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Histórias de Atos

Lições para Células


Igreja Batista Central de Belo Horizonte
Lição 1
A Cura de um
Mendigo Aleijado

Quebra- Gelo

Não deixe de preparar um quebra-gelo para essa reunião.

Introdução:
Nos meses de dezembro e janeiro, aproveitando a campanha de leitura bíblica,
seremos ministrados em nossas reuniões de células por histórias do livro de Atos
dos Apóstolos. Das histórias bíblicas, sempre podemos extrair princípios práticos a
serem aplicados em nossas vidas, de modo a gerar uma vida abençoada. Na reunião
desta semana, vamos ser ministrados pela história da cura de um mendigo aleijado.
Que o Espírito Santo entregue nas mãos de cada um de nós os princípios dessa
história e nos ajude a colocá-los em prática!

Leitura e exposição do texto bíblico:


Leia o texto abaixo com a toda a célula, prestando especial atenção aos grifos que
foram feitos.
Texto-base: Atos 3.1-10

Certo dia Pedro e João estavam subindo ao templo na hora da oração, às três horas da
tarde. Estava sendo levado para a porta do templo chamada Formosa um aleijado de
nascença, que ali era colocado todos os dias para pedir esmolas aos que entravam no
templo. Vendo que Pedro e João iam entrar no pátio do templo, pediu-lhes esmola. Pedro
e João olharam bem para ele e, então, Pedro disse: “Olhe para nós!”. O homem olhou para
eles com atenção, esperando receber deles alguma coisa.

Disse Pedro: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isto lhe dou. Em nome de
Jesus Cristo, o Nazareno, ande”. Segurando-o pela mão direita, ajudou-o a levantar-se, e
imediatamente os pés e os tornozelos do homem ficaram firmes. E de um salto pôs-se em
pé e começou a andar. Depois entrou com eles no pátio do templo, andando, saltando e
louvando a Deus. Quando todo o povo o viu andando e louvando a Deus, reconheceu que
era ele o mesmo homem que costumava mendigar sentado à porta do templo chamada
Formosa. Todos ficaram perplexos e muito admirados com o que lhe tinha acontecido
(grifos do autor da lição).

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Esta é uma história de duas perspectivas e expectativas quanto a um problema e
sua solução. Vamos a elas.

1. A perspectiva e expectativa do aleijado de nascença

A primeira está no primeiro parágrafo e pertence ao aleijado de nascença. O texto diz


que ele era colocado todos os dias na porta do templo chamada Formosa para pedir
esmolas aos que entravam no templo. A perspectiva e expectativa desse homem
e de seus próximos (os que o colocavam diariamente naquela porta para esmolar)
era a de que não havia uma solução maior e definitiva para o seu problema, ou
seja, a cura do aleijamento, mas, tão somente, uma solução menor e paliativa,
isto é, o saciar parcial e insuficiente das necessidades financeiras que estavam
sendo geradas pela impossibilidade daquele homem trabalhar, tendo em vista a
sua deficiência. Aquele homem não estava focado em solucionar o seu problema
principal, mas, sim, em um problema secundário, gerado pelo principal. Uma prova
dessa perspectiva e expectativa é que, ao ver que Pedro e Tiago iam entrar no
templo, aquele homem pediu-lhes esmola e, após Pedro ter pedido para ele olhar
para eles, ele atenciosamente lhes olhou, esperando receber deles algum dinheiro.
Não sabia que aqueles homens eram discípulos de Jesus e que, por isso, poderiam
oferecer a ele a cura de sua enfermidade. O aleijado da porta Formosa contava e se
apoiava em piedade, recursos e poder de humanos e buscava uma solução parcial.

2. A perspectiva e expectativa de Pedro e João

A segunda perspectiva e expectativa está no segundo parágrafo e pertence a Pedro


e João. O texto diz que Pedro pediu para que o aleijado olhasse para eles e lhe
disse: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isto lhe dou. Em nome de
Jesus Cristo, o Nazareno, ande” (At 3.6). Pedro e João tiveram uma perspectiva
e expectativa diferentes. O que eles viram? Ao olharem para o mendigo aleijado,
viram um homem que não precisava principalmente de uma esmola, mas, sim, de
cura física. Ao olharem para si mesmos, viram que, como homens e ex-pescadores,
não tinham recursos para dar àquele homem e ajudá-lo temporariamente em seus
problemas financeiros. Entretanto, como discípulos e apóstolos de Jesus Cristo,
tinham acesso ao poder celestial para dar fim àquela situação de deficiência e
pobreza que acompanhava aquele homem desde o seu nascimento. Com essa
perspectiva e expectativa celestiais, Pedro invoca o nome de Jesus e ordena a cura
daquele aleijado. Pedro e João contavam e se apoiavam na misericórdia, recursos e
poder de Deus e buscavam uma solução definitiva.

Apesar de contar com a ação divina para a solução definitiva do problema do mendigo
aleijado, o fator humano não deixou de atuar no milagre ocorrido. Pedro, além de
proclamar uma palavra de cura para o aleijado, lhe estendeu a mão para ajudá-lo
a se levantar (cf. v.7). A ação de Deus não elimina a ajuda humana. Certamente,
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devemos olhar para Deus e buscar dele a solução para os nossos problemas.
Entretanto, muitas vezes, a ação de Deus se manifesta também através da ajuda
dos homens, em parceria com essa.

Perguntas de reflexão e compartilhar:


1. Qual é o grande problema que você tem enfrentado atualmente?
2. Esse problema que você apontou é principal ou secundário? Ou seja, no caso de
ter apontado, por exemplo, um problema financeiro, será que realmente esse é o
grande problema ou há um problema maior por traz dele?
3. Que tipo de solução você tem buscado para esse problema: uma solução parcial
ou definitiva?
4. Você tem contado e se apoiado apenas na piedade, recursos e poder do homem
para solucionar esse problema ou tem buscado, principalmente, a solução na
misericórdia, recursos e poder de Deus?
5. Vamos orar a Deus por cada um dos problemas apresentados e, também, pensar
nas possíveis ajudas humanas que podem ser oferecidas a eles.

Conclusão e desafios:
Na lição de hoje vimos que podemos ter duas perspectivas e expectativas diante
de um problema e sua solução: a do aleijado de nascença (solução parcial apoiada
no homem) e a de Pedro e João (solução definitiva apoiada em Deus e contando
também com a ajuda humana).

Na próxima semana, observe qual é a sua tendência de perspectiva e expectativa


diante de um problema e sua solução. Você busca atacar o problema principal?
Você busca soluções definitivas? Você busca a ação de Deus?

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Lição 2
Os Discípulos
Repartem seus Bens

Quebra- Gelo

Não deixe de preparar um quebra-gelo para essa reunião.

Introdução:
O livro de Atos nos apresenta a história dos primórdios da Igreja cristã. Essa Igreja
é muito admirada e idealizada por conta de algumas suas características. Na lição
de hoje, vamos estudar algumas delas. Que o Espírito Santo faça de nós uma igreja
conforme a vontade de Deus!

Leitura e exposição do texto bíblico:


Texto-base: Atos 4.32-5.11

Em Atos, por duas vezes, Lucas faz uma descrição sucinta da chamada Igreja Primi-
tiva, da Igreja de Jerusalém. Essas descrições estão em 2.42-47 e 4.32-35 e são
muito semelhantes. Essa semelhança se dá principalmente no seguinte aspecto:
Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas proprie-
dades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade (2.44-45).

Da multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração. Ninguém considerava
unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham. (...)
Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuíam terras ou casas as ven-
diam, traziam o dinheiro da venda e o colocavam aos pés dos apóstolos, que o distribuíam
segundo a necessidade de cada um (4.32,34-35).

A partir desses dois textos, pergunte:

1. Quais algumas das características da Igreja Primitiva?

De acordo com John Stott, importante teólogo e expositor bíblico inglês, há três
aspectos da Igreja Primitiva comuns a esses dois textos. São elas:

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1. Uma atitude radical, especialmente em relação às suas pro-
priedades.

Os dois textos bíblicos relatam: “Tinham tudo em comum” (2.44) e “Ninguém


considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam
tudo o que tinham” (4.32). A partir desses versos, não podemos entender que
aqueles irmãos tinham renunciado à propriedade privada em prol do bem comum.
Para entendermos bem esses textos, temos que levar em consideração a frase
“ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse”. Ou seja,
embora continuassem a possuir seus próprios bens materiais, os cristãos primitivos
tinham uma atitude radical em seu coração em relação a eles, qual seja, considera-
vam suas posses à disposição para ajudar os irmãos necessitados.

2. Uma ação sacrificial.

Os dois textos bíblicos relatam: “Vendendo suas propriedades e bens” (2.45) e


“Os que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro da venda e o co-
locavam aos pés dos apóstolos” (4.34-35). A atitude radical dos primeiros cristãos
os levou a uma ação sacrificial, qual seja, venderem suas propriedades e bens e
ofertarem o dinheiro aos apóstolos, para ser usado conforme as necessidades.

3. Uma distribuição proporcional à necessidade real.

Os dois textos bíblicos relatam: “Distribuíam a cada um conforme a necessidade”


(2.45) e “O distribuíam segundo a necessidade de cada um” (4.35). A atitude
radical e a ação sacrificial daqueles irmãos estava baseada no princípio de que
a distribuição das ofertas seria proporcional à necessidade real das pessoas. A
distribuição era tão criteriosa nesse sentido, que Lucas chega a declarar: “Não havia
pessoas necessitadas entre eles” (4.34).

2. Em Atos 4.32, está escrito: “Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma
que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham” (4.32). Qual é a sua
atitude em relação às suas propriedades e bens?

3. Você estaria disposto a abrir mão de um bem material para satisfazer às neces-
sidades de outras pessoas?

Logo após fazer a sucinta descrição da Igreja Primitiva que acabamos de estudar,
Lucas dá dois exemplos de pessoas que abriram mão de seus bens materiais para
a satisfação de necessidades de outros. São eles Barnabé (cf. 4.36-37) e o casal
Ananias e Safira (cf. 5.1-11). Apesar de terem tido a mesma atitude de abnegação
e doação, esses dois exemplos se diferenciaram em algo crucial: Ananias e Safira

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usaram de mentira e hipocrisia em seu ato de doação, para aparentarem ter uma
piedade semelhante à de Barnabé e serem louvados pelos homens.

O texto bíblico diz que Barnabé “vendeu um campo que possuía, trouxe o dinheiro
e o colocou aos pés dos apóstolos” (4.37). Ananias e Safira, entretanto, venderam
uma propriedade, retiveram parte do dinheiro e colocaram o restante aos pés dos
apóstolos, dando a entender que estavam doando todo o valor referente à pro-
priedade (cf. 5.1-4). Essa atitude de mentira e hipocrisia foi revelada pelo Espírito
Santo a Pedro e, como conseqüência, Ananias e Safira caíram mortos, o que gerou
grande temor na igreja (cf. 5.5-11).

4. Em Mateus 6.1, está escrito: “Tenham o cuidado de não praticar suas obras de
justiça diante dos outros para serem vistos por eles. Se fizerem isso, vocês não
terão nenhuma recompensa do Pai celestial”. Se você está disposto a abrir mão
de um bem material para satisfazer às necessidades de outras pessoas, qual a sua
real e verdadeira intenção ao fazer isso? Ajudar ao próximo? Aparentar piedade?

Conclusão e desafios:

Na lição de hoje, vimos que na Igreja Primitiva havia uma atitude radical em
relação aos bens e propriedades pessoais: aqueles irmãos estavam dispostos a
abrir mão disso para satisfazer às necessidades de outras pessoas. Essa atitude,
entretanto, não era uma novidade no plano de Deus para o seu povo. Na Lei
mosaica, por exemplo, já havia a seguinte ordem da parte de Deus: “Não deverá
haver pobre algum no meio de vocês” (Dt 15.4). Sendo assim, Deus espera que,
hoje, os membros e freqüentadores da IBC ajam em conformidade com o que foi
estudado nesta lição. Ao fazer isso, contudo, não devemos ter intenções malignas
e ocultas no coração, como aparentar piedade, receber elogios humanos e etc,
mas, simplesmente, ajudar ao outro em suas necessidades.

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Lição 3
O Martírio de Estevão e a
Perseguição à Igreja

Quebra- Gelo

Não deixe de preparar um quebra-gelo para essa reunião.

Introdução:

A história da Igreja Primitiva, registrada no livro de Atos, é marcada por muitas


perseguições. O primeiro mártir do cristianismo foi Estevão, descrito como “homem
cheio de fé e do Espírito Santo” (Atos 6.5). O texto de Atos 6.8-8.1 registra a história
do seu martírio. Leia com a sua célula os trechos de 6.8-15 e 7.54-60, para que os
presentes conheçam um pouco dessa história. Após isso, dê a oportunidade de eles
compartilharem suas impressões e opiniões sobre isso.

Leitura e exposição do texto bíblico:


Após essa introdução, leia com os presentes o texto-base da lição.

Texto-base (1): Atos 8.1-3

E Saulo estava ali, consentindo na morte de Estevão. Naquela ocasião


desencadeou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém.
Todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e
de Samaria. Alguns homens piedosos sepultaram Estevão e fizeram por
ele grande lamentação. Saulo, por sua vez, devastava a igreja. Indo de
casa em casa, arrastava homens e mulheres e os lançava na prisão.

Após a leitura desse texto, pergunte:


1. Quais elementos compõem o quadro da Igreja no texto acima?

Esses elementos são:


• O martírio de Estevão;
• Grande perseguição;
• Dispersão por diversas regiões;
• Grande lamentação;
• Devastação promovida por Saulo.

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A partir desses elementos, podemos dizer que o quadro da igreja em Jerusalém
era de grande tribulação e aflição. Se o livro de Atos terminasse no presente texto,
concluiríamos que a igreja em Jerusalém havia sido destruída e o cristianismo em
desenvolvimento abortado. Entretanto, esse não é o fim da história. Os versículos
seguintes de Atos 8 nos mostram um quadro surpreendente. Vamos a eles:

Texto-base (2): Atos 8.4-8

Os que haviam sido dispersos pregavam a palavra por onde quer que
fossem. Indo Filipe para uma cidade de Samaria, ali lhes anunciava
o Cristo. Quando a multidão ouviu Filipe e viu os sinais miraculosos
que ele realizava, deu unânime atenção ao que ele dizia. Os espíritos
imundos saíam de muitos, dando gritos, e muitos paralíticos foram
curados. Assim houve grande alegria naquela cidade.

2. Quais elementos compõem o quadro da Igreja no texto acima?

Esses elementos são:


• Pregação da Palavra em diversas regiões;
• Realização de sinais miraculosos;
• Unânime atenção da multidão ao anúncio de Cristo;
• Libertação de espíritos imundos e curas de enfermidades;
• Grande alegria.

3. É possível se fazer algumas conexões entre os elementos do primeiro e do


segundo quadro?

É sim. Eis algumas:

• “Dispersão por diversas regiões” com “Pregação da Palavra em diversas


regiões”;
• “Grande perseguição” com “Unânime atenção da multidão ao anúncio de
Cristo”;
• “Grande lamento” com “Grande alegria”.

Isso não é surpreendente? De uma situação negativa surgiu uma positiva. Além
dessas, há também a conversão de Saulo ao cristianismo, como outro exemplo. O
maior devastador se tornou o maior proclamador. O maior perseguidor se tornou o
maior dos perseguidos. Posto isso, pergunte:

4. O que podemos aprender com isso?

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• Podemos aprender que Deus é surpreendente. Que de uma situação
de aparente derrota, ele pode gerar a vitória. Que de uma situação de
devastação, ele pode gerar a expansão. Que de uma situação de tristeza,
ele pode gerar a alegria. A derrota, a devastação e a tristeza não foram e não
são o fim da história para a Igreja de Jesus, para os filhos de Deus;
• Se Deus é surpreendente, não podemos fixar os nossos olhos na presente
situação de derrota, devastação e tristeza, mas, sim, pela fé nele, visualizar
a futura geração da vitória, da expansão e da alegria.

Perguntas de conclusão e desafios:

1. Quais são os elementos que compõem o seu atual quadro de vida?


2. Semelhantemente ao texto de Atos 8.1-8, em que elementos positivos
Deus poderia transformar os atuais elementos negativos de sua vida?

• Creia que Deus irá reverter a situação;


• Fixe os olhos, não na presente situação negativa, mas, sim, na futura situação
positiva, ou seja, no bem que Deus poderá gerar a partir deste mal;
• Peça a Deus para reverter a situação.

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Lição 4

A Conversão de Saulo

Quebra- Gelo

Não deixe de preparar um quebra-gelo para essa reunião.

Introdução:
Na lição de hoje, vamos ser ministrados por uma das mais fantásticas histórias da Igreja
Cristã: a conversão de Saulo. Que o Espírito Santo nos converta, verdadeiramente,
a Cristo!

Leitura e exposição do texto bíblico:


Texto-base: Atos 9.1-19

A história da conversão de Saulo pode ser dividida em três partes. Antes de irmos
a elas, porém, é crucial abordar um importante conceito bíblico, o conceito de
conversão. Uma palavra sinônima para conversão em português é arrependimento.
Em nossa cultura, arrependimento é geralmente entendido como remorso ou
grande tristeza. Não é esse, entretanto, o significado exato dessa palavra no contexto
bíblico. A palavra arrependimento, no Novo Testamento, é usada para traduzir a
palavra grega metanoia, que tem como significado mudança de mente e, também,
mudança de atitude. É isto, então, que caracteriza o arrependimento: uma mudança
de atitude. A palavra conversão nos transmite bem esse sentido, já que no trânsito,
por exemplo, tem a ver com mudança de direção. Sendo assim, a conversão se
refere a uma grande mudança de direção e atitude que uma pessoa empreende
em sua vida. Se é assim, podemos dizer que a conversão é um processo que passa
por três etapas: o antes da conversão; a conversão em si; e o depois da conversão.
São essas três etapas que dividem a história da conversão de Saulo em três partes,
as quais podem ser assim chamadas: Saulo, o perseguidor da Igreja; o Encontro de
Saulo com Jesus; Saulo, o proclamador do Evangelho. Vamos a cada uma delas.

1. Saulo, o perseguidor da Igreja (Atos 9.1-3)

Enquanto isso, Saulo ainda respirava ameaças de morte contra os


discípulos do Senhor... (Atos 9.1).

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Saulo de Tarso foi um dos maiores perseguidores da história da Igreja Primitiva. Atos
8.1 diz que ele esteve presente no apedrejamento de Estevão, consentindo com
a sua morte. Além disso, Atos 8.3 diz que Saulo “devastava a igreja. Indo de casa
em casa, arrastava homens e mulheres e os lançava na prisão”. No presente texto,
a Bíblia diz que Paulo “respirava ameaças de morte contra os discípulos do Senhor”
(9.1), ou seja, perseguir a Igreja era a razão de viver de Saulo. Tendo isso em vista,
ele planejou ir a Damasco para procurar e prender cristãos. Para isso, pediu ao sumo
sacerdote cartas para as sinagogas de Damasco, autorizando-o a prender e levar
para Jerusalém os cristãos que lá encontrasse (cf. 9.2).

1. Pergunte a um dos presentes que seja convertido a Cristo: Quem era você
antes de sua conversão a Cristo?

2. O Encontro de Saulo com Jesus (Atos 9.3-9)


Em sua viagem, quando se aproximava de Damasco, de repente
brilhou ao seu redor uma luz vinda do céu... (Atos 9.3).

A caminho de Damasco, em seu papel de perseguidor da Igreja, Saulo, de repente,


tem um encontro com Jesus. O texto diz que uma luz vinda do céu brilhou ao
seu redor, de modo que, provavelmente, o cavalo em que ele estava montado
se assustou e ele caiu por terra. No chão, ele ouviu a voz confrontadora de Jesus:
“Saulo, Saulo, por que você me persegue?” (9.4). Após um breve diálogo, Saulo se
levantou do chão e percebeu que está cego. Por estar assim, precisou ser conduzido
pela mão até Damasco e, ali chegando, ficou três dias cego, sem comer e sem beber
(cf. 9.5-9).

Assim como no caso de Saulo, o encontro com Jesus é o gatilho que dispara em nós
a conversão. De repente, Jesus cruza o nosso caminho e nos faz “cair do cavalo”.
Ele vem até nós e abala as estruturas de nossas vidas de modo a cairmos no
chão. Estando nós no chão, ele nos confronta: “Por que você tem conduzido dessa
maneira a sua vida?”. Após a confrontação, ele nos orienta quanto ao que fazer para
mudarmos de vida. Ao nos levantarmos do chão, percebemos que estamos (e que
estávamos) cegos, não desfrutando da verdadeira vida e precisando de ajuda para
caminhar. O encontro com Jesus nos mostra o nosso real e verdadeiro estado de
vida.
3. Você já teve um encontro com Jesus? Como foi essa experiência?

3. Saulo, o proclamador do Evangelho (Atos 9.10-19)

Este homem é meu instrumento escolhido para levar o meu nome


perante os gentios e seus reis, e perante o povo de Israel... (Atos 9.15).

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Logo após o encontro com Jesus, em Damasco, Saulo recebe a visita de Ananias, o
qual foi enviado a ele por ordem de Jesus. Antes de ir a Paulo, quando recebeu do
Senhor a ordem de visitá-lo, Ananias se mostrou resistente, apresentando ao Senhor
um testemunho de quem Saulo era: o perseguidor da Igreja (cf. 9.13-14). Jesus,
entretanto, ignora o testemunho de quem Saulo era e diz a Ananias quem ele seria:
o proclamador do Evangelho (cf. 9.15-16). Mediante essa palavra, Ananias vai a
Saulo, cura-o da cegueira e o batiza nas águas (cf. 9.17-19).

Após o encontro com Jesus, Saulo deixa de ser o perseguidor da Igreja para se tornar
o proclamador do Evangelho. Ele deixa de ser o maior perseguidor para se tornar o
maior perseguido. Isso é uma real e verdadeira conversão!

4. Pergunte a um dos presentes que seja convertido a Cristo: quem é você


hoje, depois de sua conversão a Cristo?

Conclusão e desafios:
Na lição de hoje, vimos que:

• A conversão tem a ver com mudança de direção e atitude quanto à vida;


• A conversão é um processo de três etapas: antes da conversão; a conversão
em si; e depois da conversão.

Posto isso, seguem os seguintes desafios:

1. Você quer se converter a Cristo, ou seja, mudar de vida?


2. Você que se diz convertido a Cristo, consegue identificar mudanças
significativas em sua vida, ou seja, um antes e um depois?

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Lição 5
Paulo e Silas na prisão

Quebra- Gelo

Não deixe de preparar um quebra-gelo para essa reunião.

Introdução:

Na célula de hoje, vamos ser ministrados por uma das histórias mais surpreendentes
do livro de Atos. Ela fala de uma ocasião em que Paulo e Silas foram presos por
perseguição religiosa. Que o Espírito Santo ministre desafios de mudança ao seu
coração!
Leitura e exposição do texto bíblico:
Texto-base: Atos 16.16-38

Leia todo o texto e, logo após, peça aos presentes para compartilharem suas
impressões e opiniões sobre ele.

Certamente, o grande destaque desta história é a reação que Paulo e Silas tiveram
em meio à perseguição e à tribulação. Vamos analisá-la parte por parte.

1. O Incidente (Atos 16.16-18)

Por vários dias, Paulo e seus companheiros de viagem estavam sendo importunados
por uma escrava que estava possessa por um espírito de adivinhação. Em
determinado momento, Paulo, indignado com aquela situação, expulsou o espírito
maligno daquela mulher, a qual deixou de predizer o futuro.

2. A Perseguição (Atos 16.19-24)

Os donos daquela escrava, que a usavam, por conta da predição do futuro, para ganhar
dinheiro, ao perceberem que Paulo havia “retirado dela aquele dom”, se levantaram
contra ele e Silas, os levaram às autoridades da cidade (Filipos) e os difamaram diante
delas. Por isso, Paulo e Silas foram despidos, açoitados publicamente e lançados na

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prisão. Na prisão, eles foram colocados no cárcere interior (de alta segurança) e
presos pelos pés a troncos (algo destinado a criminosos muito perigosos).

3. A Reação (Atos 16.25)

Apesar daquela situação de difamação, humilhação e dor, Paulo e Silas reagiram


de uma maneira surpreendente. A Bíblia diz: “Por volta da meia-noite, Paulo e Silas
estavam orando e cantando hinos a Deus” (At 16.25). Em meio à perseguição e à
tribulação, eles oraram e louvaram a Deus.

A Bíblia diz, em 2Timóteo 3.12: “De fato, todos os que desejam viver
piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos”. Diz ainda, em Atos 14.22: “É
necessário que passemos por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus”.
Tribulação e perseguição são elementos que invariavelmente compõem a vida de
um verdadeiro cristão. Se é assim, qual a melhor reação a isso? Certamente é a que
Paulo e Silas tiveram.

• Paulo e Silas oraram a Deus. Jesus, em meio à tribulação,


semelhantemente a Paulo e Silas, orou a Deus. A Bíblia nos mostra isso,
em Marcos 14.32-36. Buscar a Deus em oração é uma excelente reação
frente à tribulação;
• Paulo e Silas louvaram a Deus. Louvor a Deus é sinônimo de
alegria. Em Tiago 1.2, está escrito: “Meus irmãos, considerem motivo de
grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês
sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança
deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros,
sem lhes faltar coisa alguma”. Além disso, em Mateus 5.11, está escrito:
“Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa, os insultarem,
os perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. Alegrem-
se e regozigem-se, porque grande é a sua recompensa nos céus, pois da
mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês”. Uma
reação que se deve ter diante de uma perseguição e tribulação, de acordo
com a Bíblia é a alegria. Por quê? Porque a perseguição e a tribulação nos
tornam maduros e íntegros, geram para nós uma grande recompensa nos
céus e nos identificam com os grandes homens e mulheres de Deus da
história, os quais também foram perseguidos.

4. Os Milagres (Atos 16.26-40)

A reação que Paulo e Silas tiveram diante da perseguição abriu portas para grandes
milagres da parte de Deus. Deus se agradou dessa reação. Por outro lado, não se

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agrada de reclamação e murmuração. Repare os milagres que Deus realizou por
conta da reação de Paulo e Silas:

• “De repente, houve um terremoto tão violento que os alicerces da prisão


foram abalados. Imediatamente todas as portas se abriram, e as correntes
de todos se soltaram” (At 16.26);
• O carcereiro e toda a sua família foram salvos (cf. 16.29-34);
• Paulo e Silas foram servidos e cuidados pelo carcereiro (cf. 16.33-34);
• Paulo e Silas foram libertos pelas autoridades da cidade (cf. 16.35-36).

Conclusão, Perguntas de Reflexão e desafios:


O que podemos aprender a partir dessa história?

• A melhor maneira de se reagir às tribulações, de acordo com a Bíblia, é com


oração e louvor (alegria);
• Essa reação agrada a Deus e abre portas para muitos milagres da parte
dele.

Pare, pense e compartilhe:

1. Como você tem reagido diante das tribulações?


2. Que milagres Deus já realizou em sua vida tendo em vista sua reação
positiva em um momento de tribulação? Compartilhe.

Desafios:

• A partir dessa lição, repare e corrija suas reações frente à tribulação. Ao invés
de reclamar, murmurar e se desanimar, ore, louve a Deus e se alegre;
• Esteja atendo aos milagres que Deus fará em sua vida, tendo em vista essa
reação positiva.

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Igreja Batista Central de Belo Horizonte
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