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B she RO NIC _ GRATIS: placa para © VAI-NAO VAI! Peet ee eae) awe Sei Pele ee ad at ea Pee Ory Ls lier erate ma lel= ih | TEMPORIZADOR beer Tia) O*ALUNO” ENSINA E-A- A da ETRONICS Editor ¢ Diretor: BARTOLO FITTIPALDI Produtor ¢ Diretor Técnico; BEDA MARQUES Diregdo de Artes e Propramagao Visual: CARLOS MARQUES Artes: FRANCARLOS ¢ NADIA R. PACILIO. Colabaradores/Consultores: MAURO “CAPI” BACANT Secretéria Assistente: VERA LOCIA DE FREITAS ANDRE Capa: BEDA MARQUES e FRANCARLOS Revisio de textos; Elisabeth Vasques Barboza Composi¢do de textos: Vera Lucia Rodrigues da Silva Forolitos: Fototrago e Précor Departamento de Publicidade e Contatos: Fones (011) 217-2257, (011) 223-2037 (O11) 217-1890 Departamento de Reembolso Postal: Pedra Fittipaldi — Fone: (011) 206-4381 Ramal — Departamerite de Assinaturas: Francisco Sanches Fones: (O11) 217-2257 6 217-1890 Departamento Comerciat: Clivdio P, Medeiros Fones: (O11) 217-2257 ¢ 217-1890 Impressio: ‘Ceatrais lrapressoras Brasileira Ltda, Distribuigdo Nacional: Abzil 8/4 — Cultural ¢ Industrial Distribusigaio em Portugal (Lishos/Porto/ Faro/Funchal): Electroliber Ltda. BE-A-BA DA ELETRONICA® é uma publicagae mensal Reg. ao INFI sob n? 028640 Reg. no DCDP COPYRIGHT BY BARTOLO FITTIPALD! — EDITOR Rua Santa Virginia, 403 — Tatuapé CEP 03084 — S80 Paulo — SP TODOS OS DIREITOS RESERVADOS INDICE — 17a. AULA 2+ SINAL DE ENTRADA (Conversando comes “alunos"), 4- INICIAGAO AOS INTEGRADOS (1) « 49 Parte (Ainda as Lineares), 0 C. 1, $55 - Temporizadar de precisio - Teo- tia - Pratica - AplicagSes - Parimotros. © 355 coma Temporizador (Mononstd- vel). 11. - Monoestavel com 555, na pritica, 7 13+ Calculando o TEMPO. apagar LEDs. 25- AULA PRATICA (P= Brincando um 31- UMA BUVIDA, PROFESSOR! (Escla- recendo pantos nio entendidos). 1) ~ Tabelas de parimetros (Diodos ¢ rransistores}. 20-. Mas... 0 555 36 serve para “acender ¢ pouico com 0 $55 40- FERRAMENTAS E COMPONENTES: 2 - Diodes de sinal. 43- Diodos retificadores, 46 - Transfstotes de uso geral, S1~ Olsitor wisa ¢ economiza, 36- HORA eee (intercimbio entre os ‘alunos’ 59- INICIAGAO AO HOBBY (P) - Duas montagens, simples, baratas, dteis ¢ elucidativas, com 0 355. 12 MONTAGEM - VAI-NAQ-VAI (Efi. ciente dispositir antitoubo pjautos, 65~- O BRINDE DA CAPA. 70- 0 Clicuite - Como funciona (1). 72. 28 MONTAGEM - TEMPORIZADOR CULINARIO (Valiaso auxiliar eletré- nico para as donas de casa). 82 O Circuito - Como funciona (1). 84- 0 “ALUNO™ ENSINA (As boas idéizs da turma, INFORMAGAO PUBLICITARIA (Pa- ecotes/Ligio! 61= 99 ATENGAO, TURMA... SINAL bE ENTRADA Nesta nossa 174 “aula”, at 3 2 42 “licko” sobre os Circuites Integrados, um assunto fmportantissimo pari 0 correto aproveitamento dus potencialidades da_mo- derma Eletrénica! 0 “aluno” que seguiu com atencSo e assiduidade as “aulas” iniciais (onde foram “dissecados” os componentes discretos, ¢ 05 conceitas tedricos bisicos da matéria...), esti, finalmente, tenda as oportunidades que desejava de avangar, mais mais, dentro do Universo Magico da Tecnologia! Dentro do nosso ritmo tradicional, ¢ perfeitamente aceito por todos os “alunos”, vamos, nema passo- de coetho, nem a passa de tartariga, trazendo de forma clara, eoncisi e perfeita, tudo o que realmente interes para o leitor, a nivel de conccituagio tobrica bisica, experimentagdes, aplicagdes da tec- nologia aprendida.. Sem nenhuma duvida, embora o “curso” do BE-A-BA (por razdes ébvias...) niio dé, a6 seu final (mesmo porque nosso “curso” nda tend fim...) “diploma de engenheiro™ para os.alunos, dard, sim, oom toda certeza, uma ENORME base tedrica ¢ pritica para todos que pretendam, na sua vida estudantil ou profissional, dedicar-se a Eletronica, serlamente... Quem seguir 0 “curso” com atengio, realizar a5 experimentacSes suge- vidas, construir © testar ay montagens priticas © exercer os constlhos e informagdes importantes, veiculados em cada “aula”, consoguird sem divida, atingir até aquela fase to almejada por todos, que é a de tornar-se um yerdadeiro PROJETISTA de circuitos e equipamentos, criando “do zero”, no futuro, seus proprios implementos eletronicos, ¢ valorizando temendamente & sua propria Vida profissional © 0 seu curriculiem.... Para facilitar ainda mais as coists para os “alunas"", o GRUPO FITTIPALDI aswociou- se, recentemente, & DIGIKIT, empresa que, pelo sistema de mala direta (Reembolso Pos- tal) pode fornecer, com todas 4s garantias, 20s “alunos” de todo o Brasil (e, brevemente, mmbém do exterior...), todos os componentes, pecas, complementos, etc. necessirios 20. bom acompanhamiento das “aulas", tanto em seus aspectos puramente teoricas ¢ experimentais, quanto dentro das aplicagdes prdticas e montagens definitivas... Iss0 quer dizer que, a partir dé agora, NINGUEM “ficard para tris”, devido as inevitivels (pelas dimensSes continentais © contrastes regionsis de nosso Pais...) dificuldades, as veres encontradis mas aquisiedes dos materinis acessdrios, importantes para a verificagio “no vivo" dox conceitos explicados,.. Uma breve consulta a0 ENCARTE contido nas piginas finais do presente BE-A-BA, dard todas as “dicas” ¢ informagdes 2 respei Boa “aula”, para todos, ¢ até o mis que vem, .. O EDITOR E proibida a reprodugdo total ou parcial do texto, artes ou fotos deste volu industrializapdo ou comercializapia de quaisquer dos proferos, circuitos ow experiéncias mele con- tidos, sem a prévia anuéncia dos detentores do copyright. Todos os itens aqui veiculados foram previamente testedos e conferidos nos sews aspectos tedrico/prdticos, porém BE-A-BA DA ELE- TRONICA ¢ BARTOLO FITTIPALDI — EDITOR, assim como os autores ¢ colaboradores, no se resonsabilizam por fathas ou defeitos ocorridas, bem como néo se obrigam a qualquer tipo de assistencia técnica ou diddtica aos leitores. Todo o culdado possivel foi observado por BEA. BA DA ELETRONICA no sentido de néo infringir patentes ou direitos de terceiros, no entanio, Se. erro’ ou lapsos acorrerem nesse sentido, obrigamo-nos a publicar, ido cedo quanto posstvel. @ necessiria retificapio, correpi ou ressalva. Embora BE-A-BA DA ELETRONICA asmuma a forma de “revista-curso”, néo se obriga d concessio de quaisquer tipos de diplomas, certificades ou comprovantes de aprendizado que, por Lei, x6 podem ser fornecidos por cursas regulares, devidamente registrados, autorizados © homologedos pelo Ministério de Educagao © Cultura, AINDA OS LINEARES! — OC. |, 555 — TEMPORIZADOR DE PRECISAO — TEORIA — PRATICA — APLICAGOES — PARAMETROS. Quando falamos, em “‘aulas’’ anteriores, sobre os principais grupos ou “familias” em que se dividem os Circuitos Integrados, tinhamos insinuado a existéncia de componentes que recaiam num grupo “hibride”, tipo “coluna do meio”, pois, dependendo da conveniente circuitagem externa de apoio, podiam funcionar tanto em fungdes LINEARES quanto em aplicagdes DIGITAIS... Um exemplo tipico dessa possibilidade, é o Circuito Integrado 555 (que, ao lado do 741, representa, provavelmente, o que hd de mais versdtil entre os componentes desse tipo...). Em tese, é um disposi- tivo LINEAR, porém, no futuro, quando virmos os Integrados DI- GITAIS e suas aplicagdes, notaremos que o 555 também “se dé” com essa segunda turma, perfeitamente... Por enquanto, contudo, falaremos sobre esse ver sdti] Integrado, em seus aspectos mais orto- doxos (aquelas fungdes para as quais o dito cujo foi, especifica- mente, criado pelos fabricantes...). MARCA PINAGEM- VISTO POR CIMA Basicamente, 0 555 foi ‘‘inventado”’ (pela fabrica Signetics...) para funcionar como TEMPORIZADOR DE PRECISAO, necessi- tando, para isso, de um minimo de componentes externos, Entre- tanto, a partir dessa fun¢do aparentemente simples (e gracas a uma engenhosa construgdo interna...}, 0 555 pode, através do correto manejo dos seus diversos pinos de controle, exercer “uma pa” de trabalhos interessantes, o que torna o Integrado mais apreciado pelos iniciantes em Eletrénica... Com uma circuitagem externa de apoio facilima de ser calculada e implementada (sempre com com- ponentes comuns e faceis de encontrar...), 0 555 pode funcionar como TEMPORIZADOR (multivibrador monoestdvel), OSCILA- DOR (multivibrador astével) @ outros “‘trabalhinhos” paralelos, todos muito Gteis em grande nimero de aplicages... Assim, em- bora simples, as utilizacdes sao miiltiplas, o que nos obriga a dir a “ligdo" sobre esse Integrado em 2 ‘‘aulas’’ (uma no presente numero do BE-A-BA e outra no préximo), de modo que a abor- dagem seja a mais completa poss(vel, ¢ no sentido de que ninguém “sobre” com dividas sobre esse versdtil ‘bichinho” ‘Como sempre fazemos em nossas “aulas’’, vamos, inicialmente, falar um pouco sobre a “casca’’ do 555, pois o conhecimento “vi- sual dos componentes também & muito importante, dentro dos aspectos praticos da moderna Eletrénica... 0 555, em sew encap- sulamento mais comum, apresenta-se numa ‘‘embalagem’ DIL (Dual In Line) de 8 pinos, 0 que o torna quase que um “irmao gémeo”’ (apenas em aparéncia, notem..) do Amoplificador Opera- cional 741, jd estudado... Conforme ja vimos em “‘aulas’’ anterio- res (e confirmamos no desenho 1, ai...) a contagem ou “numera- gdo” das pernas de um Integrado desse tipo deve ser feita sempre olhando-se a peca por cima, e seguindo-se em sentido anti-horsrio (contrdério ao movimento dos ponteiros num relégio...), a partir da extremidade que contém uma marca (ver setas no desenho 1). As medidas, espacamentos entre fileiras e distanciamentos entre Pinos, possibilitam realizar montagens com o 555 nas mesmas ma- neiras mostradas na serdo FERRAMENTAS E COMPONENTES da 153 “aula”... OS CODIGOS DE IDENTIFICAGAO Assim como ocorre com a grande maioria dos Integrados, tam- bém o 555 6, atualmente, produzido ¢ comercializado por grande ndmero de fabricantes, que costumam imprimir, em anexo ao eédiga bdsico (555), algumas identificagdes “pessoais” que podem “embananar” o estudante... Assim, juém deve espantar-se ao. encontrar Integrados com os “nomes”: LM555, uA555, NE5S5, RCASSS, pois tratam-se todos de equivalentes diretos, apenas que de.origem industrial diferente... OS PARAMETROS E LIMITES BASICOS Todo componente eletrénico, desde os mais simples, até os mais “invocados”, tém, como jd vimos, seus limites de funcionamento, ‘9 mesmo ocorrendo, naturalmente, com o 555. Vamos entao ver seus principais parametros, que devem ser sempre respeitados, em qualquer circuito onde o dito cujo seja aplicado, sob pena de dano ao Integrado (ou de ndo funcionamento do circuito...). — TENSAO DE ALIMENTACAO — 0 555 pode operar com ali- mentagéo entre 5 e 15 volts C.C. (com pequena margem para cima e para baixo). Essa faixa torna-o ideal (aliada ao fato de ser um dispositivo para correntes néo muito elevadas...) para cir- cuitos alimentados com pilhas ou baterias, nos quais tensoes de 6, 9 ou 12 volts podem ser obtidas com facilidade...). — MAXIMA CORRENTE DE SAIDA — A safda de aplicacdo do 555 pode manejar correntes (tanto “chupando” quanto forne- cendo...) de até 200 miliampéres (0,2A), sendo esse, entéo o limite maximo “agiientdvel” pelo Integrado. Para a grande ia das aplicagdes, esse parametro permite utilizacdo “‘di- reta’’, no acionamento de LEDs, pequenas lampadas, relés, alto- falantes, etc. Entretanto, conforme veremos adiante, quando forem requeridas maiores correntes de acionamento, os dispo- sitivos acoplados 4 saida do 555 poderdo ser “interfaceados’’ através de reforcadores (transistores, por exemplo), sem a me- nor dificuldade. —CONSUMO MEDIO “INTERNO” DE CORRENTE — Obvia- mente que, por ser um circuito complexo (como todo Inte- grado...), além das suas potencialidades “de saida”, o 555 tam- bém precisa de alguma corrente para seu funcionamento inter- no (l4 dentro do bichinho, além de muitos resistores, existem 23 transistores e 2 diodos!). Essa necessidade (chamada de corrente quiescente) gira em torno de 1 a 10 miliampéres. =PERIODOS DE TEMPORIZACAO —E FREQUENCIAS DE OSCILAGAO — Dependendo de uma rede R-C (resistor-capa- citor) externa, o 555, como TEMPORIZADOR, pode gerar Pulsos com duragdes desde alguns microsegundos, até varias horas, e, como OSCILADOR, freqiiéncias desde extremamente baixas (um ciclo completo em varias horas) até bem altas, na casa das centenas de KHz. © 555 COMO TEMPORIZADOR (MONOESTAVEL) ‘Observando 0 desenho 2,0 “aluno” vera, a esquerda, a “‘radio- grafia” dos 555, com seu interior esquematizado na forma de blo- cos circuitais. Ao lado desse esquema, surge novamente uma visdo superior da aparéncia externa da peca, com seus pinos numerados @ com as respectivas fungdes identificadas. Vamos ver os pinos, um aum: Pino 1 - Negativo da alimentacao (“zero’’ volts). Pino 2- Entrada de disparo, ou “gatilho”. Nas aplicagdes como ayvvuiva no. Ouvdsig FOULING? 30, W39¥110K “TAIN VO vOVUINA “34 uosNaS. Pino 3- Pino 4 - Pino 5 - Pino 6 - Pino 7 - Pino 8 - TEMPORIZADOR (monoestavel), esse pino é mantido normalmente “alto’’ (positivado), constituindo o sinal de “disparo” um breve pulso “baixo” (negativo), Safda. Como jd vimos, 0 555 pode tanto “empurrar”’ quanto “puxar™ corrente, assim 6 capaz de acionar car. gas (dentro do limite maximo de 200 miliampéres) tanto ligadas ao negativo, quanto ao positivo da alimentagao. “Reset” ou rearmar. Esse pino de controle, com o 555 funcionando como TEMPORIZADOR (monoestdvel), serve para interromper a temporizacio. Normalmente 6 mantido “alto’' (positivado), porém um breve pulso “'bai- xo" (negative), pode reconduzir o 555 ao estado anterior ao inicio da temporizacdo. Entrada da voltagem de controle. Na sua fun¢do basica como monoestavel, normalmente o 555 nao requer liga- Ges a esse pino. Veremos, no futuro, sua utilizagdo, Sensor de nivel de voltagem. Esse pino serve para “sentir a voltagem que vai se “acumulando”’ no capacitor externo (veremos adiante), determinando, entdo, a temporizagao. Pino de “descarga” do capacitor externo, Terminado o Periodo de temporizagao (que depende da rede R-C ex- terna), esse pino, através do transistor TR1 (ver esquema ‘no desenho 2), curto-circuita o capacitor externo a linha de “‘zero’ volts, descarregando-o. Positivo da alimentagdo. Como jd vimos, requer tensdes entre 5 e 15 volts, sob uma corrente equivalente a soma das necessidades da carga acoplada a saida do 555 (pino 3) com as correntes internas de funcionamento do Inte- grado. E facil calcular-se o parémetro maximo dessa cor- rente: 200 mA — corrente maxima de saida (carga) 10 mA — necessidade interna de corrente do 555, 210 mA — TOTAL Assim, uma fonte capaz de fornecer cerca de 250 mA ser- viré sempre, “folgadamente”, para o 555 (desde que a tensdo esteja dentro da faixa recomendada). Ainda no desenho 2, vemos que, as “entranhas" do 555 contém um divisor de tensdo, formado por trés resistores “empilhados” de 5K cada (de modo a apresentar, as entradas dos dois Amplifi- cadores Operacionais, respectivamente 1/3 ¢ 2/3 da tensdo de ali- mentagdo). Esses dois Op. Amps. controlam, através das suas sai- das, um multivibrador bi-estavel (Flip-Flop) — cuja teoria veremos no futuro, quando estudarmos circuitagens DIGITAIS — o qual, por sua vez, aciona tanto o transistor TR1 (responsdvel pela des- carga do capacitor externo, via pino 7) quanto um amplificador de saida (ligado ao pino 3, portanto), Conforme jd dissemos anteriormente, contudo, o “‘aluno’’ pode deixar os conhecimentos mais profundos sobre o “‘interior” do 555 para os técnicos avancados... O que nos interessa, na teoria e na prdtica, é aprendermos a USAR bem o 555, “dos pinos para fora” (para isso existem os Integrados, e para isso os engenheiros @ técnicos que o projetaram “transformaram suas caspas em tor- resmos”...). AFINAL, O QUE E ESSE NEGOCIO DE “MONOESTAVEL"...? 70 Pois bem, sabemos que o 555 é basicamente um temporizador, para ser usado como multivibrador MONOESTAVEL... Vamos ver, entdo, que “bicho 6 esse”... Observem o diagrama de blocos mostrado no desenho 3. Um circuito MONOESTAVEL pode apre- sentar, em sua sada, apenas dois “estados” ou niveis: — ALTO — nivel de tensdo pr6ximo a voltagem positiva de alimen- tacao. = BAIXO — nivel de “zero’’ volts (préximo ao negative da alimen- tagaa, portanta). Entretanto, desses dois “estados”, apenas um & estdvel, ou seja: “em repouso”, © circuito apresentara sempre — por exempla — 0 “estado” BAIXO (nivel de ‘‘zero” volts) em sua saida. Para que a safda altere esse “estado estdvel” é necessdria a conveniente “or- dem’, dada através da entrada ou contro/e, na forma de um pulso de tensdo e nivel especificos. Ocorre ainda o seguinte: uma vez recebida pela entrada a ordem de “alterar estado da safda’’, isso ocorre, porém apenas por um certo tempo, ao fim do qual o cir- cuito retorna ao seu “estado estdvel” anterior a tal ordem! Esse TEMPO é sempre determinado com o auxilio de resistores e capa- MONOES TAVEL ( TEMPORIZADOR} PULSO 2 AUTORIZACAG snes saeeco=a| ® @--- b> == ZERO ZERO VOLTS Vous =. SITUACAO ESTAY “ANTES 00 PULSO/AUTORIZA- AD -APOS FIM DA 7EMPORIZA- Cap citores (também chamados de “‘rede R-C") cujos valores devem ser especialmente calculados para se obter a temporizacao desejada! Supondo, entdo, que o diagrama do desenho 3 simboliza um 555 em fungdo de TEMPORIZADOR (ou MONOESTAVEL), sua safda (pino 3, portanto), apresenta, “em repouso”, o estado estdvel BAI- MO (“zero” volts). Entretanto, assim que a entrada (pino 2), rece- be uma breve ordem, na forma de um pulso BAIXO (negativo), 0 estado da sa/da muda, imediatamente, para ALTO (nivel do posi- tivo da alimentagdo), e assim permanece por um tempo determi- nado pelos valores de RT (resistor de temporizacao) e CT (capaci- tor de temporizacdo). Ao fim desse perfodo “‘automético", a saida retorna, sem a necessidade de nenhuma ‘'contra-ordem’’, ao seu estado estavel BAIXO! . ° e MONOESTAVEL COM 555, NA PRATICA Vamos ver, entéo, como “‘circuitar’’ um 555 para essa fungao basica (e muito importante...). O desenho 4 mostra o esquema tipico, no qual se baseiam todas as variagdes de aplicagdes para o 555. Os pinos 1 e 8 (alimentacdo) devem ser ligados, obviamente, ao. negativo e positive da fonte (5 a 15 volts, néo esquecam...). A entrada de “disparo'’ (pino 2) deve ficar, normalmente, “posi- 17 @) 5-15V Te Uechere reod tivada”, através de um resistor (R1) cujo valor tipico situa-se entre 22KQ e 47K. Porém, através da atuacdo do “push-button” (PB1), © pino 2 pode ser levado, ainda que momentaneamente, a “negativar-se" (‘‘zero” volts), para que seja dado inicio 4 tempo- rizagao. Aos pinos 6 e 7 ligam-se os componentes responsiveis pelo “tamanho” da temporizacio, ou seja: RT e CT, conetados, respectivamente, 4s linhas do positive e negativo da alimentacao. © pino 5 fica sem ligagdo. O pino 4 (por enquanto), fica apenas “positivado”, para ndo interferir com o funcionamento do tem- porizador. A safda é recolhida através do pino 3. Dependendo do tipo de atuaglo que se espera obter (carga “‘ligada” durante a temporizac¢ao, ou “desligada” durante tal perfodo...), a carga acoplada a safda (representada pelo resistor RC), pode estar cone- tada ao positivo ou ao negativo da alimentagdo. RECAPITULAN- DO, entdo: o pino 2 estando positivado (por R1) nada acontece, ea saida (pino 3) apresenta “zero” volts. Assim que PB1 é pre- mido (breve “'negativago” do pino 2, portant , @ tempori- zagao se inicia, com a tensdo no pino 3 “‘subindo’’ instantanea- mente até o nivel do positive da alimentagao, e “ld” ficando por um tempo diretamente dependente dos valores de RT e CT! 12 Esse tempo pode ser calculado com grande facilidade (quem nao for muito ‘‘chegado as mateméaticas’’ pode recorrer 4 inevitdvel calculadora eletrénica de bolso, companheira fiel de todo estu- dante de tecnologia...}: 1,1 x CT x AT a 1.000 Onde: T — tempo, sem segundos. CT — capacitor de temporizagao, em microfarads (uF). RT — resistor de temporizagdo, em ki/a-ohms (Ka). Ainda antes de praticarmos os cdlculos circuitais, vamos recor- dar um instante a atuagao do 555, através do desenho 5, que mos- tra o grafico das formas de onda {"subidas” e “‘descidas dos niveis de tensio, em relacao ao tempo) em alguns dos seus pinos de atuagdo: notar que, ao ser “‘negativado"’ o pino 2 (ainda que Por um tempo muito pequeno), através da breve pressdo no “push- button’ (PB1, no desenho 4), a safda (pino 3) fica ALTA (“‘sobe"’, instantaneamente, de ‘‘zero” volts para o positivo da alimenta- 40...), assim permanecendo pelo tempo determinado por RT e ‘CT (calculado através da formulinha af atrds. ..), Enquanto durar a temporizagao, ocorre uma “subida” gradual (e nfo abrupta, ‘como ocorre no pino 3) da tensdo nos pinos 6 e 7, ocasionada pela relativamente lenta carga do capacitor CT (através de RT). E importante notar que o tempo necessdrio para essa “‘subida gra- dual" é@ idéntico ao perfodo de temporizacdo (duragdo do nivel ALTO no pino 3), CALCULANDO O TEMPO. Se quisermos transformar o circuito tedrico da figura 4 em algo praético e funcional, a primeira coisa a ser feita 6 aprender a lidar com a formula de cdlculo, Conforme mostra o esquema da figura 6, através de alguns “truques algébricos’’ simples, podemos deter- minar previamente, tanto o tempo (T) quanto o valor do capacitor (CT) ou do resistor (RT), individualmente, a partir do. conheci- mento prévio das “‘outras” grandezas da formula... Suponhamos 13 PING PINO FINO "AUTORIZACACT eit i SAiDA TENSAO ND 5 PUSH SBT TE CAPACITOR CT. PRESSIONADO que temos os valores do CT e RT e queremas calcular o tempo... Usamos, entdo, a formula (A), Numa outra possibilidade, sabemos © tempo T e o valor de CT, e queremos achar o valor correspon- dente a RT. Nesse caso, usamos a formula mostrada em (B). Final- mente, se os fatores previamente conhecidos sfo o tempo {T) eo valor do resistor de temporizagao (RT), e desejamos obter a capa- citancia de CT, devemos aplicar a formula (C). Querem um exem- plo tipico, excelente para ura experiancia pratica? Enta@o vamos l4... © desenho 7 mostra um circuito de temporizador simples, calculado a partir das seguintes premissas: CT=CAPACIDOR EM wichorags RT-RESISTOR. EM KIO OHMS (Kn) 14 1000 incio FS — Queremos uma temporizacado de 1 minuto (ou o mais préximo disso que for possfvel...). — Temos, para CT, um capacitor de 100yF. — Queremos saber o valor de RT para conseguir tal temporizacio. Entdo... 80_x_1.000_ 100 x 1,1 © valor comercial de resistor, mais préximo de 545,45Ko, que podemos obter com facilidade, é 560K, sendo esse, entdo, o resistor RT que deve ser conetado ao circuito para obter a tempo- rizagéo desejada. E interessante, sempre, “‘conferir’ o cdlculo, como é mostrado a direita do desenho 7, para verificar a aproxi- macaéo obtida. Agora que “sabemos” CT e RT, o cdiculo do tempo fica assim: 1,1 x 560 x 100 1,000, Ou seja: obtivemos a temporizagao desejada com excelente aproximacdo (uma tolerancia de apenas 2,6%, como pode ser facilmente verificado...). RT ou RT = 545,45Ko Ee ou T = 61,6 segundos Te Ax.560x100 15 16 Para completarmos o circuito prético da experiéncia, precisa- mos ainda (desenho 7) do resistor de 33K e do “push-button”, ligados a0 pino 2 conforme mostrado, e de uma forma de “moni- toragao"’ do estado da sada (pino 3), que é muito facil de ser conseguida, através de um simples LED e do respectivo resistor limitadar (3302). A propésito, o cdlculo do resistor limitador para o LED ja foi abordado na 59 “aula”... A titulo de exerci- cio, verifiquem e confiram tal cdlculo, para ver se, com o valor indicado de resistor (lembrar que o pino 3, durante a tempori- zagio — e conseqiiente acendimento do LED — permaneceré em 6 volts positivos, ou seja: o total da alimentagdo...), existird um bom brilho no LED e, ao mesmo tempo, ndo serao ultrapassados os limites de corrente da saida do 555. Confira o funcionamento do circuito, ligando a chave H-H. O LED/monitor deveré permanecer apagado. Munido de um relégio com Ponteiro de segundos (ou digital com “contagem’’ de segun- dos...), pressione, brevemente, o “push-button” (0 LED deve acender imediatamente...) e meca o tempo em que o LED per- manecerd aceso... A precisio deverd ser muito boa (o “um minu- to’ desejado deverd ser obtido com excelente aproximagdo...). Aqui vem um papo importante: o Integrado age com extrema preciso @ assim, qualquer eventual erro ou margem na tempori- zagéio deve ser integralmente tributado as tolerancias individuais de RT e CT (ver “aulas” nOS 1 e 2). Recomenda-se, assim, usar em RT e CT componentes de boa qualidade e com a tolerancia a mais. estreita poss(vel. Notar que, na pratica (e dependendo das tempo- rizagdes pretendidas...), o valor de CT pode situar-se entre 001 F e 1.000. F {ou até mais, porém lembrando que os capacitores de valor muito alto também costumam apresentar tolerdncias ou erros elevados...) eo de RT entre 1K2 e 10M&. Quanto a CT, se for de baixa capacitaéncia, pode-se usar um disco cerémico, poliéster, “‘Schiko’’, etc., jd se for de alto valor, inevitavelmente devemos recorrer a eletroliticos ou tantalo (respeitando, no caso, a polaridade indicada no desenho 7). Lembrando que, quase sempre, as tolerancias (erros entre o valor reale a valor marcado no componente...) dos capacitores (principalmente eletroliticos) séio bem mais “largas” do que ocorre nos resistores, para resultados muito precisos devemos optar por “resistor RT de valor elevado € capacitor CT de valor relativamen- te baixo”, no sentido de obter determinada temporizacao... Exem- plificando (confiram pelas férmulas. ..): — Podemos obter a temporizacdo de cerca de 1 minuto (60 segun- dos), entre outras maneiras, de duas formas: A —RT de 560KQ e CT de 100 F. B— RT de 56K2 eCT de 1.000, F. — Para efeito de precisio, contudo, a melhor solugéo 6 (A), pois é a que usa o capacitor de menor valor (e, conseqiientemente, resistor de maior valor). Outra coisa importante, e que nfo deve ser esquecida, 6 a ques- tdo da tens3o de trabalho de CT (ver 24 “‘aula’’), que, no caso de eletraliticos, nao pode nunca ser inferior 4 voltagem da alimen- taco, sendo recomenddvel até uma certa margem de “folga’’, conforme explicado em “‘aulas’ anteriores. ANEXANDO MAIS CONTROLES AO TEMPORIZADOR... No circuito bdsico exemplificado e experimentado de acordo com 9 desenho 7, 0 nico comando {além, é claro, da chave H-H que determina o “liga-desliga”’ da alimentagdo...) existente 6 o “push-button” através do qual podemos dar infcio 4 temporizagao, Em algumas aplicacSes do 555, entretanto, pode tornar-se neces- sdrio ou conveniente um segundo comando, ou seja: um controle para, 4 nossa vontade, podermos /nterromper uma temporizacdo jé imiciada, a qualquer tempo, dentro da sua decorréncia... Af surge a utilizagao do pino 4 (pino de “reset” ou de rearmar...) que, se ligado conforme mostra a esquema do desenho 8, podera, a qualquer momento, pela pressio momentanea no “push-button” respective, retornar o 555 ao seu estado estdvel ‘de repouso” (cor- tando qualquer temporizagao que esteja, no caso, decorrendo...), ficando o circuito entéo novamente na condi¢ao de receber outra “autorizagao de inicio"... Essa eventual facilidade é muito dtil em aplicagdes com temporizagao musto longa nas quais, por qual- quer motivo, possam ocorrer eventuais necessidades de tar” 0 processo em seu meio, retornando tudo & condigao INTERROMPER® (REARMAR) Para uma verificagdo experimental, construam o circuito do dese- nho 8 (usando o C, 1. LAB cuja montagem foi ensinada em FER- RAMENTAS E COMPONENTES da 149 “aula”, a coisa é muito facil...), usando em CT e AT valores relativamente elevados (para conseguir temporizacao longa, de varios minutos, por exemplo...) @ verifiquem a atuacéo do “push-button” de /nterromper que, ao ser pressionado durante 0 perfodo em que o LED/monitor estiver aceso, fard com que o mesmo imediatamente se apague, possibili- tando um “'recomego”, assim que novamente se pressionar o botaéo de ini E SE QUISERMOS DIVERSAS TEMPORIZACOES NUM SO CIRCUITO. Todos os cdlculos e exemplos até agora dados, na presente 14 “ligfo” sobre o 555 (como MONOESTAVEL...), referiram-se a temporizagdes unicas e fixas... Em muitas aplicagSes contudo, é extremamente desejavel que tenhamos a possibilidade de contro- lar continuamente o perfodo de temporizagao, a fim de adequa- 18 lo a circunstancias especificas... Uma das maneiras de se conse- guir isso é — obviamente — substituir RT (ou CT) por componen- tes de outros valores, previamente calculados cam o auxilio das férmulas ja mostradas. Essa substituigéo, na prdtica, poderia ser feita com o auxilio de uma simples chave rotativa, com varias posigées, capaz, entao de inserir no circuito basico componentes de temporizagdo de valores diversos, alterando assim os perfodos em “degraus” especificos de tempo... Embora tal sistema possa ser (e 6...) usado com praticidade, existe uma maneira mais sim- ples e direta de sa conseguir diversos periodos de temporizacao, dentro de ampla faixa: a substituiggo de RT por um conjunto formado por um resistor fixe (RF) e uma varidvel (RV), conforme ilustra o exemplo do desenho 9! Rvs ics RT RF. 20K Fe vote ber 2) 1201000 132. TEMPORIZADOR AJUSTAVEL J Em casos desse tipo, o importante 6 notar que, o TEMPO MI- NIMO 6é determinado pelo valor do resistor Fixo (RF) enquanto que o TEMPO MAXIMO 6 determinado pela soma do valor de RF com o valor de RV (este em sua posicdo de maxima resisténcia...). A titulo de exemplo pratico, observem {ainda no desenho 9), 0 desenvolvimento dos cdlculos para os sequintes valores: — RF — (resistor fixo) — 120K woo (2 minutes! TMAXIMO 1.151520 1000. 17825 a cs 19 — RV — (resistor varidvel — potenciametro) — 1M52. — CT —1,000uF. ‘Confiram os cilculos mostrados, e verifiquem como foi facil conseguir-se entéo um TEMPORIZADOR VARIAVEL, cujo ajus- te, com toda a simplicidade, pode ser feito através do potenciéme- tro de 1M52, para perfodos desde cerca de 2 minutos até quase 30 minutos! O potenciémetro, em casos desse tipo, deve ser sem- pre LINEAR, para que as variagdes angulares do giro do seu eixo possam determinar, também linearmente, variagoes proporcionais no periodo de temporizacdo, o que facilitard muito a marcacado de uma “escala de tempos” a titulo de mostrador, junto ao knob” que comanda o potencidmetro! Embora 0 exemplo mostre apenas a “metade direita” do 555 (conexdes aos pinos 5 e 8), é ébvio que a “outra metade” do Integrado também deve receber as devidas conexées, que podem ser as mesmas mostradas no exemplo do desenho 7 ou 8. Fagam a experiéncia, que 6 muito elucidativa... e « e MAS... 0 555 SO SERVE PARA “ACENDER E APAGAR” LEDs. ..? A resposta a pergunta/titulo af em cima 6: CLARO QUE NAO! Exemplificamos essa primeira fase da “ligdo” com apenas um LED (cuja corrente 6 convenientemente limitada por um resistor...) apenas para ndo complicar, desnecessariamente os diversos esque- mas/exemplo dados... Conforme foi dita quando se falou dos pardmetros do 555, li no comeco da presente “aula”, o bichinho pode lidar com correntes de safda de até 200 mA... Esse limite, embora no seja ‘enorme’ pode ser considerado como bem acei- tavel, proporcionando o comando ou acionamento direto, a partir do pino 3, de varios dispositivos! O “desenhao‘' 10 mostra oito exemplos tipicos de conexdo, aproveitamento e “reforco” da safda do 555, aplicdveis 4 grande maioria das utilizagdes... Acioner dire- tamente um simples LED, como ja vimos, é facil, bastando inter- calar a necessdrio resistor/limitador, cujo valor dependerd tanto da tensio de alimentagao quanto da corrente que pretendemos “enfiar’” no LED: a fim de gerar o brilho desejado... Outro ponto importante é que 0 555 (como também jd foi dito...) pode tanto pe 10 [| rson etki 4 LEO feet @) B08 250-75. ‘OU MAIS mo ree INGO04 ne fam ) Whee 1N4004 “Se BOB. 250-750 be ‘OU MAIS © 5-15V ALIMENTACAD (CCOUC A) E CARGA po scr 22 “fornecer™” quanto “puxar” corrente da carga... Assim, no exem- plo (A) o LED apenas apaga quando o pino 3.do 555 fica positivo (durante o periodo “‘ativo” da temporizagao, portanto. exemplo (B}, 0 LED apenas acende durante a temporizagao (pe- rfodo em que o pino 3 fica “alto” ou positivo...). Comandar dire- tamente um re/é (desde que sua bobine apresente resisténcia Ghmi- ca capaz de manter a corrente de saida dentro dos parametros acei- taveis pelo Integrado, em fungdo da tensio de alimentagao...) também é muito facil: no exemplo (C) o relé é desenergizado du- rante o perfodo de temporizacao (pino 3 “alto”’) e, no exemplo (D), o relé 6 energizaco durante a temporizacao (pino 3 “’positi- vado"*). Em ambos os casos, os diodos sfo necessdrios para prote- ger o Integrado contra “picos” de voltagem, geradas pelo feno- meno de “auto elevagio indutiva” que ocorre na bobina do relé, nos instantes de “‘ligamento e desligamento”, e que podem atingir varias dezenas de volts, ‘‘fritando” o 555. Notar que, através de ligagdes como (C) e (D), via contatos do relé, podem ser coman- dadas cargas de pot@ncias consideraveis (centenas de volts, dezenas de ampéres, milhares de watts, até...), j4 que o relé iso/a. 0 coman- do (555) da aplicagdo (carga de poténcia). Com o auxilio de transistores também podemos fazer o 555 comandar cargas médias ou grandes (em termos de poténcia), que demandem correntes superiores ao ‘‘fornecfvel’’ ou “‘chup4vel’‘ pelo Integrado... Em (E) vemos um exemplo tipico com transis: tor NPN, no qual a carga apenas receberd energia enquanto o pino 3 do 555 estiver “alto” (perfodo da temporizacao). J4 no exemplo (F), a energia para a carga serd cortada (desligada), enquanto o 555 estiver no perfodo de temporizagao (pino 3 “positivado”’), pois o transistor 6 um PNP. E bom notar que, dependendo das necessi- dades da carga, transistores de quaisquer poténcias poderao ser acoplados das formas mostradas! O resistor entre o pino 3 do Inte- grado ¢o transistor, terd seu valor determinado exclusivamente pelas necessidades deste ultimo, em termos de corrente de base (ver as “aulas” sobre os transistores...), Outra coisa: se a /inhade terra ou de “zero” volts (negativo da alimentagao}, for “comum”™ aos dois blocos circuitais (o do Integrado e o do transistor), nada impede que o transfstor e a carga trabalhem sob tensdes mais e/e- vadas que os 15 volts maximos “agientdveis” pelo 555, jd que, em termos “eletrénicos’’, o transistor prové o isolamento necessdrio entre os blocos de circuito! Existem ainda outras maneiras de fazer o 555 comandar cargas “bravas”: no exemplo (G) vemos o Inte- grado acoplado a um SCR... Lembrar que (ver “‘aula’’ especitica sobre o SCR) seo letificadior Controlado de Silfcio (é a carga...) forem alimentados por C.C., uma vez iniciada a temporizagéo pelo Integrado (pina 3 do 555 “subindo”’ para o positive da alimenta- 4o...), 0 SCR “liga” e ‘no desliga mais” (mesmo apés a tempori- zagéo no Integrado haver terminado...). Para “‘desligar’ o SCR deverdo ser usados os “truques” descritos na sua “‘ligao” espect- fica. Se, contudo, SCR e carga estiverem sendo alimentados por C.A., 0 dispositivo comandado "'respeitard” a temporizacao forne- cida pelo 555... Finalmente, no exemplo (H), temos o acopla- mento do 555 a uma carga “‘pesada” através de um TRIAC (SCR de “mao dupla‘’,..). Nesse caso, a alimentago do SCR eda carga 6, tipicamente, em C, A., proporcionando que a temporizacio fornecida pelo 555 seja “respeitada’” pela carga. Nos exemplos (G) e (H), a “unificagio” da linha de terra de ambos os blocos circuitais 6 necassdria (a menos que sejam usados transformadores de pulsos e outras paraferndlias que nao vém ao caso, agora...), porém isso nao interfere com a estabilidade geral, pois os blocos circuitais (comando, feito pelo 555, e a carga...) estéio devida- mente isolados {em termos eletrénicos,..) pelos tirfstores. Assim, em ambos os casos, cargas de milhares de watts (sob alimentagdo de centenas de volts...) poderdo ser acopladas, sem problemas... Finaimente, lembramos que todos os valores indicados nos exemplos individuais do “desenhiio” 10 sfo apenas trpicos, levan- do-se em consideragdo, principalmente, os limites naturais de ten- sdo de alimentagdo para o 555, bem como sua capacidade de cor- rente de safda... Entretanto, como em Eletrénica “cada caso é cada caso”, eventualmente, para atender a requisitos especificos, tais valores deverdo também ser especificamente calculados... O: exemplos, contudo, “dio uma boa geral’’ nas diversas possibili- dades, e o “aluno” inteligente, que acompanhou com atengdo todas as “aulas’’ do BE-A-BA, até agora, ndo encontrard dificul- dades tedricas ou praticas na implementagdo real de quaisquer dos sistemas sugeridos na ilustragdo... ° ° ° AULA PRATICA (P) — BRINCANDO UM POUCO COM 0 55: O “papo” tedrico e a explicacdo das formulas e suas utilizacGes, embora muito importantes no aprendizado de quaisquer dos aspec- tos da moderna Eletrdnica, sdo, na nossa opiniao (essa é a filosofia do “curso” do BE-A-BA...} incompletos, se nao forem acompa- nhados da verificagdo “ao vivo’, da experimentagao prdtica reali- zada pelo ‘“‘aluno” com as préprias mos (mas sempre com a cabe- ¢a, ‘‘l4 em cima”, analisando, pensando, intuindo e calculando...). Tudo o que foi explicado até agora na parte tedrica da “'liclo” sobre o 555 coma MONOESTAVEL (temporizador), pode (e de- ve...) ser praticado pelo “aluno” ( interessante é, apds a leitura atenciosa de toda a “licdo"’, repassd-la, item por item, dessa vez na prética, executando o maior ntimero possfvel de experiéncias comprobatérias...). Com 0 auxflio do C. |. LAB (que é uma “mesa para experién- cias e protétipos” especialmente criada para auxflio ao “aluno’’ nessa fase do curso que aborda os Integrados...) mostrado na seco FERRAMENTAS E COMPONENTES da 14@’aula’’, 0 leitor poderd (adquirindo também alguns poucos componentes, de preco nado muito elevado, e faceis de encontrar) realizar muitas experién- cias interessantes. O “chapeado” do desenho 11 mostra o circuito basica de TEM- PORIZADOR, em tudo idéntico ao visto no desenho 7, ld atrds, j4 leiautado no C. |. LAB, de modo a proporcionar vdrias substi- tuigdes de componentes e verificagdes “in loco” dos fendmenos eletrénicos gerados! Guiando-se pela codificagao prévia dos diver- $08 terminais {todos eles em conetores parafusados, evitando sol- das, portanto...) do C. I, LAB, o “aluno” deve conetar toda a fia- ¢&o, rigorosamente conforme mostrado (conferindo bem a cada passo...). Em seguida, coloca-se o Integrado 555 bem mo centro do soquete existente no C. |. LAB (sobram 4 furos a esquerda e 4 4 direita, no soquete, pois o 555 tem sé 8 pernas, enquanto que © receptéculo aceita Integradas de até 16...), observando-se berm a posi¢éo da marca no Integrado (também merecem atencdo as posigdes relativas dos terminais do LED, capacitor eletralitico e polaridade das pilhas...), Para os componentes de temporizacdo CT e RT, sugerimos uma série de valores de facil aquisi¢go, e que 25. SVIONAISdxS proporcionarao intimeras {muitas mesmo...) combinagdes a fim de verificar as temporizagdes obtidas. Apenas para exermplificar, através dos convenientes valores de CT e RT acoplados, podem ser obtidos, experimentalmente, tempos que vio desde cerca de 1 segundo (RT de 100KQ e CT de 10uF), até cerca de 3 horas (RT de 10MQ e CT de 1.000.F)! Nada impede (muito pelo contrdrio...) que o “aluna” amplie bastante suas experiéncias, tentando a reproducdo de outros dos exemplos dados no decorrer da “'li¢Zo”, inclusive 0 mostrado no esquema do desenho 8, ¢ mesmo alguns (ou todos...) dos mos- trados no desenho 10... 0 C. |. LAB permite grande praticidade na substituicio momentdnea de pecas e valores, bem como na pro- pria “reorganizagao" do circuito, para experiéncias especificas... Inclusive, no desenho 12, é dada mais uma ‘‘dica’’ para a transfor- ma¢3o do TEMPORIZADOR FIXO exemplificado no *chapeado” do desenho 11, num TEMPORIZADOR CONTINUAMENTE AJUSTAVEL (em tudo semelhante ao exemplificado no esquema do desenho 9...). OQ importante é nao fazer nada “na louca’”, ou seja: cada expe- riéncia deve ser pensada, calculada, executada em sua parte pratica com cuidado (conferindo previamente todas as ligagdes feitas ao C. |. LAB antes de conetar a alimentagdo...), para, 86 entao, aufe- rir-se o8 resultados (conferindo-os pelas formulas) e acompanhar, na prdética, o que pode ser obtido... O “aluno” teré, com certeza, muito que “'brincar e aprender’’, realizando as experiéncias sugeridas, lembrando sempre que a grande vantagem € © total reaproveitamento das pecas e compo- CONJUNTO DE FERRAMENTAS PARA ELETRONICA C SM6 COMPOSTO DE: Ferra de solda (indique se 110v ou 220v), Solda, Alicate de corte, 5 (cinco) Chaves de fénda, 2 (duas) Chaves Phillips, | Sugador de solda, e mais UMA SENSACIONAL MALETA COM FECHO —— FEKITEL ~ CENTRO ELETRONICO LIDA,§ ——_—_$§__§$— RUA GUAIANAZES 416 | ANOAR CENTRO S$ PAULO CEP O12 TEL. 221-1728 ABERTO ATE 18.00 INCLUSIVE SAGAD9. SIM, desejo receber pelo’ reembolso postal, a ma- despesas de postagem e embalagem, 28 220 Kn 470 Ke 1M 2M2n aM Tn, TUINT nentes utilizados, gracas as caracter(sticas do prdéprio C. |. LAB! Apenas para facilitar (pois os valores ndo sdo rigidos nem obri- gatérios...), vamos relacionar, a seguir, todos os componentes e pegas necessdrios para uma boa evolugao das experiéncias (além do C. |. LAB, é claro, que se pressupSe j4 tenha sido construfdo ou adquirido pelo “‘aluno’’, em oportunidade anterior, pois 0 dis- positivo jd foi descrito 3 aulas atrds...). Aproveitamos para lembrar que nossa associada, a DIGIKIT (a firma que fornece pelo reem- bolso postal, aos “alunos, os PACOTES-LICAO para acompa- nhamento das “aulas” do BE-A-BA...) est em condigdes de for- necer todo o material relacionado, na forma de um s6 conjunto, muito pratico e util para o “aluno” (vejam o encarte l4 no fim da revista...). LISTA DE PECAS (EXPERIENCIAS E VERIFICAGOES COM O 555) TEMPORIZADOR — MONOESTAVEL CONJUNTO BASICO — Um Circuito Integrado 555. — Um LED (Diodo Emissor de Luz) vermelho, tipo FLV110. — Um resistor de 3302 x 1/4 de watt. — Dois resistores de 33K x 1/4 de watt. — Dois “‘push-buttons'’ (interruptores de pressio) tipo Normal- mente Aberto. — Uma chave H-H ou “gangorra”, mini. — Um suporte para 4 pilhas pequenas de 1,5 volts cada. — RESISTORES P/TEMPORIZACAO (RT) — (todos 1/4 de watt): — 100K2 = 470K2 — MQ — 4M72 — 10Ma. — CAPACITORES P/TEMPORIZACAO (CT) = (todos eletroliti- cos p/16 volts): — 10uF — 100pF — 220uF — 470uF — 1,000}: F NOTA: Lembramos aqueles que nZo possuem o C. |. LAB, que um conjunto completo para a construcdo do DISPOSITIVO também & fornecido pela DIGIKIT, sob 0 cédigo “PL-14-A” (ver ENCARTE no fim da “aula”. e ° ° ATENCAO TURMA: Conforme ja foi dito, devido 4 extensdo dos assuntos referentes ao versétil 555, na presente “aula” abordamos apenas seu funcianamento enquanto MONOESTA VEL... Na pré- = xima “aula” (que, sob hipétese alguma pode ser “perdida” pelos “alunos” — reserve, desde jé, 0 n9 18 do BE-A-BA no seu jorna- leiro...) outra “ligéo” muito importante: O 565 COMO OSCILA- DOR (ASTAVEL) — TEORIA, PRATICA, EXPERIENCIAS E APLICACOES... Vocés ficarfo ainda mais fascinados com as potencialidades desse “bichinho", com as mil coisas que ele & capaz de fazer, sempre em circuitos simples, baratos e muito educativos... Principalmente os. “alunos” interessados em gerado- res de sons estranhos, vao gostar muito das préximas abordagens... Até o més! OMESTRE COMPUTACAO ELETRONICA ! NO MAIS COMPLETO CURSO DE ELETRONICA DIGITAL E MICRO PROCESSADORES VOCE VAI APREMDER A MONTAR, PROGRAMAR EOPERAR UM COMPUTADOR, MASS DE 189 APOSTILAS LHE ENSINARAO COMO FUNCIONAM OS, REVOLUCIONAAIOS CHIPS 8080 8085, Z80, AS COMPACTAS “ME. MORIAS"E COMO SAO PROGRAMADOS OS MODEANOS COMPU. TADORES VOCE RECERERA KITS QUE LHEPERMITIRAG MONTAR DIVERSOS APARELHOS CULMINANDO COM UM MODERN MICRO .COWPL: ‘TADOR a ena ETUbO x one rhea oma ‘Ay. Pars de Barros, ge + Fons (Ou) a2 ne9| Cadi Te “te Sito © mam Enesco oo 30 UMA DUVIDA, PROFESSOR! Aqui BE-A-BA DA ELETRONICA tentaré esclarecer os “‘pontos nebulo- 0s” ou que nao tenham sido bem entendidos pelos “alunos”, referentes as “li¢des” apresentadas anteriormente na revista, Embora a turma aqui do — com o perdio da palavra — “corpo docente”, nao seja muito chegada a regras ¢ regulamentos, algumas condigdes prévias sio necessirias, para nio baguncar a aula... Entéo vamos combinar o seguinte: para “levantar a mfo” e pedir um esclarecimento, vooés deverio: — Escrever para: REVISTA BE-A-BA DA ELETRONICA SEGAO “UMA DUVIDA, PROFESSOR!” RUA SANTA VIRGINIA, 403 — TATUAPE CEP 03084 — SAO PAULO — SP. — Expor a diivida ou consulta com a maior clareza possivel (de preferéncia em texto datilografado ou em letra de forma, que aqui ninguém é farm. céutico...). — Somente serfo respondidas as cartas que contenham assuntos realmente relevantes ¢ que possam interessar 4 majoria, Nao sero respondidas diivi- das que possm “atrapalhar a aula”, ou seja: que no digam respeito o assuntos jd abordados. — Nao serio respondidas consultas diretas por telefone, nem manteremos servigo de correspondéncia direta ao leitor. Se mandarem envelopes sela- dos para a resposta, vio perder o selo... 37

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