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Helenice Rocha Marcelo Magathaes Rebeca Gontijo (ra) O ensino de historia em questao Cultura histérica, usos do passado Joa. C Alm foe "FV EDITORA i ee Rac al Mie ee ona a peso mtn dea paen20 ‘Shnonem ure ects Jo copra soetcieerere ee icecream se i ea Sco Ageia Baton It Moshe, ars Sousa I Goto Rete oan den ee Sumario Aresentagso Parte I Vertentes de estudos zobreo enna de hist Capital: tovestigando os camlnhos recente da hist esoa tenddnciase perspectives de ensino e pesquisa, ” via Bia Caimi Capitulo 2: Consciéniahistésle eaprendizagem: tora e pesquisa ra perspective da educa itrica # ‘Maria Asiadera Shoe Capitulo: Histxa,coneineia hitreneesine de isis 55 ‘Koz Minot Capitulo; Cultura histrica nas amas da dstizardo da cultura escolar {cu Parma outa detnigio de tind iets) ” Carmen Teresa Gabriel, Capitulo 5: Linguagem e nova linguagens: pesquisa e putas ‘ons de ita Ca Helene Rocha Capitulo 6: Ensina de ht, hist, istriografiae proéo de sentido em pritias de letamento nm Paria Azeeto Pate Is Histria: como se ensina e como se aprende? Cspitulo7:Porum nov ensin de sta: o¢desaoe das anos 19506014 Marto de Morae Feria Cepia: Foes histérie enarativas efeitos de seni sobre Sensing dehistela eo espaa escolar no estigosupevsinado 165 Cision Reet dasha cavitutes Ensino de historia, histéria, historiografia e producao de sentido em praticas de letramento Patricia Azevedo Introducio Nest capitulo ellzamos una reflex tere dinlogando com o campo da linguger, buscando referencia para analisarecompreender a hist en sinad, sae elagdes com o cri 6 ltramento.Usamos come acabongo teireooCicula de Sabin para pens construe do conhecmento em. so constiulgoIntesubjeta,hstorcamente situa em um temgo-espago {ques constitu em uma constant plasticidage e incomplete. Conhecimen to este que & cnstrsido po sjttos solamente constiudos,estruturados pelos slgnosieolgios em soa historicidade saa. uma constant cons true slgfeago, na qual os ertncidos se estrutram como mateiidade significa no expago do ensnado em ss perspetiva micro emacrossoci Historiografia como prtica de etramento ‘bist, como mode discus espeico, nasceu de uma lens emegtnla te sucess rptras com o gnc Hedi, em torn da busca verdad 7 Died tel drains, eee ang por aro" et Anne nen puoerstenpe sn hana ‘umn 04 193 ps em terete Va, septs io tear ‘Sind itd ctor penne emi as Strict fag oSoge ant Krsna tna oer ‘ation ev Peni or train atin Vers N or Par neta” an 3919, Aue ge, durante mit temp, fl apesentado como verdadero mente, Herédoto,encama em esta tens de una esertua mute macada por seu lugar de rge, od Cra do sfeulo Sa. ma ue desig, toi, um projet emrupturaodomasciment eum géero novo, istri) [Dose, 20515 Gostviamos de destacar uma proposta em relagio& escita da histria ps ‘comoboraraafemagdo que apresentamos nesta seqio: age do hstoriader¢ ‘una prio de lament, dessa forma, consis em seu tempo-espago ‘sio-historicaente stud evlisdo, Como rite de etamento, 2 hs tora vem seconstiuindo a0 longo do tempo, formando-se em procesox de rupture consoidagio de nero discursivose se estabelecendo em gneroe Aiscursivos que consttuem conti temic, o estilo, a construga compe siconal— esto indisoluvelenteligados no todo do enunciad ¢ 0 ig mente determinados pela especficiade de um determinad campo da com: sicopio® Bain, 20:26). O istoriador€ um produtor de génerosdicusvas «seu fazer Kimi do econstrangido por seu campo de atuatio, campo este que forma n> ‘empo-spago de consolidago e composigso da ists como ceca no Meir scadémico¢ na socedade A consruo histerogria& um sgn ideal co stuado que produ uma nova forma de lr contr eesrevero pasado, Aimensionando a humanidade em una perspec nanativolargamentat, ‘Ae tno do aed da pots contador de lends dapenadar do tes la imal para o her, Heriot substitu 0 wabtho de investigado(ist- rif desenvodo por um personage at nto desconbecdoo Mo, que tem por tart retard desaparecimento dos raga ativiade dos homens (Posse, 200515 exdoto inasgra um now ofco ~ 0 do histerador~ es inci stim produc de regaseregulages para esse faereminentementevnculado alidae, etura e& esrita.O historia, em sua esr, a um sentido ® «constr uma versie sobre o pasado, asim come o pots eo contador de en as. diferenca ests em como essa composico dlscursia se const como su verso sobre o pasado torna-s um “constrct” se iferencand do poe mac da lendas? “A histo cistoriograa) & um construct linguistic inertextas (en tins, 20097). ima a elo existent enitea bistoriograa ea su mate tialade conceit, buscamselerientos que fortleam oss argument Feativa@ premise que pretends defender como valder — que a isto- togeafia€ uma pie de letamento, pot seu eonsruto éTngustico nee nto 6 8 setids dene dos setidos em emposio com tats textos hitrigrfcos. Na ect, a histoiograia produ textos que ongregi cftentes nero dicursivos —escrtos eons tecendo sentido sobre o passa, "Nacltagoa seguir, pacers compreendee melhor oesparodeconstiuicdo en que a histonograiaganha matraidade: ‘Nos ineesa por a “verde” econ que sel ecessro encontrar; tla consti imtoos pea udp relaio entre um ego novo estado otetpo eum meds operand au aca eendtos suscepti de ogani- ‘ar pitas mum duo bof tlghel~ agile qu €peoplamente “oer tio Indsocie, at agora, do sino da esr no Ocdente mde ro conten, « hsoriogrfa tem, entrant, es patclridade de {cena meno esr un elago com o laments qu eae ‘te, de opera onde odd deve ser teansfnmadoe consti, de costa ts epresentaes com os materia pass, dese stn enfin estate redo presente onde simulaneanente& pes fier dt wadcio um passado (ctl sm pede ada dela explora por inter demétodosnavs). [cones 2008-17-15) ess forma, hlstorografi se consti em umtempo-espacoesus ons rugs arativolagumentaivas ee estabelecem emt um amblent impregna- do por regis econstrangiments, tanto de sua naturers~ a estita—, como eens fitoes paces; sto 6 sus ago estaelece em um espago socio cultural que aia soa validade dante da pretensioapresentada, construindo ‘una esttes eum exer se enunciadscompascionalsqueseamaceitos “hoje el ntelgveis” aos leitores do tempo espa, © esti ¢indisocivel de determined nidade tet © — 0 qu de espe cll ingrtincia ~ de determinadas unidadescomposicioni: de deterina- ts tipo de antro do conknto, tps de seu aabament, de pos de rela do flat com outs partpanes da comuniacS cuss ~ com 05 owints, of ears, paresis, discus do oto, Battin, 2008.26) A histriogeaia consti seus teats dalogando com seu tempo-espqo, enquanto seu tempo-esaco tambm constange esa constr. Os temas, suas estétiascomposiclonals, sua forma de apesenacioe acsbamento, et ‘emum fazer constante com o lugar © terporaidade em que ohstoradore ‘seus eto eto meres, asim emo o fico do hstorado es coningen ‘iad por sua ealidade eczeunstancado pelo mundo da vids que o cont [Js hist & produld por um grupo deopeiioschamados historians ‘wanda cle io tabalar. fo servo eles. E, sand taba les eam oso cera oa entices Em prime lgu, vam # mast: st valores, posges, prety deli. -] Os hstoradores também enprezam vocsbulsios pin de sof, eee (ona se io bastass seem ievtavelmenteanactnien) feta no apenas 0 qu Bisteridores ver, asa manele Gl eles veer. Tae ete consis e vocabuliros ako cmtnutnete setts, rmassemeles os histoidores no cone nen entender relatos ns dos ‘ous, nem lator a seu pris, no mportand quant pots dare reset as oss. lens, 20095] (© historia, como operdrio da histria esd contingencado pela valider ‘qe historograiasfre em eu espao socal eem seu temp, to a excrta ‘daistri teeta dinimiess sci exstentes em seu espa de roduste, Macuschi 208) afrma que estamos envoltos em uma sociedad discurivae ‘que os textos esto stuados neste tempo-espag constittvo sein, histo- ogra €permeada peas quests lingusticasntertextnis que acrcelam, Jenkins (2005) nos chama a compeeender a questi da aeitagio de ua roposcbo come vader disursia,dliitads por um acabougovocsbult Inrentea pitica de leramento estabelecid por um grup soca de oii. Os Iistriadores, a0 escreverer, scam de eu arcabouro vocabularagregado part rodulrsentdos sobre o pasrado e & aferido a ext “onstruct inguistico {mtertetual” valdado pelo seu campo decuavoe por seus pares. No basta presentarargumentos esttiament constaios, ¢necessirio que seam va ads pela comunidad que os ees, que seam legimadoseacitos como verdad [eda is no entnt, nf ae pd dvdr dso, tam seus gona estéiens ris, que nto 36 parecer com or de nema ota disp. gue Oe ticle ds atid humanas, qu forma seu objeto epecio, é mais que ‘qualquer oto, feo par sedi amagnacbo dos homens Sobretudo quando {yt 64 dtanclamento no tempo ono espa, cu desdobeameata se fr a sts seugSsd estan. [Bloc, 20014) ate Bloch, nos anos 1930, apontava a rela existent ete a hist ce sua exéticacomunicaioal, to é, apentava que sua forma de produgio e rpagagiose fetun por um exile. O dintaneiamento do tempo eu do espago {ard histolador unt consttor da histria que se fa vise em sun eer” aumento esti, em sa omamentaci, em sua cxpacldade de sede 0 letra compreendereacctarumpassado" enquatradoeapresentado em sat cer est ‘questo do enguadramento*a nosso vers consul como una esétea do madus operand em que ohistriador consti um ipo de escrita sobre 0 ‘asad, A escola de un foo deve ser laamenteapresentaéa em seu ro ‘esto de construgio narrativaargumenttva, © qual marge! a constucto etic do texto historiogrdfic em seu espago soil ess forma, podemas cer ques materilidade deserts eda ralidade est permeada por con tingeciase obrigagdes que o oilo de fazer histriaconstrange, 4 si 3 Tistorograia & uma prin de letramenta gue poss regrs, valores © con ‘venges prvi e celts pelo pares que se constitu no trmp-espago de ccita da iti. “Cada dpocsseabaimpondo, assim, seus pont de vista seta da isi (Pros, 2008385 ‘Antoine Pros (208), em seu lio Doze ie sobre hte, itl o€3- rial VIA histia este" dedeando-s a argumentr sobre aesttica Aahistorogaiae su ungtonaconstruo da histria Ate ocaptulocom 0 sequin prdgra: 15a eraient re produ owes d paso qu nba cater, ice ona copesen cote sco ohare {Seis ce wise oto om la Kd de [So 6a endo ae fa deren enze um test ie um tet joe list Em compensa, basta abo lio para desfze ualue vids tat, ita era maifesta-se po nals exteriors muito mse ey Alene er pata por seu apa crc e elas ots eros Pr, 2ooe235) (aor busca, ino inicio do capitulo, destacar qu 0 text histrco na uma prerogntva do itoridor, masa hstorografia si, qualiicanda esa seria como "histraerudita",dltingulndo sua ago composilonal da ent tia omalistica e, decerta forma, apregando um juizode valor maselevacoa enstrugiodscusivaeallzada pelo histriadox. Argument qu oso dma “rotuso" de nota de rdapé temo objetivo de relia do test oaumen to de autoridade buscar uma edesio do leitor a0 enredo que o historiador rope Prost, 2008-235), Mais que uma negagto de autoridade cremnos que a rota de rapa istoriograi tem uma rcionaldade diferente em lage 4 de outos campos ascusivos. Na esrita d hist, a nota de rode isa tabular um debate pale indica da nsmativa ental, quase se on trade como um hipertesto queo lito pode oun aessar a, aes, cle Segue ua dindmla propia de etura As notas de odapé, mn ultos textos historiogfes, se configuram como um texto parte, no lo historador yor e suas escordéneas econcordincias pe suas marcas pessais esas, nots 80 espaco de dllogo com os patil com os pnsamentas con tetisa0 defend em sa narativa/argumentars, ‘texto dohiaiaor apne om ria ug, oma um eto plo. consequénl de sua propia constaio, de sua crag de ene. le pes ua ‘contin pi, nett que cost prs ama argumentation ca as tses que pretend deronstar.© plano de um io debit au s8 tempo edge de manag 0 duns argument [Prot 20836 Prost (208 categoria texto dohistoridor como um texto plen, pt este poss uma marca este “ppl” Sun naragto traz em stags 1 lan to rn edn pr eo eis, mia doseguento ed pretensioistrca de aide apresentada pele enredo, Em tetas pales, eto histriogrfca constitu natal dentro de um po evi argumentative que adnsa a versio que o pass gantae, ess forma, integra géner do enuncndo ave compe shistoriografi io estudarmoe a ecrita da histérae sua histriogratia deve-se evar em conta seu expagostuado eae corelagdes de forgas que compéem a es- tate presente nesta composigo dtcusiva, No podemos esguece anda tue, nahistriogtafla, como o ppc Post afiems historiadorpetende fpresentar wm texto "pleno”~ pretensio esta que configura aesttica de fo eset e que f0ce em sev encedo maralvo uma argumentaco,apre entados, deforma sul, seus "alors" e suas "verdades™ posivl, gu, felonar a Bloch ea sua afirmacdo de que ahistériaapresenta “seus gozos ‘ices prrls [fos pore sei @ imagingao dos homens” (Bloch, 2001:44), Assim, a pretensio de um texto leno” situa-senaestéica com posconal dahistoriografiae elneia face dahstria defend enarrada elo istriadr ‘A blstoriograa és matevalidade textual da histrae presenta o saber istic consti peo historader,conheimento que se tora visivel em sa dmensioeserita, dando sigufieado e materiadadeao proceso desenol- ‘dona pesmi istoriograig dese modo, parte integrante da pesquisa tia, uj esultadas se enunciam, pois, na Forma de un saber rei 4s. A pesquisa complet-se na apeesentaco istoriogréia de seus estas ft sen, 20148), ‘Além dso, hstorografiadstina-s @ um plc eltr aloe, em suz construe dscrsva, presenta un pretensto de valies sobre pssade in \estigado «uma tedago da stra que busca em su letra conoborego dessa pretensio, Logo, piblcoaivodesse texto deve conseguir tasitar com ‘era desenvoltura no gner decrsivoe nestle composiional que os ‘Ui caractrsticnfdamental que Prost apresenasobreo estilo do texto istic un exe ronogica, Os textos se desenvovem em um tempo ‘ue seg inexorvelmente pra outoluga temporal istoétémem sino um mateadr temporal e desenvotvern su etétia narratvoargumentatva em outro marco localizad sempre no tempo, "0 enceramento do text hs ‘Gri 6 igualment,cronolic: live parte de ume data €~ sjam quis fore os mands ou recursos esolidos pla histeladr para tomar seuen- redo mais iteressante ~ drge-se,inenoravelments, para outa." (Prox, 2008:257, ‘Amareagio temporal do texto histviogetco permelaprofundament ey estilo nero constituidosem um tempo spac hstoricamente consti, (Ousei,‘Nenhum fendmeno now (fantco, lsc, grant pode tear ‘sistema de lingua sem ter peeorid un complex longo caminho de exe ‘iment elaborario de gneroseesilos" Baki, 205:268), ‘Ademals, a escita da histsia€ marcad plas questesepstemoliics ‘ue permeam sta ago suas pretenses de verdad. O pssadonaradase. _gumentado,em qualquer histriografa, tra consigo uma pretense de aides Soba acoterido,embora esta sconsitunesematerilize de forme difren- te entre o para erritoe o paren vido so peesnclar iver um evento hstxeo os suetos dss tempo dimen: slonam e sofrem a infuécia de outras questies que nio 30 as vividas pela historiadorno seu tempo-espaco de investigaczoe producto da stra, 0 passado, a0 sconce, éeueunstanciado e vide, diferente do qv ocr om o pasado escrito pelo historiaer, porque" que pasado [é pasa, relatos 6 deri ser conronados com outros relatos, nunca com opt saio enki, 2008: ‘Se, por um ad, o presente existe enquanto vivid, por outro, © pasa, or ss, um construct narathorargumentatvo, pois 36 existe enquanea relat ay entncido proferido, e¢dimensionade com lembrangs organiad ‘emenunclado eerie oa Neste sentido a lembrangss opera de for nadiferente hist (tempo da meni, 9d lembrangs nes pode se ineramente abet ‘ado, clocado# distinc, e esse aspeto fomece-the sua fora: ele reve Com uns inevitvel erg lati. €nexoavelente sionado, modiade, remanejado em fangio da experince ulkerioee qe entra de nove sigicees Fis ou quee tempo da hist seo da mote ds Ienbranas, mas antes, ue esses dois aspects depended eit iret. im er de ver um eto se enbrangas ou uma tentative imaging pare tear aausnca de en- beans, oer hire constr um bet cet, stro — de acto ‘omy aalaaurizads por noses legs alms; or acide ade stra consist em constr so estrtueatemparl, espa manip, na veraue, ene as cline soci mens dcrnin€ prod histrin. Pot 208-105 ‘Quando lembramos ago acortido em nosso pasado, terns a senso de que “pss um lino em nossa cabera um texto image que faz om ‘ue oganizeros as lembrangaseproduzames una significa eum see a vido. O vivid torn-se um testo mentale 30 contrme, pornos un ‘nunca ogunizado,que dimension a lembvangae 2 toma éompreesivel © omunicvel aos oucos.E essa oganizagio vase extabelecendo cada vex que ‘recontamos Nese sentido, recordar tro relato muita eae ai vido, pce dette se complexficam durante o proceso derecordasioe ana ‘iva gana vivacidade. Pordm, nossa opera de recordago no post ua ‘etodooga el transcorenaturalmente, fi que noses lembranas sever 2 dnimica de nos relago com 0 mundo da via. Portato hist, come ‘ies se constitu deforma diferente (tempo da histea consti secon a mem, Cotaranente a0 que se escreve,requntement, 3st io & ua mea O excombaente ‘que vol spas do Deserta em janko de 194, tem uma mei de lugares das daa eds experi vid foal em ald; ecnquenta anos ‘ls tarde, an est submeso pla lembrana. Ele eos o olen morte owes em segus,fx ua vt ao Memorial pasa da mea para a isi compreende a amplitude dessa operate, sali onimer de pesos enoliaso materi os desafosexzatéier pote. O regi steno da "ano toro lage doris, ni caloroto e tuuhuado, das emogie; em verde ever ata de compen [Prost 2008-106) Em sua operago, o hstriador necesita amipliat seu campo de expe ‘aca pare assim compreender a diferentes stages hitrias. Tal cont eens se eliza buscando envalver a experineia do outro, sea de vida ‘ja presente em pesqusas histeleas anteriores. Desa frm aescrita da stra se ealiza em uma operagio complex, “eedimentads emp ntrpee= ‘ages anteriores (a. Genkins, 200932), “0 historiador tern necessiades de guias que o introduzam na eompeeensio dos univrsos que ele ignota (oP Prost, 20082146. [to psd ¢ spre peridot cama sedimenares asin retagiesanteiaese por mela dshbitas categoria de"Ieitura deseo tos pelos discurses interpoatvosanterioeuatua[ Tosa ao € qe imports quanto a hits autentende, ala mente asta veri let fads seu um construct pssosl ua fiesta do perpetva dahil come "nae enki, 20953 ‘ostariamos de salentar que ost concep de inviduo,0" pessoal 0. mente existe em una concep scio-hstrca nessa perspetva, nara or est clicunstancido pelo termpo-spac. A rarrativahistnicn scons ‘ui como enuncndo que refete e erat a tealdade que o constitu histéia se matelalaa de forma ferent da meméra, posse arcaboug concetul ‘de enperiénia ¢estruurante em su ectae nos criti sorialente inp. tadoseacetos que uailam determinadasprodeges coma hstorogafa Enceramos ete so destacando que, como pride letrament, ahi taramistriograta se constitu em diferentes e complex aces enuncitas, CCompeendemos que estas cracteritcns compless estendem seus brags sobre ensnado eas pritcas de oalidade, sore a leita a esr, 0 ue ‘histraensnada assume no espaco da sala de aul. Com amano an ‘erioumente, hstéiae earateza como um tempo-spagohiridizado de ‘enuneiego, em que capo dicurvos a constituer de seni. Com iso, ‘pofundarecompreender a escta da histria & larer um pouc o proceso te consti as patie de etrarentona cli isi perme a hist ined, Praticas de letramento Buscamos pensar as petias de letramento escolar ercunstanciadas pels 1 lage de poder queconsituem a dentidadesciohistrea da escola ede st seleiesclturas ques desdobram no cusculo. essa manera, compreen ems prticas de eramenta como ages indviduis ou coetivas marcas pelo ws deur eda escita Asin, as pessoas esto permeads plo sado te tlio com sir psn,detando 6 cam a pnt eee ‘Seed be uns emmar rot 0810). de tss pitas e pela valoraio e compreensio que esse ages pssiem em ‘st dndnlas soci clara, Em suma, ae prt de letramento esto inwidas nas atividadescotilanes da vida, no somente na esol 0 alo, Sendo tratadas de formas mikipas por seus vrs usu Baton, 1) eocartendo de formas ditntas de pense fazer altura ea esctita em “eens stage sococukurals Stet, 20053.p) Lament eet tame ealonada om ing serie eu gr, sas Fangs ses sos ns Sociedade tas, mal especcaent, gato ‘nes, so 6 scedadesorgniads en tomo de um tems de eet © emque esta, sobretudo por meio de test excita ites ase pth sincera na vids ds pestease em svasreacbescom os outasecom oranda ‘om que iver. htt, 20049) Most 200) eelacona etramentoaositund, to aumxizonte clas ties deleturaeescitacompiem os espace socis em que vids humana secant Como sociedad "afore, im etria dein ua ier ‘dade cultural eel, cerita ea eitura estat a cetalidade do vive. Nessa perspectiva, os epagos de produgsoe reprouio cultural esto ners em uma perspectiva letra, Sas prtcas de orale tua eee ‘uesto permends pel sign ideolégico Social que dimensions o tanto ro Brasil e na mundo Kleiman (1995), defendendo e apresentandoo conclto de letrmento © «Aerencindo-o do conceit dealfetzacto, exemplifies algunas pra de raid como etraas Dilogand com a auras Motte Klein, pode ms afm que as pritces que crcunstanelam a escola si piticas einer tenienteleradas.Nsse sentido altura ea ecrita so pitied letamento ‘ue pereiam a produ de sentido na histriaeninaa, ‘sano, em nosso texto, letamento em um setido "Ito, sto &, cam preendemas oconcelto de fom que incorpore a pritcas de aralisde ec ‘aque se consttuem no ensnad, Neste sentido sprites de etramento so ‘um emaranhado disutsivo em que se formam oecrso social gs cursos Individuals (Gout, 200111, oj 200582 categorize leamento escolar no campo do letramento oonante, mando que ess forma ce letramento est vinulada tel ‘es eno nosso cao, especialmente esol, Nessa perspective, as pritias de letramento escolar esto regula, to 6 submetida a rears constituldas no tempo-espco selo-histrco em que 4 escola ext stunds, 0 letamento escolar se estrutura em dllogo com g tempo eipago que ost constitu de sentdo. Em vist iso 0 euricug tesdobra-se em priticas pedals eselego letrada que esrutura ahi: ‘dra ensinada Impacts plas quesoes selo-histrcas, se extendendo em tcas de oralidde, tur eesritamtevalizadas no espac d sla de aul, ‘Nua perspective preserva menologizante, 0 curicla atu conduzinda ‘ensnado pra um centrlizaci eunlversalsmo de sentido nico. Alms Ss. disputa entre centisiade ea disperso permelaeconstange asta ‘rsa, island com exes fgos de fora e poder, coneebemos 0 eu ‘culo como um proestodensoconsuidedeforcscentrpetasecetrgns, {guns compdern uma autonomla parcial e uma agi civ do profesor produ de sentido pois of movimentos de for para o centr 6 centro paaforatersionam oensnadae suacapacidade de pastieldadeesignicaia, “Campreender a priicas de etramento na prod de sentido na histra cnsnada, ses constrangimentoecereeamentos, eas possildadscriaoras ‘ctatvasdo profesor no ensinado, Noss texto busca aprons os et os atuas que ented oetramento como un conjunto de pitas cults (de uso da orldade, ds leurae desert, as qua se estruturam prmeadas or valores, crenase sentioseldosem um logo cm concep de st isto ernciao do ital de Bakhtin, ‘ala de aula de stra arcteriza como um espago de etramento que sui um objetivo claro e defini ~ ensinarhistria — e, para es tare, profesor, como princi protagonist, organiza diferentes ativiéades ors ‘eure ou na inersecfo ene esas das ages Ness ative, com @ ‘so de tecnologia, alguns saber s80 exis, tanto do professor como dos Histéria ensinada e letramento que cultura letrada escola um emaranhado de enncias, rtundos Aiversos espace constitutes, 0 profesor dehistria masala deaula des: oa conugar e artcuar hist eo seu ensino, buscando consti sentios ermedos por diferentes campos discusses. Nese interin oalno tabs. tr consig concepes enuniatvas formas séco-hstoricamente. 0 pro feo, dant disso, multas vers ve sua desenvoltrs tod, cnstan send limtando suas pveas de etrmento na hitéiaensinad, lanes nto do seu repetirio cura de elementor gue osubidam para dit tae ensinar hist "Atarela de ensina: hist, consderando as quests doletament, um «esalopao& professors ~ afin ele io fra frnades para ensinar his tine corelcionat ese conheinent com o prcessodeletamento Diante do desafo de esiat os professoresacabam por rept pteas tmaconas ou busca soitariamence ages que possiblitemoproestode en sina pr tentative eo, No compreendemosa escola come ico Jeraentoe muito menos de canhecnento e apropriaco de tur esrita (gu pemcia a hist © que qustenos sales & que 3 escola é um esp rvileglado de dfusto do conhesiment hiséricoa port dahstrogaies- ‘oar. Muito emibora a escola no sel lea agéncia de letamento em nossa secede, € certo que ela tem sido a responsvel por color evans, ovens « fultos em contato com a cincia de manera sistema eternal ‘A construe de seta hstrico na hist ensinada exig do professor um eeticioque tania entre hiséri, raliade, letra e eset. Nessa bu czpr dar setio histraensinade, professor ax um pereurs dditio gue perpassa pola sus compreensio de histria € pelos subsidies que ele postu, pela cur letra gue perma historograiaacadimca e escolar «pe compreenso situaéa do temipo-espoco em que sua sla de aula et inser, Nese sentido, quando afirmamos qe shistorogai ua prin de l- ‘eamenta, estamos também destacando que o esino de hist va ¢ atravessn to petas questes de raldade, letra e escitapresentes nese constrocto ‘lente Logo enna histrinem qualquer nivel rol eto lune em sri, deste qu se ampli no ganado easno fundamental, oisos knot vem pea primelra ves esa pte de letramente historograia excl. ‘A hstrograia escolar se constitu em bases derentes se comparada & seria da histra na process constituido pelo histrindor.Enretant, no ‘estamos afimando que o texto do leo ddtico no €histsiogrfico, apenas SRG Ems mn nna em on deo 0 “te ‘aa tomuioarutemcndacepuagio, " estamos slientand aue as bases que o complem possuem ifeengs com eriels em elago &historiograta acai Pens iti ensinaae etamento demands tefl e dilogo com oy ‘campos ds linguagem e do cureuo, permeados pels questOesinerentes Distr, sua esi e sas priticas na hist ensinada.Ensinar sti ‘ger de ses agentes promatores uma reac com o mundo da vida logo, a onstrugo de sentido se constitu como vada e valor no especto stud to ensinado. Fer sentido na histiaensinadareque masque um conhecimento da matra er ensinada; equ do professor um imersio no tempo-espago que constitu ala de ula ea nuances queo indian em ato exig cotdlana- ‘mente Nest vis, conhecer 9 mundo da vid de seus alunos fundamental ng ‘conerugto de suas exlcades, pos pssbilta quea escoha discursive veaha ‘impresnada de sgifiades de aria eageqaos, elements fundamentaig na estruturaio das pritics de leramento que seconstituem no ensna ‘Nconsrugto das analoglstpicas da naratia/argumentativahisrce gue arama esttica da histrograta ma histraensnada slit do professor lum conbeciento stud denso. O movimento de presente-passado presente ra constr de sentido istrico se complexfica no ensindo, tendo vista ‘ue cada sal cada aula razem consigo um grande inedtsm consider (0 storia labors sua agumentacso por analog com o presente aa relate opstdo, tants rodor de esplach comprovados pla exein- ‘a social coins do met comm ais um das rates do sucess iti neo grande pbc: nena competénia especies éexigia do Isto para bora uo de itr. Pros, 200815] ata fazer sentido, 2 explicago deve ecoar no eto sua esrita deve st ‘compreenida. Log, nao é qualquer construsoanalgie que servic come ‘expleagio na construc de sentido histrieo, pals eitor deve comungar de sieifados partidos. importante esata que a argumentac de Post tex consigo oarcabougo social anc, uma ver que na rans, hist got leu prestgi que no oore no Bra eno restante do mundo ociental. ‘Avafimar que “nenhuma competénca especies € engi’, Pros fa us seneralzago qu remas nf ecar na reaidade brasileira, muito menos € sproximarmos do ensnado, Multa ene, okunavltor, dantedahistorogs= {presente em su io didlo, percebe-a com um testa itd eng ‘00, 25 analogas presenter nee no fem sentid, Ese ft, mutas sats uma das razies do "races" da hist (0 professor, no processo de aalogae constugso de sentido da histia esi, em um papel fundamental. Como wm tansente nos do espa istorogaae realidad studs le vl construlndo analogs e signi ‘ages mals préximas do mundo da vida do ahino, situando a explicacioe, asin, udandona contro ecompreensio dos ahnos acerca dt histia, Retomemos nossa ama anterior — fazer sentido na hiss ensina- a equ mas que um conhecimento da hist, a verdad roessor de istra necesita compreenderaeaiéade siuada que cerca oensnado ea sim como un historiador necesita de um conheementode sex tempo-epag0| ara fcer seid eer ompreenio, ao professor tb énecessti op- [-Jessreciocnioporanloia supe, eeldentemente comrade doterpo «smutaneament sia bjetags.O momento de aimee presente © ‘asad [revels ag FndsmentalmentePorouro dels no pestulado de uma cortinldade prtunda entre os horens trans da uss tin, az apelo a uma experi préva 6 ago vida ds homens em sociedad. Aspect em qu se encona de navo, ovine eompeensio ex experincia id Pres, 2008145] Bustamos em Prost uma aprosimago ene 2construyao estan da his- ‘ora eo proceso quese desenvole na itr ensinada spices de oa ade letra eserita na sala de ala esto mesa na produc de una a ‘ravargumentaco sobre opassado que oaluno deve aprender. Neste proceso, 2 professaes, em sua mato, busca ma expetinca previa ds alunos ele !etos que posibilitem a producto de sentido no ensnado ea compreensio, a naraiva/argumentago profes, Breves conclusdes ‘aula apresenta regia e trades que esto alm do microespago que a ‘ope, Esse tradgbesconstitudas nas eos esto Imeres em um ten po-espaga séia-histric, compostas pelo currculo em suas mils "No hi ensinao sem into eno intengo que no esta oad my process servo semitico que permel iterpeneta nossa inteligbils de Des fora, "too dizer dopo dela des aremar pare i dite Neste ‘seo, odo enuncadn€ una rp ou ci, nos consttl do nad, nose Constr foe Glo qs cantor hoje de mem dra) are, Pols asin afar fda esa ent stad em um hen soc e bra em su compo trap cm sb oa” Ope {esr no eon seu encom ss de ula xpleao — Sm tm prceimentovaatvo ie prespona na epost de es hone tennis qu coma, dena snare th do profesor sua potent iar ith, esa os," ter tintemamen dnd: beterogeen, a ard mite ‘ons sein send em uc eno seo da bteragee: ps oo mente consttid), panto de encontoeconfont des (1 @araco,209:60, ‘aula no se constitu soladamente, pois ea es situada no mundo da vida nas mips vores que a ptmelam ea inerpeetram, A aula com le, esa perspec conto um gner enunelativocaregndo de trades “memeisdcursivat" que consttangem edelinitam sia organiza, et tae etratua, a mesmo tempo, possu em st uma oferta de conerapaavrae de uma nova plasildade posivel,trazendo consigo “significado de part (Pontio, 20089, que orignardo novaspitcas enunciatvs ‘sconstugte de sentido no process da histelaensinada 6a ao que mas consome of eforas das professors e encamina Ses ats. Tendo ese afit- ‘mag como base, as pris de Ietamentonahstraensnada so cotin~ encndas pores prerogative, Desse modo, oaiéde, letra e escrita na Alecipina exolarhistria 80 os mels pelos quas 0 professor const sun ‘ataiva/agumentativa, buscando estabelece una rlago enze present pasado: presente, teed suse exlcagdeseconstuindoosentidohsérco so ensind, Enna hitla na perspectiva que pesamos um process de letarento «que o professor realzatransitando por prtias his e consruindo gine ros discusvosautétcos do espago da sla de aula importante 2 essa de qu 0 sero sto dices de compreendere ana, ustamente pore tan esse espago co elemento Runamental de caraterizas & one ‘amo et ato, 18 que cada aula raz refernciasdeoura alas ~ signfcados snpegndos— eftlva-s deforma dna Referéncias SAKITIN, M. Etc dco verbal 4. Sto Paulo: Martins Fonte, 2003, __- Mars e flo do Hinguagen. 9. ed Sao Paul: Hue; Antabume, 7 __ Quests de tear e desta (a tera do romance) te, Sd Paul: aesp 1955, ARTON,D, Literacy an itroduton to the ecology of writen language. Ox for Blckvel 207 LOCH, N.Aplogi ca hist, ou, flo histori: Rio de anc: Torge aba, 2001 CERTEAU. M.A exit cl stra, 2. Rio de ani: Florense Universiti 2, OSS, Fst, Bary, SP: Eduse, 2005 FARACO, A Linguagem eign: 2s dias do ciclo de Bakhtin. So Paulo: Paola, 2009 IORI, Introd ao pense ce Babin. So Paul: Aca, 208. CCOULART, M.A. Letrarento eplifonia: um estud de aspectos discursivos do process de alabetiagi, Rest Brasleade Educate set outnor/ ee 201 JENKINS, KA hs repnsad. 3. Sto Paul: Contest, 2008. LEMAN, AB. (Org) Os sigs do leramerto ua nova pespetivaso- re apt social a esr. 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