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Ádiles Constantino da Silva

TIEM 03 - Vespertino

Vida Rotineira

Dona Maria, com dores nas pernas, sentou-se em sua cama suja e com mau odor,
sua casa é tão minúscula que possui apenas dois cômodos, um o qual se encontram a
cozinha, sala e quarto e outro o banheiro. São seis da tarde e seus dois filhos ainda estão
trabalhando, ela acabará de chegar no que chamam de lar, mas que não parece ser um,
depois de descansar alguns minutos se pôs a levantar e fazer comida para os que ainda
chegariam do trabalho, porém para ela não, o dinheiro que recebe de suas horas como
diarista não lhe proporcionar muitas coisas e o salário de seus filhos, os mesmos gastam
com os próprios vícios como cigarro e apostas em jogos de azar.
Maria está acostumada com a vida que leva, afinal desde pequena presenciou a
mesma situação por parte de seus pais, sua mãe dedicava todos os esforços ao marido,
enquanto o mesmo apenas pensava em si e em seus filhos homens. A pobre senhora sabe
que faz parte de grande parte da população, um grupo social o qual luta todos os dias para
poder sobreviver e torcem para que seus sucessores consigam uma vida melhor da que
tem no presente. Como Maria não tem muito, ela aceita tudo que podem lhe dar, para tentar
suprir algo que nem ela ainda sabe o que, assim sua casa é cheia de entulhos e
bagunçada.
Além de seu trabalho comum, Dona Maria vende salada que cultiva em seu quintal,
o dinheiro que recebe com essas vendas não é muito, porém já lhe ajuda a suprir o vício
que seus filhos “puxaram” de si, o do cigarro. Todos os dias ela agradece a Deus por ter
sobrevivido e ganhado seus “troquinhos”, ela assim como muitos, se prende a uma entidade
divina para que isso tudo tenha uma razão, para que nada das dificuldades sejam em vão,
Maria acredita que para tudo existe um motivo, ela só não sabe qual é, ainda não. Após a
chegada de seus filhos em casa, Dona Maria toma seus remédios para insônia e tenta
dormir, na esperança que o dia seguinte seja melhor e mais próspero, porém tanto o dia
seguinte quanto os depois deste continuam os mesmo e iguais às de muitas famílias vítimas
desse esquecido grupo social.

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