Nos dias de hoje é muito comum vermos, histórias, relatos,
protestos e lutas sobre o aborto.
No Brasil o índice de aborto clandestino no Brasil não ultrapassaria de 100 mil casos ao ano. O caso ainda é muito complexo para as pessoas pois cada um pensa de um jeito, o Brasil ainda é um país que não é legalizado o aborto. Vemos aqui histórias de mulheres que fizeram seus abortos clandestinos: Fernanda Pedroso, vendedora, 43 anos. Mora em São Paulo. Fez um aborto aos 31. Na época, trabalhava como autônoma e todos os recursos já eram voltados para ela e os quatro filhos. A possibilidade de ter mais um e ficar sem condições financeiras para cuidar da família desesperou a vendedora. A única "ajuda" do rapaz com o qual ela estava se relacionando na época foi o contato para a compra do medicamento Cytotec, bastante comum como método de interrupção da gravidez no Brasil. "Eu atrasei o aluguel aquele mês para poder comprar os remédios. Sofri alguns anos de depressão porque não acreditava que minha cabeça cristã havia permitido essa decisão. Mas consegui tratar meus fantasmas". Adriana Soares, 37, operadora de telemarketing. Mora em João Pessoa. Fez um aborto em casa há dez anos, tomando Cytotec. Tinha dois filhos quando engravidou, de maneira indesejada, pela terceira vez. O marido estava desempregado e ela recebia 1,5 salário mínimo ao mês. O abortamento caseiro trouxe complicações e ela precisou ser levada às pressas para o hospital, onde ouviu sermões e piadas da equipe de saúde. "Quando eu chorava de dor, diziam algo como: 'você não chorou para fazer o aborto, não é?' Foi horrível". (UOL notícias) https://noticias.uol.com.br/colunas/fabiana-moraes/2020/08/21/ quando-abortamos.htm MARIA ,24 "A dor maior é a sentimental. É você se sentir sozinha." É assim que Maria*, de 24 anos, descreve como se sentiu ao fazer um aborto, sozinha, num quarto barato de hotel em São Paulo, aos 17 anos. "Eu estava num relacionamento muito abusivo. Eu não percebia isso na época. Quando ele terminou, eu descobri que estava grávida. Então eu fui atrás de conseguir o medicamento e tomar minhas decisões", contou em entrevista à BBC Brasil. Com medo da reação da mãe e das amigas, ela decidiu fazer o procedimento em segredo. Pegou instruções sobre como tomar o remédio com uma enfermeira que conhecia. "Quando eu fiz, eu fiz num hotel de péssima qualidade. Porque é tudo escondido, ninguém podia saber." O ex-namorado de Maria era o único presente no quarto de hotel, quando ela tomou os medicamentos. Mas, a jovem começou se sentir muito mal e desmaiou. Em vez de levá-la ao hospital, o rapaz desapareceu por medo de ser incriminado. (BBC News)