OBS: Deve-se somar o valor do I.I. (Investimento Inicial) sempre positivo.

Valor Presente do Investimento = valor do I.I. (Investimento Inicial)


OBS: Esse valor também deve ser sempre positivo

Critério de Decisão:

Se IB/C > 1 aceita-se a alternativa


Se IB/C < 1 rejeita-se a alternativa

IB/C > 1 significa que para cada unidade monetária investida, o projeto remunera uma
quantia maior que esta unidade investida. Se o Método IB/C aceitar uma alternativa, ela
será também aceita pelo Método do VPL.

O Método do IB/C indica a alternativa que maximiza o retorno por unidade monetária
investida. É empregado quando se deseja comparar alternativas com Investimentos
diferentes. Nesta situação, o VPL fornece resultados totalmente distorcidos, como pode ser
visto no exemplo dado a seguir:

Exemplo: Duas alternativas independentes X e Y exigem Investimentos de R$ 20.000,00 e


R$ 60.000,00 respectivamente e Receitas Líquidas conforme os Fluxos mostrados abaixo.
Calcular o VPL e o IB/C das duas alternativas utilizando a taxa de 15% a.a.

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ALTERNATIVA X
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3
-20.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00

ALTERNATIVA Y
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3
-60.000,00 30.000,00 36.000,00 36.000,00

Valor Presente das Receitas Líquidas de X a 15% a.a.:

VPRL = Valor Presente das Receitas Líquidas

VPRL j X (15%) = 12.000,00 + 12.000,00 + 12.000,00


(1+ 0,15)1 (1+ 0,15)2 (1+ 0,15)3

VPRL j X (15%) = 27.398,70

Outra maneira de se encontrar o VPRL:

VPL (15%) X = 7.398,70

VPRL = VPL + I.I (Investimento Líquido)

VPRL = 7.398,70 + 20.000,00 = 27.398,70

IB/C (15%) X = VPRL = 7.398,70 + 20.000,00 = 1,37


I.I. 20.000,00

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Valor Presente das Receitas Líquidas de Y a 15% a.a.:

VPRL = Valor Presente das Receitas Líquidas

VPRL j Y (15%) = 30.000,00 + 36.000,00 + 36.000,00


(1+ 0,15)1 (1+ 0,15)2 (1+ 0,15)3

VPRL j Y (15%) = 76.978,71

Outra maneira de se encontrar o VPRL:

VPL (15%) Y = 16.978,71

VPRL = VPL + I.I (Investimento Líquido)

VPRL = 16.978,71 + 60.000,00 = 76.978,71

IB/C (15%) Y = VPRL = 16..978,71 + 60.000,00 = 1,28


I.I. 60.000,00

Resumo: VPL (15%) X = 7.398,70 IB/C (15%) X = 1,37


VPL (15%) Y = 16.978,71 IB/C (15%) Y = 1,28

Nesse exemplo vemos que a alternativa Y é melhor pelo VPL e que a alternativa X é
melhor pelo IB/C. O índice 1,37 para a alternativa X significa que para cada unidade
monetária investida, a empresa terá um retorno de 0,37 unidades monetárias após ter
remunerado o investimento e os custos financeiros de 15% a.a.

VI – MÉTODO DA TAXA INTERNA DE RETORNO MODIFICADA – (TIR-M)

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A técnica tradicional da Taxa Interna de Retorno - TIR possui duas imperfeições:

1ª) A primeira delas é que o método assume implicitamente que todos os Fluxos de Caixa
são reinvestidos ou descontados à própria TIR. Este pressuposto é financeiramente razoável
desde que esta taxa esteja dentro de uma faixa realística de mercado. Quando a TIR assume
valores elevados ou valores muito pequenos, este pressuposto de reinvestimento se torna
irreal e a TIR perde totalmente o significado.

Exemplo: Seja dado o fluxo de caixa abaixo, cuja TIR é de 328,29% a.a.

Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4


-1.000,00 3.000,00 4.000,00 5.000,00 6.000,00

O Método da Taxa Interna de Retorno nos diz que para que o projeto mostrado tenha uma
TIR de 328,29% a.a. é necessário que suas receitas líquidas sejam reinvestidas a esta taxa
até o término do projeto. Como esta taxa está bastante acima das taxas normalmente
praticadas no mercado, concluímos que a “rentabilidade” do projeto não é igual à TIR.

Da mesma forma, ao se analisar um projeto com uma TIR de 3,40% a.a., é estranho admitir
que as Receitas Líquidas de Caixa sejam reinvestidas a esta taxa tão reduzida. Porém,
podemos admitir que se a empresa reinvestir as Receitas Líquidas em um projeto idêntico
ao original, ela irá obter uma “rentabilidade” idêntica à TIR, qualquer que seja este valor.

2ª) Em segundo lugar, a TIR está também limitada ao número de vezes que o Fluxo de
Caixa troca de sinal. Para cada mudança de sinal existe a possibilidade de ocorrência de
uma TIR.

Assim, um fluxo tradicional com um desembolso inicial e Receitas Líquidas com apenas
uma mudança de sinal, possui apenas um TIR. Entretanto, em um Fluxo de Caixa onde
ocorrem “n” mudanças de sinal podem existir “n” Taxas Internas de Retorno.
Matematicamente, para cada mudança de sinal existe a possibilidade de existir uma TIR
real ou imaginária. Entretanto, existirá uma TIR real. O exemplo a seguir mostra a
ocorrência de 3 TIR’s reais:

Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3


-1.560,00 6.084,00 -7.893,60 3.407,04

Este fluxo com três mudanças de sinal possui as TIR’s reais: 20,0% a.a.; 30% a.a. e 40,0%
a.a., como pode ser confirmado pelas seguintes equações:

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Para i = 20%  -1.560,00 + 6.084,00 - 7.893,60 + 3.407,04 = 0


(1,20)0 (1,20)1 (1,20)2 (1,20)3

Para i = 30%  -1.560,00 + 6.084,00 - 7.893,60 + 3.407,04 = 0


(1,30)0 (1,30)1 (1,30)2 (1,30)3

Para i = 40%  -1.560,00 + 6.084,00 - 7.893,60 + 3.407,04 = 0


(1,40)0 (1,40)1 (1,40)2 (1,40)3

O Método da TIR-M consegue evitar os problemas que surgem com a TIR tradicional. Aí
são eliminadas as múltiplas mudanças de sinal, através do reinvestimento dos fluxos de
caixa positivos e do desconto dos fluxos negativos. Os fluxos positivos são reinvestidos a
uma taxa isenta de risco (taxa de mercado), e os fluxos negativos são descontados a uma
taxa de financiamento (TMA).

Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM)

Se os problemas estudados constituem de fato em sérias restrições ao uso do método da


TIR, a solução estaria num método, que tomasse em conta o custo de oportunidade sobre os
recursos da empresa, nos cálculos para levantamento de uma taxa de retorno para
iniciativas empresariais. Vejamos como, através do seguinte exemplo:

Fluxo de Caixa do projeto

0 1 2 3 4 5
-18.000 5.660 5.660 5.660 5.660 6.660

Taxa de desconto (TRR ou TMA): 16% ao ano


Taxa de juros do mercado financeiro (im): 14% ao ano

Assim, procedendo ao reinvestimento dos fluxos intermediários (1 a 6) à taxa de juros do


mercado financeiro (que representa o custo de oportunidade sobre recursos disponíveis da
empresa), a equação de cálculo será:

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VF 1n
TIRM=
II [( )
−1 x 100
]
onde falta definir e relembrar que:

VF = valor futuro (no último período) dos fluxos de caixa positivos da empresa
n = período de vida considerado para o projeto
II = investimento inicial

Já a operacionalização dos cálculos da TIRM no problema anterior se daria como abaixo:

Ano 1: 5.660 x 1,144 = 9.559,51


Ano 2: 5.660 x 1,143 = 8.385,54
Ano 3: 5.660 x 1,142 = 7.355,74
Ano 4: 5.660 x 1,141 = 6.452,40
Ano 5: 6.660 x 1,140 = 6.660,00

VF ============> 38.413,19

TIRM = [ (38.413,19 / 18.000)1/5 - 1 ] x 100 = 16,37 % a.a.

Outra maneira de se encontrar o valor da TIR-M, utilizando uma calculadora financeira


(HP-12C), é a seguinte:

Lançamos os dados na calculadora, como segue:

PV = 18.000
FV = 38.413,19 CHS
n=5
i=?

Apertando-se a tecla “i”, encontramos que i = 16,37 % a.a. (TIR-M)

Neste caso, são dois os passos para aferição da viabilidade de projetos de investimentos:

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a) TIRM > TRR; se isto ocorrer, o projeto é viável por superar a taxa requerida de retorno,
a qual é julgada suficiente para os propósitos de crescimento e sustentação da empresa
no longo prazo.

b) TIRM > im; se esta nova restrição é atendida, isto implica em que a rentabilidade do
projeto supera possíveis aplicações de recursos no mercado financeiro. Em outros
termos, a empresa terá retornos superiores aplicando na produção, do que se investir em
produtos financeiros.

Outro detalhe diz respeito à fórmula acima, a qual se refere a casos onde ocorra o padrão
usual na análise de projetos, com investimentos num período inicial sendo seguidos, no
tempo, por fluxos de caixa líquidos positivos.

Caso houvesse fluxos de caixa negativos, além daquele referente ao investimento inicial,
o critério internacionalmente aceito é o de se descontar tais fluxos negativos para o
momento zero à taxa requerida de retorno (TRR), aumentando o valor de "II" na
fórmula acima.

Em todo caso, fica a observação de que, não importa o padrão do fluxo de entradas e de
saídas, pois poderíamos adaptar novas configurações quando necessário. Inclusive,
planilhas eletrônicas como o Excel, já incorpora soluções nesta direção.

Quanto à regra para aceitação de projetos, o procedimento segue aquele do método da TIR,
ou seja:

TIRM > TRR - Taxa requerida de retorno

Para nosso exemplo acima, temos que a TIRM se iguala a 16,37 % a.a., superando a taxa
requerida de retorno de 16,00 % a.a.. Neste sentido, o projeto contribuirá decisivamente
para acrescer a base geradora de riquezas da empresa.

Esta taxa representa a remuneração obtida pelo investidor pela utilização de seu capital. A
única desvantagem deste método de avaliação é que para cada taxa de reinvestimento e
cada taxa de desconto, obtém-se uma TIRM diferente.

Embora os principais autores apresentem a metodologia da TIRM, conforme mostrado


acima, surgiu uma abordagem recentemente desenvolvida, que considera os seguintes
pontos:

 A taxa de reinvestimento e a taxa de risco, utilizados no cálculo da TIRM, devem


ser substituídas pela TMA (ou TRR)

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 O conceito da TMA engloba: Taxa de Reinvestimento, Custo de Oportunidade,
Custo do Capital de Terceiros, Prêmio pelo Risco etc, tudo devidamente ponderado
pelos volumes de recursos aplicados na empresa ou no empreendimento.

A utilização de uma única taxa simplifica o cálculo da TIRM, além de reduzir a diversidade
de TIRM’s, pois cada Fluxo de Caixa terá apenas uma TIRM (TMA) enquanto que o
método da TIRM original possui uma TIRM para cada combinação de Taxa de Risco
Mínimo (Taxa de Mercado) e Taxa de Financiamento (TMA).

RESUMO

MÉTODO BÁSICO MÉTODOS ALTERNATIVOS

PERÍODO DE RETORNO PR PERÍODO DE RETORNO DESCONTADO


PAY BACK Considera o valor do dinheiro no tempo

RECEITA UNIFORME LÍQUIDA


Utilizando para comparar alternativas
Com vidas úteis diferentes
VALOR PRESENTE LÍQUIDO VPL
“NPV” ÍNDICE BENEFÍCIO / CUSTO IB/C
Utilizado para comparar alternativas
De escalas diferentes

TAXA INTERNA DE RETORNO


MODIFICADA
TAXA INTERNA DE RETORNO TIR Utilizado para comparar alternativas com
“IRR” TIR múltipla e taxas de reinvestimento
diferentes da TIR

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VII – ANÁLISE PELO MÉTODO DIFERENCIAL / INCREMENTAL

Atualmente é bastante usada uma técnica de avaliação chamada de Análise Diferencial ou


Incremental. Esta técnica consiste em comparar duas alternativas de cada vez, no que elas
têm de diferente. Assim, se temos duas alternativas A e B, a diferença do fluxo de caixa
destas duas alternativas A e B resultará no fluxo de caixa B-A. Sobre este fluxo de caixa
diferencial pode-se aplicar qualquer dos métodos já vistos.

Se o Fluxo de Caixa Diferencial B-A for aceito, ou seja:

TIR > TMA ou VPL > 0 ou IB/C > 1

conclui-se que B é melhor do que A. A Análise Diferencial é muito utilizada para avaliar:
 Propostas de substituição de equipamentos
 Racionamento de Capital onde existe uma multiplicidade de alternativas que
disputam uma verba limitada.

Exemplo: Analisar a possibilidade de substituição de um equipamento existente e em uso


(A), por um equipamento semi-automático (B) ou por um equipamento totalmente
automático (C).

Alternativa A – Equipamento Existente

Investimento Inicial: R$ 800,00 já desembolsado – Sunk Cost


Receitas líquidas anuais: R$ 500,00
Vida útil remanescente: 10 anos
Valor Residual: nulo

Alternativa B – Equipamento Semi-Automático

Investimento Líquido (*): R$ 600,00


Receitas Líquidas anuais: R$ 700,00
Vida útil: 10 anos
Valor Residual: nulo

Alternativa C – Equipamento Automático

Investimento Líquido (*): R$ 900,00


Receitas Líquidas anuais: R$ 750,00
Vida útil: 10 anos
Valor Residual: nulo

(*) Os Invest. Líquidos das Alternativas B e C já consideram a venda do Equip. Atual

Alternativa (B-A)

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Investimento Incremental: R$ 600,00


Receitas Líq. Incrementais: R$ 200,00
Vida útil: 10 anos
Valor Residual: nulo

VPL B-A (15%) = R$ 403,75


TIR B-A = 31,11% a.a.

Alternativa (C-A)

Investimento Incremental: R$ 900,00


Receitas Líq. Incrementais: R$ 250,00
Vida útil: 10 anos
Valor Residual: nulo

VPL C-A (15%) = R$ 354,69


TIR C-A = 24,73% a.a.

Até este ponto as Alternativas B e C são melhores que a Alternativa A – Equipamento


Existente. Resta comparar qual das Alternativas B ou C é a melhor:

Alternativa (C-B)

Investimento Incremental: R$ 300,00


Receitas Líq. Incrementais: R$ 50,00
Vida útil: 10 anos
Valor residual: nulo

VPL C-B (15%) = R$ -49,06


TIR C-B = 10,56% a.a.

Concluímos que B é a melhor alternativa, porque:

TIR C-A > 15%

TIR C-B < 15%

VPL C-A (15%) > 0

VPL C-B (15%) < 0

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ATIVIDADE DE FIXAÇÃO DA UNIDADE 04

EXERCÍCIOS SOBRE MÉTODOS DE AVALIAÇÃO

1 – Dois projetos mutuamente exclusivos apresentam as seguintes estimativas de Fluxo de


Caixa:

DATA PROJ. A PROJ. B


0 (10.000) (10.000)
1 5.000 0
2 5.000 0
3 5.000 0
4 5.000 30.000

Pede-se calcular para os dois projetos:

a) VPL – Valor Presente Líquido, admitindo uma Taxa de 10% a.a.


b) TIR – Taxa Interna de Retorno
c) TIR-M – Taxa Interna de Retorno Modificada c/ taxa de reinvestimento de 10% a.a.
d) Que projeto você escolheria?

Respostas:

(a) VPL (A) = R$ 5.849,33


VPL (B) = R$ 10.490,40 

(b) TIR (A) = 34,90% a.a. 


TIR (B) = 31,61% a.a.

(c) TIR-M (A) = 23,42% a.a.


TIR-M (B) = 31,61% a.a. 

(d) Escolheria o Projeto B, pois este apresenta maior VPL e maior TIR-M do que o
Projeto A.

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2 – A empresa Delta Minas defronta-se com duas propostas de investimento mutuamente
exclusivas. Uma delas exige um desembolso de R$ 100.000 e proporciona receitas líquidas
de caixa de R$ 30.000 anuais durante 5 anos. O desembolso para a segunda proposta é de
R$ 50.000, que gera receitas líquidas anuais de R$ 16.000 durante o mesmo período. A
empresa tem para seus recursos ociosos um custo de oportunidade de 10% a.a.. Calcular o
VPL e o índice IB/C para cada projeto. Qual deles você escolheria?

Respostas:

VPL (A) = R$ 13.723,60 


VPL (B) = R$ 10.652,59
IB/C (A) = 1,14
IB/C (B) = 1,21 
Escolheria o Projeto A, pois possui maior VPL (projetos mutuamente exclusivos)

3 – Reformule a análise do problema da questão 2, supondo agora um Custo de


Oportunidade de 17% a.a.. Com esta modificação, qual seria a sua resposta?

Respostas:

VPL (A) = (R$ 4.019,62)


VPL (B) = R$ 1.189,54
IB/C (A) = 0,96
IB/C (B) = 1,02
Mudaria a resposta para o Projeto B.

4 – Uma das maiores e mais lucrativas empresas do país defronta-se com a perspectiva de
substituir uma prensa de grande porte. Existem, atualmente, dois tipos de prensa capazes de
atender suas necessidades, a prensa “Chiller” e a prensa “Hotter”. A prensa “Chiller” custa
R$ 50.000, exigindo despesas anuais de manutenção de R$ 20.000 e a prensa “Hotter”
custa R$ 75.000 e as despesas anuais de manutenção são menores, no valor de R$ 15.000.
Ambas possuem vida útil de 10 anos, sem valor residual, devendo ser depreciadas pelo
Método Linear. A empresa paga atualmente, imposto sobre lucro pela alíquota de 45%.
Pergunta-se:

a) Se a empresa tem uma TMA – Taxa Mínima de Atratividade de 10% a.a., qual máquina
a empresa deve comprar?
b) Sua resposta seria diferente se a TMA exigida fosse de 5% a.a.?

Respostas:

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(a) CUL “Chiller” (10%) = (R$ 16.887,27) 
CUL “Hotter” (10%) = (R$ 17.080,90)

(b) CUL “Chiller” (5%) = (R$ 15.225,23)


CUL “Hotter” (5%) = (R$ 14.587,84) 

5 – A empresa WHY Ltda está utilizando uma máquina cujo custo original foi de R$
70.000. A máquina já tem dois anos de uso e pode ser vendida por R$ 36.000. Esta
máquina está sendo depreciada ao longo de uma vida útil de 10 anos e valor residual nulo.
A proprietária está analisando a compra de uma máquina substituta que custa R$ 90.000 e
um valor residual de R$ 10.000. A nova máquina terá uma maior capacidade de produção e
as vendas anuais crescerão de R$ 1.000.000,00 para R$ 1.010.000,00, ou seja, de R$
10.000,00. As eficiências operacionais com a nova máquina produzirão, também,
economias esperadas de R$ 12.000 anualmente. A nova máquina terá uma vida útil de 8
anos. A TMA é de 15% a.a. e a alíquota de IR para essa empresa é de 40%. O volume de
depreciação da empresa é de R$ 120.000 anuais e os custos operacionais são de R$ 800.000
anuais. Faça uma análise do Fluxo de Caixa Incremental da nova máquina e responda se a
empresa deve substituir ou não a máquina velha.

Respostas:

Cálculo do Fluxo de Caixa Incremental

ANO 0 1a7 8
= F. C. Incremental (46.000) 14.400 24.400

Cálculo dos indicadores:

VPL (15%)  R$ 21.886,45


TIR  27,74% a.a.

6 – As “Centrais Energéticas do Arrudas” está comparando os custos anuais dos seguintes


tipos de fiação para instalar uma linha de transmissão de alta tensão.

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Fio ALUMÍNIO Fio COBRE
Custo Inicial ($) 10.000 18.000
Vida útil em anos 20 60
Valor Residual ($) nulo 3.000
Custos anuais de manutenção ($) 600 100

Comparar as duas alternativas e indicar qual delas é mais econômica para a empresa,
considerando-se uma TMA – Taxa Mínima de Atratividade de 8% a.a..

Respostas:

CUL Fio de ALUMÍNIO : (R$ 1.618,52)


CUL Fio de COBRE : (R$ 1.551,97) (mais econômica)

7 – a Companhia Siderúrgica “Peixe Boi” está estudando o problema de isolamento de suas


tubulações de vapor. Existem alternativas de revestimento isolante de espessura de 10 cm e
20 cm. As perdas anuais de vapor, deixando o encanamento sem isolamento, atingem,
atualmente, R$ 5,00 por metro de encanamento. O isolante de 10 cm de espessura reduzirá
tais perdas em cerca de 85% e custará R$ 1,06 por metro de tubulação. O isolamento de 20
com de espessura reduzirá as perdas em 92% e custará R$ 2,10 por metro de tubulação. A
empresa dispõe hoje de 1.000 metros de tubulação de vapor que precisam ser isolados.
Considerando nulo o Valor Residual do isolamento e uma vida útil de 15 anos, pede-se:

a) Calcular em quanto tempo o revestimento isolante se paga, nas duas alternativas.

b) Calcular a TIR das duas alternativas. Se a TIR for muito alta, calcular a TIR-M
utilizando a taxa de reinvestimento de 10% a.a.

c) Qual reinvestimento você escolheria?

Respostas:

(a) PR (10 cm) = 0,25 anos ou 3,0 meses. 


PR (20 cm) = 0,46 anos ou 5,5 meses.

(b) TIR (10 cm) = 400,94% a.a. 


TIR (20 cm) = 219,05% a.a.

(c) TIR-M (10 cm) = 38,15% a.a. 


TIR-M (20 cm) = 32,69% a.a.

8 – A empresa de Táxis “Pé-Quente” está analisando a perspectiva de adquirir novos


veículos para a sua frota. Existem três possibilidades: a compra de carros comuns, carros de

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luxo ou montar o serviço de limousines. Os custos e as receitas foram estimadas para cada
caso e estão apresentadas abaixo.

TIPO DE VEÍCULO
DESCRIÇÃO COMUM LUXO LIMOUSINE
Investimento ($) 28.000 50.000 80.000
Valor Residual ($) 4.000 8.000 20.000
Vida Útil (anos) 5 5 5
Receita ($ / Km) 1,30 2,10 6,00
Custo Oper Variável ($ / Km) 1,00 1,45 2,00
Custo Fixo ($ / mês) 500,00 800,00 1.500,00
Quilometragem (KM / mês) 5.000 4.000 1.000

Considerando uma alíquota de 40% de IR e que a empresa tem uma TMA de 1% a.m., que
tipo de veículo deve a empresa adquirir? Utilize a periodicidade MENSAL. Para ser feita
esta análise, siga os seguintes passos:

a) Calcule o VPL, a TIR e o PR de cada uma das três alternativas.

Você já conseguiu decidir qual a alternativa é a melhor?

Caso ainda esteja em dúvida,

b) Coloque as alternativas em ordem decrescente de VPL e calcule o Fluxo de caixa


incremental.

c) Calcule novamente o VPL e a TIR.

Qual alternativa você escolheria? Qual alternativa é a mais arriscada?

Respostas:

Táxi Comum: PR = 36,84 meses

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VPL = (12,68%) = R$ 8.368,00
TIR = 26,07% a.a.

Táxi Luxo: PR = 36,76 meses


VPL = (12,68%) = R$ 15.542,00
TIR = 26,49% a.a.

Limousine: PR = 42,11 meses


VPL = (12,68%) = R$ 16.424,00
TIR = 21,39% a.a.

Táxi Luxo - Comum: VPL = (12,68%) = R$ 7.174,82


TIR = 27,02% a.a.

Limousine - Táxi Luxo: VPL = (12,68%) = R$ 881,02


TIR = 13,83% a.a.

BIBLIOGRAFIA

CAMPOS, Breno de. Finanças I e Análise de Investimentos. Belo Horizonte: Apostila


FDC, 2003, 101 pg.

MENEZES, Guilherme Monteiro de, SANTOS, Raquel Maria Gherard dos, ANTÔNIO,
Vânia Barroso de. Matemática Financeira para cursos em EAD. Belo Horizonte: Apostila
PUC Minas, 2014, 212 pg.

SAMANEZ, Carlos Patrício. Matemática Financeira – Aplicações à Análise de


Investimentos. 2 ed. São Paulo: Makron Books, 1999.

VIEIRA SOBRINHO, José Dutra. Matemática Financeira. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2000

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