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INSTRUGAO EXECUTIVA PUBLICADA EM 02.06.00 INSTRUCAO EXECUTIVA N° S4DAF, de 18 de malo de 2000, © DIRETOR DE ASSUNTOS FUNDIARIOS, no uso das ateibuigdes que Ihes sio conferidas pelo Art 102, Item III do Regimento Intero da FUNAI, e tendo em vista 0 Decreto n° 1.775/96 ¢ Portaria n” L4/MJ/96 e ainda a atualizagio nos procedimentos de levantamento e avaliagdo de benfeilorias consiruidas por ocupantes io indios em terras Indigenas, conforme Portaria n° 365/PRES/2000, RESOLVE Ant 1° Baitar 0 Manual de Levantamento Fundiério, Sécio-econéimico, Documental ¢ Cartorial em pas, no Ambito da FUNAI, ¢ os seguintes instrumentos: Lando de Vistoria LV; Levantamento S6cio-econdmico - LS: Laudo de Avaliagio - LA; Planta Cadastral com a Localizagdo das Ocupagdes ‘Quadro Demonstrative de Ocupantes Nao indios; Demonstrativo dos Caleulos de Saneamsento de Valores; Formulitios de Pesquisa de Pregos para Avaliagio de Benfeitoias, Aut. 2° Revogar a Instrugdo Executiva twatam de levantamento ¢ avaliagZo em terrasindigenas, ‘Art 3 Esta Instrupio Executiva entra em vigor na data de sua assinatura, ROQUE DE BARROS LARAIA Disetor de Assuntos Fundisrios 1° O38/DAF, de 14 de abril de 1997 ¢ demais instrumentos que Separata do Bolotim de Servigo da FUNAL INSTRUGAO EXECUTIVA PUBLICADA EM 02.06.00 MANUAL DE LEVANTAMENTO FUNDIARIO, SOCIO-ECONOMICO, DOCUMENTAL E CARTORIAL EM TERRAS INDIGENAS Maio - 2000 INSTRUGAO EXECUTIVA PUBLICADA EM 02.06.00 MINISTERIO DA JUSTICA - MI FUNDACAO NACIONAL DO {NDIO - FUNAT DIRETORIA DE ASSUNTOS FUNDIARIOS - DAF ROQUE DE BARROS LARAIA Diretor de Assuntos Fundisrios JOSE APARECIDO D. BRINER Chefe do Departamento Fundidtio DJALMA ANTONIO GUIMARAES Coordenagio de Levantamento Fundistio FRANCISCO MARTINS BATISTA Coordenagao de Regularizagio Fundiéria Equipe Técnica: Ant6nio de Paula Nogueira Neto — Departamento Fundidrio - DE Luciano Alves Pequeno ~ Departamento Funditio - DEF Cezar Augusto Stein — Administra¢io Executiva Regional Passo Fundo/RS Flavio Ohashi — Administragao Executiva Regional Belém/PA Luiz, Antonio de Araiijo — Administragio Fxecutiva Regional Cuiabs/MT Marcelo Ant6nio Elihimas — Administragao Executiva Regional Maceis/AL, rica Corréa de Lima ~ Consultora UNESCO/DEF Juliana Sarkis Costa - Consultora UNESCO/DEF Separata do Boletim de Servigo da FUNA INSTRUGAO EXECUTIVA PUBLICADA EM 02.06.00 INDICE APRESENTACAO PRINCIPIOS GERAIS... 1- OBJETIVO: ss 10 2- PROCEDIMENTOS: u 3 - DOS TRABALHOS DE LEVANTAMENTO: 2 4-DA AVALIAGAO E DEPRECIAGAO DAS BENFEITORIAS INDENIZAVEISt....0c00- 13 5 - DAS BENFEITORIAS NAO REPRODUTIVAS: ...csccoe-sse se secon M4 6 - DAS BENFEITORIAS REPRODUTIVAS: 4 7+ APRESENTACAO DOS TRABALHOS 8. POSICOES FINA! 9 - BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:. AT 10- ANEXOS: Anexo 01 Laudo de Vistoria - LV; Anexo 02 Levantamento Sécio-econdmico ~ ‘Anexo 03 Laudo de Avaliagio - LA; Anexo04 Planta Cadastral com a Localizagao das Ocupagoes; Anexo 05 Quadro Demonstrativo de Ocupantes Nao Indios; Ancxo06 —_Clculo explicativo de Saneamento de Valores: ‘Ancxo07 —_Formuléios de Presos Pesquisados com a Meméria de Célculo Separata do Boletim de Servigo da FUNA INSTRUGAO EXECUTIVA PUBLICADA EM 02.06.00 APRESENTAGAO © presente Manual de Orientago visa estabelecer uma nova sistemética para os levantamentos fundiério, sécio-econémico, documental ¢ cartorial em terras indigenas, no ambito da FUNAI, em conformidade com o Decreto n* 1.775, de 08 de janeiro de 1996, a Portaria n° 14/MJ, de 09 de janeiro de 1996 € Lei n® 6.001, de 19 de dezemiro de 1973. A nova sistemética de levantamento fundiério (vistoria ¢ avaliago), documental ¢ cartorial © a introduydo de outro instrumento denominado levantamento s6cio econdmico sobre ocupantes ¢ ocupagées no indigenas, esté direcionada para a uniformizacio de ctitérios, em substituiggo aos procedimentos tradicionalmente empregados ¢ tecnicamente ultrapassados, A uniformizagio dos critérios para a avaliagdo de benfeitorias foi definida com base nas normas da Associagiio Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para a Avaliagio de Iméveis Rurais - NBR 8799/85, Para os procedimentos de levantamento sécio-ccondmico, documental ¢ cartorial foram considerados, principalmente, rcuniSes com os técnicos desta Fundagio, bem como, estudos de revisio dos levantamentos fundidrios até entio realizados. Destacam-se, dessas analises, diversas modificagdes, dentre elas: ~Para a avaliagio de benfeitorias, toma-se necessério que o profissional seja habilitado pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomi (CREA) e possua nogées de Engenharia de Avaliagio de Iméveis -0 antigo Laudo de Vistoria ¢ Avaliagio (LVA) foi modificado ¢ desmembrado nos Laudo de Vistoria (LV) ¢ Laudo de Avaliagao (LA); =O levantamento dos dados sécio-zeondmicos do ocupante nio-indio passa a ser realizado em questiondrio independente Levantamento Sécio-econdmico (LS); Para a avaliago das benfeitorias prioriza-se os orgamentos qualificativos © quantificativos taseados em pesquisa de prego de mercado, bem como o uso de instrumental matemético ¢ estatistico Dessa forma, busca-se objetividade nos trabalhos de levantamento fundisrio, sécio-ccondmico, documental e cartorial, com o propésito de tomar a pritica de levantamento fundiério, de mancira geral, tecnicamente mais consistente e confidvel. Considerando-se que 0 aperfeigoamento da vistoria e da avaliagio depende primordialmente de um competente levantamento e de uma boa pesquisa de presos, além de outros aspectos relevantes como a idoneidade e a integridade do profissional avaliador, vale citar do American Institute of Real Estate Appraisers: "A credibilidade de uma avaliagdo depende da competéncia bdsica e da integridade do avaliador, da sua habilidade de coletar e processar os dados pertinentes” Separata do Bolotim de Servigo da FUNAL INSTRUGAO EXECUTIVA PUBLICADA EM 02.06.00 PRINCIPIOS GERAIS ‘A situago ocupacional em terras indigenas por nio-indios est4 definida na Constituisio Federal, em seu Art, 231 § 6” do nulos ¢ extintos, ndo produzindo efeitos juridicos, os atos que tenham por objeto a ocupagao, 0 dominio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploragdo das riquezas naturais do solo, dos rios ¢ dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse piblico da Unido, segundo o que dispuser lei complementar, néo gerando a nulidade ¢ a extingdo direito a indenizagdo ou a asses contra a Unido, salvo, na forma da lei, quanto as benfeitorias derivadas da ocupagado de boa-fé" Fica declaradas a nulidade e extingio dos atos que objetivem o dominio (registro cartorial, escrituras ou tftulos), a posse, a exemplo de contratos ou acordos entre membros da comunidade e terceiros, ou a ocupagio através da utilizagdo dos recursos naturais em terras tradicionalmente pertencentes aos indios. A indenizagio aos ocupantes néo-indios restringe-se exclusivamente as benfeitorias derivadas da ‘ocupagio de boa-fé, na forma da lei. Por este motivo, a caracterizagio da boa-fé nao se dara tio somente a partir dos dados contidos nos laudos de vistoria, sécio-econdmico ¢ avaliagdo de benfeitorias. Estes dados servirdo de elementos importantes, ‘mas sera com base nas informagdes adicionais, onde devera ser apresentado um breve, porém minucioso, hist6rico sobre em que condiges € contexto a(s) ocupagdo(gdes) ocorreu(erio) na terra indigena, bem como, a situago fundidria geral e atual, a existéncia de titulos aquisitivos das ocupagdes ¢ a ocorréncia ou nfo de litigios entre o interessado e a comunidade indigena. Desta forma, poderao ser oferecidos, subsidios a Comissao de Sindicancia, no intuito de caracterizar e julgar a boa-fé ou nao na implantagéo das benfeitorias, nos termos da Portaria n* 069 de 24 de janeiro de 1989, publicada no Diério Oficial da Unio de 10 de fevereiro de 1989. © levantamento fundidrio € 0 inicio de um proceso que tem como finalidade preeipua a regularizagdo das terras indigenas com a retirada de todos os ocupantes nelas incidentes, para tanto é necessério que seja realizado um trabalho consistente e detalhado quanto a natureza desses ocupantes € suas respectivas cocupagées, 1 - Objetivo: 1.1-O presente Manual de Orientagio, visa estabelecer os procedimentos do levantamento fundisrio, sécio-econémico, documental ¢ cartorial em terras indigenas, no ambito da FUNAT, em conformidade com o Decreto n° 1.775, de 08 de janciro de 1996, a Portaria n° L4/MJ, de 09 de janeiro de 1996 Lei n® 6.001, de 19 de dezembro de 1973. 1.2 - Pata efeito de aplicagio deste Manual, recomenda-se observar os critétios estabelecidos na Norma Brasileira para Avaliagio de Imbveis Rurais - NBR 8799, de fevereiro de 1985, da Associagio Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. Separata do Bolotim de Servigo da FUNAL INSTRUGAO EXECUTIVA PUBLICADA EM 02.06.00 2~ Procedimentos: 2.1 - Os trabalhos de levantamento fundisrio, sécio-ccon6mico, documental ¢ cattorial, deverdo ser ealizados pelo(s) técnico(s) da FUNAL e pelo(s) técnico(s) do érgdo fundidrio federal e ou estadual, integrantes do grupo técnico. Os levantamentos sécio-econdmico, documental e cartorial, quando necessério, poderao ser executados por outros participantes do grupo técnico (GT) designado pelo coordenador para esta finalidade. Os trabalhos fundisrios de vistoria © avaliagio de benfeitorias deverdo ser executados por profissionais registrados no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA, devendo ser subscrito(s) pelo(s) técnico(s) responsavel(éis), com expedi¢ao de Anotagdo de Responsabilidade Técnica — ART, respondendo este(s), civil, penal e administrativamente, pelas irregularidades comprovadas na avaliagao ou fraude das informages prestadas. 3 Antes do inicio dos trabalhos deve ser abservado pelo coordenador do grupo técnico 0 seguinte roteito: 2.3.1 -reunir todo o material ¢ equipamentos necessérios ao trabalho de campo; © 2.3.2-organizar o grupo téenico, definindo as atribuigdes de cada membro, buscando uniformizar 0s critérios e métodos a serem adotados. 2.4 - Quando do contato com os ocupantes nio-indios, o grupo devers portar-se da seguinte forma: 2.4.1 - apresentar-se ¢ mostrar os documentos de identificagiio, quando necessitio; 2.4.2. mostrar a importancia das informagses prestadas, a garantia do sigilo em selacio as ‘mesmas ¢ a necessidade de cooperagio de todos; 24,3 - formular as perguntas de modo claro e objetivo; e 2.4.4 ouvir 0s ocupantes com alengio ¢ respeito, evitando que fiquem constrangidos a0 prestar informagées diante de terceiros, prontificando-se a retornar em outro momento para a finalizagao das atividades, caso seja necessétio. 25-0 cadastramento dos dados pessoais do ocupante e as informagbes cartoriais sobre a ‘ocupagdo, bem como os dados referentes as benfeitorias se processario através do formuldrio denominado “LAUDO DE VISTORIA - LV” (anexo 01), 2.6 - 0 preenchimento do LV ser4 no local da ocupagio, com letra de forma e caneta preta ou azul, na presenga do ocupante ou do responsivel habilitado, que prestara as informagées necesséiias ¢ dard ciéncia sobre as vistorias e registros das benfeitorias levantadas na ocupagio. Os campos referentes aos dados pessoais ce cadastrais do ocupante devem obrigatoriamente ser preenchidos. 2.6.1 - Deve ser registradas todas as informagdes relevantes que ndo se configurem como respostas do LV, 27-0 levantamento dos dados sécio-ccondmicos dos ocupantes nfo éndios existentes na cupagio se daré através do formulésio denominado “LEVANTAMENTO SOCIO-ECONOMICO - LS” (anexo 02) Separata do Bolotim de Servigo da FUNAL INSTRUGAO EXECUTIVA PUBLICADA EM 02.06.00 2.8 -O preenchimento do LS serd no local da ocupagio, com letra de forma ¢ cancta preta ou azul Serio preenchidos LS em nome do ocupante detentor da ocupago, como também, para outros membros que formem micleos familiares dentro da mesma ocupacio. 2.9-0 valor das benfeitorias existentes na ocupagio seré apurado observando as orientagées dispostas no presente Manual ¢ registrado através do formulério denominado “LAUDO DE AVALIAGAO - LA" (anexo 03) 3— Dos Trabalhos de Levantamento: 3.1-Os levantamentos fundisrio © s6cio-econdmico serio realizados em campo, no local da ‘ocupagiio, em consonancia com 0 Decreto 1.775196, 3.2-Preliminarmente 0 GT faré uma pesquisa cartogrifica c documental, da érea em estudo, delimitada ou demarcada, para averiguar se ha benfeitorias de ndo-indios inseridas na terra indfgena, e suas caracterfsticas, visando uma melhor adequago dos procedimentos a serem adotados em campo. 33-0 levantamento documental e cartorial ser procedido da seguinte forma: pesquisa cartogréfica ¢ documental (titulos expedidos, arrecadagio, financiamentos e outros) junto ao(s) érgao(S) fundiério(s) federal, estadual ¢ municipal e a banco(s), bem como nos cartério(s) de registro de iméveis sobre a existincia de dados (ccrtiddes, registros ¢ outros) da érea em estudo. A solicitagao da pesquisa junto aos érgios fundiérios ¢ a0(s) Cart6rio(s) de Registro(s) de Imévellis), devers ser dirgida através de documento oficial da coordenagio do GT. 3.4-Deverdo ser obtidas as coordenadas geogrificas, do local onde esta situada a sede da ‘ocupacio, através do receptor de sinais de satélites GPS (Sistema de Posicionamento Global) as quais sero deseritas no campo especifico do formulério do LAUDO DE VISTORIA - LV. Outros pontos de coordenadas geograficas que o GT julgar relevante a sua indicagao deverso ser coletados, 35-0 GT deverd vistoriar ¢ cadastrar todas as benfeitorias reprodutivas ¢ no reprodutivas existentes na ocupagio, com a descri¢ao das suas caracteristicas, estado de conservagio, idade aparente, area construida ou cultivada e outros dados indispenséveis & sua definicio e quantificagio. No preenchimento do LV deve-se observar cada item cadastrado, de maneira que no permita dupla interpretagdo quando da sua andlise. 3.6-Em levantamento de benfeitorias reprodutivas © nao reprodutivas onde apresentar grandes extensies ou especificidades, poderd a critério da coordenagio do GT, ser requisitada a presenga de um profissional de dea especifica em questio, para proceder as devidas medicdes e avaliagbes. 3.7 - As benfeitorias representativas na ocupaedo, deverlo ser registradas por meio de Fotografias, enquadrando-as em um Angulo que oferega ampla visio. As fotos devem apresentar uma idemtificagao, em forma de placa, constando © nome da terra indigena, © niimero do LV correspondente, data da vistoria, que serio anexadas 20s respectivos Laudos, devidamente referenciadas (n° do registro da benfeitoria no LV). Separata do Bolotim de Servigo da FUNAL INSTRUGAO EXECUTIVA PUBLICADA EM 02.06.00 4—Da Avaliagao e Depreciagao das Benfeitorias IndenizAveis: 4.1-A avaliagdo das benfeitorias nao reprodutivas © reprodutivas bascar-se-4 em orgamentos qualificativos e quantificativos originados de pesquisa de prego no mercado regional, e/ou com o emprego de custos unitérios oriundos de tabelas de valores econdmicos de drgios publicos federais, estaduais ou ‘municipais, bancos oficiais, sindicatos ¢ entidades especializadas, solicitadas oficialmente, de preferéncia pelo coordenador do GT, Todo valor pesquisado deverd ser proveniente de fontes obrigatoriamente identificadas & fidedignas, 4.2-Os valores coletados serdo submetidos a tratamento estatistico. Procede-se, inicialmente, 0 cilculo do Coeficiente de Variagao (CV), obtido pela razdo entre o Desvio Padrao (S) e a Média Aritmética (OG, © qual deve ser igual ou inferior a 30%, Neste caso, considera-se a Média Aritmética simples dos valores coletados. Se 0 resultado obtido for superior a0 Coeficiente de Variagio estabelecido, executa-se 0 saneamento adotando 0 Intervalo de Confianga (IC) = X £ S, provedendo-se os edleulos até quando 0 CV for $ 30%, sendo aceito para o cflculo resultante no minimo, trés fontes de pesquisas aproveitiveis apés 0 saneamento. Em casos de benieitorias de grande vulto poderdo ser adotados outros crtérios consagrados pela estatisticainferéncial. (ver célculo explicativo no anexo 06). 4.3 - Todos os itens de benfeitorias especificados no LV deverio constar no formulério de pregos {anexo 07), cujo conjunto fard parte dos anexos do Relatsrio, nos quais sero indicadas as fontes consultadas, assim como as caracteristicas de cada um dos clementos pesquisados que iréo contribuir para a formagao da conviegao de valor. 4.4 - No procedimento de avaliagio das benfeitorias nio reprodutivas e reprodutivas, deverio ser aplicados os seguintes coeficientes de depreciago para apuracio do valor final do bem avaliado, segundo 0 seu estado de conservagio: Estado de conservagio | Fator de depreciagio ‘Grime 1,00 (100%) Bom 0.80 (80%) Regular 0,60-(60%) Precirio 0.40, 40%) Mau 0.20 20%) Péssimo 0,00 (0%) 4.5 - Quando forem encontradas henfeitorias que pelo seu alto valor ou complexidade exigirem um maior detalhamento em rela¢do a depreciacao, poderio ser utilizados outros critérios de depreciagao, levando-se em consideraedo os aspectos fisicos e funcionais, a vida til, aparente e provavel, com as devidas, justificativas e referencias das fontes consultadas 46-Os célculos referentes as avaliagSes das benfcitorias deverio ser efetuados pelo GT, tomando-se por base os valores apurados de acordo com os itens 4.1 ¢ 4.2, empregando ainda, o fator de depreciagio conforme o item 4.4, 4.7 - Os calculos relativos as benfeitorias deverdo ser realizados prioritariamente, na localidade em que estd situada a terra indfgena ou na Administragio Executiva Regional - AER mais préxima, com o objetivo de dirimir ddvidas durante os trabalhos. Separata do Bolotim de Servigo da FUNAL INSTRUGAO EXECUTIVA PUBLICADA EM 02.06.00 5~Das Benfeitorias Nao Reprodutivas: De acordo com a Norma Brasileira para Avaliagdo de Iméveis Rurais, NBR 8799/85 da ABNT temos a seguinte defini¢ao de Benfeitorias nao-reprodutivas: “Methoramentos permanentes que se incorporam ao solo, cwia remocdo implica em destruigao, alteragdo, fratura ou dano, compreendendo edificardes, vedos, terreiros, instalacdes para abastecimento d'égua, instalagoes de energia elétrica, de irrigagdo e outras que, por sua natureza e funedo, e por se acharem aderidas ao chdo, ndo sido negocidveis e nem rentdveis separadamente das terras”. 5.1 -Compreende-se como benfeitorias nao-teprodutivas as edificapdes e instalagGes rurais, tais como: residéncias, galpses, depésitos, pocilgas, instalagées para abastecimento de gua, sistemas de abastecimento de energia elétrica, barragens, currais, avidrios, armazéns, apriscos, cereas, estradas internas e externas, entre outras construgbes similares, 5.2 -Para avaliag2o das edificagSes ¢ instalagdes rurais, deverd ser utilizado os valores apurados de acordo com 0s itens 4.1 ¢ 4.2, €0 fator de depreciagio conforme citado no item 4.4 6 — Das Benfeitorias Reprodutivas: De acordo com a Norma Brasileira para Avaliagio de Iméveis Rurais, NBR 8799/85 da ABNT, temos a seguinte definigéo de Benfeitoras reprodutivas ‘Culturas comerciais ou domésticas, implantadas no terreno, cuja remogdo implica em perda total ou parcial, compreendendo culturas permanentes, florestas ¢ pastagens cultivadas, ¢ que, embora ndo negocidveis separadamente do solo, poderéo ter cotagdo em separado, para base de negocios de propriedades 6.1-Compreende-se por benfcitorias reprodutivas, culturas permanentes, frutiferas, pastagens antificiais em geral, entre outras. Devendo-se lembrar que, no caso especifico da FUNAI, as culturas temporatias, as florestas e pastagens nativas, néo devem ser avaliadas. 62-Na avaliagdo das culturas perenes domésticas ou comerciais, incluindo pastagens e esséncias antificiais, deve ser empregado o método de custo de reposigéo (de formagio), computando-se as despesas relativas a0 preparo do solo, plantio e a manutengiio até a data da avaliagao, 63 - Para avaliagio das culturas perenes domésticas ou comerciais, pastagens ¢ esséncias florestais antificiais, deverd ser utilizado os valores apurados de acordo com os itens 4.1 ¢ 4.2, ¢ a aplicagao do fator de depreciagao, conforme o item 4.4 64-Na depreciagio das pastagens artificiais & importante observar a ocorréncia das seguintes situagdes: aestado de conservagio © formagdo; bjpresenga de ervas daninhas; cJerosio; dpresenga de ccupinzeiros ot sauvciros; e)nivel de manejo como, por exemplo, excesso de pastoreio, que diminui a vida Gtil da pastagem: f)auséncia de piqueteamento (divisdo da pastagem) denotando exploragao extensiva: g)tecnologia aplicada na formago; h)aspecto vegetative: i)capacidade de suporte ¢ outras consideragées relevantes. 6.5 - Deve-se levar em conta, na avaliagdo da pastagem attificiais, a época da vistoria, pois & natural que a mesma area se apresente com aspecto vegetative diferente de acordo com os ciclos sazonais de cada regiao. Separata do Bolotim de Servigo da FUNAL INSTRUGAO EXECUTIVA PUBLICADA EM 02.06.00 7 Apresentagio dos Trabalhos: 7.1 ~ A apresentagio dos Trabalhos pelo grupo técnico deverd conter relatério circunstanciado com informagées complementares 20 levantamento (informagbes adicionais sobre o ocupante/ocupagio, critério utilizado na coleta do valor das benfeitorias, pesquisa cartorial e outros dados que forem relevantes) apresentando um perfil s6cio-econdmico dos ocupantes no indios que oferega subsfdios & Comissio de Sindicancia, a fim de ser apurada a boa f€ ou nao na implantacao das benfeitorias, nos termos da Portaria n° 069 = DOU de 10/02/89, em consonancia com 0 art, 231, § 6” da Constituigio Federal 72 Apresentar “Quadro Demonstrativo de Ocupantes Nao {ndios” (anexo 05) referente a terra indigena contendo: mimero de ordem, n* do LV, nome do ocupante em ordem alfabética, nome do imével, localidade, situagdo do ocupante (posseito, proprietivi, arcendatéri, foreito, parceiro, meeiro, acampado, couteos), 86 0 ocupante reside na ocupagao (sim/nlo), tempo de ocupacto, éea do imevel na terzaindigena, n° de pestoas residents na ocupagio, n* de familias e valor das benfeitorias (incluir a data da avaiago no final da tabela) 7.3 - Apresentar “Planta Cadastral” da terra indigena, contendo a localizagio e a representagao gxifica de cada ocupasio vistoriada, com o correspondente niimero do LAUDO DE VISTORIA - LV (anexo 04) 7A Apresentar quadro demonstrative contendo 0 nome do ocupante, © nimero do LV © a(s) coordenada(s) geogrifica(s) correspondente(s) da sede da ocupagao e outras relevantes. 7.5 Apresentar os “Formulérios de Presos” pesquisados, “Meméria de Célculo” dos valores utilizados, tabelas finais de pregos ¢ a descriso dos critérios para a determinaso dos valores encontrados fanexo 07). 7.6 - Concluidos os trabalhos de levantamento fundisrio, sécio-econ6mico, documental e cartorial, © GT encaminharé oficialmente 4 Diretoria de Assuntos Fundisrios ~ DAF, ou para o antropélogo coordenador do grupo técnico de idemtificagio e delimitagio, conforme 0 caso, 0 relatério final, laudos © demais pegas téenicas. 8—Disposigbes Finais: 8.1 Para © desenvolvimento de um bom trabalho recomenda-se alguns pontos bésicos a serem obscrvados pelo GT, quando do contato com os ocupantes nao-indios: 8.1.1 -despertar seguranga, confianga ¢ interesse a0s ocupantes néo-indios, abordando-os sempre com cortesia e respeito as suas crengas, valores e nogdes. O didlogo deve ser cordial e direcionado para ‘a pesquisa, procurando obter respostas claras e evitando assuntos que possam causa constrangimentos 20s ‘ocupantes. O grupo técnico deve estar bem informado e ciente do trabalho que desenvolve para responder as Gvidas surgidas © mostrar a importincia da participagio de todos os nfo-indios. Em hipétese alguma, os cocupantes devem ser coagidos pelo grupo téenico, Caso ocorra a recusa do ocupante em participar total ou parcialmente do levantamento, medidas judiciais podem ser acionadas, a critério do coordenador, apés consultar & Diretoria de Assuntos Fundiatios - DAF; 8.12-€ essencial a manutene3o da confidencialidade das informagSes prestadas, principalmente do valor dos bens, 0 que contribui para a seriedade do levantamento. Informagies, estas, que s6 podem ser utilizadas dentro das finalidades estabelecidas pela FUNAI ¢ pelos drgdos fundidrio federal © estadual, Para garantir a sua inviolabilidade, nao se deve permitir que pessoa nao autorizada pelo coordenador Separata do Bolotim de Servigo da FUNAL INSTRUGAO EXECUTIVA PUBLICADA EM 02.06.00 do grupo técnico acompanke suas atividades; 8.1.3-respeito & cultura indfgena ¢ aos indios: € necessério que 0 grupo técnico conhesa ‘minimamente, as principais tradigSes e organizagies do grupo indigena em pauta. Assim, o fespeito e a maxima atengio com a maneira de dirigit-se, com as posturas cotidianas dos membros da comunidade si0 pontos fundamentais; 8.1.4 seguir as diretrizes do coordenador do grupo técnico, pois o éxito de um levantamento depende basicamente da coleta de informagées. Um erro sério cometido nesta etapa dificilmente poder ser ccortigido a contento nas fases subsequentes, o que acarretara descrédito na coleta dos dados, prejuizo dircto 20s indios, aos néo-indios eA FUNAL, bem como imprecisio na formulagio de politicas de demais érgios relacionados & questo fundiéria; e 8.1,5-o primeiro passo para assegurar a boa qualidade das atividades da coleta de informagbes € ter, © grupo técnico, consciéneia de suas atribuigées e responsabilidades, além das implicagdes que o trabalho fundisrio envolve. Os conceitos, critérios, procedimentos, definigdes ¢ andamento do trabalho devem ser norteados pelo coordenador ¢ discutidos em reunides internas ao grupo técnico, Separata do Bolotim de Servigo da FUNAL INSTRUGAO EXECUTIVA PUBLICADA EM 02.06.00 9 — Bibliografia Consultada: 9.1 - Legislagao: Constituigdo Federal de 198 — Cap. VIL- Dos indios, Art. 231 Decreto n° 1.775, de 08 de janciro de 1996. Portaria n° L4/MJ, de 09 de janeiro de 1996, Portaria 239/FUNAT, de 20 de margo de 1991 Ordem de Servigo/SUAF, N° 05, de 6 de maio de 1991 Instrugdo Executiva N° 038/DAF, de 14 de abril de 1997, Instrugdo Normativa n° O8/INCRA, 1993 Lei Federal n° 6.496, de 7 de dezembro de 1977, que institui a “Anotagio de Responsabilidade Técnica” na prestagao de servigos de engenharia, 9.2 - Bibliografia: DANTAS, Rubens Alves ~ Engenharia de Avaliagées “Uma Introdugio 4 Metodologia Cientifica”, 1999. ALMEIDA, Tania Mara C. — Produto Final “Instrumento de Coleta de Dados Sobre Ocupantes Ocupagées Nao-Indigenas”, 1998. LIMA, Marcelo Rossi de Camargo — Avaliagao de Propriedades Rurais, “Apostila para 0 Curso do IBAPE” (Curso Ministrado pelo Prof, Valdemar Antonio Demétrio, aos técnicos da FUNAT - Agosto de 1999). ABNT, Avaliagio de Iméveis Urbanos, Norma Brasileira registrada n° NBR-5676, 1989. ABNT, Avaliagio de Iméveis Rurais, Norma Brasileira registrada n? NBR-8799, 1985, INCRA, “Manual de Orientagdo para Avaliagdo de Iméveis Rurais", 1997. IBAPEISP ,“Sugestdo de Redago para Norma de Avaliacdo de Iméveis Rurais”, 1998. Separata do Bolotim de Servigo da FUN,

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