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João Ramalho

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João Ramalho (Vouzela, 1493 — São Paulo, 1582) foi um


aventureiro e explorador português. Viveu boa parte de sua João Ramalho
vida entre índios tupiniquins, após chegar ao Brasil em 1515.
Foi, inclusive, chefe de uma aldeia, após se tornar amigo
próximo do cacique Tibiriçá, importante líder
indígena tupiniquim na época dos primeiros anos da
colonização portuguesa no Brasil.[2]

Teve um papel importante na aproximação pacífica entre


índios e portugueses, principalmente na chegada de Martim
Afonso de Sousa no Brasil, com quem se encontrou no
território de São Vicente, e criou grande amizade.[2]

Vivia no povoado de Santo André da Borda do Campo, que


em 1553 foi transformado em uma vila pelo governador-geral
do país na época, Tomé de Sousa. Ramalho foi vereador e
alcaide (prefeito) da vila.[2]

Fundou a dinastia de mamelucos (filhos de índios com


portugueses) que, no século XVII, teve lugar de destaque na
empreitada comercial-militar conhecida como bandeiras.[3] Nome João Ramalho
João Ramalho é chamado, inclusive, de Patriarca dos completo
Bandeirantes.[1] Nascimento 1493
Vouzela, Portugal
É descrito nos registros históricos como um homem de cor Morte 1582 (89 anos)[1]
morena devido ao sol, com grande porte atlético. Possuía uma São Paulo, São Paulo
longa barba. Algumas fontes indicam seu nome original como
Nacionalidade Portuguesa
João Maldonado.[3]
Cônjuge Catarina Fernandes
Bartira
e outras filhas de
caciques
Índice Ocupação Aventureiro e
Biografia explorador

Encontro com Martim Afonso de Sousa


Santo André da Borda do Campo
Relação difícil com padres
Fim de Santo André da Borda do Campo
Cerco de Piratininga
Descendentes
Memória
Ver também
Referências

Biografia
João Ramalho teve um passado cercado de mistérios. Era filho de João Velho Maldonado e Catarina
Afonso de Balbode, e nasceu supostamente em Vouzela, no Distrito de Viseu, em Portugal,[2]
provavelmente na Quinta de Valgode, terra que pertenceu à família Malafaia.[1] O local exato de seu
nascimento também é atribuído a Barcelos.[4] Casou cedo com uma portuguesa, Catarina Fernandes das
Vacas.[1]

Sua chegada no Brasil não é documentada. São várias as hipóteses de como João Ramalho teria chegado
no sudeste brasileiro. Uma delas é como um náufrago,[3] possivelmente até da armada de Pedro Álvares
Cabral; outra hipótese é que Ramalho teria sido exilado por algum crime cometido em Vouzela; e a terceira
hipótese é que ele teria sido voluntário para colonizar o Brasil após sua descoberta, para conquistar as terras
no local ainda desconhecido.[1]Também não se sabe quando ele chegou, podendo ser em algum período
entre 1508 e 1511[1] ou em 1515.[2] Teria sido o primeiro português a habitar o Brasil meridional.

Outro dado que torna misteriosa sua chegada no Brasil, e inclusive seu ano de nascimento, é a existência de
uma Carta de Cavaleiro datada de 1487 com seu nome, ou seja, seis anos antes do seu suposto nascimento,
em 1493. Ela está no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, e significaria que João Ramalho
foi "cavaleiro, guarda-mor" do rei D. João II de Portugual.[1]

De sua chegada no Brasil até 1532, não há muitas informações do que aconteceu com João Ramalho. Ele
encontrou índios tupiniquins,[2] ou piratiningas,[1] com quem passou a viver, e ficou próximo do famoso
cacique Tibiriçá ("vigilante da terra", na língua tupi), um dos principais líderes dessa tribo no Planalto
Paulista.[2] Sua aldeia seria, segundo algumas fontes, na região onde hoje fica o Largo de São Bento.[3]

Após sua aproximação, casou-se com uma das filhas do cacique, a Bartira (M'bicy) ("flor de árvore", em
tupi), que posteriormente seria batizada sob o nome cristão de Isabel Dias. Porém, como era de costume
entre os índios da tribo, possuiu outras mulheres, inclusive algumas irmãs de Bartira.[2]

Formou, assim, uma forte aliança de sangue com os índios tupiniquins, uma aliança que, nas tradições
indígenas, é para toda a vida.[3] Segundo algumas fontes, se tornou inclusive influente entre os índios da
aldeia, podendo arregimentar 5 mil índios em um só dia.[2]

Encontro com Martim Afonso de Sousa


Em 1532, João Ramalho se encontrou com Martim Afonso de Sousa na vila de São Vicente, também
conhecida como Porto dos Escravos.[2] Martim, que se tornaria posteriormente o primeiro donatário da
Capitania de São Vicente, havia acabado de aportar na região, e estava desbravando as terras brasileiras a
serviço da Coroa Portuguesa.[2] Foi recebido por João Ramalho e por Antônio Rodrigues, de quem pouco
se sabe, além de que fora casado com uma filha de Piquerobi (um irmão do chefe Tibiriçá), o cacique de
São Miguel de Ururaí, com quem teria tido muitos filhos.[5]

Martim teria ouvido histórias de que haveria ouro e prata no alto da serra, então Ramalho decidiu guiá-lo
por dentro dela por um caminho conhecido entre os índios, e hoje chamado a Trilha dos Tupiniquins.[2]

Ramalho e Martim teriam ido em barcos a remo da Vila de São Vicente até a Piaçaguera de Baixo, local
onde hoje fica Cubatão. Depois, teriam caminhado por terras alagadas até a Piaçaguera de Cima, de onde
começaram a subida da Serra de Paranapiacaba (em tupi, lugar de onde se vê o mar). Chegaram até a
nascente do Rio Tamanduateí, de onde seguiram o curso da água e chegaram a um campo sem árvores, e
posteriormente, a uma colina onde se localizava a Aldeia de Piratininga, local onde seria erguida a Vila de
São Paulo.[2]

O cacique Tibiriçá teria ajudado na missão de Ramalho com Martim Afonso. Teria, inclusive, se tornado
um grande admirador do explorador português, e quando teve que escolher um nome cristão para ser
batizado, escolheu Martim Afonso Tibiriçá.[3]

Martim Afonso percebeu que João Ramalho era o principal líder das tribos tupiniquins na região do
Planalto Paulista. Ramalho, inclusive, sequestrava e aprisionava índios de tribos rivais, para então serem
vendidos aos portugueses como escravos.[2] Além disso, foi a partir desse ponto que os colonizadores
portugueses notaram que acima e após a serra haviam terras mais povoadas, ricas e férteis do que a faixa
litorânea onde ficavam as ilhas de São Vicente e Santo Amaro.[3]

Santo André da Borda do Campo


Santo André da Borda do Campo teria sido a primeira povoação brasileira fundada no planalto,
provavelmente por volta de 1550. Teria sido fundada em uma empreitada de João Ramalho, a conselho do
padre Leonardo Nunes. Em 1553, o local foi elevado a categoria de vila pelo primeiro governador-geral do
Brasil, Tomé de Sousa.[6] João Ramalho foi decretado Alcaíde-Mor do Campo (espécie de prefeito) do
local quando a povoação foi elevada a vila, sendo também, posteriormente, decretado o Primeiro Capitão
de Guerra de São Paulo.[1] Foi declarado ainda o guarda-mor da região. Não se sabe exatamente a
localização da vila. Historiadores acreditam que ficava em algum ponto onde hoje é São Bernardo do
Campo, possivelmente nas bordas do campo de Piratininga e dos sertões da Serra de Paranapiacaba.[6]

Na vila, os casebres eram feitos de taipa-de-mão e cobertos de sapé;[5] eram simples choupanas, cercadas
de pau-a-pique, e numa delas funcionava a Câmara Municipal;[6] as mulheres eram mestiças, de
fisionomias endurecidas pelos trabalhos incessantes.[5]

Na época, João Ramalho já era um dos homens mais poderosos da região, tendo guerreado contra tribos
inimigas e pacificado a província. Para isso, teria reunido cinco mil índios, enquanto o rei de Portugal só
conseguira reunir dois mil homens.[5]

Por ter fundado Santo André da Borda do Campo, teria sido apelidado de o "Patriarca do Campo"; o local,
inclusive, teria estado no início do que seria a cidade de São Paulo.[1]

No ano de 1553, Santo André da Borda do Campo viveu o ponto mais influente de sua vida. Foi então que
surgiram os primeiros jesuítas: os padres Manuel da Nóbrega e Leonardo Nunes.[5]

Nos anos de 1557 e 1558, João Ramalho foi eleito vereador da câmara municipal de Santo André da Borda
do Campo.

Relação difícil com padres


João Ramalho passou a ter uma conturbada relação com os padres. Eles o viam como um homem bruto que
tinha várias mulheres, andava nu pela cidade e não respeitava os mandamentos cristãos. Mesmo assim, os
padres jesuítas receberam o apoio tanto de João Ramalho quanto de Tibiriçá, sem os quais o projeto de
expansão jesuítica na região teria sido mais complicado. Tibiriçá, inclusive, teria arregimentado os índios de
sua aldeia para virem morar perto de Santo André da Borda do Campo, para que fossem doutrinados pelos
jesuítas. Tibiriçá e João Ramalho foram também quem garantiram a segurança do local contra a investida de
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inimigos de outras tribos indígenas.[3]

João Ramalho era excluído de participação carismática.[1] Mesmo assim, em uma missa realizada na Capela
de Santo André, na cidade de Santo André da Borda do Campo,[2] João Ramalho teimou em participar,
mesmo sem ter tal autorização;[1] por isso, acabou expulso pelo padre Leonardo Nunes,[2] ou Leonardo
Sousa.[1] O argumento utilizado pelo padre era que o português teria sido excomungado um tempo antes
por viver em concubinato com mais de uma mulher.[2] O padre teria ficado horrorizado com o que
presenciava, como o cativeiro dos índios. Ele então seria quem teria tido excomungado João Ramalho.[5]

Após João Ramalho ser expulso da missa, os filhos dele, que não eram poucos, resolveram tomar uma
satisfação. Apareceram então na cidade armados de trabuco, uma espécie de espingarda de um só cano,
curto e de boca larga; estavam dispostos a matar o padre jesuíta. Estavam lá os filhos André, o mais velho,
com Vitório, Antonio, Marcos e João. Em casa ficaram as filhas Joana, Margarida e Antônia.[5]

Quando Bartira descobriu o que seus filhos estavam tramando, foi atrás deles, e os interceptou. Desarmou-
os, e assim salvou a vida do padre Leonardo Nunes.[5]

Irritado com a atitude do padre, Ramalho foi se queixar com o superior local dos jesuítas, o padre Manuel
da Nóbrega. Ramalho denunciou para ele o comportamento impróprio de alguns sacerdotes, que também
teriam pecado contra a castidade. Isso teria levado Nóbrega a tomar medidas contra seus companheiros.[1]

Após esse primeiro contato, Manuel da Nóbrega e João Ramalho se tornaram mais próximos, ficando
amigos. Nóbrega teria batizado então Bartira, que recebeu o nome cristão de Isabel Dias.[2] Nóbrega teria
ainda tentado de todo modo retirar a excomunhão de João Ramalho, para criar para ele uma situação de
dignidade moral e social. Escreveu para companheiros jesuítas em Portugal, pedindo informações da
primeira mulher de Ramalho. Caso ela já tivesse falecido, Nóbrega poderia normalizar a situação de
Ramalho. Ofereceu, inclusive, pagamento em açúcar para que isso acontecesse.[1]

Algumas fontes dizem que Ramalho acabou tendo o seu casamento católico com a índia Bartira (M'bicy ou
Isabel Dias), depois disso;[2] outras, porém, dizem que é provável que Nóbrega tenha descoberto que a
primeira mulher de João Ramalho, a Catarina Fernandes das Vacas, ainda estava viva, pois no testamento
que João Ramalho fez em 1580, Bartira (M'bicy ou Isabel Dias), era figurada como a sua criada, e não
como sua mulher.[1]

Foi nessa época também que o sogro de João Ramalho (o cacique Tibiriçá) foi batizado, passando a se
chamar Martim Afonso Tibiriçá, em homenagem ao explorador que conhecera anteriormente. Além disso, a
pedido de Nóbrega, João Ramalho mandou o seu filho mais velho, André, acompanhar o padre no interior
do território, em uma expedição que tinha como objetivo buscar mais índios, para que esses fossem
catequizados.[2]

Fim de Santo André da Borda do Campo


Em 1560, a vila, que sofria ataques cada vez mais frequentes dos índios tamoios,[2] estava em um estado de
decadência, e não chegava a contar com mais de trinta moradores brancos. Os habitantes restantes, com
medo de que a vila fosse completamente destruída e aproveitando que o terceiro governador geral do
Brasil, Mem de Sá, estava em São Vicente, pediram a ele que os transferisse para a aldeia de São Paulo de
Piratininga,[6] que na época já progredia[5]

Assim, no mesmo ano, Mem de Sá ordenou que todos os moradores restantes de Santo André da Borda do
Campo, assim como sua Câmara Municipal e até mesmo seu pelourinho, símbolo da Coroa portuguesa,
fossem transferidos para a aldeia de São Paulo de Piratininga.[2] Assim, a aldeia que hoje é São Paulo
acabou por absorver completamente a vila fundada por João Ramalho;[5] nesse ponto São Paulo passou da
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categoria de aldeia para a de vila.[6]

O próprio João Ramalho acabou concordando com a mudança, e foi contentado com a nomeação de
capitão-mor de São Paulo.[5] Além disso, já sendo vereador em Santo André da Borda do Campo, João
Ramalho passou a ser vereador paulistano.[2]

A mudança acabou agradando muito aos jesuítas, que viram o Colégio de Jesuítas que haviam fundado na
vila São Paulo de Piratininga ficar mais protegido de ataques indígenas.[2]

Cerco de Piratininga
Os índios da tribo dos tamoios,[2] ou Tamóias,[1] que atacavam constantemente a região, não se
intimidaram com a união das duas vilas, e fizeram planos para um ataque. Aliaram-se aos índios
guaianenses, aos tupis e aos carijós, e atacaram a Vila de São Paulo, em 1562. Os indígenas teriam chegado
em uma manhã, e estariam pintados, emplumados e com grande alarido (gritaria), segundo relato do padre
José de Anchieta.[2] A coligação de índios teria mantido a vila sob cerco durante dois dias, chegando até a
avançar dentro dela.[3]

João Ramalho foi designado a capitão-mor da Praça ou de São Paulo (uma espécie de protetor da região)
por decisão popular,[1] e lhe teve atribuída a tarefa de comandar a resistência da vila. Ao lado de Tibiriçá,[3]
Ramalho e o povo de São Paulo conseguiram repelir os índios que cercaram a região.[2]

Tibiricá, em 25 de dezembro do mesmo ano, começou a ficar muito doente.[5] Era vítima de uma peste.[2]
A notícia que estava mal e prestes a falecer reuniu muitos índios e padres da vila. A tarde, Martim Afonso
Tibiricá faleceu. Seu sepultamento aconteceu com pompa no Centro de São Paulo, onde foi enterrado e
teve seu túmulo colocado na cripta da Igreja da Sé. No ato estiveram presentes João Ramalho e sua família,
a sua mulher Bartira (M'bicy), os seus muitos filhos e netos.[5] O local de importância de seu enterro foi
escolhido como reconhecimento à sua bravura nas batalhas em que protegeu a região.[2]

Como gratidão ao serviço prestado na vila, João Ramalho teria sido novamente eleito vereador de São
Paulo, em 1564. Porém, já velho (por volta dos setenta anos), Ramalho recusou o posto, como consta da
ata da Câmara Municipal de 15 de fevereiro de 1564.[2]

Ramalho decidiu então abandonar o Planalto Paulista, e foi morar em uma cabana rústica no vale do
Paraíba, onde se hospedou na casa de Luís Martins.[5]

Já adoecido, João Ramalho chamou então, em 3 de maio de 1580, o tabelião Lourenço Vaz, e ditou para
ele seu testamento. O documento ficou transcrito nas notas do tabelião na vila de São Paulo. Nele, estava
narrada a vida de João Ramalho. Frei Gaspar da Madre de Deus alegou mais tarde que possuía uma cópia
do documento original, mas poucas pessoas de fato tiveram acesso ou manusearam o testamento de
Ramalho.[5]

Faleceu então dois anos depois, em 1582, em local desconhecido na selva.[1]

Descendentes
João Ramalho teria deixado como descendentes a chamada dinastia de mamelucos, filhos de portugueses
com indígenas, e teria recebido apelidos como o pai dos paulistas e o fundador da paulistanidade.[2]

Entre os seus vários descendentes tem figuras conhecidas, como a cidadã nascida brasileira-alemã e depois
rainha consorte Sílvia da Suécia (casada com o rei Carl Gustav XVI da Suécia) e ainda a famosa escritora
brasileira Lygia Fagundes Telles.[2]
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Alguns dos seus filhos conhecidos são:[5]

Beatriz Dias, que foi casada com Lopo Dias, natural de Portugal.[5]
Francisco Ramalho Tamarutaca, que teria sido casado três vezes, sendo o primeiro e o
terceiro casamento com Francisca e Justina, respectivamente, duas índias.[5]
Antônio de Macedo, casado.[5]
Vitorino Ramalho, casado e que teria sido assassinado pelos índios Tupiniquins, em algum
lugar nas proximidades da Vila de São Paulo.[5]
Joana Ramalho, casada com Jorge Ferreira, que foi, em 1556, locotenente do donatário da
Capitania de Santo Amaro, Martim Afonso.[5]

E ainda outros, de quem não se tem mais informações.[5]

Memória
No final do século XIX e começo do XX, muitas pessoas
começaram a pesquisar melhor sobre João Ramalho. Membros do
Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, criado em 1894,
foram alguns dos principais pesquisadores da história do português.
Alguns historiadores pesquisaram em Portugal para descobrir a sua
origem, e concluíram que ele não tinha origem na nobreza. A
descoberta foi feita a partir de análises caligráficas de suas
assinaturas, quando notou-se que elas haviam sido escritas por
várias pessoas, indicando a hipótese de que ele seria analfabeto.[2]

Na época da comemoração do Quarto Centenário do


Descobrimento do Brasil, em 1900, São Paulo buscava algum
personagem que pudesse representar a força do Estado, sendo que
Pedro Álvares Cabral não era uma das opções, por não ter tido um
papel representativo em São Paulo. Para alguns intelectuais da
época, João Ramalho poderia ser esse personagem; porém, relatos
Estátua de João Ramalho erguida no
de jesuítas que espalhavam uma má fama de Ramalho
centro de Santo André.
prejudicavam essa imagem, o que motivou uma pesquisa mais
aprofundada. Como resultado, em 1927, vereadores paulistanos
homenagearam o casal Bartira e João Ramalho colocando seus nomes em duas ruas no bairro Perdizes na
região oeste de São Paulo.[2]

João Ramalho é lembrado também como o responsável por levar ao sertão do Brasil um pouco da cultura
europeia, sempre carregando a bandeira de Portugal. Por isso é lembrado como o "Patriarca dos
Bandeirantes". É lembrado ainda como um dos portugueses com maior influência na miscigenação entre
indígenas e europeus, sendo que seus descendentes, os mamelucos, seguiram seus passos e foram
bandeirantes no sertão brasileiro, conquistando terras. Sua importância no sertanejo brasileiro também foi
significativo, pois ao chegar nos locais interioranos no Brasil, acabou por introduzir novos métodos de
administração, novos costumes e novos usos, que resultaram em mudanças e adaptações da língua e das
religiões locais.[1]

Ver também
Caramuru
Cerco de Piratininga

Entradas e Bandeiras
Guerra de Iguapé

Referências
4. TOLEDO, Roberto Pompeu de. A Capital
1. VARGAS, Maria Ester. «João Ramalho - da Solidão: Uma História de São Paulo
Bandeira de Vouzela» (http://www.santoan
das origens a 1900. 1ª ed., Rio de Janeiro:
dre.sp.gov.br/biblioteca/bv/hemdig_txt/0402
Objetiva, 2003, pág. 54.
13002a.pdf) (PDF). Biblioteca Virtual da
Prefeitura de Santo André. Consultado em 5. «A lenda de João Ramalho.» (http://www.pi
30 de outubro de 2017 toresco.com/historia/rocha01a.htm).
www.pitoresco.com. Consultado em 6 de
2. «Nº20 – Perfil > João Ramalho» (http://ww
novembro de 2017
w.camara.sp.gov.br/apartes/revista-apartes/
numero-20/perfil-joao-ramalho/). 6. «100 anos do Arquivo Histórico Municipal:
www.camara.sp.gov.br. Consultado em 27 um olhar sobre um precioso acervo» (http://
de outubro de 2017 www.arquiamigos.org.br/info/info14/img/10
0anos%20AHMWL-01-05.pdf) (PDF).
3. http://vejasp.abril.com.br/materia/veja-sao-
Arquivo Histórico Municipal Washington
paulo-25-anos-portugues-joao-ramalho-
Luís – DPH / SMC / PMSP. Consultado em
indio-tibirica/. Página acessada em 3 de 6 de novembro de 2017
novembro de 2015.

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