Você está na página 1de 8

1. Quanto tempo você trabalha no IPA?

Como começou a sua


trajetória?

Eu entrei no IPA em 2006 mais precisadamente dia 28 de junho de 2006.


apesar de todo o estudo ser focado cronologicamente de 2012 para cá, eu
vou fazer uma panorâmica da extensão desde a época da revolução verde
para cá. a extensão rural ela se comporta de acordo com o reflexo político
no nosso país,e são uma coisa que não tem por onde correr, Então se a
gente tá sendo governado por um governo não liberal ele diminui os
recursos para essa área da extensão rural. Se a gente tá sendo governado
por um País que o governo é um governo que já dá mais apoio a gente vai
ter mais recursos e evidentemente a extensão rural trabalha com mais
condições. Na época da revolução Verde, no período da década de 60 e 70
o que predominava na extensão rural era o difusionismo. Então o que é
isso ? O difusionismo era a lógica cujo o técnicos extensionistas
acreditavam que os agricultores e agricultores eram meros receptores de
informações,então É como se eu como técnico estivesse no Pantanal
superior e o agricultor estivesse ali a pena para nos receber e receber tudo
que a gente tivesse para passar informações para ele. Então esse período
foi um período onde compreendeu o avanço " agricultura moderna", que
era agricultura que pregava os intensivos de máquinas, pesticidas, para
produzir alimentos e saciar a fome do mundo inclusive aqui no Brasil no
governo de João Batista de Figueiredo que era um governo militar Ele
criou o slogan para promover esse momento da agricultura brasileiro que
dizia "plante que o João garante". Então os próprios escritórios de
extensão rural eles pregavam essa lógica do difusionismo Então a partir
desse momento inúmeros estudiosos da extensão rural começaram a
década de 2003 onde começou a se discutir mais amplamente esse
detalhe, então foi quando se pensou uma nova extensão rural, uma
extensão rural onde o agricultor era o protagonista e os saberes locais as
culturas eram se valorizadas. Então a partir daí o agricultor já passou a ser
um importante nesse processo de construção de conhecimento, então foi
quando se foi aplicado as teorias de Paulo Freire onde inclusive que são
aplicado até na metodologia de educação no campo.
Em 2003 começou a se discutir essa nova extensão e em 2010 foi
promulgada a lei do plano Nacional de assistência técnica e extensão rural
de 2010. Então eu gosto de falar com muita alegria e orgulho que eu
entrei n extensão rural no período ALTO, que eu entrei em 2006 e entrei
justamente em meio a essa mudança de paradigma então no governo do
PT esse plano nacional de assistência técnica e extensão rural que é
prenate já aconteceu dentro do governo de esquerda que foi o governo
do PT então o que que aconteceu nesse período a gente recebeu nos
escritórios de extensão rural grande volume de investimentos em políticas
públicas voltadas para agricultura familiar e a tentativa de pôr em prática
tudo que preconiza o plano Nacional de assistência técnica e extensão
rural Então a partir desse momento a gente viveu momento mais intenso
de trabalho do trabalho voltado para o agricultor familiar e de uma
condição de trabalho razoável Então já no governo Dilma a gente
começou a sentir uma leve diminuição desses investimentos porém as
políticas públicas voltadas para a agricultura familiar elas permaneceram
bastante ativa como o paa, o penai, o problema tracional rural, que todos
esses programas existe uma proposta do governo atual em mudar o nome
como o próprio minha casa minha vida que mudou casa verde amarela e o
governo cortou mais de 90% desse programa quer dizer ele simplesmente
mudou o nome e deixou o programa praticamente acabado. A mesma
coisa aconteceu com outros programas como a linha de crédito do
PRONAF que foi diminuído drasticamente os investimentos para essa área
e consequentemente as consequências vem acontecendo no campo.o
governo ele não pode ser um governo que fala em democracia, fala em
equilíbrio financeira econômico e sem ter uma política prioritária para as
populações mais pobres.
Agricultura familiar ela tem o papel bastante importante no que diz
respeito à questão social e de formação até de impedimento do êxodo
rural e da formação de bolsões de miséria alimentos a gente vai ter uma
oferta maior de alimentos, geração de empregos e renda no campo e
diminuição do índice de miserabilidade nos grandes centros urbanos.
então a agricultura familiar ela é um termômetro da própria miséria e
fome que existe no país então a gente fatalmente percebeu que de 2016
para cá justamente depois da queda do governoDilma todo esse processo
político começou a complicar e a comprometer os serviços de assistência
técnica e extensão rural no Brasil.
2. Quais as mudanças na extensão rural no Brasil no período de
2012 a 2021 ?

"Então veja só já no governo teme que Ele defende austeridade,


diminuição de recursos de investimentos que tem também essa visão que
a extensão rural não é um serviço essencial pra a sociedade aí começou se
a diminuição dos recursos para essa área então o ministério de
desenvolvimento agrário foi extinto e isso também influenciou
diretamente com essa queda na oferta de serviços da extensão rural, a
diminuição de investimentos na área de crédito rural e diminuição dos
recursos e das políticas públicas principais que deram muito certo no
governo anterior Como o próprio paa e penai como já falei. Esses recursos
foram reduzidos os recursos para investimento no no crédito rural
também foram reduzidos E com isso o reflexo veio na produção de
alimento no percentual de produção de alimentos e inclusive no próprio
serviço de assistência Técnica rural então a gente hoje também como
reflexo desses governos de austeridade a gente percebeu também várias
empresas de extensão rural que foram fechadas e hoje se prega uma
incentivo as empresas do grupo 5s O que é o senar o SEBRAE o cesp
Senac. Então essas empresas são empresas que são ligadas a CNA e não
exercem por exemplo no caso do SEBRAE e o cenar eles nunca têm a
condição e a capilaridade e o preparo para desenvolver assistência técnica
e extensão rural como se desenvolvem nas empresas de assistência
técnica e extensão rural nas empresas de até então é como se diz você
diminui a capacidade de atendimento do serviço público justamente
porque você defende uma política de estado mínimo se o seu governo que
defende a política de estado mínimo ele tem que diminuir a presença de
estado lá na ponta junto com os agricultores Então cara fale alguns
serviços isolados alguns trabalhos exitosos e isolados como tá
acontecendo agora na bacia leiteira do estado de Pernambuco o SEBRAE
tem desenvolvido um trabalho por lá mas não é um trabalho continuado
não é um trabalho intenso como era desenvolvido pelo IPA na época em
que havia mais funções naquela região da bacia leiteira do estado de
Pernambuco estou citando esse exemplo pois o ipa desenvolveu vários
trabalhos na área de melhoramento genético no gado leiteiro daquela
região na época em que recebia recursos do mda. Foi feito também
muitos trabalhos na área de pesquisa agropecuária através do IP naquela
região através disso. E o que a gente vê como um atributo que vocês
tenham visto recentemente um corte de mais de 90% na área de ciência e
tecnologia que isso interfere também na área acadêmica que a área que
estamos estudando aí você veja que reduziu recursos na área de
assistência estudantil e tudo mais. no momento em que a esses corte o
governo entende que assistência técnica e extensão rural não é um
serviço essencial o governo entendi que ciência e tecnologia não é
essencial para o agricultor brasileiro tanto seja ele do agronegócio ou
agricultor familiar a gente começa a ter sérios problemas sociais que são a
nível de produção de alimento e de desemprego de taxa.

3. Esses motivos que o senhor Deu são realmente que estão


danificado a extensão rural?

Prejudicando drasticamente porque quando digamos assim que a gente


tivesse um continuação de um governo que apoiasse a extensão rural a
gente já teria tido no mínimo mais um concurso público para
preenchimento de vagas porque entrei 2006 e de lá para cá não ouvi mais
concurso ouvir seleção simplificada e esse atual governo defende o fim da
estabilidade do servidor público justamente através dessa pac 32 que ela
pretende praticamente acabar com o serviço público e dá ênfase a
contratação através da seleção simplificada então não tem concurso
público.
Eu reconheço como servidor público que há muitos colegas que já viram e
creio que vocês também perceberam que dentro serviço público tem bons
servidores e maus servidores mas para isso a própria reforma
administrativa deve contemplar isso daí então imagine você o que é você
ser um servidor concursado e ter um chefe que não é indicação política
Então você vai viver a coado você não vai poder defender inclusive se
posicionar politicamente com medo de sofrer retaliação por conta dessa
questão política então a gente vive em um momento muito sombrio com
relação a extensão rural a gente vê que o fim desse governo está próximo
e a gente deslumbrada que haja uma mudança uma mudança de governo
para que a gente possa ter expectativa de melhoras e sobretudo nessa
área do serviço público que a extensão rural é um serviço do Estado então
não se faz extensão rural da forma que tô conversando com vocês através
do Google meet a gente nos cincos reunidos a gente podiaa gente
consegue resolver dessa forma porque a extensão rural é contato, é
presença, é diagnóstico, é ouvir, é falar, é olhar olho no olho, isso é
extensão rural.
Se a gente for dar uma olhada na história na década de 90 houve a
extinção das emats em todo o país, Então o que foi que aconteceu nessa
época? Na época existe a Embrater, então a Embratel estava naquela
época para Emater como o ministério do desenvolvimento agrário estive
para as empresas de extensão rural até pouco tempo atrás depois que
Michel temer assumiu o governo. Sempre nossa história os políticos de
direita sempre que assume o nosso país eles sucateiam empresas públicas
para justificar privatização e não aceitam o serviço público, isso se estende
não apenas para a área da agricultura como também na área acadêmica
por quê pregam também o ensino superior privatizar.

dany: - Então o senhor admite que todos esses decréscimo e essa


problemática que a extensão vem sofrendo de 2012 para cá seria culpa
governamental seria a gestão que está em cima do país?

Exatamente, pois o serviço de extensão rural é o serviço que depende


diretamente do governo Então para que a gente possa atuar é preciso
investimentos, aí o problema é que se gasta muito para fazer extensão
rural mas se tem retorno. A empresa estatal ela não pode ser considerada
como uma empresa privada que investe milhão e ganha 20 milhões por
exemplo não pode ser visto dessa forma o reflexo ele vem através da
produção de alimentos através dos controle social da violência do
desemprego da prostituição porque imagine você falar no campo rural os
municípios cujo aqui somos no cultura da cana-de-açúcar então aquele
município ele depende de como principal fonte de venda o recurso que
chega para a prefeitura que é para gerar um emprego para aquelas
pessoas e a usina quando tá moendo quer dizer tem uma taxa elevada de
desemprego justamente por conta desse cenário então se eu tenho uma
extensão rural atuante eu vou trabalhar nessas áreas municípios
desenvolvendo projetos produtivos na área de fruticultura na área de
hortaliça.
Para um governo que defende esse tipo de política e que trabalha
exclusivamente para elite quanto mais fome mais miséria mais o o povo
vai ficar com correndo atrás dele para comer aquelas migalhas que sobra
da classe mais alta. A gente tem os grandes produtores do agronegócio
que produz milho soja algodão café que não são produzidos para atender
o mercado interno elas são produzidas para atender os outros países aí a
gente tem um sério problema nas relações diplomáticas com a China
principalmente e a China resolveu deixar de comprar carne brasileira e o
que tá acontecendo aqueles agricultores que estão com um volume
imenso de gado nos confinamentos no Brasil estão se deparando de uma
realidade da queda do arroba do boi e o aumento dos preços do milho e
da soja que são além de ser Como diz eles servem para ser matéria-prima
para produção de rações então a gente tá nesse dilema a gente tem hoje
uma agricultura familiar como onde os sedimentos mais importantes do
agronegócio brasileiro por que alimenta mais de 50% aliás é responsável
por mais de 50% que chega na mesa do povo brasileiro porém quando
você faz uma comparação do que o governo investe no agronegócio e na
agricultura familiar a uma disparinidade tremenda e outra problemática
que a gente encontra na agricultura familiar é as políticas agráriaa.

4. Como o senhor acha que a extensão rural no Brasil pode


mudar para melhor?

A extensão rural ela pode melhorar sim mas investimento para esse
segmento essa área mais incentivo principalmente porque olha
aumentando mais investimento para agricultor familiar para área de
crédito rural automaticamente as empresas de extensão tem que ser mais
melhor mantida por que houve O enfraquecimento das empresas de
extensão A partir do momento da extinção do ministério do
desenvolvimento agrário então a gente tinha ministério da agricultura e
tinha um ministério de desenvolvimento agrário Mas isso não é exagero
não? Quando insta guia o ministério do desenvolvimento agrário aí
começou a queda de serviço de extensão rural então dos alternativas para
retomada do crescimento de serviço de assistência técnica e extensão
rural seria a criação de uma entidade mãe que seja a volta do MDA, que
sejam muito órgão que possa criar política de captação de recurso para
fortalecer agricultura familiar e automaticamente serviço de assistência
técnica e extensão rural esse era um ponto. a gente precisa de um
pagamento que seja acessível a isso por quê a gente quando conversa de
extensão rural não dá para falar de extensão rural sem falar em política
porque é muito ligada uma coisa com a outra a uma ligação muito grande
a gente depende muito dessas políticas. De 2016 para cá houve umas
aspequisia que saiu rasgando o produtor teve uma pac e congelou os
recursos para assistência social e saúde por 20 anos se não me engane até
pac 341 então isso também interfere na vida do agricultor porque se eu
treino recurso da Assistência social e existe políticas públicas da área da
agricultura que atende as área de assistência social é automaticamente
que as políticas vão se enfraquecer então é como se diz a retomada de um
órgão que possa municiar as empresas de extensão rural no Brasil que
segue como alternativa e decisões políticas que possam visar o
desenvolvimentotécnica e extensão rural na área de ater por que foi
criado a lei do plenater em 2010 com todos esses desde montes que
foram ocasionados muita coisa que preconiza o prenater até não foi
colocado em prática, então a gente depende de um parlamento que olhe
para o plano de assistência técnica e extensão rural e diga assim rapaz a
gente precisa de botar esse negócio para funcionar Então para mim são
esses: Fabiano a gente ter esse órgão que possa como foi a Embrater no
passado prenater Como foi o desenvolvimento do sistema agrário como
foium órgão que possa colocar a mão em cima dessa área e botar para
funcionar no parlamento que possa olhar além do penater e botar ela
para funcionar porque de lei a gente tem muita se você for olhar a parte
ambiental as leis são cada leis que você olha assim que se for colocar em
prática a gente seria um país de primeiro mundo a gente teria a maior
economia do mundo mas é um descaso muito grande por natureza por
meio ambiente as pessoas e sobretudo as pessoas mais pobres.

5. Qual o quais as expectativas que o senhor tem sobre os


próximos anos?

Qualquer candidato é melhor do que esse que está aí mas para dar uma
melhorada no nosso país a gente precisa de um governo que tem
experiência que tem uma visão de economia muito macro para que a
gente possa realmente melhorar o país o Brasil ele está numa UTI O Brasil
precisa de ser socorrido e não falo apenas no ponto de vista econômica
mais em outras áreas porque você vê um país como nosso que investe de
forma apifia na hora de ciência e tecnologia mas a gente tem grande
cientistas inclusive trabalhando bastante durante esse período de
pandemia para que a gente pudesse conseguir alcançar algumas
conquistas importantes nesse combate a pandemia em contrapartida a
gente vê um governo que não investe em ciência e tecnologia e um
Presidente é um cara que chega para espalhar fake News.

Você também pode gostar