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1787 1788 1789 Cronologia’' 22 de fevereiro: Reunido da Assembleia dos notdveis. 8 de abril: Demissao do ministro Calonne, substituido por Loménie de Brienne. 16 de julho: O Parlamento de Paris exige os Estados-gerais. 8 de maio: Reforma judiciéria de Lamoignon. Tumultos na provincia (Grenoble). 8 de agosto: Convocacao dos Estados-gerais para 1° de maio de 1789. 24-26 de agosto: O ministro reformista Necker é demitido e depois readmitido. Margo: EleicSes para os Estados-gerais, Revoltas na provincia (Provenca, Picardia). 5 de maio: Sessao real de abertura dos Estados-gerais. 1 Abreviacdes dos meses revolucionarios - fru.: frutidor; vend.: vendemiario; bru.: brumario; fri.: frimaric ger: germinal; flor: floreal; pr niv. vent.: ventoso; plu.: pluvioso; es.: messidor; ter: termidor. 1790 1791 1792 Michel Vovelle 20de junho: Juramento do Jogo da Pela. 14 de julho: Tomada da Bastilha. 15 de julho: Retorno do ministro Necker. 20 de julho: Inicio do Grande Medo. 4 de agosto: Noite do 4 de agosto: abandono dos privilégios do clero e da nobreza. 26 de agosto: Votacao da Declaracdo dos Direitos do Homem. 5-6 de outubro: Marcha sobre Versalhes: o rei é reconduzido a Paris. 2 de novembro: Os bens do clero sdo postos A disposi¢ao da nacao. 17 de abril: O assignat torna-se moeda oficial. 12 de julho: Votacao da Constituicao Civil do Clero. 14 de julho: Festa da Federacao em Paris. 18 de agosto: Agrupamento contrarrevoluciondrio nos campos de Jalés. 10demarso: O papa Pio VI condena a Constituicao Civil (breve Quod Aliquantum). 22 de maio: Lei Le Chapelier, que proibe coalizdes, em especial operarias. 20-21 de junho: Fuga e prisao da familia real em Varennes. 16 de julho: Os moderados do Clube dos Feuillants separam-se dos jacobinos. 17 de julho: Massacre do Campo de Marte. 27 de agosto: Declara¢ao de Pillnitz: ameacas das poténcias a revolucio. 3 de setembro: Término da Constituic¢do (sancionada em 13 de setembro). 1° de outubro: Abertura da Assembleia Legislativa. 7 de setembro: Formac4o de um ministério feuillant. Janeiro-mar¢o: Tumultos em Paris e no campo por alimento. 15 de margo: Ministério jacobino com Roland. 20 de abril: Declarada guerra ao rei da Boémia e Hungria. 27 demaio: Decreto de deportacao dos padres nao juramentados. 280 1793 A Revolugéo Francesa 4-11 de junho: Veto real ao decreto anterior e ao que organiza © alistamento de 20 mil federados. 12 de junho: O ministro Roland é demitido. 11-21 de julho: A patria é declarada em perigo. 25 de julho: “Manifesto de Brunswick” ameacando Paris de destruicao. 10 de agosto: Tomada as Tulherias e queda da realeza. 10-11 de agosto: Convocacao de uma Convengio. Estabeleci- mento do sufrégio universal. 2-6 de setembro: Massacres nas prides de Paris e da provincia. 20 de setembro: Fim da Assembleia Legislativa. Laicizacao do registro civil. Valmy. 21 de setembro: Abolicao da realeza. Ano I da Republica. Outubro: Retirada dos prussianos. Os franceses ocupam Frankfurt e Mainz. 6denovembro: Vitoria de Dumouriez em Jemmapes. Ocupacao da Bélgica. 21 de janeiro: Execugao de Luis XVI. 1°de fevereiro: A Franca declara guerra a Inglaterra e a Holanda. Primeira coalizao. 11 de mare 18 de margo: Derrota de Dumouriez em Neerwinden, seguida »: Inicio da rebeliao vendeana. de sua traicao. 6 de abril: Formacao do Comité de Salva¢ao Publica. 29 de abril-29 de maio: Inicio da insurrei¢do federalista em Marselha e Lyon. 2 de junho: Jornadas revolucionérias; prisdo dos girondinos. 24 de junho: Votacao da Constituicao do ano I. 27 de julho: Robespierre no Comité de Salvacao Publica. 4-5 de setembro: Movimento popular em Paris, o Terror entra na ordem do dia; formacao de um exército revolucionario parisiense. 6-8 de setembro: Vitoria francesa em Hondschoote. 16 de setembro: Lei dos suspeitos. 281 1794 Michel Vovelle 29 de setembro: Instituicao do Maximum geral dos géneros alimenticios. Ano II vend. 19 (10 de outubro): O governo é declarado revolu- ciondrio até a paz. brum. 20 (10 de novembro): Festa da Liberdade e da Razo na igreja Notre-Dame de Paris. fri. 22 (12 de dezembro): Os vendeanos so derrotados na bata- Tha de Le Mans. niv. 16 (4 de fevereiro): Fim da escravidao nas col6nias francesas. vent. 23 (13 de marso): Prisdo, processo e execucdo (4 germ.) dos hebertistas. ger. 10-16 (5 de abril): Prisao, processo e execugao dos dantonistas. prai. 20 (8de junho): Festa do Ser supremo. prai. 22 (10 de junho): Reforma do Tribunal revolucionario; inicio do Grande Terror. mes. 8 (26 de junho): Vitoria de Fleurus contra os austriacos. ter. 9 (27 de julho): Golpe de Estado do 9 de Termidor; queda dos robespierristas. plu. (janeiro): Ocupagao da Holanda. plu. 29 (17 de fevereiro): Acordos de La Jaunaye entre Hoche e os vendeanos. vent. 3 (21 de fevereiro): Liberdade dos cultos. Primeira separa- do da Igreja e do Estado. ger. 12-13 (1° de abril): Insurreigao popular em Paris e na provincia. ger. 16 (5 de abril): Paz da Basileia entre a Franca e a Prissia. flor.-prai. (maio-junho): O Terro Branco; massacres de jacobi- nos em Lyon, Marselha... prai. 1-4 (20-25 de maio): Jornadas insurrecionais em Paris. mes. 5-9 (23-27 de junho): Desembarque de emigrados em Quiberon. fru. 5 (22 de agosto): A Convencao adota o texto da Constitui- fo do ano III. 282 1796 1797 1798 1799 A Revolugéo Francesa, vend. 13 (5 de outubro): Insurreico monarquista contra a Convencio. brum. 9 (31 de outubro): Elei¢ao do Diretério Executivo. plu. 30 (19 de fevereiro): Fim dos assignats, substituidos pelos mandatos territoriais. ger. (margo-abril): Vitérias de Bonaparte na Italia: Montenotte, Millesimo, Mondovi... . niv. 25 (14 de janeiro): Vitoria de Rivoli. ger. 29 (18 de abril): Preliminares de Leoben. prai. 8 (27 de maio): Apds o processo de Vendome, execucao de Babeufe de seus amigos. fru. 18 (4 de setembro): Golpe de Estado antimonarquista. ano VI vend. 19 (30 de setembro): Calote de dois tercos da divida publica. vend. 26 (17 de outubro): Paz de Campoformio. ger.-flor. (abril-maio): Eleigdes, seguidas de invalidacao em massa dos eleitos de esquerda. mes.-ter. (julho): Desembarque de Bonaparte no Egito. Vitéria das Piramides. ger. (margo-abril): Derrotas francesas na Alemanha (Stockach) ena Itdlia. ger. (margo-abril): Eleigdes para o Corpo Legislativo. prai. 28-30 (16-18 de junho): Os conselhos retomam o controle do Diretério; guinada a esquerda. ter. (julho-agosto): Vitoria de Aboukir no Egito. Revés na Itdlia (Trebbia). ano VIII vend. 3-5 (25-27 de setembro): Vitoria francesa em Zuri- que contra os austro-russos. bru. 18 (9 de novembro): Golpe de Estado do 18 de Brumério contra 0 Diretério e os Conselhos. 283 YBCO S009 oe VOVELLE “Desembarcamos em uma nova ilha e incendiamos os barcos que nos trouxeram até aqui.” Nessa frase um integrante da Convengao Nacional, logo apés decidir pela execucao do rei Luis XVI, expressava o espirito nao s6 de sua época, mas de um aconteci- mento que alteraria o curso da hist6: ria da humanidade. Porém, se os ecos da Revolucao Francesa ainda sobrevi- vem na contemporaneidade, os mais de duzentos anos que nos separam da queda da Bastilha tém transformado permanentemente sua narrativa — € seu legado. Nesta obra, o historiador Michel Vovelle, ex-presidente da comissao de pesquisa cientifica da celebragao do bicentendrio da Revolucao na Franga, apresenta um renovado quadro in- terpretativo da derrocada do Antigo Regime francés e de seus desdobra- mentos. Dialogando com os mais recentes resultados da investigacao his- toriografica, o autor retrata em linhas gerais dez anos da sublevac4o burgue- sa e da tentativa de construgao de um novo Estado — e de um novo homem -, ressaltando seus pontos de inflexdo e suas referéncias fundamentais. Vovelle nao foca o cronoldgico ou o factual; sem desconsidera-los, centra-se em refletir sobre as princi- pais interrogagées que o perfodo re- volucionario suscita, assim como faz questionamentos a algumas das in- terpretacées tradicionais. E assim, por exemplo, que coloca em perspectiva a atribuigao de um impeto belicista aos revolucionarios, por engajarem-se na campanha militar pela Europa que desembocou no periodo do Terror. “A revolugio se inicia com um desejo pa- cifico, mas as circunstancias externas € internas a arrastam para uma aventura que nao havia sido prevista”, assinala. Em outra passagem, rejeita a ver- so que simplifica a interpretagdo dos contrarrevolucionarios do Oeste fran- cés, caracterizando-os ora como de- fensores do rei, ora como faniaticos religiosos. Em contraponto, o autor descreve um campesinato desconten- te com a ordem burguesa, sem ter suas necessidades contempladas pelo Esta- do revolucionario. A obra contém ainda uma relagao de documentos — discursos, leis ou ex- , além de mapas e graficos que ilustram aspectos sociais certos de jornais € econémicos da década revoluciona- ria, entre eles um perfil de quem eram os sans-cullotes. Trata-se de leitura in- dispensavel nao sé para historiadores, mas sobretudo para os interessados em conhecer melhor este que foi um acontecimento fundador de nossa modernidade. MICHEL VoVELLE é professor emérito da Universidade Paris I. A Revolugdo Francesa 1789-1799

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