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Por relação de trabalho (r) entende-se a relação entre o trabalho útil do ciclo "wc" e o
trabalho mecânico entregue pelo ciclo "w+ "
Assim:
w w
r c 1
w w
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Sistemas Térmicos I Capítulo 3 - MOTORES
(w+ - w-) = q+ - q-
que leva a simplificação do cálculo do trabalho útil e do rendimento térmico, pela utilização
dos valores q+ e q-, ao invés de w+ e w-.
Como sabemos, nos M.C.I. é de interesse que o trabalho entregue pelo ciclo (w+) e
consequentemente o calor entregue ao ciclo (q+) sejam os maiores possíveis. Com isto é fácil
ver que um ciclo teórico para ter viabilidade prática é necessário que possua não só elevado
rendimento térmico, mas também elevada relação de trabalho.
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wc q q T 1
t 1 1 41 1 1 1 k 1
q
q
q 23 T2
V1
onde: = relação (taxa) de compressão
V2
w T1 k 1
r 1
1
w T3
Onde:
w q 1 1 k 1
t 1 1 .
q q k k 1 1
V3 T3
grau de injeção, relação de combustão a pressão constante, relação de
V2 T2
corte ou razão de corte
w T1 . k 1 ( k 1 1)
r 1 1
w T3 k 1 (k . k 1) k
Onde:
1-2 compressão isoentrópica
2-2a adição de calor isocórica
2a-3 adição de calor adiabática
3-4 expansão isoentrópica
4-1 rejeição de calor isométrica
9 - ANÁLISE TERMODINÂMICA
9.1 - Potências:
z N º de cilindros
n z n z
Pi Wi . . pmi.Vc. . kw i 1 2 tempos
60 i 60 i i 2 4 tempos
c) Potência de Atrito: é a potência absorvida pelas resistências passivas. Pode ser medida de
vários modos, mas teremos sempre:
Pc m c . PCI kw
Onde:
m
c = massa de combustível em kg/s
PCI = poder calorífico inferior em kJ/kg
9.2 - Rendimentos
10 - SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO
Além destas finalidades citadas, o uso do lubrificante serve como meio de vedação
(anéis, gaxetas), auxilia na redução de ruídos e ainda pode servir como meio hidráulico para
acionamento de elemento mecânico móvel (tucho hidráulico).
Esta classificação define com maior precisão o tipo de serviço do motor, e também os
correspondentes tipos de óleo e o seu nível de desempenho. São levados em consideração:
- construção e concepção do motor;
- combustível utilizado;
- manutenção do veículo;
- condições de utilização.
10.5 - Aditivos
Com o aperfeiçoamento das máquinas houve a necessidade de melhorar os
lubrificantes (óleos minerais puros), pois estes não mais atendiam às necessidades dos
equipamentos e para tanto lançou-se mão dos aditivos.
Aditivos são produtos químicos que se acrescenta aos lubrificantes para melhorar
certas propriedades específicas, ceder novas qualidades ou ainda eliminar propriedades
indesejáveis.
Podem ser:
- detergente-dispersante;
- antioxidante;
- anticorrosivo;
- antiespumante;
- antidesgaste;
- antiemulsivo;
- extrema-pressão;
- abaixadores de ponto de fluidez;
- antiferrugem;
- etc.
FIGURA 36
a) - Pressão: O óleo é forçado pela bomba de óleo, do cárter para os mancais fixos da
árvore de manivelas através de galerias escavadas internamente no bloco do motor e demais
peças. Em seguida o óleo segue para os mancais móveis, lubrificando as bronzinas, e para o
pino do pistão, auxiliando também a lubrificação do êmbolo e das paredes do cilindro
através de uma galeria no corpo da biela. Este óleo é também forçado para os mancais fixos
da árvore do comando de válvulas.
b) Imersão: Este processo é usado para lubrificar peças que necessitam trabalhar
constantemente em um banho de óleo. Em alguns motores diesel este processo é utilizado
para lubrificar o eixo comando de válvulas uma vez que esta peça trabalha dentro de uma
galeria contendo óleo no seu interior.
c) Gravidade: Este processo consiste na lubrificação de peças quando do retorno do
óleo, depois de ser enviado sob pressão às partes já citadas anteriormente, para o cárter pela
ação da gravidade. Este sistema é utilizado para lubrificar os dentes das engrenagens de
distribuição, guias de válvulas, varetas (hastes), etc.
d) Intermitente: O óleo é enviado para o local de lubrificação de uma forma
descontínua. Este sistema é utilizado no eixo de balancins (balanceiros); o balancim toca a
haste da válvula, acionando-a e expulsando o óleo. Depois de cessado o contato, uma nova camada
de óleo é colocada antes do próximo choque, não ocorrendo assim uma batida seca.
e) Salpique: Neste processo, colheres nas cabeças das bielas mergulham no óleo do
cárter em cada volta da árvore de manivelas e o óleo é salpicado contra as partes a serem
lubrificadas. O óleo lançado para cima, encontra no seu caminho as várias partes em
movimento, lubrificando-as. Este processo, modernamente, não é mais empregado porque
seu efeito lubrificante é muito incerto para satisfazer as necessidades das condições de
funcionamento; contudo nos atuais motores, é usado este processo com modificações, onde
a bomba lança o óleo do cárter em cubas colocadas sob as colheres, lubrificando pistões,
camisas e anéis.
f) - Permanente: Neste processo sempre existirá uma camada de óleo entre as partes a
serem lubrificadas, mesmo quando o motor está parado. É utilizado para lubrificar a bomba
d'água, motor de arranque, alternador, etc.
g) – Jatos de Óleo: Também conhecido como Jet Cooling, é um processo usado nos
motores mais modernos (turbinados), que lançam óleo para lubrificar e principalmente
refrigerar os êmbolos do motor.
11 - SISTEMA DE ARREFECIMENTO
Vantagens:
- simplificação da conservação por causa da ausência de líquido de refrigeração;
- segurança de uso tanto no inverno quanto no verão (não congela, não ferve);
- economia de peso;
- ausência de panes por vazamento do líquido de resfriamento.
Desvantagens:
- refrigeração não é uniforme;
- regulagem mais delicada;
- motor mais barulhento devido às aletas que funcionam como um amplificador
do barulho do motor;
- taxa de compressão mais baixa;
- refrigeração de óleo necessária;
- superaquecimento em congestionamento prolongado;
- maior desgaste por altas temperaturas.
Vantagens:
- permite melhor refrigeração dos pontos quentes;
- o funcionamento do ventilador pode ser intermitente ou elétrico;
- motor mais silencioso;
- admite maiores taxas de compressão;
- menor desgaste.
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FIGURA 38
Desvantagens:
- adição de anti-congelante;
- a pequena queda entre a temperatura de ebulição da água e a de funcionamento;
do motor pode dar alguns problemas de pressurização do sistema;
- adição de anticorrosivo.
FIGURA 39
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c) - Tampa do radiador: A tampa do radiador está munida com uma válvula regulada
com aproximadamente 0,28 kgf/cm2 a qual permite, devido à supressão a que está submetido
todo o circuito, regular a temperatura de ebulição da água (115C). Com isto pode-se admitir
uma temperatura de funcionamento do motor mais elevada (92C) sem risco de evaporação
e reduzir sensivelmente as dimensões do radiador e a rapidez da circulação da água através
dele, além do sistema se tornar mais eficiente. Porém, o circuito sob pressão é mais
solicitado mecanicamente e o radiador, os condutos de água e as juntas de vedação,
consequentemente, devem ser concebidos para tal.
FIGURA 40
FIGURA 41
FIGURA 43
FIGURA 44
A válvula termostática é colocada (na caixa termostática) numa posição em que possa
permitir ou não a passagem do líquido para o radiador sem prejudicar o sistema, como
mostra a figura 44. Os tipos mais usados de termostatos são os sanfonados e os com cápsulas
de cera, sendo que estes últimos têm um tempo de resposta mais rápido e um funcionamento
mais estável que os precedentes (figura 45).
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FIGURA 45
- Camisa seca: A água passa sobre a parede do bloco que envolve o cilindro. Neste
caso a camisa não tem contato direto com a água.
Apresenta como vantagens a menor espessura de parede e maior facilidade de
recondicionamento, mas tem na maior dificuldade de arrefecimento uma desvantagem.
FIGURA 46
12 - SUPERALIMENTAÇÃO
12.1 - Definição
Também conhecida como sobrealimentação ou sobrecarregamento, a
superalimentação é a forma mais indicada para aumentar a potência de motores sem variar
suas dimensões. Assim, ela é definida como sendo a pré-compressão de parte ou de toda a
carga de alimentação fora do cilindro de trabalho de forma que, para um mesmo volume
(Vc) introduz-se maior massa de carga assegurando melhor queima do combustível com
consequente ganho de potência.
12.2 - Objetivo
Vimos que o principal objetivo da superalimentação é a introdução de maior
quantidade de carga no motor para se obter uma maior potência no eixo(efetiva).
Seja:
n Z D2 n Z
Pef pmeVc pme e
60 i 4 60 i
- D fixo projeto
D Z Cm
2
- Z/i fixo projeto
Pef pme
4 i 2 - Cm pode variar
- pme pode variar
a) Alterar Cm
não pode ser muito alterada pois as forças dinâmicas aumentam com o quadrado da
rotação e pode ocorrer flutuação de válvulas;
- Diesel 10 m/s
Motor 4T - Otto 14 m/s
b) Alterar pme
as forças de gás aumentam quase que linearmente com a pme, assim o aumento das
forças de gás são mais contornados do que o aumento das forças dinâmicas. Isto
exige um projeto mais reforçado devido ao acréscimo destas forças (pistão, anel,
lubrificação, biela, etc.) Apesar da robustez, a relação peso/potência reduz em muito.
As pressões alcançadas pelos motores ao final da compressão são da ordem de:
112.3 - Vantagens
- menor consumo específico;
- maior potência (até 50%);
- combustão mais eficiente com escape limpo;
- melhoria do rendimento (de 3,5 a 4%);
- menor relação peso/potência;
- bom comportamento em altitudes;
- redução do trabalho de aspiração;
- melhoria no sistema de lavagem dos gases;
- menor fadiga do operador pois reduz trocas de marchas;
- reduz ruído da combustão;
12.4 - Desvantagens
- custo elevado;
- manutenção;
- aceleração e torque inferiores (turboalimentação);
- maior carregamento térmico e mecânico.
12.6 – Turboalimentação
Dos vários tipos existentes de superalimentação, destaca-se a turboalimentação como
sendo a mais utilizada tanto em motores estacionários quanto em veiculares. Da energia
térmica produzida pela queima do combustível em um MCI, cerca de 1/3 é aproveitada sob a
forma de potência útil para o movimento da árvore de manivelas sendo o restante dissipado
pelo sistema de refrigeração e arrastado com os gases de escape. O turboalimentador
aproveita esta energia contida nos gases de descarga, que através do coletor de escape
entram lateralmente na carcaça de uma turbina, cujo rotor reage à expansão destes gases
(temperaturas da ordem de 500 a 550C), girando e, por estar unido através de um eixo
comum, faz girar o rotor de um compressor no outro extremo. Este rotor compressor, aspira
ar atmosférico (ou A/C) através de um filtro, comprimindo-o a uma pressão de até 3 (três)
vezes a atmosférica, enviando para um mesmo volume de câmara de combustão do motor
maior quantidade de ar, assegurando a queima total do combustível com consequente ganho
de desempenho. Embora os motores turboalimentados sejam mais lentos em resposta à
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12.7 - Intercooler
Trocador de calor instalado entre a saída de ar comprimido do turbo e o coletor de admissão
para resfriamento da carga admitida, com consequente aumento da massa admitida pela
redução do volume específico e aumento da densidade. Para uma redução de temperatura da
ordem de 10C, tem-se um aumento de 3% da densidade com consequente aumento de
potência de 3% e 0,5% de ganho no rendimento.
FIGURA - 47
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EXERCÍCIOS
1 - Determinar todos os elementos de um ciclo “Otto”, realizado com gás que possui as
características do ar e que tem as seguintes condições:
Relação de compressão = 5,5
Pressão máxima do ciclo = 32 bar
Temperatura inicial = 50 .o C
Pressão inicial = 1 atm
OBS.: entende-se por elementos: pressão, temperatura, calores específicos, trabalho, troca de
calor, pressão média.
Usar sistema internacional
2 - Determinar todos os elementos de um ciclo “Diesel”, realizado com gás que possui as
características do ar e que tem as seguintes condições:
Relação de compressão = 18
Temperatura inicial = 50 .o C
Pressão inicial = 1 atm
Grau de Injeção = 2
3 - Um motor Diesel de dois cilindros, com relação de compressão 14 e relação de corte 1,8;
4 tempos com 200 rpm consome 13,7 kg de óleo por hora. Sabendo-se que o rendimento
total vale 0,6 do rendimento térmico, pede-se a potência no eixo e a pressão média efetiva
do motor. O cilindro possui e = 45,7 (cm) e d = 30,5 (cm) e o poder calorífico inferior do
combustível usado é de 10.000 kcal/kg. (PCI).
P
Obs.: e eixo
Pcomb
Pcomb m
. PCI
4 - Um motor Otto ideal com espaço morto de 15% opera 10 kg/min de ar, por cilindro,
inicialmente a 1,5 ata e 49 .o C. A relação ar/combustível é de 18 kg de ar/kg de
combustível e o poder calorífico inferior do combustível é de 10.600 kcal/kg.
Pede-se:
a) - a cilindrada do motor;
b - as temperaturas e as pressões nos vértices do ciclo sendo = 6,67;
c - o calor rejeitado, a potência cm CV (Pind) e o rendimento térmico;
d - supondo e/D = 1,1 e z = 6 cilindros, determinar o curso do pistão (e) e o diâmetro do
cilindro (D).
Determinar:
a) - a massa de ar em circulação;
b) - as características p.v.t. dos vários estados do ciclo;
c) - os calores trocados;
d) - o rendimento e a relação de trabalho.
6 - Um motor em combustão interna consome óleo que tem PCI = 10000 kcal/kg. O ensaio
revelou que o consumo é de 0,249 kg de óleo por CV (eixo) por hora. Pede-se o
rendimento total do motor.
Obs.: 1 CVH = 632 kcal
DADOS:
- relação A/C = 18
- relação de compressão = 14
- corte de combustível = 5% do curso
- expoente da politrópica de compressão = 1,4
- expoente da politrópica de expansão = 1,3
- relação curso/diâmetro = 1,5
- pressão no início da compressão = 0,949 kgf/cm2
- temperatura de admissão = 27 .o C
OBS.: PCI = 10.000 (kcal/kg)
e = 25% (g)
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12 - Um ciclo padrão de ar Diesel tem uma razão de compressão de 15, e o calor transferido
ao fluido por ciclo é 500 kcal/kg. No início do processo de compressão a pressão é de
1,033 kgf/cm2 e a temperatura de 17 .o C.
Determinar:
a) - pressão e temperatura em cada ponto do ciclo;
b) - rendimento térmico;
c) - pressão média indicada.
14 - Um ciclo Otto usando ar tem uma razão de compressão () 8. No começo do processo
de compressão a temperatura é 540 .o R, e a pressão é 14,7 b/po 2 abs. O calor é
fornecido à razão de 1280 Btu/ b de ar. Determine a eficiência térmica, o trabalho
líquido, a pressão média indicada e as pressões e temperaturas nos pontos chave do
ciclo.