Você está na página 1de 2
1222-2) res que, em conformidade com a Carta das Nagées Unidas,” incumbem ao Estado Portugués, nomeada- mente 0 dever de contribuir para a paz € seguranca internacionais; Usando da faculdade conferida pelo artigo 3. ne 1, alinea 3), da Lei Constitucional n.° 6/75, de 26 de Margo, 0 Governo decreta e eu promulgo, para valer como lei, o seguinte: ‘Artigo 1° Considera-setransitoriamente suspensa a vigéncia do Acordo de Alvor, concluido em 15 de Janeiro de 1975 entre o Estado Portugués e a Frente Nacional de Libertago de Angola (FNLA), 0 Movi mento Popular de Libertagio de Angola (MPLA), © @ Unig Nacional para a Independéncia Total de Angola (UNITA), no que diz respeito aos érgios de governo de Angola. Art. 2 Além das fungdes que Ihe so conferidas pelo Acordo de Alvor, compete ao Alto-Comissério: @) Dirigir, coordenar e orientar a accdo exe- cutiva dos Ministérios e superintender no conjunto da administragao publica; b) Elaborar decretos-leis, dectetos, regulamentos € instruges para a boa execucdo das leis; © Declarar 0 estado de sitio, com suspensio total ou parcial das. garantias constitucio- nis em uma ou mais partes do territério de Angola. Art. 3.° Verificando 0 Alto-Comissério a auséneia de facto das suas fungdes por parte de qualquer mem- bro do Governo de Transigo, nomearé um director- -geral, que assegurard, sob a ‘sua orientacio e coor- denagio, a gestdo do respectivo departamento, des- pachando apenas 0s assuntos de expediente conside- ado de urgéncia. Art, 4° Os Ministérios, cujos titulares so desig- nados pelo Presidente da Repiblica Portuguesa, nos termos da alinea a) do artigo 21.° do Acordo de Alvor, passardo a ser geridos por directores-gerais da nomea- G40 do Alto-Comissério. Art. 5° O presente decreto-lei entra imediata- mente em vigor. Visto ¢ aprovado em Conselho de Ministros. — Vasco dos Santos Goncalves. Promulgado em 21 de Agosto de 1975. Publique-se. © Presidente da Repiiblica, FRANCISCO DA Costa Gowes. Hoeeennonses9s13503E085 3055085009005" MINISTERIOS DA ADMINISTRACAO INTERNA E PARA 0 PLANEAMENTO E COORDENACAO ECONOMICA Decreto-Lei n° 458-8/75 de 22 de Agosto = As thas dos Agores gozam de hé longa data de uma autonomia cujos sujeitos imediatos si os trés distritos— pessoas morais de direito publico. Como tal, a regiio dos Acores néo € auténoma, embora seja esse, na actualidade, 0 desejo das popu lagées. 1 SERIE— NUMERO 193 2. A especialidade da sua configuragdo geografica € humana; a existéncia e funcionamento de érgios de administragdo a nivel disrital, descoordenados entre sie com servigos periféricos do Governo Central; a exiguidade dos seus recursos financeiros e a limitagao imposta a essa mesma autonomia, levaram no de- curso do tempo ao acentuar de graves desequilibrios internos e a uma incapacidade de resposta i aos problemas que actualmente se poem a regio. 3. Impde-se, por isso, ¢ enquanto se ndo define melhor © em’ novos termos a autonomia por que legitimamente aspiram as populagdes agorianas, que sejam criadas para os Agores, ¢ a titulo provisério, novas formas de administracdo, de si mesmas capazes de obviar aos inconvenientes jé acima apontados (n 2), corrigir os profundos desequilibrios existentes varios niveis, e responder, pronta ¢ cabalmente, a0 desafio e as exigéncias que as novas condigdes de vida poem ao Governo neste periodo revolucio- nario. ‘A experiéncia colhida nesta fase, resultante da coordenagio dos servigos dos distritos auténomos com 0s varios servigos da administrago central, bem como as novas formas de participagio popular a ensaiar, fornecerdo, sem duivida, dados preciosos para a fu: tura elaboracdo do diploma sobre os érgios da admi- nistragiio da regio dos Agores, cujo projecto se comete a Junta agora criada. Nestes termos: Usando da faculdade conferida pelo artigo 3." ne 1, da Lei Constitucional n.* 6/75, 0 Governo decreta € eu promulgo, para valer como lei, 0 se- ‘guinte: ‘Artigo 1° E criada na_regiio dos Acores uma Junta Administrativa e de Desenvolvimento Regional, adiante designada por Junta Regional. Art, 2°—1, A Junia Regional é constituida pelo Governador Militar, que presidiré, © por seis vogais especialmente qualificados no dominio econémico, dos equipamentos colectivos, do trabalho ¢ assuntos so- ciais, educagdo e cultura, 2."A Junta Regional fica directamente dependente do. Primeiro-Ministro. 3. Os vogais serio nomeados por despacho do Pri- meiro-Ministro sobre proposta do Governador Militar, ouvides 0s Ministros da Administragao Interna ¢ para 0 Planeamento ¢ Coordenacéo Econémica. ‘Art, 3.° Os vogais sto responsaveis pelos seguintes sectores: «@) Coordenagio Econds 4) Administracao Local, ‘Ambiente; ©) Assuntos Sociais, Trabalho ¢ Emigragao; 4d) Educagio © Investigagio Cientifica, Comuni- ‘cago Social ¢ Cultura; ©) Agricultura, Pescas e Indiistria; f) Transportes, Comércio, Comunicagées ¢ Tu- rismo. ‘a e Finangas; Equipamento Social Art. 4." A Junta Regional teré os poderes que the forem delegados pelo Governo. Art, 5.—I. & criado 0 Departamento Regional de Planeamento, érgao inserido na orgénica nacio- nal de plancamento, tendo funges essencialmente de 22 DE AGOSTO DE 1975 compatibilizago com aquela orginica ¢ de apoio & Junta Regional. 2. O director do Departamento Regional de Pla- neamento sera nomeado sob proposta da Junta Re- gional Art. 6°—1. As Juntas Gerais & os drgiios perifé- ricos dos Ministérios instalados nos Agores ficam na dopendéncia directa da Junta Regional 2. Os servigos da Direcgdo-Geral dos Portos, da Direcgio-Geral da Acrondutica Civil © do Servigo Meteorolégico Nacional maniém-se na dependéncia do Ministério dos Transportes ¢ Comunicagdes. ‘Art, 7°—1. A Junta Regional proporé a reestru- turagio dos rgios periféricos do Governo Central nos Agores de modo a obter um melhor aproveita- mento dos recursos materiais e humanos ¢ uma maior integragio a nivel regional. 2.-A'Junta Regional. propora 20s Ministérios en- volvidos que sejam criadas comissBes mistas que iden- tificaro as fungdes a transferir progressivamente dla Administragio Central para a Administragio Regio- nal ‘Art, 8° A Junta Regional coordenara as actividades dos servigos periféricos dos varios Ministérios a nivel regional, sub-regional ¢ local com os servigos privax /os das Juntas Gerais e das Autarquias Locais. ‘Art. 9° Os subsidios © as comparticipagdes conce- didos pelo Governo para a Regio dos Agores pas- sam a ser geridos pela Junta Regional. ‘Art, 10.° Os Ministérios promoverdo a transferéneia para 0s orgamentos das Juntas Gerais das verbas Aestinadas ao financiamento dos emprendimentos a realizar nos Agores no corrente ano, ‘Art. 112—I. O Ministério das Finangas nomeard uum delegado do Tribunal de Contas adstrito & Junta 1222-(3) Regional que se deverd pronunciar sobre a legalidade de todas as despesas. 2. O auditor juridico da Junta Regional sera o adjunto do Procurador-Geral da Republica do Cireulo Judicial de Ponta Delgada. ‘Art. 12° Cabera & Junta Geral de Ponta Delgada tomar a5 providéncias necessérias para a instalagio € funcionamento da Junta Regional Art. 13," Os vogais da Junta Regional terdo a cate goria eo vencimento da letra B do Decreto-Lei ne 49.410, de 24 de Novembro de 1969, mantendo © presidente as remuneragdes que Ihe couberem como Governador Militar. Art. 14° Fica o Ministério das Finangas autori- zado a abrie um ctédito especial de 100 000 contos a favor da Junta Geral de Ponta Delgada para os efeitos dos artigos anteriores, bem como para o finan- ciamento de obras e equipamento que a Junta Re- sional determiner. Art, 152° A Junta Regional apresentard ao Conselho dle Ministros no prazo de noventa dias, um projecto de diploma sobre o estatuto de autonomia e os érgios de Administragio da Regio dos Agores. Art, 162 Este decreto-Lei entra imediatamente em vigor. Visto e aprovado em Conselho de Ministros. — Vasco dos Santos Goncalves — Alfredo Anténio Can- dido de Moura — Mario Luts da Silva Murteira — Tosé Joaquim Fragoso, * Promulgado em 21 de Agosto de 1975. Publique-se, Presidente da Repiiblica, Francisco Da Cosra Gomes.

Você também pode gostar